Análise bibliográfica de artigos relacionados ao Botox®* Bibliographical analysis through Internet of papers related to Botox® Browdo Marins Barbosa1; Luana Sousa Andrade²; Lucimeire A. Santos Pinheiro²; Maria Aparecida Dos Santos²; Maria Luciana Dias De Sousa²; Maria Do Socorro Lira Noronha²; Marycivany Lacerda da Silva Soares² & Michel Ângelo Silva Alencar² RESUMO – A utilização do método tutorial para complementação de aprendizagem em tópicos normalmente não estudados no ensino superior. Pesquisou-se na Internet os usos do BOTOX® em tratamentos estéticos e não estéticos. PALAVRAS-CHAVE – Toxina botulinica, tratamento de distonias, rejuvenescimento facial. SUMMARY - The use of the tutorial method for complementation of learning in topics normally not studied in superior education. Was searched in the Internet uses of the BOTOX® in esthetic and not esthetic treatments. KEYWORDS - botulinum toxin, treatment of distonies, face rejuvenating. INTRODUÇÃO O Botox®, nome do produto feito à base da toxina botulínica tipo “A”, é um derivado da bactéria causadora do botulismo, doença desencadeada por alimentos mal conservados. Tem sido usado como um agente estético, que atenua as marcas de expressão na região superior da face. Este trabalho teve como objetivo pesquisar, via Internet, artigos que descrevem o Botox® agindo como agente estético e também para tratamento não estético. Tal técnica possibilita a alunos iniciantes do curso superior aprenderem como fazer um levantamento bibliográfico, reunir artigos de relevância para o tema escolhido, selecionar aqueles mais importantes e, a partir daí, produzir uma monografia que sintetize os principais aspectos levantados sobre o tema. Foi usado para esse trabalho o método tutorial, que se baseia no acompanhamento de um grupo pequeno de estudantes, por um tutor que os orienta quanto à maneira de trabalhar. DESENVOLVIMENTO O método tutorial, empregado em várias universidades européias, principalmente em Cambridge, na Inglaterra, consiste em reunir um grupo pequeno de estudantes entre 5 e 10, orientados por tutor, um professor de renomada experiência. O grupo é reunido duas vezes por semana. Em uma das reuniões o tutor está presente e orienta a rotina de trabalho do grupo, como também discute-se sobre tópicos já * Trabalho realizado na faculdade de farmácia da UNIPLAC – Gama - DF 1 Prof. Mestre de Química geral e Inorgânica – Farmplac/Uniplac; ²Estudante da Farmplac/Uniplac 1 pesquisados pelos estudantes. No outro encontro, os estudantes reúnem-se sem a presença do tutor e pesquisam novos tópicos e/ou discutem entre si temas propostos no encontro com o professor tutor. Esse método possibilita o exercício da autonomia no estudo e aprendizagem de novos temas pelo estudante, sem a necessidade de uma aula formal. Estratégia que torna o estudo muito mais agradável, nas palavras dos estudantes. O tema Botox® chama a atenção, principalmente por prometer atenuar rugas e marcas de expressão na face, conseqüentemente, despertando a vaidade das pessoas. Nesse trabalho foram pesquisados, principalmente via Internet, artigos que relatam usos do Botox®; conheceu-se a origem da toxina, obtida a partir da bactéria clostridium botulinum, que surge em alimentos enlatados mal conservados e leva à doença denominada botulismo. A partir da reunião dos artigos pelo grupo tutoriado, foi feita a sua seleção e classificação, decidindo se discutir os seguintes aspectos: • Origem da toxina; • Mecanismo de ação e aplicação; • Usos em estética; • Usos não estéticos; • Alternativas similares ao Botox®. Durante dois meses, aproximadamente, foram discutidos artigos obtidos na Internet em sites de domínio público, que tratavam dos aspectos acima mencionados e ao final foi escrita uma monografia que sintetiza os principais assuntos. A monografia faz parte da