A FILOSOFIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA Sebastião Rodrigues Gonçalves1 RESUMO: Este trabalho é um estudo sobre o ensino da filosofia na educação básica. Tem como objetivo Analisar a história da educação brasileira em relação com a história geral da educação e as dificuldades encontradas para a inclusão do ensino da filosofia como componente básico da formação humana diante das políticas educacionais do nosso país. Nesta investigação percebe-se que o conhecimento filosófico, praticamente nunca teve espaço na estrutura formal da educação brasileira. Assim, o ensino da Filosofia aparece como um tabu, até mesmo entre os educadores que defendem a visão corporativa e muitas vezes apegada à defesa de um conhecimento instrumenta apenas para emprego para atender as necessidades do desenvolvimento econômico. Observa-se também, que, mesmo na academia, nos cursos de filosofia há um segmento significativo de docentes que atuam nas graduações de filosofias, mas que tem posição contrária à inserção da filosofia na formação básica, por entende a filosofia apenas para alguns seres especiais, ou como forma de agir de acordo com as condições do raciocínio, e, portanto, privilégio de poucos. Esse segmento está ligado àqueles que defendem somente o bacharelado como formação acadêmica. Essa linha de racionalidade tem uma raiz histórica na filosofia, de forma sistematizada ela começa com Aristóteles, em “A Política”, quando se naturaliza as desigualdades sociais e associa-se uma inferioridade das capacidades intelectuais aos escravos. Na sociedade contemporânea essa concepção de inferioridades se expressa nos preconceitos dos sujeitos membro da classe do proletariado. Na maioria das academias esses fundamentos são reforçados, separando de forma abrupta o trabalho intelectual do manual. Por outro lado nas escolas de formação básica a visão corporativa de grande parte dos educadores também corroborou para evitar que a filosofia se transformasse em obrigatoriedade no ensino. Mas, no ano de 2006 retomaram-se os debates sobre inserção da disciplina de filosofia como componente obrigatório na grade curricular da educação básica do Estado do Paraná e no Ano de 2008 se tornou obrigatório no Brasil, mesmo se curso de filosofia na maioria dos estados brasileiros, portanto, mais uma realidade a ser enfrentada. Palavras-chaves: Políticas Educacionais; Ensino da Filosofia e Formação Humana. 1 Professor de Filosofia UNIOESTE – Foz do Iguaçu-PR. [email protected] Introdução Este trabalho tem como finalidade analisar as dificuldades encontradas para a inclusão da filosofia como componente básico da formação humana diante das políticas educacionais brasileira. Trata-se de um estudo sobre os fundamentos teóricos que orientam as teorias do conhecimento escolar diante do modo de produção vigente, analisando o Brasil na condição de capitalismo periférico e o atual estágio da organização do capitalismo mundial. Na mesma linha de investigação analisa-se a divisão social do trabalho, a divisão técnica do conhecimento científico e a lógica que subordina os fundamentos teóricos do conhecimento científico e filosófico às necessidades do desenvolvimento econômico, diante do imperativo do capital globalizado. Diante das circunstâncias econômicas as políticas educacionais enfrentam as contradições das correntes filosóficas que orientam as ações da gestão pública no que diz respeito à organização do sistema escolar para socialização do conhecimento historicamente produzido e sistematizado pelos nossos antepassados. Neste sentido nunca houve neutralidade entre os educadores e não aparece uma concepção de educação com horizonte histórico para emancipação humana. As opções políticas econômicas sempre orientam as ações educacionais no que diz respeito à concepção de educação e o resultado dessa educação tem sido uma formação limitada e fragmentada, que não contribui para formação humana numa perspectiva histórica da superação das injustiças, das desigualdades sociais que se apresentam como reflexo do próprio sistema de produção. A expectativa do desenvolvimento, de elevar o país à condição de capitalismo de ponta vem subordinando as políticas educacionais e orientando os fundamentos de currículos numa visão pragmática de conteúdo e de ensino formando assim uma concepção de educação, de ser humano e reforçando o modelo de sociedade vigente. Assim, as políticas educacionais têm se limitado a formação de recursos humanos para as empresas nacionais, multinacionais e transnacionais. Sendo a educação orientada pelas necessidades da produção, no contexto da divisão internacional do trabalho o Brasil sempre orientou as políticas de educação de acordo com a função que desempenha diante da economia mundial. Essas são as razões que a filosofia não tem sido considerada necessária para a formação humana. A verdadeira divisão social do trabalho, seguindo a racionalidade do pensamento de Marx, está entre o trabalho intelectual e o manual, com predomínio do primeiro sobre o segundo. Mas, o trabalhador intelectual também é preparado para orientar suas ações sobre égide da lógica ideologia dominante, assim ele é formado para preservar o modelo e não provocar rupturas com a ordem social vigente. Essa é uma das razões que se encontra dificuldade para a defesa de uma educação essencialmente humana, porque a história é filha dos conflitos sociais e sem essa concepção a educação se limita apenas a operações imediatas. Diante