Novas potências redefinem a geografia econômica mundial

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Novas potências redefinem a geografia econômica mundial
O sistema internacional do século XXI tem se apresentado cada vez mais
descentralizado e dotado de uma multiplicidade de pólos de decisão. Esse novo
equilíbrio, sobre o plano histórico representa o fim de um longo ciclo de
preponderância ocidental. O policentrismo que vem se afirmando nos últimos anos
implica não somente numa distribuição internacional mais eqüitativa das riquezas,
mas também tem sinalizado para importantes modificações no âmbito geopolítico.
Assim, instituições internacionais criadas após a Segunda Guerra Mundial como, por
exemplo, as Nações Unidas (ONU), o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco
Mundial e o G-7, deverão necessariamente evoluir para refletir essas novas
realidades. Dada a multiplicidade e a amplitude dos desafios mundiais, essas
mutações exigem que se repense a questão da cooperação internacional.
Os prognósticos econômicos indicam que em 2020, o Produto Interno Bruto (PIB)
de sete países emergentes, grupo formado por China, Índia, Brasil, Rússia, México,
Indonésia e Turquia (E-7) será maior que o do G-7. Até 2030, cinco das 10 maiores
economias serão países tidos hoje como emergentes.
Essas informações constam de recente relatório da prestigiosa organização
PricewaterhouseCoopers (PwC) que ainda afirma que o E-7 e o G-7 terão pesos
equivalentes um pouco antes de 2020. Há dez anos, o PIB dos sete países mais
ricos do mundo era o dobro dos países que hoje são considerados emergentes.
Depois da aparente arrefecimento da crise que atingiu especialmente o mundo
desenvolvido em 2008/2009, neste ano a redução da distância do PIB entre o E-7 e
o G-7 deverá ser de 35%.
Segundo ainda a PwC, daqui vinte anos os maiores PIBs do mundo serão, em
ordem decrescente, China, Estados Unidos, Índia, Japão, Brasil, Rússia, Alemanha,
México, França e Reino Unido.As mudanças que estão ocorrendo rapidamente no
cenário econômico mundial, como não podiam deixar de ser têm ampla
repercussões geopolíticas. Por exemplo, em 2009, o G-7 foi “engolido” pelo G-20
que cada vez mais se comporta como o principal fórum para as decisões da
economia global.
Nas relações de poder no mundo atual podem ser identificados três planos. No de
âmbito militar, desde a desintegração da União Soviética (1991), os Estados Unidos
se cristalizaram como o maior poder mundial. Nenhum país do mundo tem a
capacidade dos norte-americanos, em atuar em qualquer ponto do planeta onde
seus interesses econômicos ou estratégicos estiverem sendo ameaçados. E isto,
aparentemente, não deve mudar nas próximas décadas.
Num segundo plano, o das relações econômicas, o mundo é realmente cada vez
mais policêntrico. Neste plano os Estados Unidos não conseguem seus objetivos
sem barganhar com outros importantes protagonistas como a Europa, China e
outros. Mas, isso não sinaliza uma rápida decadência norte-americana.
O país ainda se mantém na vanguarda dos avanços e inovações em áreas
estratégicas como a ciência e tecnologia e seu peso na economia global ainda é
enorme. Com apenas 5% da população do planeta, os Estados Unidos geraram ao
longo de mais de um século entre 20 e 30% de toda produção mundial, mesmo em
períodos marcados por guerras e depressões econômicas.
Por fim, no plano das relações internacionais, ninguém está efetivamente na
liderança, já que a única forma de lidar com problemas como o terrorismo, tráfico
de drogas, pandemias proliferação nuclear ou mudanças climáticas é por meio da
cooperação entre governos. É nesse âmbito que residem as maiores ameaças do
mundo atual. Para fazer frente a esses desafios nenhum país tem a capacidade de
resolve-los de forma unilateral, mesmo com grande preponderância militar.
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