UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS CAMPUS POÇOS DE CALDAS GABRIELA CHAGAS FURTADO DEGRADAÇÃO DE PARACETAMOL UTILIZANDO DIFERENTES PROCESSOS OXIDATIVOS AVANÇADOS Poços de Caldas/MG 2015 GABRIELA CHAGAS FURTADO DEGRADAÇÃO DE PARACETAMOL UTILIZANDO DIFERENTES PROCESSOS OXIDATIVOS AVANÇADOS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como parte dos requisitos exigidos para obtenção de título de Engenheira Química pela Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). Área de concentração: Ciência e Engenharia Química. Orientadora: Profª. Dra. Tatiana Cristina de Oliveira Mac Leod. Poços de Caldas/MG 2015 FICHA CATALOGRÁFICA F992d Furtado, Gabriela Chagas. Degradação de paracetamol utilizando diferentes processos oxidativos avançados . /Gabriela Chagas Furtado . Orientação de Tatiana Cristina de Oliveira Mac Leod. Poços de Caldas: 2015. 30 fls.: il.; 30 cm. Inclui bibliografias: fls. 30-31 Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Química) – Universidade Federal de Alfenas– Campus de Poços de Caldas, MG. 1. Poluição ambiental. 2. Resíduos. 3. Processos Oxidativos Avançados. I . Mac Leod, Tatiana Cristina de Oliveira. (orient.).II. Universidade Federal de Alfenas – Unifal. III. Título. CDD 628.5 Dedico a minha mãe Gina Maria Chagas, ao meu irmão Marcelo e sua esposa Gabriella, e ao meu sobrinho Lorenzo, que me deram força e apoio para a realização desde trabalho. AGRADECIMENTOS À Universidade Federal de Alfenas pela oportunidade oferecida. À Professora Dra. Tatiana Cristina de Oliveira Mac Leod, orientadora, pela dedicação, conhecimentos transmitidos e confiança depositada na realização deste trabalho. À Coordenação do Curso pelo incentivo. Aos discentes da universidade, que contribuíram para a elaboração deste trabalho, diretamente ou indiretamente. Aos meus familiares e amigos pelo amparo nos momentos de dificuldade e por estarem ao meu lado comemorando minhas conquistas. RESUMO A poluição do meio ambiente é um problema mundial, ocasionada por fatores que envolvem a má utilização dos recursos naturais, falta de monitoramento e conscientização ambiental bem como a ineficiência das legislações vigentes. A principal rota de entrada dos resíduos de fármacos no ambiente ocorre através do lançamento de esgotos domésticos tratados ou não. Focando na minimização de impactos ambientais causados por fármacos, este trabalho teve como objetivo desenvolver um estudo da degradação do paracetamol utilizando diferentes Processos Oxidativos Avançados, particularmente métodos fotolíticos com radiação ultravioleta na presença e ausência de peróxidos como oxidante, em diferentes valores de pH, e com TiO2 como fotocatalisador. As análises foram monitoradas em um espectrofotômetro ultravioleta-visível com varredura de comprimento de onda. Os resultados foram parcialmente satisfatórios para a degradação fotolítica de paracetamol efetuada em valor de pH básico e para a fotocatálise realizada em pH básico na presença do fotocatalisador TiO2. Palavras-chave: Poluição ambiental. Resíduos. Degradação. Processos Oxidativos Avançados. ABSTRACT The environment of the pollution is a global concern, caused by factors involving the misuse of natural resources, lack of monitoring and environmental awareness as well as the inefficiency of existing laws. The disposal of drug residues in the environment is the through the launch of wastewater treated or not. Focusing on minimizing environmental impacts caused by drugs, this study aims to develop a paracetamol degradation study using different Oxidation Advanced Processes, particularly photolytic methods with ultraviolet radiation in the presence and absence of peroxide as the oxidant at different pH values and TiO2 as a photocatalyst. Analyses were monitored with an ultraviolet-visible spectrophotometer with wavelength scan. The results were satisfactory for paracetamol photolytic degradation carried out in basic medium and photocatalysis carried out in basic medium in the presence of TiO 2 photocatalyst. Keywords: Environmental pollution. Waste. Degradation. Advanced Oxidation Processes. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 8 2. OBJETIVOS ......................................................................................................... 9 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 10 3.1. Aspectos gerais do paracetamol .................................................... 10 3.2. Fármacos no meio ambiente ........................................................... 11 3.3. Fotólise direta com luz ultravioleta ................................................ 13 3.4. Processos Oxidativos Avançados (POA)....................................... 14 3.4.1. Fotólise com H2O2 ................................................................... 