dessa realidade a inclusão da filosofia enfrentou vários problemas e inimigos históricos para ser inserida como componente básico da formação escolar. Kohan identifica vários inimigos da filosofia na formação básica. Entre eles estão os professores de outras disciplinas que tem uma visão corporativa e os como docentes de várias instituições de graduação de filosofia que atuam inimigos internos. Esses são os inimigos mais vorazes por que são ocultos e estão embasados na concepção elitista da formação filosófica, que elevam o pensamento humano por nível e se fundamentam nos argumentos da hierarquia natural entre sujeitos especiais e comuns, refutando qualquer fundamentação de ordem histórica, social, política e econômica. Estes, além de se apresentarem como inimigos ocultos atuam como aliados da ordem social vigente na mediada em que negam qualquer ligação da formação intelectual com a ideologia do pensamento econômico dominante. Mesmo, diante dos fundamentos explicitamente vinculados à ideologia dominante, contraditoriamente se nega qualquer vinculação, como se a filosofia fosse abstraída de uma órbita puramente metafísica ou do espaço etéreo sideral. Finalizando este trabalho analisam-se as circunstâncias em que foi inserida a filosofia no ensino médio, os intelectuais contrários e favoráveis, bem como a disputa interna entre os educadores. As políticas educacionais do Paraná de 2006 que inseriu a filosofia como disciplina curricular e uma análise sobre as possíveis mudanças substanciais na educação, bem como as disputas de caráter corporativos na defesa de cada disciplina. E por último as contradições e disputas no interior da categoria dos próprios educadores resultado da visão corporativa e puramente instrumental. Problematizando nas considerações finais as contradições dos interesses corporativos, políticos para a nova organização curricular das escolas de ensino médio e as carências de docência nessa área do conhecimento. Fundamentos da Filosofia na Educação Brasileira Analisando a história da educação brasileira percebe-se que o conhecimento filosófico, praticamente nunca teve espaço na estrutura formal do ensino. Observa-se também, que segundo a legislação, a filosofia não é considerada conhecimento essencial para a formação humana. Isto porque a educação sempre foi tratada pela legislação como alavanca para o desenvolvimento econômico e não como essência do conhecimento para a formação do ser humano nas relações sociais e com a natureza. Assim, os fundamentos teóricos que orientam a organização do sistema educacional e a teoria do conhecimento para a formação básica sempre permanecem ligados às circunstâncias econômicas e nessas condições, a educação tem como objetivo transformar o ser humano em meios – instrumentos, recursos - para atender as necessidades do mercado e não um fim em si mesmo para a realização de suas dimensões psicológicas, sociológicas e filosóficas. Assim em cada momento de grandes transformações econômicas a educação cumpre tarefas essenciais no processo do desenvolvimento produtivo. Isso foi o que aconteceu com a primeira reforma do ensino na década de setenta do século XX, com a chamada “Reforma do Ensino” que reorientou todo o sistema educacional apenas para uma educação tecnicista e com fundamentos liberais, com base na ideologia do progresso individual. Essa Reforma tinha como finalidade atualizar o ensino de acordo com as necessidades e exigências do “progresso científico”. Assim argumentava Maria de Fátima Gonçalves Castelo. “Uma atualização constante é exigida de todos que queiram progredir, e a função da escola não pode ser mais a de transmitir conhecimento que envelhecerão a curto prazo” (p 1). Nessa visão fica patente a concepção de uma educação a serviço da ordem econômica que estava posta naquele momento. De acordo com as regras normativas das leis de mercado, os projetos de educação estão sempre fora da razão humana, porque busca atingir maior produtividade e maior lucratividade indiretamente através de um sistema de ensino. Assim a educação está sempre subordinada ao planejamento econômico. Nessas condições inverte-se a lógica e os sujeitos se tornam instrumentos do capital para aumentar os lucros com maior eficiência da produção através de uma educação puramente técnica. Diante dessa situação houve várias correntes epistemológicas na defesa de modalidades e concepções de educação e ensino. Entre elas, estavam: correntes que defendiam o progresso e o desenvolvimento econômico para uma economia de mercado com uma visão de educação puramente instrumental, para formação de recursos humanos e assim atender as necessidades dos representantes do capital, como defendia Castelo. Além disso, a situação brasileira exigia rápida modificação do ensino, sob pena de grandes desequilíbrios no mercado de trabalho e, conseqüentemente, em toda a economia nacional. O velho “complexo do doutor”, ainda muito vivo em certas regiões brasileiras, levou-nos a negligenciar a formação de técnicos artesanais e de nível mais especializado, fato que nossa indústria, agora em florescimento, se vem ressentindo bastante. Nas funções em que se exige formação especializada, é grande a dificuldade dos empregadores para encontrar funcionários capazes de preencher o cargo. Também um problema social surge sempre que um jovem, tendo completado o curso colegial, se vê incapaz de penetrar na Universidade, onde o escasso número de vagas obriga a seleção rigorosa que cria