UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE – UFCSPA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HEPATOLOGIA Gabriela Zanatta Port Avaliação Nutricional Bioquímica de Pacientes Portadores de Cirrose com Carcinoma Hepatocelular Porto Alegre 2012 I Gabriela Zanatta Port Avaliação Nutricional Bioquímica de Pacientes Portadores de Cirrose com Carcinoma Hepatocelular Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Hepatologia da Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre como requisito para a obtenção do grau de Mestre. Orientadora: Dra.Cristiane Valle Tovo Porto Alegre 2012 II Catalogação na Publicação P839a Port, Gabriela Zanatta Avaliação nutricional bioquímica de pacientes portadores de cirrose com carcinoma hepatocelular / Gabriela Zanatta Port. – 2012. 110 f. : gráficos, tabelas ; 30 cm. Dissertação (mestrado) -- Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Programa de Pós-Graduação em Hepatologia, 2012. “Orientadora: Dra. Cristiane Valle Tovo”. 1. Hepatologia. 2. Avaliação nutricional. 3. Cirrose hepática. 4. Carcinoma hepatocelular. 4. Vírus da hepatite C. I. Título. CDD 616.994362 CDU 616.36-006.6 Bibliotecário Vladimir Luciano Pinto - CRB 10/1112 III DEDICATÓRIA Dedico esta pesquisa aos pacientes. Indivíduos que colaboram com a ciência, com a nobreza de trazer melhores perspectivas de vida ao próximo. IV AGRADECIMENTOS À Prof. Dra. Cristiane Valle Tovo, minha orientadora, meu grande exemplo de profissional, pela sua maneira de ser, pela compreensão e carinho desde que nos conhecemos, pelo apoio e amizade em todos os momentos. Ao meu noivo Francisco, pelo seu amor, companheirismo e dedicação insuperáveis à nossa pequena família. Aos meus pais Débora e Cléo, exemplos de amor e atenção infinitos e por terem priorizado a educação e o caráter de suas filhas. À minha irmã Lívia pela sua existência que me incentiva a crescer para sempre ser seu exemplo. À tia Sônia por demonstrar sua paixão pelo ensino, me motivando a optar pela vida acadêmica. Às tias Silvana, Graziela e tio Hilton pelo constante incentivo ao estudo, aprimoramento e crescimento intelectual. Aos meus avós meus exemplos de integridade e caráter. Aos meus sogros Paulo e Lídia, por me acolherem em sua família como uma filha. Aos professores deste curso pela excelência no ensino, em especial aos Professores Cláudio Marroni e Angelo Mattos pelas valiosas contribuições à esta pesquisa. Às minhas amigas que compreenderam minha ausência e a Ane por ser um exemplo de dedicação e foco. À nutricionista Kalinca pelo auxílio na coleta de dados e por sua amizade. Aos colegas Jonathan, Sabrina, Lilian, Flávia, pelo apoio e valiosas discussões para o enriquecimento profissional. A todos que contribuíram para a realização deste trabalho. V RESUMO Contexto - Os pacientes cirróticos portadores de carcinoma hepatocelular (CHC) apresentam alterações nutricionais e desordens metabólicas, com impacto negativo sobre o prognóstico. Objetivo - observar a presença de alterações do metabolismo dos macro e micronutrientes entre os pacientes cirróticos com e sem CHC e sua relação com o escore CTP e estadiamento BCLC. Métodos - estudo transversal analítico, onde foram avaliados 31 pacientes no grupo CHC e 48 no grupo CI. Foram realizados exames laboratoriais: glicose, colesterol total, colesterol HDL, triglicerídeos, albumina, creatinina, ácido úrico, saturação de transferrina, ferro, ferritina, hematócrito, hemoglobina, cobre, zinco, magnésio, vitamina B12, ácido fólico. Avaliou-se a existência de associação entre os parâmetros bioquímicos e a gravidade da doença, bem como presença de CHC. Resultados – O perfil metabóliconutricional de pacientes portadores de cirrose pelo vírus da hepatite C e carcinoma hepatocelular apresenta-se alterado em relação ao perfil lipídico (colesterol total, HDL e triglicerídeos), proteico (albumina, creatinina e ácido úrico), ferro (saturação da transferrina, ferro e ferritina), hematócrito e hemoglobina, zinco e vitamina B12. O diagnóstico de CHC foi relacionado com piores resultados de colesterol HDL, hematócrito e aumento nos níveis séricos de ferro e ferritina. Houve correlação entre marcadores bioquímicos nutricionais e a classificação de CTP, bem como com o estadiamento BCLC. Conclusões Considerando a existência de alterações no metabolismo dos macro e micronutrientes nos pacientes cirróticos com e sem CHC e sua relação com o prognóstico das doenças e que os métodos convencionais de avaliação nutricional apresentam limitações para esta população, os exames laboratoriais bioquímicos são válidos para complementar o diagnóstico do estado nutricional de maneira rápida e prática. DESCRITORES: Cirrose hepática. Carcinoma hepatocelular. Desnutrição. Avaliação nutricional. VI ABSTRACT Context – Liver cirrhosis patients (CI) with hepatocellular carcinoma (HCC) present nutritional alterations and metabolic disorders, with negative impact on the prognosis. Objective – observing the presence of alterations in the metabolism of macro and micronutrients among liver cirrhosis patients with and without HCC and their relation with the Child-Turcote-Pugh (CTP) score and Barcelona Clinic Liver Cancer (BCLC) staging. Methods – analytical transversal study in which 31 patients from group HCC and 48 patients from group CI were assessed. The following laboratorial exams were