16 3.4.2. Fotocatálise heterogênea com TiO2 ...................................... 17 4. METODOLOGIA ................................................................................................. 19 4.1. Preparo da solução de paracetamol ............................................... 19 4.2. Degradação do paracetamol através da fotólise direta UV em diferentes medidas de pH ....................................................................................... 19 4.3. Fotodegradação do paracetamol utilizando Processos Oxidativos Avançados com irradiação UV ............................................................................... 20 4.4. com TiO2 Degradação do paracetamol utilizando fotocatálise heterogênea ....................................................................................................................................................................... 20 4.5. Testes de adsorção do paracetamol .............................................. 21 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 22 5.1. Degradação do paracetamol com fotólise direta UV em diferentes medidas de pH ......................................................................................................... 22 5.2. Ensaios de degradação do paracetamol utilizando Processos Oxidativos Avançados com irradiação UV............................................................ 23 5.3. Ensaios de degradação do paracetamol por fotocatálise heterogênea com TiO2 ............................................................................................ 24 5.4. Ensaios de adsorção do paracetamol ............................................ 27 6. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 29 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 30 8 1. INTRODUÇÃO A poluição ambiental é dos principais problemas que preocupam países desenvolvidos e subdesenvolvidos. É um assunto a ser tratado com muita atenção, pois afeta diretamente a qualidade do solo, da água e do ar, podendo comprometer a qualidade de vida de gerações futuras.[1] A utilização de medicamentos é indispensável para manter a saúde e bem estar social, o que pode ocasionar grande descarte de fármacos não metabolizados por efluentes domésticos e de indústrias farmacêuticas. O descarte dessas substâncias não é regulamentado, ocorrendo de forma indiscriminada, sendo considerado uma ameaça para os humanos e seres vivos que contenham receptores dessas matérias orgânicas, visto que estes contaminantes não são completamente removidas dos efluentes pelas estações de tratamento de esgoto através de métodos convencionais.[2 - 4] Tendo em vista estes conceitos, nota-se uma tendência crescente de empresas farmacêuticas que buscam a minimização de impactos ambientais, principalmente ao destino de contaminantes gerados em seus processos de produção.[1, 4, 5] A utilização de Processos Oxidativos Avançados (POA), é uma alternativa complementar ao tratamento convencional de efluentes, podendo degradar de forma eficiente os compostos orgânicos, tendo baixo custo operacional. Esse tipo de processo irá gerar em grande quantidade radicais hidroxila (OH), que são espécies com grande capacidade oxidante os quais conduzirão ou poderão causar a mineralização da matéria orgânica à dióxido de carbono, água e íons inorgânicos. Esses radicais podem ser gerados por processos oxidativos em sistemas homogêneos ou heterogêneos, na ausência ou presença de catalisadores sólidos, podendo estar sob exposição à radiação ultravioleta ou não.[1 - 2] 9 2. OBJETIVOS Objetivo geral: o trabalho visa estudar a degradação do fármaco paracetamol e avaliar a aplicabilidade de diferentes tecnologias envolvendo os Processos Oxidativos Avançados na remoção do contaminante da água. Objetivos específicos: Estudar a fotodegradação do paracetamol, utilizando fotólise com luz ultravioleta na presença de oxidantes: peróxido de hidrogênio (H2O2) e t-butil hidroperóxido (t-BuOOH); Avaliar a influência do pH na fotólise direta com radiação UV; Avaliar a presença de catalisadores nos estudos de degradação de fármacos, especificamente na fotocatálise com TiO2 (catálise heterogênea); Comparar os Processos Oxidativos Avançados na degradação do fármaco; Confrontar os processos de degradação com a remoção por adsorção em zeólitas. 10 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1. Aspectos gerais do paracetamol Em 1893, Joseph Von Mering, em associação com a Companhia Bayer descobriu o paracetamol como um poderoso analgésico e antitérmico, porém acreditavam que o seu uso poderia interferir na coagulação sanguínea do usuário. Meio século mais tarde, Lester, Greenberg, Brodie, Axelrod e Finn, ao estudar a molécula de paracetamol, descobriram que ele era o metabólito ativo da acetanilida e fenacetina e, mesmo que em altas dosagens, verificaram que a substância não afetava a coagulação sanguínea. Em 1953, a Companhia Sterling-Winthrop lançou o paracetamol no mercado como um fármaco analgésico e antitérmico.