barreiras intransponíveis para aqueles que não tenham conhecimentos acima de seu nível de estudo, o que corresponde, muitas vezes, a uma sumária seleção econômica, uma vez que são, quase exclusivamente, os jovens de elevado poder aquisitivo que podem freqüentar cursos preparatórios, pagar professores particulares ou ingressar em universidades privadas. Assim, com o diploma do curso colegial e sem nenhuma especialização, ou com o ginásio completo, mas sem nenhuma capacidade especifica, o jovem tem grandes dificuldades para conseguir emprego. A concorrência desse fato é antieconômico para o próprio Estado, que depois de despender recursos para formar o indivíduo, não tem condições de beneficiar-se do seu trabalho. Toda essa situação, que ainda perdura, embora levemente atenuada, foi um dos motivos importante da Reforma (p 2) Com essa concepção o educando aprende apenas o necessário para um emprego básico e dificilmente terá na educação uma perspectiva histórica de superação das desigualdades sociais. Não há, e não poder haver, nos fundamentos da educação em favor do desenvolvimento econômico a concepção de “emancipação humana”. Isto por que o modelo educacional que está subordinado à ordem econômica precisa de uma educação que sustente ideologicamente o modelo econômico vigente e acima de tudo com legitimidade. Assim os intelectuais que defendem esse modelo econômico encontram argumentos que naturaliza as diferenças sociais. Diante dos argumentos acima exposto está explícita a relação de subordinação da educação ao desenvolvimento do capitalismo. Esses argumentos ilustram também a preocupação com a economia do Estado, embora não aparecendo em nem um momento da obra o fato histórico das reformas como uma política da Ditadura Militar resultado do acordo MEC – USAID que direcionou a educação à lógica da economia mundial e a divisão internacional. A primeira legislação, ainda no insipiente capitalismo brasileiro tinha como objetivo universalizar o acesso aos primeiros anos de ensino, após as mudanças nas relações de produção. Embora tendo também fundamentos liberais, porque tirava o ensino da responsabilidade da igreja e o Estado seria o responsável pelos primeiros anos da educação. Mas, nos argumentos de Castelo, essa educação não dava retorno econômico para o Estado. Além de a educação estar focada apenas nos primeiros anos do ensino, pode-se considerar que era um modelo puramente urbano porque não havia acesso à educação para os trabalhadores do interior. Prova disso é o alto índice de analfabetismo que ainda existe hoje no Brasil. Portanto, a defesa da universalização era somente uma bandeira liberal e a educação só chegava onde havia probabilidade de retorna imediato para o desenvolvimento econômico. Enquanto a produção brasileira estava baseada na economia agroexportadora não havia necessidade de educação para todos. Com a crise da economia de exportação e com o surgimento do capitalismo industrial houve a necessidade da defesa de uma educação mínima para a população brasileira, para o desenvolvimento da indústria para formação de mão-de-obra e acompanhando o desenvolvimento industrial vem o crescimento urbano e por isso a educação também teve essa característica puramente urbana no insipiente capitalismo precisava brasileiro que precisava de recursos além dos “recursos humanos” para o funcionamento das indústrias primárias, precisava também de uma massa de consumidores atraídos pelo desenvolvimento. Mas, nas décadas de setenta e oitenta com os militares no comando do Estado e o Brasil ocupando lugar de capitalismo periférico, na concepção desenvolvimentista a educação deveria ser a alavanca do progresso. Por isso uma concepção tecnicista de educação pública para os trabalhadores que se limitou formação de recursos humanos para as empresas que se instalavam no Brasil para explorar tanto os recursos naturais como a força de trabalho em abundância que existe no País. Além do mais, os militares, orientado pelo pragmatismo norte americano entendiam que o Estado deveria ser o sustentáculo para o desenvolvimento do capitalismo. O mito, a Ciência e a Ideologia Com uma economia puramente agrícola a educação estava fundamentada apenas nos valores da moral e da religião e o Estado estava praticamente ausente do compromisso com a educação. A tradição moral religiosa, no caso da cultura brasileira, sempre ditou as regras e estabeleceu as formas de educação que negou os fundamentos do conhecimento científico e a filosofia estava somente baseada no compromisso moral com os valores religioso e com a virtude. Assim, a educação brasileira ficou subordinada apenas aos padrões da moral e se produziu uma cultura que subordinou o conhecimento aos princípios da religiosidade, praticamente negando a necessidade do progresso da ciência fundando-se no comportamento individual da ética cristã como princípios para orientação vida. Dessa forma a educação manteve-se fundada em princípios mitológicos até a chegada do capitalismo que trouxe consigo a filosofia positivista como fundamentos da ciência. A superação da visão mitológica para o desenvolvimento da ciência só foi possível com a introdução da ideologia do progresso da vida material. Assim, o ser religioso tornou-se profano por muito tempo até a superação dessa nova ordem onde a ideologia dominante se transformou novamente em uma nova crença. Neste sentido, sempre houve dificuldades para o avanço da racionalidade filosófica e científica. Portanto, o