carried out: glucose, total cholesterol, HDL cholesterol, triglycerides, albumin, creatinine, uric acid, transferrin saturation, iron, ferritin, hematocrit, hemoglobin, copper, zinc, magnesium, vitamin B12, folic acid. The existence of an association between the biochemical parameters and the disease severity, as well as the presence of HCC, was assessed. Results – The metabolic-nutritional profile of patients with liver cirrhosis caused by the hepatitis C virus and hepatocellular carcinoma is altered, specifically the lipid (total cholesterol, HDL and triglycerides), protein (albumin, creatinine and uric acid), iron (transferrin, iron and ferritin saturation), hematocrit and hemoglobin, zinc and vitamin B12 profiles. The HCC diagnosis was related to the worst results of HDL cholesterol, hematocrit and increase in the serum levels of iron and ferritin. There is a relation between nutritional biochemical markers and the CTP classification, as well as BCLC staging. Conclusions – Considering the existence of alterations in the metabolism of macro and micronutrients in liver cirrhosis patients with and without HCC and their relation with the diseases prognosis, and also that conventional nutritional assessment methods present limitations for this population, the biochemical laboratorial exams are valid to complement the diagnosis of the nutritional state in a quick and practical way. DESCRIPTORS: Liver cirrhosis. Hepatocellular Carcinoma. Malnutrition. Nutritional Assessment. VII LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS Figura 1 – Estratégia de tratamento BCLC .........................................................6 Artigo em português: Gráfico 1 – Marcadores nutricionais bioquímicos segundo valores de média e mediana: CHC x CI ...........................................................................................56 Gráfico 2 – Associação entre alteração dos parâmetros bioquímicos e estadiamento da doença ...................................................................................58 Artigo em inglês: Graphic 1 – Biochemical nutritional markers according to mean and median values: HCC x CI ..............................................................................................87 Graphic 2 – Association between biochemical parameters alteration and disease staging .................................................................................................89 VIII LISTA DE TABELAS Artigo em português: Tabela 1 – Caracterização da amostra ............................................................52 Tabela 2 – Análise dos marcadores nutricionais bioquímicos segundo valores de normalidade: comparação entre os grupos CHC x CI .................................54 Tabela 3 – Análise dos marcadores nutricionais bioquímicos segundo valores de média e mediana: comparação entre os grupos CHC x CI .........................55 Tabela 4 – Associação entre os parâmetros bioquímicos e a gravidade da doença por grupo em estudo ............................................................................57 Artigo em inglês: Table 1 – Sample Characterization ..................................................................83 Table 2 – Biochemical nutritional markers assessment according to the normality values: comparison between groups HCC x CI .................................85 Table 3 – Biochemical nutritional markers assessment according to the mean and median values: comparison between groups HCC x CI ….........................86 Table 4 – Association between the biochemical parameters and disease severity per studied group .................................................................................88 IX LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS Anti-VHC = anticorpo contra o VHC ASG = Avaliação subjetiva global BCLC = Barcelona Clinic Liver Cancer CHC = Carcinoma Hepatocelular CI = Cirrose CTP = Child Turcotte Pugh DM = Diabete Melito DPE = Desnutrição proteicoenergética ELISA = Enzyme Linked ImmunoSorbent Assay Fe = Ferro Hb = Hemoglobina Ht = Hematócrito IMC = Índice de massa corporal LSN = Limite superior da normalidade PCR = Reação em cadeia da polimerase PEPI = Programs for Epidemiologists PST = Perfomance Status Test SPSS = Statistical Package for the Social Sciences TCLE = Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TNM = Tumor Node Metastasis UFCSPA = Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre VHB = Vírus da Hepatite B VHC = Vírus da Hepatite C Zn = Zinco X SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 1 1.1 Epidemiologia da infecção pelo vírus da hepatite C (VHC) .......................... 1 1.2 História natural da infecção pelo vírus da hepatite C (VHC) ........................ 3 1.3 Carcinoma hepatocelular...............................................................................4 1.4 O fígado e a nutrição .................................................................................... 7 1.5 Alterações nutricionais e metabólicas no paciente cirrótico ......................... 9 1.6 Alterações nutricionais e metabólicas no paciente oncológico ................... 11 1.7 Avaliação nutricional na doença hepática e câncer .................................... 13 1.7.1 Métodos subjetivos .................................................................................. 