Tratamento com toxina botulínica traz qualidade de vida para as vítimas de acidente vascular cerebral Além da importância no socorro rápido às pessoas que sofrem o conhecido derrame, o tratamento pós-AVC é essencial para a reintegração destes pacientes em sua rotina de vida diária O AVC – Acidente Vascular Cerebral ou popularmente conhecido como derrame – é considerado a segunda maior causa de morte no mundo e, muitas vezes, quando as pessoas conseguem sobreviver ao episódio, deparam-se com limitações motoras, que poderão mudar totalmente o rumo de suas vidas se não forem adequadamente tratadas. O uso de BOTOX® como alternativa para o tratamento dos casos em que os pacientes apresentam sequelas como a espasticidade, ou seja, uma rigidez excessiva da musculatura que acomete principalmente os braços e pernas, decorrentes da lesão no sistema nervoso central, representa um avanço que otimiza o tratamento e agiliza a recuperação destas pessoas em conjunto com a fisioterapia. “A reabilitação dos pacientes que sofreram um acidente vascular é uma realidade possível, nos dias atuais, e o advento da toxina botulínica tipo A representa um importante benefício, porque possibilita que os pacientes se recuperem ainda mais rápido quando inseridos em um programa de reabilitação após a aplicação do medicamento. Também é importante destacar que, quanto antes for iniciado o tratamento, melhores serão os resultados”, explica o Dr. Celso Vilella Matos, Fisiatra e Presidente da Sociedade Paulista de Medicina Física e Reabilitação. Somente nos Estados Unidos, são registrados aproximadamente 750 mil novos casos de AVC, segundo o National Stroke Association. Destes, o AVC hemorrágico é a forma mais fatal da doença, e a mortalidade, em até 30 dias, pode exceder 50%, sendo que dos restantes 20% permanecerão vivos. Entre estes últimos, cerca de 50% evoluem com sequelas motoras e cognitivas graves, que prejudicam consideravelmente a qualidade de vida, muitas vezes tornando essas pessoas dependentes de ajuda para suas atividades diárias (www.stroke.org). O que é o AVC? O Acidente Vascular Cerebral é a interrupção do fluxo sanguíneo normal em direção ao cérebro que provoca uma alteração circulatória em determinada área, levando à morte do tecido cerebral. Podendo ser hemorrágico – derramamento de sangue – ou isquêmico – falta de sangue. Causas Entre as principais estão: hipertensão arterial, colesterol alto, tabagismo, estresse, ingestão de álcool, vida sedentária e obesidade, além do histórico familiar. Cuidados É incontestável que a melhor forma de evitar o AVC é ter uma vida saudável, com alimentação balanceada e prática de atividades físicas, incluindo as relaxantes e de lazer. Que sequelas o AVC pode causar? O paciente pode perder força muscular e capacidade de coordenação motora, além de desenvolver contraturas articulares doloridas e anormalidades do tônus muscular. Podem ocorrer também paralisia total ou parcial (de um lado do corpo), alteração da fala, alterações visuais e alterações de memória. A espasticidade é uma das sequelas mais comuns do AVC e se caracteriza pelo aumento do tônus muscular e pela excessiva contração dos músculos. Os sintomas variam desde uma leve contração até uma deformidade severa, que afeta a mobilidade, tornando os pacientes dependentes de ajuda para atividades rotineiras, como andar, comer e vestir-se. Como BOTOX® contribui para a reabilitação? A Toxina Botulínica tipo A (BOTOX®) é aplicada diretamente nos músculos comprometidos, causando um relaxamento da musculatura tratada e bloqueando parcialmente a atividade motora involuntária. “O ideal é que estes pacientes tenham um acompanhamento multidisciplinar envolvendo profissionais das várias áreas, incluindo o médico fisiatra. Ver os pacientes recuperando a qualidade de vida e a volta às atividades diárias de forma independente é muito gratificante para qualquer profissional que esteja envolvido no tratamento”, conclui Dr. Matos. Sobre BOTOX® (toxina botulínica do tipo A) A aplicação do BOTOX® ficou famosa no mundo todo pela indicação cosmética, no tratamento das rugas de expressão. No entanto, a substância foi descoberta para o tratamento terapêutico e aprovada em 1989 (pelo FDA, nos Estados Unidos), como uma alternativa para tratar o estrabismo. No Brasil, a primeira toxina botulínica a ser aprovada foi o BOTOX®, em 1992 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), para fins terapêuticos. Hoje, BOTOX® possui nove indicações para fins terapêuticos aprovadas no país: distonia, estrabismo, blefaroespasmo, espasmo hemifacial, linhas faciais hipercinéticas, espasticidade, hiperidrose, bexiga hiperativa e migrânea crônica, popularmente conhecida como enxaqueca crônica.