[6] A partir de 1956 o seu uso foi disseminado pelo mundo.[7] Por se tratar de um medicamento analgésico (combate a dor) e antitérmico (combate a febre) tornou-se muito popular. Atualmente pode ser encontrado nas farmácias como puro ou combinado com outros fármacos como remédios para gripe.[7] O fármaco paracetamol ocupa o ranking dos 10 medicamentos mais vendidos no Brasil devido a sua ação ao combate a dor, fácil acesso (não necessita de receita médica) e preço acessível.[8] Os efeitos colaterais do o uso do medicamento são extremamente raros, porém há relatos de hepatotoxicidade, hipersensibilidade (causando erupções cutâneas, urticária, eritema pigmentar fixo, broncoespasmo, angioedema e choque anafilático), discrasias sanguíneas, hepatite, hipoglicemia, icterícia, lesões eritematosas na pele, febre e urina turva, dificultosa ou dolorosa.[9] O paracetamol possui a fórmula molecular C8H9NO2 e nomenclatura IUPAC N-(4hidroxifenil)etanamida. Sua fórmula química estrutural é representada na Figura 1.[2, 7] Figura 1: Fórmula estrutural do paracetamol.[2, 7] Fonte: FRANÇA (2011), ALVES (2015). 11 Observa-se que a molécula de paracetamol é relativamente complexa, podendo se observar a presença dos grupos funcionais carbonila (C=O), hidroxila (O-H), estrutura aromática (anel benzeno) e nitrila (-CN).[7] O paracetamol é metabolizado principalmente pelo fígado (90-95%) por conjunção com ácido glicurônico e cisteína. Cerca de 90% do fármaco é excretado na urina em até 24 horas, sendo de 1 a 4% paracetamol inalterado, 20 a 30% são metabólitos conjugados com sulfato e 40 a 60% metabólitos conjugados com ácido glicurônico.[9] O paracetamol, assim como outros fármacos, são formulados para ter um modo especifico de ação e serem persistentes, a fim de manter sua estrutura química por tempo suficiente para a sua ação terapêutica. Resultando em uma alta persistência no ambiente. A concentração média do paracetamol encontrada em ambientes aquáticos é da ordem de ng L-1.[2] 3.2. Fármacos no meio ambiente Anualmente, são consumidos diversos tipos e quantidades de fármacos no mundo. Após o uso de medicamentos uma parte significativa do fármaco é excretado pelo homem nas redes de esgoto doméstico. Dentre os fármacos estão os antitérmicos, analgésicos, antibióticos, antidepressivos, agentes quimioterápicos, anticoncepcionais, e outros.[2, 5] Estudos realizados comprovam que vários desses fármacos estão presentes no esgoto, águas superficiais e no subsolo. Nas estações de tratamento de esgoto (ETE’s), eles não são completamente removidos pelos sistemas de tratamento convencional da água.[3 - 5] Nos últimos anos, há uma preocupação no desenvolvimento de métodos analíticos para a determinação de fármacos residuais e tratamento das águas que possuem fármacos, pois a presença de fármacos residuais pode causar efeitos adversos na saúde humana ou em organismos aquáticos. [3, 5] De acordo com a utilização e obtenção de medicamentos pode-se ressaltar as possíveis rotas de contaminação das águas por fármacos, representada pela Figura 2.[3] 12 Figura 2: Rotas de contaminação de fármacos no meio ambiente.[3] Fonte: DEZZOTI (2003). A situação é alarmante, quando comparada à contaminação de pesticidas, pois estes demandam de controle minucioso para descarte. Já os contaminantes emergentes de fármacos, por não serem regulamentados, seu descarte ocorre de forma indiscriminada.[2] Esse descarte por ocorrer de forma continua e diretamente no meio ambiente, mesmo quando em baixas concentrações de fármaco, os efeitos ambientais podem passar despercebidos, porém podem progredir a longo tempo para estágios irreversíveis, alterando a sucessão natural e ecológica.[2, 5] Dentre os compostos farmacêuticos contaminantes, o paracetamol tem sido detectado em amostras ambientais, ETE’s, água superficiais e de subsolo, sendo que as concentrações encontradas são da ordem de ng L -1 a g L-1.[2] A presença residual de fármacos no meio ambiente, mesmo sendo desenvolvidos para atuar nos seres humanos, tem efeitos adversos em outros organismos que tenham os mesmos receptores, podendo afetar a hierarquia biológica, seja célula, órgão, organismo, população e ecossistema.[2] 13 3.3. Fotólise direta com luz ultravioleta Moléculas orgânicas ao absorver luz, principalmente a ultravioleta (UV) podem se tornar vulnerável a degradação. A radiação ultravioleta é muito energética, podendo fornecer energia para rompimento de diferentes tipos de ligações químicas, ocasionando a degradação da molécula.