14 1.7.2 Métodos objetivos ................................................................................... 15 2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 28 3 OBJETIVO..................................................................................................... 29 3.1 Objetivo geral ............................................................................................. 29 3.2 Objetivos específicos ................................................................................. 29 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 30 5 ARTIGO CIENTÍFICO - VERSÃO EM PORTUGUÊS ................................... 45 6 ARTIGO CIENTÍFICO - VERSÃO EM INGLÊS ............................................. 76 7 CONCLUSÃO.............................................................................................. 107 8 ANEXOS ..................................................................................................... 108 ANEXO A – QUESTIONÁRIO: AVALIAÇÃO NUTRICIONAL BIOQUÍMICA DE PACIENTES PORTADORES DE CIRROSE COM CHC ................................ 108 ANEXO B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ....... 109 1 1 INTRODUÇÃO 1.1 Epidemiologia da infecção pelo vírus da hepatite C (VHC) A infecção pelo vírus da hepatite C impõe-se atualmente como um grande desafio para a saúde pública: estima-se que cerca de 3% da população mundial esteja infectada cronicamente. O VHC é tido como agente etiológico em aproximadamente 20 % dos casos de hepatite aguda e 70 % dos casos de hepatite crônica no mundo (14, 20). O VHC é a causa mais comum de doença hepática crônica na população. Existem aproximadamente 180 milhões de portadores crônicos no mundo com risco de desenvolver sérias complicações, como cirrose e carcinoma hepatocelular (113). Dados da Sociedade Brasileira de Hepatologia (84) , a partir do uso dos testes ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent Assay) de segunda (ELISA II) e terceira geração (ELISA III) em doadores de sangue, apontaram uma prevalência de 1,2% em 1.173.406 doadores de sangue avaliados. Deve-se considerar, entretanto, que a prevalência do VHC em doadores de sangue não reflete sua prevalência na população geral, visto que se trata de uma população selecionada (84). Um inquérito nacional foi realizado pelo Ministério da Saúde do Brasil com base populacional nas capitais do país. Em Porto Alegre, a prevalência de hepatite C é de 1,98% (70). 2 A mais eficiente forma de transmissão do VHC ocorre através de repetidas exposições percutâneas, como transfusões de sangue ou a utilização de produtos derivados do sangue, ou mesmo uso compartilhado de seringas/agulhas entre usuários de drogas injetáveis (20) . Nos Estados Unidos da América, observa-se que a importância da transfusão de sangue e do uso de drogas injetáveis como forma de transmissão do VHC modificou-se substancialmente nos últimos anos. A transfusão de sangue, que há mais de 10 anos correspondia a uma proporção considerável das causas de infecção pelo VHC, atualmente propicia um número menor de infecções adquiridas. Este fato se deve à pesquisa rotineira do anti-VHC em doadores de sangue, que reduziu em mais de 50% a incidência da hepatite C pós transfusional. Por outro lado, o uso de drogas injetáveis tem correspondido a uma maior proporção de infecções pelo VHC, sendo atualmente responsável por 60% da transmissão (19) . Desde que se tornou disponível na prática, a pesquisa do anti-VHC passou a ser incluída na rotina dos bancos de sangue e, no Brasil, tornou-se obrigatória a partir de 1993 (84). Várias são as formas de transmissão do vírus, sendo a prevalência do anti-VHC variável, conforme os subgrupos avaliados: usuários de drogas injetáveis (60 a 90%), pacientes em programa de hemodiálise (10 a 30%), indivíduos com comportamento sexual de alto risco e contatos sexuais intrafamiliares com pessoas com infecção crônica pelo VHC (1 a 10%), exposição esporádica percutânea, como no caso de trabalhadores da área da saúde (1 a 2%) (14). 3 1.2 História natural da infecção pelo vírus da hepatite C (VHC) Após a sua descoberta em 1989, o conhecimento da história natural da hepatite C permanece ainda limitado, mas sabe-se que a doença possui progressão lenta e evolui após vários anos para fibrose hepática significativa (80) . A forma aguda é pouco diagnosticada, por ser frequentemente assintomática, com apenas 20% dos pacientes apresentando icterícia. A ocorrência de hepatite fulminante é rara. A doença hepática crônica pode evoluir de forma lenta e silenciosa até o surgimento de sintomas de doença hepática terminal, o que dificulta a definição do tempo de infecção (20). Aproximadamente 20% dos pacientes atingem a cura espontânea da infecção aguda pelo VHC, com perda do RNA do VHC no soro. Cerca de 75% a 85% dos pacientes progridem para infecção crônica e, desses, 20 a 30% desenvolvem cirrose, com uma chance de evolução para carcinoma hepatocelular de 2 a 5% ao ano após o diagnóstico de cirrose. A infecção crônica pode desenvolver-se com ou sem a alteração de aminotransferases, associada ou não à inflamação crônica e fibrose hepática progressiva (80,113). Cirrose e carcinoma hepatocelular podem ocorrer, respectivamente, em um período de tempo entre 11 e 31 anos e 16 a 42 anos após a transmissão do vírus C por transfusão sanguínea. Pacientes infectados por outras vias demonstram