sistema educacional desde a década de 1960, mesmo diante da industrialização e o fim da economia agroexportadora, contraditoriamente, não abandonou os princípios da educação para formação de valores morais, porque a superação da moral religiosa foi suplantada pela introdução de uma moral burguesa. Assim a mitologia serviu de alavanca para uma nova ideologia da sociedade industrial. Neste sentido a formação continuou condicionada a visão mitológica e ao mundo de ficção da tradição religiosa se adaptou ao novo modelo econômico e a religião também segue a lógica da sociedade de mercado. Por isso impossibilidade da reflexão filosófica e científica para a autonomia intelectual do educando diante de uma ordem econômica que conseguiu hegemonia na consciência da população em geral e até dos educadores. Segundo Ruiz a filosofia se contrapõe aos pensamentos mitológicos em todos os tempos. O mito é o atraso, a filosofia traz o progresso; o mito é a escuridão a filosofia mostra a luz; o mito é a ignorância, a filosofia mostra o saber; o mito é o imobilismo, a filosofia possibilita o avanço histórico; o mito é a imaginação, a filosofia propicia a racionalidade; o mito é a simbologia a filosofia possibilita argumentações (2002 p 60). Uma educação para superar a visão mitológica, com base na filosofia se funda numa concepção que possibilite o educando perceber a ideologia dominante da alienação do capital sobre o trabalho. Assim uma nova forma de organização social, política e econômica também estabelecem na educação um ordenamento jurídico e que continua subordinando o conhecimento científico e a educação às necessidades da economia. Sem abandonar a visão mitológica, neste caso o novo mito que se produz na consciência popular passa se o capital. O capital se apresenta para o trabalhador como o céu se apresenta ao religioso. Assim como o religioso orienta sua vida nas regras de uma disciplina que possibilite chegar ao céu depois da morte, da mesma forma a ideologia burguesa orienta as pessoas para uma atividade prática que para sonhar a vida toda em ter acesso ao capital. No caso atual está presente o mito da liberdade e da igualdade social. Neste caso é mais importante manter o mito que visualizar a utopia. O mito deixa as pessoas passivas e conformadas, enquanto a utopia deixa inquieta e as colocam em atividade e movimentos. Diante do atual modelo econômico a mitologia se transformou em ideologia e quem precisa do trabalho para viver é preparado apenas para as operações manuais e não para a reflexão. Assim a ideologia dominante apresenta a estrutura como uma máquina que necessidade de operadores e em cada instância uma função determinada que conduza o pensamento humano para uma formação limitada. Assim a educação sempre teve relação intrínseca com o modo de produção da vida material e com as formas de organização política e o modelo econômico. A história mostra uma relação dialética e contraditória, com limites e possibilidades e ao mesmo tempo numa relação de subordinação e in-subordinação com os modelos econômicos políticos. Como todos os modelos econômicos, o sistema capitalista de produção também tenta tirar proveito da educação, visando preparar o ser humano para manter o sistema produtivo. A educação no sentido pleno tem como foco principal a formação do ser humano para relacionar-se entre si e com a natureza. Para tal finalidade seria necessário que a educação possibilitasse ao educando conhecer as formas de produção material de sua própria existência. Em sua obra “Ética à Nicômaco” Aristóteles mostra que no sistema de escravidão a educação era também planejada pela política. Em outra obra “Política” ele defende que o Estado educa os cidadãos para tirar proveito, porque individuo bem educado não é preciso o Estado gastar com polícia e punição. Ninguém duvidará de que o seu estudo pertença à arte mais prestigiosa e que mais verdadeiramente se pode chamar a arte mestra. Ora, a política mostra ser dessa natureza, pois é ela que determina quais as ciências devem ser estudada num Estado, quais são as que cada cidadão deve aprender e até que ponto; e vemos que até as faculdades tidas em maior apreço, como a estratégia, a economia e a retórica, estão sujeitas a elas (1991 p 9). Por que Aristóteles pensava dessa forma? É simples entender. Por ser aristocrata e escravocrata. Portanto, a ciência política considerada por ele com a mestra de todas as ciências não estava acessível aos escravos, porque estes eram homens de segunda categoria, próximo dos animais. Por isso somente quem está no comando do Estado teria o poder para determinar e direcionar o ensino de acordo com os interesses da política. Na atualidade acrescentam-se também os interesses econômicos. Diante dessas contradições o que se apresenta como necessário para o educando contemporâneo é a possibilidade de se adquirir a capacidade de planejamento da vida material, de acordo com as condições reais dadas e as circunstâncias históricas apresentadas. A história da filosofia e da educação mostra que nas sociedades antigas não havia a preocupação com uma formação voltada à produção econômica, porque a maioria dos jovens seguia a profissão de seus pais assim como Sócrates que Segundo Hegel: “Teria seguido, durante algum tempo a profissão paterna e é provável que teria recebido a formação dos jovens atenienses de seu tempo, aprendendo música, ginástica e gramática” (1978 p XV). Sabe-se que Sócrates viveu no apogeu da civilização e