[2] A luz pode promover a reação de oxidação/redução quando a energia eletromagnética utilizada consegue suprir em proporção igual ou maior do que a energia requerida para que os elétrons passem do estado fundamental para um estado excitado.[2] A energia radiante é absorvida pelas moléculas na forma de fótons (unidades quantizadas) contendo energia suficiente para promover o estado excitado dos elétrons e formar radicais livres, que iniciam reações em cadeia promovendo a degradação da molécula original e formação de produtos. Os radicais livres que são gerados pela quebra homolítica das ligações ou por transferência eletrônica do estado excitado da molécula até a obtenção do oxigênio molecular, neste caso o radical superóxido (O2).[10] Para escolher um método fotolítico deve-se considerar a capacidade do composto absorver radiação. Entretanto, diversos estudos foram feitos para verificar a fotólise direta em poluentes orgânicos no meio ambiente, constatando que a degradação das moléculas por este método é muito difícil e pouco eficiente quando comparado com os métodos oxidativos avançados. Na fotólise direta destes compostos, a degradação depende da reatividade e da fotossensitividade do composto, sendo que a maioria dessas moléculas orgânicas contaminantes resiste à radiação solar incidente na biosfera, porém este é um método muito utilizado para comparação de processos que relacionam a geração de radicais livres, em especial o (HO) para quantificar a contribuição da fotólise da molécula em processos oxidativos.[2] 14 3.4. Processos Oxidativos Avançados (POA) Os Processos Oxidativos Avançados tem apresentado um dos principais métodos utilizados para tratamento de água e efluentes por sua alta eficiência de degradação de vários compostos orgânicos.[10 - 11] Esses processos possibilitam que os compostos orgânicos sejam transferidos de fase, além de serem transformados em compostos menos nocivos, como CO2, água e ânions inorgânicos, por meio da degradação envolvendo substâncias altamente oxidantes transitórias, que contenham radicais hidroxila (OH).[2, 11] Essas substâncias atuam em um intervalo de tempo relativamente curto, podendo levar a total mineralização da matéria orgânica presente nos efluentes.[10 - 11] Isso ocorre devido ao alto potencial de oxidação do radical OH, Eo= +2,8 V, sendo um dos potenciais mais energéticos conhecidos perdendo apenas para o flúor (Tabela 1).[2] Tabela 1: Potencial de oxidação eletroquímica de alguns oxidantes.[2] Agente Oxidante Potencial de Oxidação [V] Flúor (F) 3,03 Radical hidroxila (OH) 2,80 Oxigênio atômico 2,42 Ozônio (O3) 2,07 Peróxido de hidrogênio (H2O2) 1,78 Radical peridroxil (HO2) 1,70 Fonte: FRANÇA (2011). Os radicais OH podem iniciar reações com diferentes grupos funcionais levando a formação de outros radicais orgânicos instáveis, que posteriormente são oxidados a CO2, H2O e ácidos inorgânicos originado do heteroátomo presente.[10] A oxidação da matéria orgânica pelo radical hidroxila (OH) pode ocorrer conforme três mecanismos: abstração de átomo de hidrogênio, adição eletrofílica e transferência de elétrons.[2, 12] A abstração de átomo de hidrogênio ocorre geralmente com hidrocarbonetos alifáticos da seguinte forma: RH + OH R + H2O (1) 15 A adição eletrofílica acontece geralmente com hidrocarbonetos insaturados e aromáticos: PhX + OH RX + HOPhX (2) O mecanismo de transferência de elétrons ocorre geralmente com compostos halogenados: OH + RX RX + OH (3) Existem diferente tipos de técnicas para gerar radicais hidroxila. Os grupos mais importantes dos Processos Oxidativos Avançados são: Fotólise direta de oxidantes (H2O2, O3); Fotocatálise heterogênea; Processo Fenton e foto-Fenton.[10] Processos que contêm catalisadores sólidos são conhecidos por heterogêneos, e quando o catalisador está na mesma fase que o fármaco é chamado homogêneo.[1] Os principais sistemas POA são apresentados a seguir pela Tabela 2.[1] Tabela 2: Sistemas de Processos Oxidativos Avançados.[1] Com irradiação O3/UV H2O2/UV Feixe de elétrons Ultrassom (US) Sistemas Homogêneos H2O2/US UV/US Sem irradiação O3/H2O2 O3/OH H2O2/Fe2+ (Fenton) Com irradiação TiO2/O2/UV Sistemas TiO2/H2O2/UV Heterogêneos Sem irradiação Eletro-Fenton Fonte: TEIXEIRA (2004). 16 A degradação de paracetamol na presença de peróxido de hidrogênio foi realizada utilizando métodos fotoquímicos, (foto)eletroquímicos usando eletrodos recobertos com catalisadores de TiO2 e CuO/TiO2/Al2O3 alcançando até 99 % de degradação do fármaco, formando intermediários como benzoquinona e ácidos carboxílicos seguido de completa mineralização.