evolução mais benigna da hepatite C, com pouca evidência de progressão para cirrose e nenhuma complicação fatal relacionada com doença hepática em 20 anos de evolução. Fatores que parecem acelerar a progressão da infecção pelo VHC são: idade mais avançada no momento da infecção, sexo masculino, uso abusivo de álcool, co-infecção com vírus da hepatite B 4 (VHB) e com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e presença de alanina aminotransferase (ALT) elevada (14,80). A progressão da fibrose começa a acelerar a partir dos 50 anos de idade, independente da duração da infecção, mas a idade na data de contaminação pelo vírus C parece ser o maior preditor de evolução (80). Em um período de 20 anos, aproximadamente 6% dos pacientes desenvolverão descompensação hepática devido à cirrose, 4% desenvolverão carcinoma hepatocelular, e 3 a 4% terão óbito relacionado à hepatopatia ou necessitarão de transplante hepático (14) . 1.3 Carcinoma hepatocelular O carcinoma hepatocelular (CHC) é o quinto tumor maligno mais frequente em todo o mundo (5º em homens e 8º em mulheres) e é responsável por quase dois terços das mortes por câncer (76,112) . No Brasil é a sétima principal causa de morte relacionada a câncer. O CHC representa 80 a 90% dos casos de câncer primário de fígado, sendo um dos principais problemas de saúde pública em todo o mundo, com estimativa de incidência variando entre quinhentos mil e um milhão de novos casos anualmente Embora aproximadamente 80% dos (32) novos . casos de CHC sejam relatados no mundo em desenvolvimento, a incidência do CHC é crescente no hemisfério ocidental (65). Nos homens as taxas de CHC são 2 a 4 vezes maiores que nas mulheres, com idade média de 54,7 anos (31) . O principal fator predisponente para o desenvolvimento do CHC é a presença de cirrose: 80 a 90% dos casos 5 se desenvolvem no fígado cirrótico (25, 32) e 80% dos casos são atribuídos à infecção viral crônica, quer com hepatite B ou hepatite C. Na Europa e na América do Norte, os principais fatores de risco são a infecção pelo vírus da hepatite C e o uso de álcool (32) . Na Ásia e na África, a infecção pelo vírus da hepatite B é o principal fator de risco. Portadores crônicos de VHB têm um risco cem vezes maior de desenvolvimento de CHC, com uma incidência anual de 2 a 6% nos pacientes cirróticos. Infecção pelo vírus da hepatite C é o principal fator de risco nos países ocidentais e no Japão (48) . Outras causas de CHC incluem cirrose hepática alcoólica e aflatoxina B. O aumento da incidência de CHC, especialmente nos países ocidentais, é explicado em parte pela aumentada prevalência de esteatohepatite não alcoólica (NASH). NASH e CHC parecem estar particularmente relacionados em pacientes com obesidade mórbida, cujo risco relativo de morte por CHC é 1,7 vezes maior nas mulheres e 4,5 vezes maior nos homens, com índice de massa corporal (IMC) (114) maior ou igual que 35 (11). Em países desenvolvidos, 30 a 40% dos pacientes com CHC são diagnosticados nos estadios iniciais da doença, quando podem receber tratamento curativo. O prognóstico, sem tratamento específico, é ruim e a sobrevida média nos pacientes com tumores precoces e avançados é de 6 a 9 e 1 a 2 meses respectivamente (6,32,56). Diversos sistemas de estadiamento têm sido propostos para a classificação clínica do CHC, como a classificação de Okuda Staging System (Japão) (73) , GRETCH (Groupe d’Etude et de Traitement du Carcinome Hépatocellulaire – França) China) (52) (13) , CUPI (Chinese University Prognostic Index – , CLIP (Cancer of the Liver Italian Program – Itália) (103) , BCLC 6 (Barcelona Clinic Liver Cancer – Espanha) Japão) (46,47) (56) , JIS (Japan Integrated Staging – , Tokyo Scoring System (Japão) (102) e ALCPS (Advanced Liver Cancer Prognostic System – China) (116). A American Association For The Study of Liver Diseases (AASLD) (6,7) sugere que a classificação BCLC é o mais adequado sistema de estadiamento para CHC. O estadiamento BCLC foi publicado em 1999 por Llovet et al. e emergiu como padrão de classificação para o manejo clinico do CHC classificação tem validação externa (61) (56,57) . Esta e é endossada pela AASLD e European Association For The Study Of The Liver (EASL) (6,7) , pois associa o estadio do tumor com a estratégia de tratamento. (Figura 1). Figura 1 – Estratégia de Tratamento BCLC Fonte: Llovet JM, Bru C, Bruix J. Prognosis of hepatocellular carcinoma: the BCLC staging classification. Semin Liver Dis 1999;19:329-38 (56). 7 A classificação de BCLC (56) compreende cinco estadios para a seleção dos candidatos para as melhores terapias atualmente disponíveis. O estadio zero, muito precoce, compreende pacientes com nódulos únicos menores de 2 cm. O estadio precoce (A) inclui pacientes com tumores pequenos assintomáticos, adequados para terapias radicais como ressecção, transplante ou tratamento percutâneo. O estadio intermediário (B) compreende pacientes com CHC multinodular, assintomático. O estadio avançado (C) inclui pacientes com tumores sintomáticos e/ou tumores invasivos (invasão vascular/ proliferação extra-hepática). Os pacientes em estadios B e C podem receber tratamentos paliativos, como quimioembolização ou novos agentes terapêuticos. O estadio terminal da doença (D) abrange pacientes com prognóstico muito ruim e que recebem apenas tratamento dos sintomas (56) . As principais modalidades de tratamento são a ressecção cirúrgica, o transplante hepático, a ablação por radiofrequência, a injeção percutânea de etanol, a quimioembolização arterial e o uso de novos agentes como o sorafenibe.