democracia grega, momento este em que a política, a cultura, a estética estavam centrada na essência da plenitude da vida. O apogeu da democracia grega vem depois da guerra vitoriosa contra os persas, momento de profunda reflexão sobre a necessidade da organização das cidades-estado para a unificação da população através de uma unidade política e cultural. Esse momento histórico da Grécia tem um profundo significado para Civilização Ocidental, porque, embora o sistema de produção fosse com base no regime escravocrata, os pensadores gregos não ignoravam a existência do trabalho escravo para teorizar sobre o Estado. Neste sentido aparecia a contradição entre aquele como Aristóteles que tratavam os escravos como seres inferiores e outros pensadores como os atomistas que viam a possibilidade da democracia diante da condição de igualdade, mesmo nos fundamentos da natureza. Essa é uma das razões que fundamenta a tese que a história é filha dos conflitos sociais. Por isso observa-se que o tratamento dos gregos aos escravos diferencia-se do Império Romano, por exemplo. Embora reconhecendo a necessidade da subordinação do escravo nas relações com os homens livres, a cultura grega se expressava no respeito ao subordinado pelo fato de ser o escravo que lhe possibilitava a vida no ócio e para realização das atividades enquanto cidadão. Fato esse que não ocorreu no Império Romano pelas instabilidades sociais e as constantes guerras que ocorriam nas disputas territoriais. Assim segundo Hegel: As obras-de-arte, carregadas pelos romanos de toda a parte da Grécia, não eram suas criações próprias; a riqueza não era fruto de seu trabalho, como em Atenas, mas o roubo. Os Romanos não conheciam a elegância, a cultura; esperavam adquiri-las dos gregos. Delos foi o centro do tráfico de escravos, e diz-se que em apenas um dia foram comprados dez mil deles. Os escravos gregos eram os poetas, os escritores dos romanos, os supervisores de suas manufaturas e os educadores de seus filhos (HEGEL, 1995, p. 265). O que estava em jogo no Império Romano era a garantia do poder político através da posse das terras. Por isso o Direito surgiu como fundamento principal na organização da sociedade romana e na formação humana legitimando a propriedade privada da terra como direito natural. Embora depositando a confiança nos escravos oriundo da Grécia até para a educação de seus filhos, isso não significava que o escravo teria participação nas decisões políticas do Estado. A confiança, apenas indicava que não se temia a influencia dos escravos sobre os demais membros da sociedade através da cultura e educação, de tal forma que pudesse alterar a lógica do poder. Mas havia diferença significativa entre a cultura grega e a romana. Segundo Hegel, para os Gregos, o “espanto provocado pela natureza” na origem do desenvolvimento da racionalidade, “foi transformado em algo divino, numa livre concepção e numa figura espiritual da fantasia, e que o espírito grego não se acomodou ao medo anterior, mas transformou a relação com a natureza numa relação de liberdade e alegria” (p. 248). Esse foi o primeiro passo para o desenvolvimento da racionalidade lógica e para saída do mito. Enquanto os romanos, “ao contrário, mantiveram-se numa interioridade emudecida e apática; com isso a exterioridade era um objeto, algo diferente, um segredo” (p 248). Aqui reside a diferença entre o desenvolvimento da racionalidade grega e da romana sendo essas duas culturas que em síntese representam e orientam o desenvolvimento da razão ocidental. Tudo indica, que segundo Hegel a racionalidade grega, no seu relacionamento com a natureza possibilitou o desenvolvimento da filosofia, enquanto os romanos continuaram presos aos mitos que sustentava o poder político, dessa apatia que provocou a dependência com o mundo externo surgiu uma nova religião romana com a “palavra religio (lig-are)”. Essa visão de mundo se expressava na forma de organização do Estado e por isso, na Sociedade Romana a educação estava mais focada na formação da virtude, sem a preocupação com o entendimento sobre a lógica da natureza. Também não interessava uma educação no sentido pleno para a plebe (povo), e a educação confiada ao escravo era apenas a iniciação da criança para ter acesso às letras, os números e as artes. Outro fator que influenciou na formação da cultura romana está relacionado à tradição histórica das disputas territoriais que exigia a formação de exércitos fortes para garantir a estabilidade do poder. Normalmente esses exércitos eram formados por mercenários apátridas, portanto, sem compromisso com a unidade da nação. Nessas condições a educação nunca foi prioridade diante das políticas de Estado, conforme acontecia na cidade grega de Atenas. Neste sentido a educação para os guerreiros da Plebe, na sociedade romana estava focada na formação das habilidades para enfrentar os inimigos, mas continha um caráter jurídico, moral e religioso de acordo com os fundamentos de Hegel. O jurídico para fundamentar o direito à propriedade da terra que estava sobre o controle dos Patrícios e o religioso condicionava a razão a si mesmo mantendo o estado de ignorância sobre o universo. No estado de ignorância os indivíduos estão aprisionados ao mundo da ficção e neste sentido, a inserção da filosofia no Ensino Médio indica uma nova concepção da teoria do conhecimento e ao mesmo tempo a defesa da democratização do ensino. Ao analisar os fundamentos que orientam a filosofia como disciplina