[13] A oxidação avançada do paracetamol promovida pelo sistema TiO2/UV resultou na eficiente oxidação do medicamento, embora a mineralização não foi completa, com formação de hidroquinona, benzoquinona, p-aminofenol e p-nitrofenol na mistura de reação. O monitoramento pela espectroscopia de infravermelho demonstrou a quebra da ligação da amida aromática presente no paracetamol e formação subsequente de muitos intermediários aromáticos como p-aminofenol e pnitrofenol, os quais foram convertidos em ácidos carboxílicos.[14] 3.4.1. Fotólise com H2O2 O peróxido de hidrogênio (H2O2) é um poderoso agente oxidante com potencial de oxidação de 1,8 V, comercialmente disponível, estável termodinamicamente e muito solúvel em água. O marco de sua comercialização foi em 1800, devido a sua alta aplicabilidade, sua produção tem aumentado no decorrer dos anos. É utilizado em branqueamento de papel, nas indústrias têxtil, produção de água potável, na manufatura de alimentos, metalurgia, produção de energia, indústrias petroquímicas, cosméticos, entre outras. Ele pode ser utilizado sozinho, por exemplo, para remoção de odores, no controle de corrosão, na oxidação de metais, compostos orgânicos e inorgânicos ou combinado com outros oxidantes, dependendo da sua aplicabilidade podem ser acrescentados também catalisadores ou radiação UV para melhor eficiência.[1] A fotólise de H2O2 é um dos POA mais antigo e eficiente utilizados na degradação de contaminantes presentes em águas e efluentes. Quando combinado com irradiação ultravioleta o processo se torna mais eficiente, devido a grande produção de radicais hidroxila. O mecanismo para a fotólise de H2O2 com UV envolve uma quebra homolítica da molécula com formação de dois radicais OH (Eq.4).[1, 2, 10, 15] H2O2 2HO (4) 17 Neste tipo de processo, utiliza-se normalmente lâmpadas de mercúrio de baixa ou média pressão, para geração da irradiação UV, com comprimento de onda de 254 nm, porém a absorção máxima do H2O2 é por volta de 220 nm, sendo mais conveniente a utilização de lâmpadas de Xe/Hg que emitem luz de 210 – 240 nm, porém são mais caras.[2] 3.4.2. Fotocatálise heterogênea com TiO2 Os sistemas heterogêneos são caracterizados pela presença de catalisadores semicondutores, os quais são substâncias que aumentam a velocidade de reação até se atingir o equilíbrio químico sem sofrerem alteração química, as reações efetuadas na presença desse tipo de substância são chamadas reações catalíticas.[16] Os semicondutores que atuam como catalisadores possuem duas regiões de energia, a banda de valência (BV), onde a região de energia é mais baixa os elétrons não possuem livre movimento e a banda de condução (BC), que é a região onde possui maior energia em que os elétrons são livre para se moverem proporcionando uma condução elétrica similar aos metais.[17] Nos semicondutores há uma descontinuidade de energia entre essas bandas e em algumas condições os elétrons podem superá-las, passando da BV para a BC gerando um par elétron/lacuna apresentando condutividade elétrica.[1] O TiO2 é um semicondutor, em seu estado normal os seus níveis de energia não são contínuos, não conduzindo eletricidade. Quando irradiado com fótons (hʋ) de energia igual ou superior a “band-gap” irá ocorrer uma excitação eletrônica e o elétron e promovido da BV para BC, gerando o par elétron/lacuna que poderá sofrer uma recombinação interna ou migrar para superfície do catalisador. Na superfície ele pode recombinar externamente ou participar de reações de oxirredução com absorção de substancias como H2O, O2, OH- e compostos orgânicos. As reações de oxidação ocorrem entre a lacuna de valência e a água ou com íons hidroxila produzindo radicais hidroxila, as reações de redução ocorre entre o elétron da BC e o oxigênio produzindo íon superóxido.[1] Na atualidade, a degradação fotocatalítica utilizando um semicondutor é um método promissor para a remoção de contaminantes tóxicos orgânicos e inorgânicos da água. A fotocatálise utilizando TiO2 vem sendo aplicada com sucesso de 18 inúmeras classes de compostos, como por exemplo: alcanos, álcoois, aromáticos, fenóis, ácidos carboxílicos, etc.[1] O mecanismo de fotoativação do TiO2 é representado pela Figura 3. Figura 3: Mecanismo simplificado de fotoativação do TiO2.[1] Fonte: TEIXEIRA (2004). 19 4. METODOLOGIA 4.1. Preparo da solução de paracetamol Todas as soluções utilizadas foram preparadas a partir de um comprimido de paracetamol de 750 mg produzido pelo laboratório Nova Química lote 628346 e validade 04/2016. Para o preparo da solução inicial foi, macerado um comprimido de paracetamol com o auxílio de um pistilo e almofariz e feita sua dissolução com água destilada em um balão volumétrico de 1 L, resultando numa solução de concentração 750 mg L-1 de paracetamol. Após a dissolução da solução de paracetamol, foi realizada a filtração a vácuo com papel de filtro com tamanho de poro de 0,45 µm para eliminar micropartículas insolúveis que ficaram dispersas provenientes dos excipientes do medicamento comercial. 