Nesta Edição: Edição nº 37, Fevereiro de 2015 CRESS SC PARTICIPA DO 2º SEMINÁRIO NACIONAL DE SERVIÇO SOCIAL NA PREVIDÊNCIA Foto: Diogo Adjuto U m dos temas abordados no evento, que aconteceu em Brasília nos dias 29 e 30 de novembro de 2014, e teve como organizadores o CFESS e a FENASPS, foi a “Crise do capital e os impactos para as políticas de Seguridade Social”. Em mesa composta por Evilásio Salvador e Márcia Emília Rodrigues Neves, foram abordados temas de macroeconomia e seus impactos imediatos na constituição do fundo público e consequentemente ao financiamento e execução das políticas sociais. Evilásio destacou o Papel do Fundo Público no socorro ao capital financeiro, os rebatimentos da crise no Brasil, bem como as artimanhas institucionais para promover o desfinanciamento das ações públicas estatais. No bojo da financeirização, novos produtos financeiros relacionados à aposentadoria ganham terreno, especialmente com a imposição de uma lógica residual à seguridade pública. Assim, fundos de pensão adquirem importância ao deslocar a poupança do trabalhador da esfera pública para a financeira. Trata-se de um modelo insustentável, que ao ruir, acaba por contar com o apoio do Estado para socorrer suas contas de baixo endividamento. No caso brasileiro, o Estado corrobora com o desfinanciamento da política social por adotar uma política tributária regressiva, ou seja, percentualmente as menores rendas pagam mais impostos. Com os rebatimentos da crise, a política fiscal retoma o tripé neoliberal, qual seja: o superávit primário, o câmbio flutuante e elevada taxa de juros para atrair capitais. Atualmente a dívida pública para “honrar” os compromissos financeiros do Estado compromete mais de 1/3 do orçamento da seguridade social, apenas para pagamento de juros e amortização da dívida. Nessa seara, o que se nota é uma diminuição do gasto total com a seguridade social, exceto com a Política de Assistência Social, que se torna central na lógica focalista e residual dos Mesa de debate com o profº Evilásio Salvador e a profª Marcia E. Rodrigues receituários dos organismos 1 internacionais. Destaca-se ainda a renúncia fiscal concedida às entidades filantrópicas, que corroboram com as formas de desresponsabilização estatal no âmbito das Políticas de Seguridade Social. Por fim, considera a importância de retomarmos os preceitos da Carta de Maceió em defesa da universalidade da cobertura da política social. Já Marcia Emília trás em sua fala a crítica à sociabilidade construída durante o século XX, apontando para necessidade de sua superação. Denuncia o padrão ideológico político neoliberal, no qual considera que as políticas ditas neodesenvolvimentistas pouco influíram, por não alterarem a prevalência da financeirização, da promoção do crescimento econômico e a adoção de políticas compensatórias. Tal padrão de medidas levaria a convulsões sociais, ou seja, crises políticas, que fizeram emergir novos padrões de consenso, dentre os quais a possibilidade de governos de centro esquerda com foco na proteção aos miseráveis. Considera o Estado como espaço de gerência da hegemonia capitalista. No Brasil, destaca no âmbito econômico a reprimarização da economia e a ascensão do consumo popular. No âmbito econômico e político, uma adesão ao (neo)desenvolvimentismo promove a capacidade de articular uma “governabilidade” ante consenso, todavia com impactos como: despolitização, subordinação dos interesses sociais à lógica do mercado, entre outros. Como consequência do desfinanciamento e precarização no âmbito da Política Social, também seus trabalhadores são diretamente afetados. Rotatividade, precarização e superexploração do trabalho compõem a realidade do trabalhador das políticas sociais. Por fim, aponta para a ampliação das políticas focalistas e residuais, bem como denuncia a focalização via medidas de desfinanciamento e precarização da política de saúde, ainda universal. Considera que a perda do universalismo atende às demandas desenvolvimentistas, que por meio de políticas monetarizadas, vão ao encontro dos interesses econômicos financeiros na promoção do próprio sistema bancário e do consumo popular como padrão de socialidade. Samuel Salezio dos Santos Conselheiro do CRESS 12ª Região Expediente: Este boletim é uma publicação do CRESS 12ª Região - Gestão 2014-2017. Comissão de Comunicação: Rosana M. Prazeres (CRESS nº 2840), Natalli P. Silva (CRESS nº 4449), Samantha Roloff (CRESS nº 4953), Coria H. Vieira (CRESS nº 5268), Fabiana L. Negri (CRESS nº 2076). Colaboradoras: Magali R. Franz (CRESS nº 1168) e Juçara R. Silva (CRESS nº 3949). Assessor de Comunicação: Cassiano Ferraz - JP3481SC ([email protected]) CRESS – 12ª REGIÃO Rua dos Ilheús, 38 - Ed. Aplub - Sl. 1005 10ª andar - Centro - Florianópolis/SC Cep: 88010-560 Telefone (48) 3224-6135 E-mail [email protected] Horário de Atendimento: Seg/Sex das 09h às 18h.