obrigatória faz-se necessário pesquisar também a teoria do conhecimento dos conteúdos que se pretende inserir como componentes básicos e principais da disciplina, quais os fundamentos da ciência estão contidos nesses debates teóricos e o relacionamento com outras áreas do conhecimento. Neste sentido pode-se tomar a reflexão filosófica como um momento histórico da sociedade brasileira para o desenvolvimento da ciência no processo da relação com a consciência diante do estado de ignorância, mas ao mesmo tempo imbuído das necessidades de superá-la Filosofia, Ciência e Consciência . A necessidade da superação da ignorância está intimamente ligada às condições da vida material humana do instinto natural da sobrevivência, nas relações sociais e na forma de organização política. Neste sentido a ciência e consciência estão intimamente ligadas de acordo com as condições históricas e as circunstâncias, com que se produz a vida. Assim, o conhecimento não se apresenta de forma voluntária e espontânea. Ele se apresenta sempre diante de um problema, uma necessidade como um imperativo das condições naturais e como conseqüência se multiplica em outras formas de necessidades reproduzidas nas relações econômicas, políticas e sociais. Há, pois, primeiro uma necessidade de conhecer para viver, e dela se desenvolve esse outro que poderíamos chamar de conhecimento do luxo ou de excesso, que pode por sua vez chegar a construir uma nova necessidade. A curiosidade, o chamado desejo inato de conhecer, só acorda com, e age depois que está satisfeita a necessidade de conhecer para viver (...). O conhecimento está ao serviço da necessidade de viver, e primeiramente ao serviço do instinto de conservação pessoal. E esta necessidade e este instinto criador no homem os órgãos do conhecimento, dando para eles o alcance que tem (UNAMUNO, apud ROIZ, p 63). A produção da existência humana pode ser considerada uma obra de arte fruto do trabalho humano. No curso da história o próprio ser humano construiu sua existência com seu próprio trabalho; mas, esta construção é uma obra de arte que se relaciona de forma dialética pelo fato de estar em constante construção. Dito de outra forma pode-se considerar que o ser humano é a obra mais perfeita resultado do seu próprio trabalho, mas ao mesmo tempo um ser inacabado porque está em constante construção e aperfeiçoamento. Esse processo acontece numa relação dialética entre o trabalho e a educação. Ao mesmo tempo em que se constrói conhecimento com objetivo da manutenção da existência nessa relação suscita outras necessidades e outras possibilidades como parte do aperfeiçoamento constante da racionalidade humana. Diante dessas circunstancias históricas imposta pelas transformações econômicas e sociais que vem ocorrendo mudanças no sistema de educação e ensino. Devido a essas mudanças no ano de 2000 foram realizados alguns encontros de caráter nacional, em especial um no Estado do Rio Grande do Sul para debater o tema sobre “Ensino da Filosofia”. Desses encontros saiu duas grandes obras que trata sobre o tema o qual se recorreu durante esta investigação. Num desses encontros se debateu sobre a origem da filosofia até o momento atual. Segundo Castor Ruiz: O ensino da filosofia nasce, tradicionalmente, do conflito histórico entre a razão e o mito. Definido o conflito, coube à filosofia introduzir a racionalidade como meio de desconstruir a visão mítica do mundo. Nesta perspectiva, o mito é considerado uma fase atrasada da evolução da humanidade e a filosofia responde pelo avanço evolutivo da racionalidade. O mito fica associado à ignorância científica ou a falta de conhecimento sobre a natureza real das coisas, enquanto a razão é a única que descobre a verdade (lógica) da natureza. Em tal disjuntiva a filosofia fica ao lado da razão e contra o mito. Ser filósofo (ou cientista) equivale a (re)negar qualquer forma simbólica ou dimensão mítica para dar a luz a verdade (abstrata) do logos. Desenhado o dualismo, quem quiser manter uma filia com Sofia terá de sepultar o mithos para descobrir o logos que (dizem) se oculta na verdade lógica da realidade (2002 p 59). Diante dessas condições a concepção de educação presente não está fundamentada nos problemas da sociedade, mas sim dos fatos sociais individuais, dos interesses próprios sem uma relação com a totalidade fatos e das ralações sociais. Assim, a defesa da filosofia como disciplina obrigatória se restringiu num primeiro momento a um pequeno grupo de professores da área, que também se deixavam transparecer como porta-voz de uma visão corporativa de interesses particulares. Entre as dificuldades encontradas havia inclusive docente nos cursos de graduação que se posicionavam contra o ensino da filosofia na educação básica como afirma Kohan: ...há no interior do movimento dos professores de filosofia um adversário talvez mais difícil, certamente não menos importante. Mais difícil porque não é tão visível quanto um oponente interno, e não menos importante porque podem faltar muitas coisas ao ensino da filosofia. É da relação que temos com a própria filosofia, nós professores de filosofia (2002, p 38-39). Diante da defesa do ensino da filosofia na educação básica, se constatou que há um número significativo de professores nos cursos de graduação que se transformaram em inimigos ocultos do ensino da filosofia fora da academia. Esses docentes estão fundamentados na concepção elitista da filosofia, que está aquém do pensamento moderno