4.2. Degradação do paracetamol através da fotólise direta UV em diferentes medidas de pH As reações sob irradiação UV foram realizadas em um reator fotoquímico. A irradiação UV foi fornecida por quatro lâmpadas de vapor de mercúrio de 15 W acopladas a uma caixa de madeira. Os ensaios de fotólise direta foram realizados com uma solução de paracetamol com concentração 187,5 mg L-1 preparada através da diluição 25 ml da solução estoque de paracetamol (750 mg L-1) para 100 ml de água destilada. Para a realização dos ensaios foram transferidos alíquotas de 20 ml da solução de paracetamol (187,5 mg L-1) para 3 béqueres identificados 1, 2, 3 utilizados como reatores em batelada. No béquer 1 foi mantido somente solução de paracetamol, no béquer 2 adicionou-se 100 L de HCl 0,1 M e no béquer 3 acrescentou-se 100 L de NaOH 0,1 M, com o objetivo de estudar o efeito do pH (na faixa de 3,5-9,5) na fotólise direta. Após preparadas as soluções foram feitas medidas de pH com o auxílio de um pHmetro e adicionadas em cubetas de quartzo com caminho óptico de 1 cm e submetidas a varredura espectral com comprimentos de onda de 200 a 800 nm no espectrofotômetro UV-Vis. Após o procedimento colocou-se as amostras para reagir no reator fotoquímico. Os experimentos foram 20 realizados a temperatura ambiente, sob agitação magnética e com os reatores tampados com vidro de relógio a fim de evitar a evaporação das soluções. Depois de 40 minutos de reação, uma alíquota de cada solução foi coletada e feita nova análise do espectro de varredura. 4.3. Fotodegradação do paracetamol utilizando Processos Oxidativos Avançados com irradiação UV Os ensaios utilizando processos oxidativos avançados foram realizados com solução de paracetamol com concentração 187,5 mg L-1. Pipetou-se 40 ml da solução de paracetamol para cada amostra nos béqueres 1, 2 e 3. No béquer 1 colocou-se 50 L de NaOH 0,1 M, no béquer 2 adicionou-se 50 L de H2O2 30% v/v. e no béquer 3 acrescentou-se 50 L de terc-butil hidroperóxido 70% v/v. As amostras foram tampadas com vidro de relógio no reator fotoquímico à temperatura ambiente e sob agitação magnética por 1 hora e 40 minutos. Foram realizadas as medidas de pH das amostras e feita análise de varredura espectral antes e após a reação de degradação na câmara com irradiação UV. 4.4. Degradação do paracetamol utilizando fotocatálise heterogênea com TiO2 A fotocatálise heterogênea com TiO2 foi realizada com uma solução de paracetamol com concentração 75 mg L-1 em pH básico. Foram feitos 2 ensaios diferentes. No primeiro ensaio foram adicionados a um béquer 20 mL da solução de paracetamol 75 mg L-1 e 50 L de NaOH 0,1 M, no segundo ensaio foi realizado o mesmo procedimento do primeiro e foram acrescentadas 150 L de H2O2 30% v/v. Mediram-se então o pH das amostras e foi efetuada análise no espectrofotômetro UV-Vis com varredura. Em seguida, aproximadamente 0,075 g de TiO 2 comercial foram acrescentados nos reatores. Após este procedimento as amostras tampadas com vidro de relógio foram colocadas no reator fotoquímico por 40 minutos sob agitação e temperatura ambiente. Ao final da reação, as amostras foram 21 centrifugadas por 20 minutos a 2000 rpm e filtradas 8 vezes com o auxílio de uma seringa e filtros de seringa hidrofílico com diâmetro de 25 mm e poro de 0,45 μm para a separação do catalisador da mistura reacional. 4.5. Testes de adsorção do paracetamol Para os testes de adsorção de paracetamol utilizou-se 10 ml de uma solução de paracetamol com concentração 187,5 mg L-1 para cada amostra (total de 6 amostras) e transferiu-se para béqueres (utilizados como reatores batelada) numerados de 1 a 6 para avaliação do efeito de adsorção para diferentes quantidades de adsorvente na remoção do paracetamol. O material adsorvente utilizado foi uma zeólita calcinada a 500°C, para cada béquer foi pesada uma determinada massa de substância adsorvente variando de 0,026 g a 0,098 g e as amostras tampadas com vidro de relógio foram colocadas sob agitação magnética por 30 minutos depois centrifugadas a 2000 rpm por 10 minutos, para avaliar a capacidade da zeólita em remover o paracetamol da solução. Foram feitas análises de varredura no espectrofotômetro UV-Vis antes da adsorção e após a centrifugação das amostras. 