avaliação do grupo de alunos. Após levantamento bibliográfico, seleção de artigos, discussão no grupo sobre os aspectos escolhidos acima, foi possível chegar as seguintes conclusões: O Botox® tem sua principal aplicação na estética facial, agindo como paralisante da musculatura responsável pelo surgimento de rugas e marcas de expressão. A droga age entre os nervos e os músculos, impedindo a liberação da acetilcolina, substância responsável pelas contrações musculares. Uma vez paralisada, a pele não fica franzida, mesmo que a pessoa se esforce para que isso aconteça. O que ainda previne novas rugas. Ao contrário do que muita gente pensa, o produto, bem aplicado, não leva à perda de movimentação do rosto, apenas da capacidade de contração muscular no local. O Botox® não é um produto de preenchimento como o colágeno. Portanto, a técnica não corrige depressões, como as que o tempo forma nas laterais dos lábios. O resultado dura de quatro a oito meses, dependendo do tipo de musculatura de cada pessoa e da quantidade de contrações que realiza. Na maioria das vezes, a reaplicação é feita após seis meses. Bom para as partes superiores do rosto, ou seja, pés-de-galinha, testa e região entre os olhos. Na parte de baixo, ele pode tirar a expressão e bloquear os movimentos essenciais do rosto. Foi constatado que a Toxina Botulínica tipo A começou a ser usada como um agente terapêutico no tratamento de doenças humanas no final dos anos 60, através da colaboração de Alan B. Scott, MD, da fundação de pesquisa dos olhos Smith – Kettlewell e Edward J. Schantz, PHD, diretor de microbiologia e toxicologia na Universidade de Wisconsin. Nessa ocasião, a toxina Botulínica tipo A foi considerada não como um agente de doenças e males humanos, mas como um poderoso agente terapêutico no tratamento de sintomas de desordens neurológicas. Em 1989, os direitos de uma forma de Toxina Botulínica tipo A, atualmente comercializada sob a marca Botox® , foram adquiridos pela Allergan Inc. Em dezembro daquele mesmo ano, o Botox® foi aprovado para uso em estrabismo e blefaroespasmo associado à distonia em pacientes de 12 anos de idade ou mais velhos. Devido à colaboração dos Drs. Scott e Schantz, e o pioneirismo da Allergan, o Botox® foi incluído no arsenal de drogas usadas no tratamento destas condições. Descobriu-se também que alguns pacientes sofrem de um efeito vacina em relação à toxina, e para tanto, estão sendo 2 desenvolvidos outros tipos. O Botox® é a toxina tipo A existindo ainda os sorotipos A, B, C1, D, E, F, G, cada sorotipo tem propriedades e ações diferentes. Não há dois tipos iguais. A ligação entre dores de cabeça e o Botox® começou a aparecer em 1992, quando um médico da Califórnia reparou que os seus pacientes diziam estar tendo menos dores de cabeça depois de terem começado o tratamento cosmético. Botox® é um agente terapêutico de relaxamento muscular que atua nas terminações neuromotoras (nervos que levam mensagens aos músculos). Está em uma classe de drogas chamadas neurotoxinas. Quando da terapia com neurotoxinas é importante entender como o produto funciona, o histórico de seu uso em pacientes, seu estudo protéico e efeitos colaterais. Em um outro conceito, podemos dizer que Botox® é um novo agente terapêutico derivado da bactéria clostridium botulinum, também conhecido como a toxina Botulínica tipo A. A marca Botox® é produzida em laboratório e prescrita em dosagens terapêuticas extremamente pequenas. Entre os artigos pesquisados alguns citavam o uso de uma substância alternativa ao Botox®, o DIMETILAMINOETANOL – DMAE: estimulante cerebral natural encontrado em abundância em anchovas e sardinhas. Promete combater rugas e flacidez sem dor, mas provoca polêmica. É uma nova substância de nome complicado, mas com resultados surpreendentes contra flacidez e rugas, promete balançar