estudo das interações medicamentosas dos antiparkinsonianos no

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II SIMPÓSIO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
Local: Centro Universitário São Camilo
Data:
24 de maio de 2014
ESTUDO DAS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS DOS ANTIPARKINSONIANOS
NO CENTRO DE PROMOÇÃO E REABILITAÇÃO EM SAÚDE E INTEGRAÇÃO
SOCIAL - SÃO CAMILO
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LACRIMANTE, Carolyna Alves ; ALMEIDA, Diogo Santana ; CECCONI, Liris Carvalho , CROZARA,
Marisa Aparecida².
1
Discentes do curso de graduação em Farmácia do Centro Universitário São Camilo, São Paulo - SP.
² Docente do curso de graduação em Farmácia do Centro Universitário São Camilo, São Paulo - SP.
E-mail: [email protected]
Palavras-chave:
DOENÇA
ANTIPARKINSONIANOS.
DE
PARKINSON.
INTERAÇÕES
DE
MEDICAMENTOS.
INTRODUÇÃO
Atualmente, o mundo vem passando por mudanças em sua população. O número de idosos
aumentou significativamente, o que acarretou em maior número de casos de doenças relacionadas a
essa faixa etária. A doença de Parkinson está entre as enfermidades que regularmente tem
acometido idosos no Brasil e no mundo. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), a expectativa de vida em 2010 chegou a atingir a expectativa dos 74 anos e com
bases em projeções, estima-se que em 2020 a terceira idade poderá exceder 30 milhões de pessoas,
representando quase 13% da população total brasileira. Além disso, nos anos 2000 foi realizada uma
pesquisa para estimar o número populacional que apresentava a doença de Parkinson, chegando em
torno de 200 mil indivíduos, sendo a prevalência maior em idosos entre 60 e 80 anos. Estima-se que
surjam 36 mil novos casos por ano no país (MELO; BARBOSA; CARAMELLI, 2006).
A doença de Parkinson é uma perturbação do sistema motor, que afeta principalmente uma
área do cérebro conhecida como substância negra. É considerada uma afecção neurodegenerativa,
progressiva, caracterizada pela presença de disfunções monoaminérgicas múltiplas, incluindo déficits
dopaminérgicos, colinérgicos, serotoninérgicos e noradrenérgicos (SUCHOWERSKY et al., 2006).
Os quatro principais sintomas são tremor, rigidez de membros e tronco, bradicinesia e
instabilidade postural, prejudicado o equilíbrio e a coordenação (MERELLO, 2008). A intensidade é
variável em cada caso, mas geralmente levam a um grande desconforto ao pacientes podendo levar
a problemas secundários como depressão, distúrbios do sono, cognitivos, respitatórios, de fala,
dificuldade ao urinar, tontura e queda da pressão arterial. Por ser uma doença irreversível, que
acarreta incapacidade severa após 10 a 15 anos, o impacto social e financeiro é elevado,
particularmente na população mais idosa, que comumente ainda desenvolve outras doenças como
hipertensão arterial, diabetes e depressão (MÜLLER, 2012).
O tratamento farmacológico visa aumentar a atividade dopaminérgica central e diminuir a
atividade colinérgica para controlar o quadro clínico. Medicamentos antiparkinsonianos atuam no
sistema nervoso central (SNC) e podem ter interações com outros medicamentos, como antihipertensivos, antidepressivos e até mesmo com outros medicamentos do tratamento da doença de
Parkinson, principalmente em pacientes de estágio avançado da doença, que necessitam de mais de
um medicamento na farmacoterapia, causando efeitos adversos como alucinações, náuseas, vômitos
e diarréia.
Realização
II SIMPÓSIO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
Local: Centro Universitário São Camilo
Data:
24 de maio de 2014
OBJETIVO
Avaliar possíveis complicações das interações medicamentosas encontradas nos prontuários
de pacientes que fazem uso de antiparkinsonianos no Centro de Promoção e Reabilitação em Saúde
e Integração Social - São Camilo, concomitantemente a anti-hipertensivos e antidepressivos.