liberal. Essa linha de pensamente defende uma visão que a filosofia não é para todos, apenas para alguns especiais que se mantém numa redoma da divina academia sem uma relação orgânica com a sociedade e o mundo real da produção material. Mas o capitalismo mundial está exigindo novas formas de conhecimento associado também à formação ideológica da força de trabalho. Por isso, vem a defesa da superação de conhecimento puramente técnico com base numa comunicação universal. Assim, justifica-se a inclusão da filosofia para atender as demandas do capital com uma classe operária intelectualizada, que incorpore a defesa da democracia-liberal-burguesa. Portanto, pode-se entender a inclusão do ensino da filosofia na formação básica uma nova etapa da organização do capitalismo que orienta as políticas educacionais na perspectiva não apenas da formação da mão-de-obra, mas também como novas perspectivas da formação do pensamento humano, não mais baseado no mito, mas fundamentado no etos da sociedade burguesa. Se todos os conhecimentos são impulsionados por uma necessidade, qual a razão da defesa da filosofia como disciplina obrigatória no Ensino Médio neste momento da história da educação brasileira em especial no Estado do Paraná? Analisando os documentos oficiais e as defesas contrárias a inserção da filosofia e sociologia2 encontra-se também várias teses favoráveis a inserção dessas disciplinas como complementação à formação humana. A defesa da filosofia como disciplina obrigatória nas escolas reflete os desejos de mudanças na sociedade e por isso espera-se que a educação seja o ponto de referência para essas transformações. Na realidade a sociedade cobra das escolas aquilo que se almeja no ser humano enquanto valores morais, mas que não se encontra no comportamento individual do cidadão comum, ou até mesmo naqueles que têm posição destaque na vida pública. Segundo Waksman, professora da Universidade de Buenos Aires, “a sociedade pede à escola o que não tem: que a corrupção, a desonestidade, o abuso, uma carência de formação. Uma falta de ética é o que se reconhece, falta como transgressão e falta como carência. A ilusão é que a escola reponha aquilo que a sociedade carece” (2002 p 17). Mesmo com essas considerações pode-se observar que em parte dos educadores responsáveis pela educação básica não há uma defesa inconteste para inserção dessa disciplina como componente obrigatório da grade curricular no Ensino Médio. Isto porque os próprios educadores são formados para refletir apenas no âmbito de sua especificidade, suas particularidades; e, neste sentido suas disciplinas são mais importante que as demais. 2 A filosofia é o objeto específico desta pesquisa, embora o documento em questão, deliberação de reunião ordinária do Estadual de Educação relacione a inserção da filosofia e sociologia no ensino médio. Neste sentido é importante analisar o teor das propostas e os fundamentos nelas contidos, a favor ou contrária as propostas de inclusão da disciplina e os interesses específicos de seus porta-vozes. O artigo 36 da LDB aponta a necessidade do “domínio da Filosofia e Sociologia”, no entanto não instituiu obrigatoriedade da disciplina aos estabelecimentos de ensino para instituição das mesmas como uma área do conhecimento necessária à formação humana. Dessa forma, a interpretação da lei induziu, por muito tempo, que outros professores teriam domínio da Filosofia e Sociologia e que poderia ser ensinado como temas transversais. No entanto, essa disputa chegou ao congresso nacional através do projeto de Lei n 3.178/97, sento vetado no ano de 2001, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo o Conselho Estadual de Educação: “Os argumentos que sustentaram o veto foram basicamente dois: a) inclusão das disciplinas de Filosofia e Sociologia implicariam incremento orçamentário impossível de ser arcado pelos estados e municípios; b) não haveria suficientes professores formados para fazer frente às novas exigências da obrigatoriedade da disciplina” (Deliberação do Conselho Estadual de Educação em 10 de novembro de 2006). Art. 4º Para o exercício da docência da Filosofia, exigir-se-á em ordem de prioridade: I Licenciatura em Filosofia; II Bacharelado em Filosofia, com Licenciatura Plena em outra disciplina; III Licenciatura com Pós-Graduação em Filosofia; IV Licenciatura em Ciências Sociais ou Sociologia; V Licenciatura em História; VI Licenciatura em Pedagogia. Observando essas lacunas o Conselho Estadual de Educação do Estado do Paraná aprovou em dez de novembro de 2006 na CÂMARA DE LEGISLAÇÃO E NORMAS: As normas complementares às Diretrizes Curriculares Nacionais para a inclusão obrigatória das disciplinas de Filosofia e Sociologia na Matriz Curricular do Ensino Médio nas instituições do Sistema de Ensino do Paraná. Entre os argumentos que fundamentam e justificam a necessidade de acrescentar a Filosofia como disciplina obrigatória no Ensino Médio observa-se o histórico da legislação brasileira que regulamentou o sistema de ensino desde a primeira que foi promulgada em 1961 até o presente momento incluindo a diretrizes curriculares nacionais. Como sabemos, o artigo 36 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96), determina que ao final do ensino médio, todo estudante deverá “dominar os conhecimentos de filosofia e de sociologia necessários ao exercício da cidadania”. Este foi um avanço significativo para a presença da Filosofia nesse nível de ensino, uma vez que em 