o reinado do Botox®, produto que virou febre entre os que desejam uma aparência jovem de forma rápida. Foi apresentado na Academia Americana de Dermatologia, e desde então vem merecendo a atenção dos dermatologistas em todo o mundo. De acordo com os estudos feitos até agora, teria grande eficácia contra flacidez ao redor dos olhos e pescoço a exemplo do Botox®, mas com a grande vantagem de ser usado em forma de creme e em casa, já que o Botox®, só pode ser aplicado pelo especialista em consultório. Segundo o dermatologista Walter Guerra Peixe, o preferido pelas atrizes globais ao conhecer o DMAE em um congresso americano, gostou do que viu e por isso começou a indicar cremes manipulados com a nova substância. A substância é antiga conhecida da medicina encontrada naturalmente na sardinha e no salmão. O DMAE era usado via oral para melhorar a memória, mas usado no pescoço o composto provoca um enrijecimento da musculatura . O resultado seria menor flacidez e pele mais esticada, diminuindo as rugas, é um mecanismo semelhante ao do Botox®. Há somente um creme industrializado feito a partir do composto, ele é fabricado pele Jonhson & Jonhson®, mas não é comercializado no Brasil. O que os dermatologistas estão fazendo é incluir o DMAE na fórmula de loções manipuladas. Mas seu uso ainda divide as opiniões dos dermatologistas, como o médico mineiro Jackson Machado Pinto, que conheceu o produto, mas prefere ter cautela. Já a médica paulista Denise Steiner acredita que o DMAE é mais uma arma contra o envelhecimento, mas questiona uma ação mais profunda de um creme que não contém nenhuma substância forte na sua composição que chegue a ultrapassar a derme, a epiderme , o tecido gorduroso e chegue ao músculo e faça ainda alguma contratura. O DMAE pode ser usado em todo o rosto e ao redor dos olhos, nas pálpebras superiores e inferiores. Possui um efeito Lifting que dura 3-4 horas e um efeito acumulado com uso seqüencial. Deve ser aplicado 1 ou 2 vezes ao dia. O produto já é utilizado em consultórios. Diminui o aspecto ressecado e envelhecido da pele. O DMAE, ao ser administrado via oral, passa pelo trânsito gastrointestinal sem sofrer grandes alterações, penetra a barreira hematoencefálica e aumenta os níveis de colina, e conseqüentemente, aumenta a síntese acetilcolina diretamente a nível cerebral, é, portanto, um precursor indireto da acetilcolina. Também irá estimular a síntese da acetilcolina na junção neuromuscular, melhorando a sua contração e assim proporcionando uma melhora na flacidez. 3 Além disso, esse produto é um potencial antioxidante (OH hidroxila), retardando o envelhecimento. O DMAE é usado em síndrome da fadiga crônica, distúrbios de comportamento associados à hiperhabilidade, problemas de aprendizado (diminuição da compreensão e/ou concentração), dificuldade de leitura ou fala, demência, melhora da contração muscular, antioxidante e outros. O DMAE tem sua ação aumentada com a suplementação concomitante de vitamina B5, colina, lectina de soja, lfenilanina, l-tirosina e l-acetilcomitina. É um estimulante cerebral. CONCLUSÕES Este trabalho proporcionou aos estudantes e ao tutor conhecerem de maneira não tradicional (aulas regulares) a toxina botulinica tipo A, Botox®; pesquisou-se sua origem, usos estéticos e não estéticos e uma alternativa de tratamento o DMAE. O estudo foi transcrito em forma de monografia e apresentado à comunidade acadêmica da Uniplac, dentro de um ciclo de apresentações, montado a partir do trabalho de outros grupos de tutoria da faculdade de farmácia Farmplac/Uniplac. REFERÊNCIAS SILVEIRA B; Dicionário da Língua Portuguesa, editora Lisa F/A. São Paulo-SP, 1992. Sites da Internet: www.google.com.br www.alergan.com www.wplastia.com.br www.naturale.med.br www.uol.com.br/folha www.dermanet.com.br www.JHTOMAZ.hpg.ig.com.br/saude/10 4