METODOLOGIA
Foi realizado um levantamento de dados em prontuários de pacientes com doença de
Parkinson assistidos pelo Centro de Promoção e Reabilitação em Saúde e Integração Social - São
Camilo (PROMOVE) entre 2013 e início de 2014. Para melhor compreensão, foi feita revisão
bibliográfica através de livros acadêmicos da biblioteca do Centro Universitário São Camilo – SP, de
artigos científicos publicados em revistas e periódicos nas bases de dados Medline, Pubmed, Lilacs,
Scielo e Biblioteca Virtual de Saúde Bireme.
RESULTADOS
Foram encontrados 17 pacientes com doença de Parkinson e analisados os medicamentos
antiparkinsonianos utilizados e descritos no prontuário. O medicamento mais utilizado é o Prolopa®
(levodopa e benserazida), seguido do pramipexol e biperideno. Outros também são utilizados, porém
em menor número (Gráfico 1).
Gráfico 1 – Comparação quantitativa de uso entre os antiparkinsonianos dos pacientes do PROMOVE
5,88
5,88
17,64
23,52
levodopa+benserazida
pramipexol
88,23
biperideno
amantadina
29,41
levodopa+carbidopa
selegilina
Analisando o quadro clínico dos pacientes, foram observadas outras doenças como
hipertensão arterial sistêmica e depressão, dos quais seus respectivos medicamentos possuem
interações já relatadas com antiparkinsonianos. É comum pacientes em estado avançado da doença
de Parkinson fazer uso de mais de um medicamento para o tratamento. Estes medicamentos, apesar
de intencionalmente utilizados juntos podem ter interações entre si que precisam ser monitoradas
(Gráfico 2).
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II SIMPÓSIO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
Local: Centro Universitário São Camilo
Data:
24 de maio de 2014
Gráfico 2 – Interações medicamentosas frequentes com antiparkinsonianos encontradas nos
prontuários dos pacientes do PROMOVE
17,64
Antihipertensivos
58,82
41,17
Antidepressivos
Outros antiparkinsonianos
Sem interações
5,88
DISCUSSÃO
No Promove São Camilo, foi observado que a faixa etária predominantemente acometida pela
doença está acima dos 65 anos e que a utilização da levodopa no início do tratamento,
principalmente em associação com outros medicamentos pode ou não ajudar na melhora do quadro
do paciente. Segundo Lopes, Tanaka e Nishiyama (2012), a utilização de levodopa inicialmente tem
se dado por possuir alto poder no controle da sintomatologia, além do fato de sua administração em
conjunto com um inibidor da dopa descarboxilase, como a carbidopa e a benserazida, permite
atenuação de efeitos colaterais por ajuste da dose com a associação e aumenta a disponibilidade do
fármaco no SNC.
Com a evolução da doença ocorre o aumento de doses diárias da medicação, tornando o
tratamento cada vez mais trabalhoso. Sendo um dos principais problemas relacionados aos
medicamentos (PRMs) envolvidos no tratamento, a não adesão à terapia medicamentosa, pode
afetar negativamente a evolução clínica. Pacientes com doença de Parkinson tomam em média 5,2
medicamentos em 3,8 doses ao dia (MARCHI et al.,2013). A prevalência de depressão nestes
pacientes é alta, podendo acometer até 68,1%, o que interfere na adesão à terapia, principalmente
por estar diretamente envolvida com a progressão dos sintomas físicos da doença, declínio cognitivo,
diminuição da capacidade de autocuidado e piora na qualidade de vida. Com isso, são comuns as
prescrições de antidepressivos concomitantemente ao uso dos antiparkinsonianos. A utilização
desses medicamentos podem trazer outros PRMs, como interações entre esses medicamentos,
causando, por exemplo, a potencialização dos efeitos colaterais anticolinérgicos da amantadina,
toxicidade no SNC e síndrome serotoninérgica com a selegilina (MANTIDAN, 2013) (NIAR,2013).