22 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1. Degradação do paracetamol com fotólise direta UV em diferentes medidas de pH A degradação do paracetamol foi estudada em meio ácido, básico e próximo ao pH neutro (sem adição de promotores ácidos ou básicos ou alteração de força iônica) através da fotólise direta. As soluções foram monitoradas num espectrofotômetro UV-Vis antes e após a irradiação de luz ultravioleta (Figura 4). Os ensaios de fotólise direta com as soluções de paracetamol de concentração 187,5 mg L-1 em meio ácido (pH 3,52, Figura 4-A) e próximo ao pH neutro (pH 6,25, Figura 4-B) constataram que após 40 minutos na câmara de UV, a energia fornecida é insuficiente para rompimento de ligações químicas para ocasionar a degradação do medicamento, mantendo a absorbância da molécula praticamente constante do tempo 0 a 40 minutos. Já para a solução de paracetamol em meio básico (pH 9,37, Figura 4-C) o espectro de varredura demonstra que houve diminuição da absorbância no comprimento de onda característico do paracetamol, indicando uma degradação parcial do fármaco. Este resultado pode ser explicado pela maior geração de radicais OH em pH alcalino em função da maior concentração dos íons OH-, aumentando assim a eficiência da degradação do paracetamol.[10] 23 4-A 4-B 4-C Figura 4: Espectros de absorção UV-Vis antes e após a degradação do paracetamol por fotólise direta UV a: pH 6,25 (A), pH 3,52 (B) e pH 9,37 (C). Fonte: do autor. Contrastando com os resultados obtidos, a literatura mostra que os melhores resultados de fotólise foram observados em pH natural da solução (6,80) e pH ácido (3,00) na degradação do paracetamol chegando a uma oxidação do fármaco de até 100% e a uma mineralização de até 80%.[2, 10] 5.2. Ensaios de degradação do paracetamol utilizando Processos Oxidativos Avançados com irradiação UV Neste ensaio realizaram-se testes para comparar o poder de degradação do paracetamol em meio básico e utilizando diferentes espécies oxidantes. Para indução de meio básico a solução de paracetamol foi ajustada com 50 L de NaOH 0,1 M (Figura 5-A) conferindo a solução um pH de 8,7. A amostra contendo 50 L do oxidante H2O2 30% (Figura 5-B) obteve um pH de 5,87, e para 50 L do oxidante 24 terc-butil 70% (Figura 5-C) pH 6,04. Observando os gráficos pode-se dizer que a degradação de paracetamol em meio básico na presença de NaOH foi mais eficiente, e quando comparado a presença de oxidantes o terc-butil hidroperóxido houve uma discreta diminuição da absorbância em relação a amostra inicial antes da irradiação UV. Isso se deve aos grupos hidrofóbicos terc-butil aumentam a estabilidade de radicais, promovendo maior formação de radicais OH comparado com o oxidante peróxido de hidrogênio. 5-A 5-B 5-C Figura 5: Espectros de absorção UV-Vis para ensaios de degradação do paracetamol em presença de: meio básico NaOH (5-A), H2O2 (5-B) e terc-butil (5-C). Fonte: do autor. 5.3. Ensaios de degradação do paracetamol por fotocatálise heterogênea com TiO2 Os estudos de fotocatálise heterogênea foram realizadas em meio básico, em função dos testes preliminares de fotólise direta na ausência de fotocalisador que apresentarem melhores resultados em pH alcalino. O pH de uma solução pode 25 afetar um Processo Oxidativo Avançado por diversos motivos, podendo afetar as propriedades superficiais do catalisador, incluindo a carga das partículas, o tamanho do agregado e as posições das bandas de condução e de valência. O fator mais importante da influência do pH na degradação é a mudança nas propriedades dos substratos orgânicos a serem degradados, a fim de se conseguir uma taxa de reação ótima para o sistema.[1] Além do pH, fatores como estrutura cristalina, defeitos e impurezas, morfologia da superfície e interface são grandes influenciadores da atividade fotocatalítica do TiO2, assim como de seus mecanismos de reação. Outros fatores como área superficial, porosidade e distribuição do tamanho da partícula também contribuem na atividade dos materiais utilizados nos Processos Oxidativos Avançados.[1] A fotocatálise heterogênea com TiO2 em meio básico (pH 9,49, Figura 6) foi eficiente para promover a degradação parcial do paracetamol, como evidenciado pela diminuição considerável da banda de absorção característica do fármaco. Este resultado está em conformidade com outros trabalhos da literatura que retalam a excelente capacidade dos fotocalisadores na oxidação do paracetamol alcançando conversões de até 100% e a mineralização de até 78% após 2 horas de reação na presença de TiO2 e H2O2, com monitoramento dos produtos gerados na degradação por meio de cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE).[2] Os resultados obtidos na Figura 6 são testes preliminares e podem ser otimizados para alcançar a degradação total do fármaco, através de estudos de parâmetros que afetam a reação como a quantidade de fotocatalisador, tempo de exposição na câmara com irradiação UV, pH da solução e adição de promotores ou oxidantes em concentrações adequadas. 