(7,23). Quando são aplicados protocolos de rastreamento em pacientes com cirrose, até 68% dos indivíduos com o diagnóstico estabelecido de carcinoma hepatocelular realizam tratamento com intenção curativa ou paliativa (4,6). 1.4 O fígado e a nutrição O fígado exerce funções essenciais na metabolismo, armazenamento, transporte e ativação de nutrientes. Suas principais funções incluem: metabolismo de macronutrientes e micronutrientes, síntese de proteínas 8 plasmáticas, formação e excreção da bile, conversão da amônia em uréia, metabolização de esteróides, homeostasia do sódio e da água (38, 53). No metabolismo dos carboidratos e lipídeos, o fígado atua na regulação da disponibilidade de energia, proveniente da glicose e dos corpos cetônicos. Nas situações anabólicas, promove o armazenamento de glicose na forma de glicogênio (glicogênese) e a síntese de fosfolipídeos, triglicerídeos, colesterol e de lipoproteínas. Nas situações de estresse metabólico (estado catabólico), o fígado contribui para o atendimento das necessidades energéticas do organismo, aumentando a disponibilidade de glicose através da glicogenólise (metabolização do glicogênio) e da gliconeogênese (produção de glicose a partir de aminoácidos e glicerol), sendo um mecanismo regulador crucial para a manutenção dos níveis glicêmicos e promovendo a formação de corpos cetônicos a partir dos ácidos graxos provenientes da metabolização dos triglicerídeos no tecido adiposo (36,38). O fígado desempenha um papel importante na síntese e metabolismo do colesterol, participa do processo de síntese, absorção intracelular, esterificação, transporte, hidrólise, retorno para a corrente sanguínea, síntese e secreção de ácidos biliares (53). Importantes vias do metabolismo de proteínas ocorrem no fígado. A transaminação e a desaminação oxidativa são vias que convertem os aminoácidos em substratos que são utilizados na produção de energia e glicose. Já os ácidos graxos da dieta e tecido adiposo são convertidos no fígado em acetilcoenzima A para produzir energia com formação dos corpos cetônicos. (30,36). 9 Grande parte da metabolização dos micronutrientes para a sua forma ativa ocorre no fígado, além do armazenamento de ferro, magnésio, zinco e cobre e das vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e B12 entre outros (36,53,68,115). 1.5 Alterações nutricionais e metabólicas no paciente cirrótico As distorções da arquitetura do parênquima hepático que ocorrem na cirrose resultam na perda progressiva da forma e da função hepática, comprometendo, em graus variáveis, o estado nutricional e a homeostasia corporal dos pacientes portadores de (27) cirrose . A desnutrição proteicoenergética (DPE) tem sido descrita em 60 a 100% dos pacientes com cirrose descompensada e em pelo menos 20% daqueles com cirrose compensada (17,37,79). A patogênese da desnutrição na cirrose é multifatorial, sendo os fatores contribuintes a ingestão inadequada de nutrientes, alterações digestivas, absortivas e metabólicas (101) . A ingestão inadequada de nutrientes está associada às restrições dietéticas prolongadas, a sensação de saciedade precoce (devido à presença de ascite volumosa) (30) ; anorexia, náuseas, encefalopatia hepática. Má digestão e má absorção dos nutrientes podem resultar da deficiência de sais biliares, crescimento bacteriano intestinal, gastropatia portal hipertensiva, alterações da motilidade intestinal, lesões da mucosa e aumento da permeabilidade intestinal (88,90,108) . Entre as complicações da cirrose que aumentam o gasto energético estão as infecções, carcinoma hepatocelular (8) , sangramento de varizes esofágicas encefalopatia hepática (12, 71,79). (62) e 10 A contribuição do tecido adiposo para a produção de energia durante o jejum de curta duração é 30% superior em cirróticos quando comparados aos indivíduos saudáveis, devido à redução das vias glicogenolíticas para a produção de energia imediata (63,85) . Ocorre diminuição na síntese e utilização do glicogênio hepático, o que prejudica a utilização de glicose como fonte de energia e exige a metabolização de maiores quantidades de ácidos graxos (89) . Considerando que importantes vias do metabolismo proteico ocorrem no fígado e que a desnutrição proteicoenergética é altamente prevalente nos pacientes cirróticos, alguns autores sugerem que a DPE levaria à deterioração mais rápida da função hepática, formando um ciclo vicioso, onde a desnutrição agrava a doença e esta o estado nutricional, onde observa-se redução da síntese e absorção de proteínas e aumento da excreção de nitrogênio urinário (21,64,87) . Deficiências de vitaminas e minerais prevalecem na disfunção hepática, principalmente associadas às alterações nos processos metabólicos e na biodisponibilidade de micronutrientes (63) . As principais deficiências de micronutrientes presentes em pacientes hepatopatas são ferro, cálcio, zinco, magnésio e selênio, vitaminas B12, B6, C, A, D, E, K (54,55,63). A desnutrição moderada-grave é um achado frequente em pacientes com doença hepática avançada, considerando que a desnutrição desempenha um papel importante na patogênese da lesão hepática e tem como consequência um impacto negativo sobre o prognóstico (22) , estando associada ao maior desenvolvimento de complicações, incluindo sangramento de varizes, ascite, aumento da morbidade e mortalidade cirúrgica, redução da sobrevida e agravamento da função hepática (9,49,94). 