Em pacientes idosos, a prevalência de doenças como hipertensão arterial sistêmica (HAS) é
alta. Estudos relatam que a associação de medicamentos anti-hipertensivos e antiparkinsonianos
pode aumentar o índice de quedas entre os pacientes, já que ambos diminuem as funções motoras,
causando fraqueza muscular, fadiga, vertigem ou hipotensão postural. Portanto, é essencial que o
profissional, ao prescrever os medicamentos, estabeleça uma avaliação criteriosa ou mesmo ajuste
de dosagem. A levodopa, por exemplo, possui interação com anti-hipertensivos que podem causar o
aumento da hipotensão postural que já é um efeito adverso de medicamentos anti-hipertensivos
(PROLOPA, 2013).
As associações de medicamentos antiparkinsonianos nas fases mais avançadas da doença
podem causar o aumento da incidência de reações adversas já descritas pelo uso das mesmas. A
associação da levodopa com a benserazida, em conjunto com outros antiparkisonianos, como
amantadina, pode intensificar tanto os efeitos desejados como os efeitos adversos, sendo necessária
uma redução da dose de levodopa ou do outro antiparkinsoniano (PROLOPA, 2013)
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Data:
24 de maio de 2014
CONCLUSÃO
Após análise dos dados apresentados, foram encontradas as interações dos
antiparkinsonianos com antidepressivos e observado que muitas vezes tanto a sintomatologia da
doença quanto os efeitos adversos da terapia podem dificultar a adesão do paciente ao tratamento.
O papel do farmacêutico quanto à atenção farmacêutica em pacientes nessa situação é de extrema
importância para que em conjunto com o médico, avalie o quadro clinico e o tratamento, procurando a
melhor forma para adesão correta do plano terapêutico e bem-estar do paciente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LOPES, Mariana Aparecida; TANAKA, Érica Mayumi. NISHIYAMA, Paula. Reações Adversas
Causadas Por Antiparkinsonianos. Interfaces Científicas - Saúde e Ambiente. Aracaju, v. 1, n. 1, p.
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Paulo:
Eurofarma,
2013.
Bula
de
medicamento.
Disponível
em:
<http://www.saudedireta.com.br/catinc/drugs/bulas/mantidan.pdf>. Acesso em: 28 mar. 2014.
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atendidos em ambulatório especializado. Ciência & Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v. 18, n. 3, p.
855-862, mar. 2013.
MELO, Luciano Magalhães; BARBOSA, Egberto Reis; CARAMELLI, Paulo. Declínio Cognitivo e
Demência Associados à Doença de Parkinson: Características Clínicas e Tratamento. Revista de
Psiquiatria Clínica, São Paulo, v. 34, n. 4, p. 176-183, 2007.
MERELLO, Marcelo. Trastornos no motores en la enfermedad de Parkinson. 2008. 10 f. Tese
(Doutorado) - Curso de Neurociencia, Departamento de Neurociencias. Sección de Movimientos
Anormales. Instituto de Investigaciones Neurológicas Raúl Carrea, Buenos Aires (Argentina), 2008.
MÜLLER, Thomas. Drug therapy in patients with Parkinson’s disease. Berlin, Germany:
Department Of Neurology, St. Joseph Hospital Berlin-Weissensee, 2012.
Niar®: cloridrato de selegilina. Farm. Resp.: Ana Paula Antunes Azevedo - CRF- RJ nº 6572. Rio de
Janeiro: Abbott Laboratórios do Brasil Ltda, 2013. Bula de Medicamento. Disponível em:
<https://www.abbottbrasil.com.br/abbott/upload/bulario/1375121004bu01_niar_bula_profissional.pdf?
PHPSESSID=3gu2j874lc2bojjpij0gf81mr0>. Acesso em: 28 mar. 2014.
Prolopa®: levodopa + cloridrato de benserazida, Farm. Resp.: Guilherme N. Ferreira - CRF- RJ nº
4288. Rio de Janeiro: Roche Químicos e Farmacêuticos S.A., 2013. Bula de Medicamento. Disponível
em:<http://www.dialogoroche.com.br/content/dam/dialogo/pt_br/Bulas/P/Prolopa/Bula-ProlopaProfissional.pdf>. Acesso em: 28 mar. 2014.
SUCHOWERSKY, O. et al. Practice Parameter: Diagnosis and prognosis of new onset
Parkinson disease (an evidence-based review): Report of the Quality Standards Subcommittee of
the American Academy of Neurology. Kansas (EUA): American Academy Of Neurology, 2006.
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