26 Figura 6: Espectros de absorção UV-Vis para ensaios de degradação do paracetamol por fotocatálise heterogênea com TiO2 em meio básico. Fonte: do autor. Com o objetivo de aumentar a degradação do paracetamol na fotocatálise heterogênea foi avaliado o efeito da adição de oxidante peróxido de hidrogênio. Relatos da literatura mostram que o peróxido de hidrogênio atua como receptor de elétrons e sua adição ao processo pode tornar a degradação de paracetamol mais eficiente pela geração de radicais hidroxila adicionais, conforme mostrado na Eq. 1.[18] TiO2(e-) + H2O2 TiO2 + HO- + HO (Eq.1) Entretanto, a associação do TiO2 e H2O2 em meio básico (pH 8,75) não foi favorável como observado na Figura 7, sendo que o H2O2 ou pode ter agido como um inibidor da fotocatálise ou sua proporção e concentração utilizadas não foram eficientes para a formação de radicais hidroxila para que a degradação pudesse ocorrer. Em altas concentrações de peróxido de hidrogênio, podem ocorrer reações que consomem radicais HO•, afetando negativamente o processo de degradação, conforme mostrado nas Eq. (2 - 4).[18] H2O2 + HO H2O + HO2 (Eq.2) HO2 + HO H2O + O2 (Eq.3) HO + HO H2O2 (Eq.4) Além disso, a estabilidade do H2O2 varia em função do pH e da temperatura. Maiores temperaturas e pH básico favorecem sua decomposição em H 2O e O2 conforme a equação, conforme Eq.5.[18] 2H2O2 2H2O + O2 (Eq.5) 27 Figura 7: Espectros de absorção UV-Vis para ensaios de degradação do paracetamol por fotocatálise heterogênea com TiO2 em meio básico na presença de H2O2. Fonte: do autor. 5.4. Ensaios de adsorção do paracetamol Os testes de adsorção foram realizados variando a quantidade (massa) de zeólita nas 6 amostras, sendo que a quantidade de zeólita contida nas amostras variou de 0,026 g a 0,098 g. O comportamento dos gráficos gerados pelo espectro de varredura antes e após a adsorção foi semelhante em todas as amostras, praticamente não havendo diferença da quantidade adsorvida de paracetamol de acordo com a variação da massa de zeólita utilizada. A Figura 8 representa o espectro de absorção UV-Vis antes e após a adsorção de paracetamol utilizando 0,026 g zeólita como adsorvente. Figura 8: Espectros de absorção UV-Vis para ensaio de adsorção de paracetamol utilizando zeólita como adsorvente. Fonte: do autor. 28 Os testes de adsorção do paracetamol foram pouco eficientes na remoção do fármaco quando comparado com os outros processos de oxidação empregados nesse estudo. Além disso, o processo de remoção por adsorção é um processo físico de transferência de massa e não degrada definitivamente os contaminantes imobilizados na superfície do adsorvente, requerendo uma etapa adicional de regeneração do adsorvente com posterior destruição dos contaminantes ou uma etapa de remoção, acumulação e incineração do adsorvente juntamente com contaminante. Outro fator a ser analisado é que as zeólitas e outros adsorventes geralmente possuem alto custo para serem obtidos. 29 6. CONCLUSÃO Para os experimentos de degradação do paracetamol por fotólise direta, o pH básico proporcionou uma degradação parcial do fármaco, enquanto que o emprego de pH próximo ao neutro e ácido não proporcionaram resultados favoráveis. Os ensaios utilizando Processos Oxidativos Avançados com irradiação UV comparado com a degradação por fotólise direta aplicada no meio básico foi menos significativo, porém pode-se observar uma pequena diminuição da absorbância nos espectros característicos do paracetamol. Para este conjunto de dados o ajuste das condições de reação como a alteração da concentração ou proporção dos agentes oxidantes utilizados ou mesmo a concentração da solução de paracetamol poderiam resultar em maior degradação do paracetamol, o que não foi estudado neste trabalho. Além disso, os estudos realizados com o emprego do terc-butil hidroperóxido apresentaram melhores resultado quando comparado com a utilização do H2O2 como oxidante. O caráter hidrofóbico do grupo t-butil pode contribuir para a formação de radicais mais estáveis e ativos para a promoção da degradação do fármaco. A aplicação do TiO2 em meio básico como fotocatalisador heterogêneo na solução de paracetamol foi eficiente, porém quando na presença do oxidante H 2O2 o mesmo inibiu a reação de degradação do fármaco. A utilização de zeólita como material adsorvente foi menos eficiente quando comparada a degradação feita por fotólise direta em meio básico, o que tornaria inviável sua utilização para retirada do fármaco devido ao alto custo da zeólita e baixa eficiência de remoção do contaminante. 30 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] TEIXEIRA, C. P. A. B.; JARDIM, W. F. Processos Oxidativos Avançados, Conceitos Teóricos. Caderno temático, UNICAMP, LQA, v.3 2004. [2] FRANÇA, M. D. Degradação de Paracetamol empregando Tecnologia Oxidativa Avançada baseada em fotocatálise heterogênea usando irradiação artificial e solar. 2011. 122f. 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