1961 (com a Lei nº 4.024/61), a filosofia deixa de ser obrigatória e, a partir de 1971 (com a Lei nº 5.692/71), época do regime militar, ela praticamente desaparece das escolas (extraído do sitio da SEED em 30 de setembro de 2007). Pelo que se percebe a Legislação Brasileira nunca tratou a educação de acordo com os princípios da universalidade do conhecimento científico. Enquanto a base da economia era a agricultura, a educação estava voltada para a elite econômica agroexportadora e por isso não precisava uma legislação específica para regulamentar o sistema educacional, porque, a mesma elite que dominava o país economicamente estava também com o poder político. Dessa forma, a classe dominante que detinha o poder político e econômico determinava também os conteúdos da educação no Brasil. Para acrescentar os conhecimentos necessários à manutenção das relações de poder, seus descendentes acrescentavam os estudos na Europa. Considerações Finais A concepção de educação não é ato isolado das relações de produção. Também não pode ser considerada como modelos autóctones sem as devidas considerações históricas e no relacionamento com outros países do mundo. No entanto, a sociedade moderna com a formação dos estados nacionais reforça uma concepção patriótica ou nacionalista de educação. Neste sentido há uma nítida contradição entre o capitalismo mundial que se instala nos territórios nacionais e de forma esotérica exige das políticas nacionais modelos de educação para atender as demandas da economia. Diante dos inúmeros fatos sociais e das várias concepções filosófica da educação que se apresentam não é possível aprofundar as diferenças entre: o que seria uma verdadeira educação para formação humana e uma educação pragmática de resultado para contribuir com o desenvolvimento econômico. Essas contradições ainda estão latentes, sendo necessários novos estudos para progredir nessas investigações. Fica também em questão aberta o fato das divergências internas no interior da categoria que se posiciona contra a filosofia como ensino obrigatório. Entre os argumentos apresentado não foi aprofundado o fato que não há professores suficientes para atender as demandas do Estado Nacional. Não havendo cursos de graduação em vários estados brasileiro, não há professores suficientes para atender a educação básica, porém, mesmo nos cursos já existentes há aqueles que defendem apenas a formação de bacharéis. Isso também é um fato que merece um estudo com mais profundidade. Portanto considera-se que as políticas educacionais aceitam a inclusão da filosofia, mas como uma forma de racionalidade da própria ordem econômica vigente. Assim, continua o desafio para aqueles defendem uma educação para a superação das injustiças e desigualdades sociais, ou seja, continua os desafios para quem acredita que através da educação é possível lutar pela emancipação humana. Pois, a nova ordem econômica é também a nova ordem para as políticas educacionais. Finalmente há um grande desafio que ainda não está superado e merece um acompanhamento com mais atenção. A inserção da filosofia e sociologia no ensino médio como decisão das políticas educacionais exigem uma nova organização no sistema da organização escolar. Não havendo consenso entre os educadores quanto à fundamentação filosófica da educação, novamente aparece a probabilidade da interferência das políticas educacionais para apresentar uma forma de organização curricular. Assim, sendo é necessário aprofundar os estudos sobre as contradições internas entre os educadores, inclusive entre os professores de filosofia sendo essa realidade um novo objeto de investigação para a ciência da educação. Bibliografias Consultadas ARISTÓTELES. Ética À Nicômcaco. Seleção de textos de José Américo Motta Pessanha, - 4ª edição – São Paulo SP: Nova Cultural, 1991 (Os Pensadores). CASTELO, Maria de Fátima Gonçalves. A didática na Reforma do Ensino, Livraria Francisco Alves Editora S. A. R.J. Rio de Janeiro 1974. FÁVERO, Altair Alberto. ENSINO DE FILOSOFIA E OS DESAFIOS PARA O SÉCULO XXI. Um Olhar Sobre o Ensino da Filosofia. (Organizadores: Altair Alberto Fávero, Jaime José Rauber, Walter Homar Kohan. Editora UNIJUÍ, 2002. Unijuí RS HEGEL, Georg Wilhelm Frederich. Filosofia da História. Editora UNB, Brasília DF. 1995. KOHAN, Walter Omar. PERSPECTIVAS ATUAIS DO ENSINO DA FILOSOFIA NO BRASIL. Um Olhar Sobre o Ensino da Filosofia. (Organizadores: Altair Alberto Fávero, Jaime José Rauber, Walter Homar Kohan. Editora UNIJUÍ, 2002. Unijuí RS. PAVIANI, Jaime. FILOSOFIA DO ENSINO DA FILOSOFIA. Um Olhar Sobre o Ensino da Filosofia. (Organizadores: Altair Alberto Fávero, Jaime José Rauber, Walter Homar Kohan. Editora UNIJUÍ, 2002. Unijuí RS. RUIZ, Castor. Liberdade e Poder: A trama do mito-lógica da subjetividade e da sociedade. FILOSOFIA E ENSINO em debate. Editora UNIJUÍ, 2002. Unijui, RS. WAKSMAMN, Vera. SENTIDO E SEM-SENTIDO DA EDUCAÇÃO MORAL. FILOSOFIA E ENSINO em debate. Editora UNIJUÍ, 2002. Unijui, RS. DELIBERAÇÃO Nº 06/06 PROCESSO Nº 1077/06, CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO APROVDO EM 10/11/2006. SITIO DA SECRETÁRIA DO ESTADO EXTRAIDA EM 23/09/2007. LDB – Lei de Diretrizes de Base da Educação Brasileira. Publicação APP – Sindicato1996. SCHNEIDER, Paulo Rudi. FILOSOFIA DA UNIVERSIDADE. FILOSOFIA E ENSINO em debate (Organizadores: Américo Piovesan, Celso Eidt, Claudio Boeiro Garcia, Ester Maria Dreher Heuser e Paulo Denisar Fraga). Editora UNIJUÍ, 2002. Unijui, RS.