11 1.6 Alterações nutricionais e metabólicas no paciente oncológico A caquexia pode ser observada antes dos sinais e sintomas relacionados ao tipo de tumor, sendo relatada desnutrição em aproximadamente 40% dos pacientes que recebem terapia antineoplásica e 22 a 33% de mortalidade relacionada à desnutrição (41,109) . No Brasil, a incidência de desnutrição em pacientes com câncer e suas consequências foram abordadas em estudo multicêntrico nacional (109) , onde foram analisados 4000 pacientes internados pela rede do Sistema Único de Saúde com incidência de 47,6% de desnutrição, e destes, 19,9% eram pacientes com câncer (109). As principais alterações metabólicas no pacientes com câncer envolvem estimulo da gliconeogênese a partir do lactato, aumento da captação de glicose pelas células tumorais e mobilização das reservas orgânicas (33) . Fatores relacionados com o próprio paciente como liberação de citocinas, aumento do gasto energético e redução da ingestão alimentar, associados a fatores tumorais que incluem liberação de substâncias catabólicas, priorização dos substratos energéticos e proteicos para a proliferação celular, podem levar ao desenvolvimento da caquexia (41,105). Pacientes com câncer desenvolvem importantes alterações no metabolismo dos carboidratos, secundárias ao intenso turnover da glicose corpórea devido ao uso preferencial deste nutriente como fonte de energia pelas células tumorais. Observa-se alta taxa de glicólise anaeróbica, redução do uso da glicose pelo tecido muscular, aumento da captação de glicose pelas células tumorais (relacionadas com grau de malignidade e poder de invasão celular do câncer) levando ao aumento da liberação de lactato na circulação 12 sanguínea e consequente estimulação do Ciclo de Cori, de forma a compensar a acidose metabólica comum nos pacientes com câncer. No Ciclo de Cori, o lactato proveniente da glicólise anaeróbica, liberado pelos tecidos extrahepáticos, é reciclado no fígado, com alto custo energético (95). No paciente com câncer são observadas diversas alterações no metabolismo lipídico como estímulo à mobilização lipídica (lipólise), menor utilização de ácidos graxos para síntese de energia em relação à glicose, decréscimo da lipogênese e do clareamento plasmático pela reduzida ação da lipoproteína lipase, resultando geralmente no quadro de caquexia e hiperlipidemia (41). Uma das consequências metabólicas mais significativas no paciente com câncer é a perda de proteína corpórea, refletida pelo aumento da excreção de nitrogênio urinário e presença de balanço nitrogenado negativo. A diminuição de massa muscular durante condições de estresse, como o câncer, está relacionada principalmente com o aumento da degradação proteica, levando à intensificação da liberação de aminoácidos (principalmente alanina e glutamina) que, quando liberados, são captados pelo fígado para iniciar ou regular a síntese de proteínas de fase aguda e gliconeogênese. A inibição da síntese de proteínas pode contribuir para o aumento do catabolismo muscular (78,105) . O paciente cirrótico com carcinoma hepatocelular pode ser assintomático ou apresentar sinais/sintomas inespecíficos como anorexia, náuseas, vômitos, flatulência, diarréia, desidratação, fraqueza, dispnéia, ascite, perda de peso progressiva, febre baixa, fatores estes que contribuem para o agravamento da desnutrição. As consequências da desnutrição podem ser graves e 13 relacionadas com maior incidência de morbi-mortalidade e maior tempo de internação hospitalar (109). O carcinoma hepatocelular não tratado pode levar à morte em curto período de tempo (24) . O suporte nutricional pode desempenhar papel relevante no manejo do paciente com cirrose hepática associada ao carcinoma hepatocelular avançado, pois estes pacientes geralmente apresentam deficiências nutricionais (100,110). 1.7 Avaliação nutricional na doença hepática e câncer A avaliação nutricional permite determinar o estado nutricional, quantificando e qualificando o nível de desnutrição, com o objetivo de identificar riscos nutricionais que influenciem a morbidade e mortalidade e que possam ser modificados com condutas nutricionais específicas (101) . Essas, em pacientes portadores de cirrose, contribuem para a diminuição da frequência e/ou gravidade das complicações, reduzindo a mortalidade desta população de pacientes (107). A avaliação nutricional inclui a classificação do estado nutricional e a obtenção das necessidades nutricionais. Os métodos de avaliação nutricional mais utilizados na prática clínica podem ser divididos em subjetivos (avaliação subjetiva global e exame físico) e objetivos (parâmetros antropométricos, composição corporal, consumo alimentar e parâmetros bioquímicos) (44) . No paciente cirrótico a avalição nutricional é considerada difícil, pois não existe, até o momento, um padrão-ouro para estimar o grau de desnutrição. Não existem métodos aceitos ou padronizados para o diagnóstico e classificação da desnutrição nesses pacientes (60,67) . Embora os métodos 14 clássicos de avaliação nutricional, tais como os parâmetros antropométricos e bioquímicos, sejam citados como indicadores de desnutrição, em pacientes com doença hepática avançada é reconhecido o fato de que a cirrose hepática pode alterar a maioria destes parâmetros (2,9,10,47). Para o paciente com câncer, vários parâmetros antropométricos, clínicos e bioquímicos estão disponíveis para avaliar o estado nutricional, porém não existe método ideal, sendo indicada com frequência a avaliação subjetiva global (16,18,78). Considerando as limitações apresentadas pelos diversos métodos de avaliação nutricional, a recomendação atual é que esta seja a mais abrangente possível (50). 1.7.1 Métodos subjetivos A avaliação subjetiva global (ASG) proposta por Detsky et al. em 1987 (18) é um método simples, rápido e de baixo custo, não invasivo e indicador complexo do estado nutricional com excelente correlação com o prognóstico. Os parâmetros a serem avaliados são a variação de peso nos últimos seis meses, a variação na ingestão alimentar, o tipo de dieta ingerida, os sintomas gastrointestinais, a capacidade funcional física, o grau de estresse, a reserva adiposa, a reserva muscular, o edema sacral, a ascite, o edema de tornozelo. Estes parâmetros são observados e pontuados, classificando o paciente em bem nutrido, moderadamente desnutrido, gravemente desnutrido (18) . 15 Nos pacientes hepatopatas os distúrbios hidroeletrolíticos geralmente culminam em retenção hídrica (edema e ascite), gerando dificuldades na avaliação real do estado nutricional destes pacientes (107) Para o paciente oncológico, Ottery et al, (74) . desenvolveram uma adaptação da ASG, chamada avaliação subjetiva global produzida pelo próprio paciente, dividindo-a em duas partes: a primeira respondida pelo paciente com questões referentes à perda de peso, alteração da ingestão alimentar e alterações da capacidade funcional; a segunda parte é preenchida pelo profissional que aplica o questionário com questões semelhantes à ASG original (74). O exame físico é o método clínico utilizado para detectar sinais associados à deficiências nutricionais específicas. Esses sinais se desenvolvem apenas em estágios avançados da depleção nutricional, além disso, algumas doenças apresentam sinais semelhantes aos da desnutrição. Por esta razão, o diagnóstico nutricional não deve ser baseado exclusivamente neste método (44). 1.7.2 Métodos objetivos 1.7.2.1 Parâmetros antropométricos A antropometria avalia de maneira estática os diversos compartimentos corporais, incluindo medida de peso corpóreo, altura, pregas cutâneas e circunferência dos membros (44) . Nos pacientes cirróticos a presença de edema 16 de membros inferiores e ascite interferem na aferição, devido à oscilação relacionada com a retenção de sódio e água (107). 1.7.2.2 Composição Corporal A avaliação da composição corporal por meio de bioimpedância elétrica vem sendo estudada como bom parâmetro de classificação do estado nutricional de pacientes cirróticos (26). Porém, os resultados podem ser afetados por fatores como alimentação, ingestão de líquidos, desidratação ou retenção hídrica (44). 1.7.2.3 Consumo Alimentar Os métodos de avaliação do consumo alimentar refletem a adequação da ingestão alimentar às recomendações nutricionais. Dependem da habilidade do profissional e da cooperação e compreensão do paciente. Podem ser restrospectivos ou prospectivos (44,60). 1.7.2.4 Parâmetros Bioquímicos Os exames bioquímicos são as medidas mais objetivas do estado nutricional, usados para detectar deficiências subclínicas e para confirmação diagnóstica (24) , com a vantagem de possibilitar seguimento de intervenções nutricionais ao longo do tempo (5). 17 Várias medidas bioquímicas têm sido propostas, objetivando a detecção precoce de deficiências proteicas subclínicas e marginais. Pesquisas realizadas na avaliação nutricional de pacientes, e em estudos populacionais, têm consagrado a utilidade de alguns destes indicadores bioquímicos, bem como apontado a ineficácia de outros. Os exames laboratoriais de uso mais frequente na prática clínica são descritos a seguir (60). Carboidratos A dosagem de glicose no sangue tem como finalidade diagnosticar e acompanhar o tratamento de portadores de algum distúrbio no metabolismo de carboidratos que levem a situações de hipo ou hiperglicemia (69). O excesso de glicose é armazenado na forma de glicogênio no fígado e nas células musculares. A falha dos mecanismos homeostáticos na doença hepática pode resultar em hipoglicemia ou intolerância à glicose. Em geral, a hipoglicemia é observada na doença hepática aguda e grave, e a intolerância à glicose mais tipicamente na doença hepática crônica e cirrose (68). O método de dosagem de glicose pode sofrer interferência de altas taxas de bilirrubinas, podendo fornecer resultados erroneamente baixos. A hipoglicemia é observada em três condições no paciente portador de hepatopatias: na insuficiência hepática aguda grave (“hepatite fulminante”), na hipoglicemia induzida pelo álcool e no paciente com ascite e sepse grave. O paciente com cirrose hepática tem capacidade de armazenamento de glicogênio diminuída e, portanto, sofre mais precocemente as consequências do jejum, não manifestadas por hipoglicemia (66, 117). 18 A classificação e os critérios diagnósticos de diabete melito (DM) são: quadro clínico de DM associado a uma glicemia casual de 200 mg/dL; glicemia de jejum superior a 126 mg/dL; glicemia 2 horas após sobrecarga oral maior do que 200 mg/dL.(1). Lipídios Os lipídios são componentes necessários para o controle e homeostase das funções celulares. O fígado exerce papel essencial na síntese, metabolismo e transporte dos lipídios. O perfil lipídico é composto pelas dosagens de colesterol total, triglicerídeos, HDL colesterol e LDL colesterol (97) . Diante de disfunções hepáticas, o perfil lipídico apresenta-se alterado; diminuição nos níveis séricos de colesterol e triglicerídeos são encontradas com frequência devido à redução na biossíntese de lipoproteínas (28). Tem sido relatada correlação entre progressão de lesão hepática com a redução dos níveis séricos de lipídios, sendo sugerido que os níveis séricos de lipídios podem ser utilizados para estimar o prognóstico dos pacientes com cirrose (28,34). Colesterol Total: É um esterol encontrado em todos os tecidos animais. Desempenha importantes funções fisiológicas, incluindo a síntese de ácidos biliares, vitamina D, hormônios esteróides e constituintes da dupla camada das membranas celulares. O colesterol está presente na parede intestinal, oriundo de três fontes: dieta, secreção biliar e intestinal e células (3). O colesterol total apresenta-se aumentado na hipercolesterolemia 19 primária e secundariamente na síndrome nefrótica, no hipotireoidismo, no DM, na cirrose biliar primária e na hipoalbuminemia. Níveis baixos podem ser encontrados na desnutrição, no hipertireoidismo e na doença hepática avançada, podendo ser utilizado como fator prognóstico para pacientes cirróticos (34,91). Colesterol HDL: Algumas situações podem contribuir para a diminuição dos níveis séricos de HDL-colesterol, como sedentarismo, tabagismo, DM, fatores genéticos, obesidade e diversos fármacos. O exercício e o uso moderado de flavonóides têm sido apontados como fatores que ajudariam a elevar os níveis séricos do HDL-colesterol (28). Nas hepatopatias e no carcinoma hepatocelular os níveis séricos do HDL colesterol podem estar diminuídos (28,50). Triglicerídeos: Representam a maior quantidade de gordura no organismo, são provenientes da dieta (fonte exógena) e do fígado (fonte endógena). Sua função primária é armazenar e fornecer energia para as células. As concentrações de triglicerídeos no plasma variam conforme a idade e o sexo (1). Altas concentrações podem ocorrer com hipoparatireoidismo, síndrome nefrótica, doenças de depósitos de glicogênio, DM. Concentrações elevadas de triglicerídeos são encontradas em casos de pancreatite aguda. Alguns autores encontraram aumento nos níveis de triglicerídeos nos pacientes portadores de carcinoma hepatocelular (1,106) , enquanto outros referem redução dos mesmos nesta população de pacientes (43,117). 20 Proteínas A diminuição da concentração sérica das proteínas de síntese hepática é reconhecidamente um bom índice de DPE. As proteínas séricas mais frequentemente avaliadas para determinação do estado nutricional são albumina, transferrina, pré-albumina e creatinina (95) . A queda na concentração dessas proteínas pode indicar diminuição da biossíntese hepática em virtude do limitado substrato energético e proteico, comumente associado à desnutrição. Portanto, sua deficiência pode refletir tanto a desnutrição, diminuição da síntese hepática ou perda renal, limitando a aplicação para pacientes cirróticos (29, 44). Albumina: O objetivo da dosagem de albumina é auxiliar no diagnóstico de doença hepática, deficiência proteica, neoplásicas e gastrointestinais desordens renais, doenças (69) . O método é considerado melhor marcador de doença e de desnutrição, por não depender de perda de peso, como os métodos antropométricos (29). A albumina é uma das variáveis mais frequentemente utilizada para compor índices prognósticos e a sua concentração sérica de albumina depende de muitos fatores (16,18): 1) síntese hepática: depende da função do hepatócito e da ingestão e absorção de substratos proteicos; 2) perda de albumina: doença renal (síndrome nefrótica), eclâmpsia, enteropatia perdedora de proteína e queimaduras; 3) catabolismo aumentado: estresse, hipermetabolismo, síndrome de Cushing e algumas neoplasias; 4) trocas entre os compartimentos com seqüestro para o extravascular como trauma e infecção; 5) volume de 21 distribuição: afetado pelo estado de hidratação (15, 95) . A albumina, geralmente considerada parâmetro fiel na avaliação nutricional (15) , por ser sintetizada no fígado, tem sua síntese diminuída, por catabolismo acelerado, diminuindo a confiabilidade do teste para avaliação nutricional de pacientes cirróticos. Dosagem sérica de albumina, bem como de creatinina e tempo de protrombina são avaliados em pacientes com cirrose para determinar a gravidade da doença hepática pelo escore de Child (82) . São, portanto, menos apropriadas para serem marcadores independentes do estado nutricional em cirróticos (101), embora alguns autores indiquem sua utilização como marcador de desnutrição, mesmo em hepatopatas (107). Creatinina: A creatinina é um produto final do metabolismo da creatina que aparece no soro em quantidades proporcionais à massa muscular corpórea; é formada e excretada em quantidades constantes, sendo utilizada (69) como um marcador do estado nutricional . O Índice creatinina-altura é um parâmetro utilizado para avaliar a massa muscular corpórea baseando-se no fato de que 98% da creatinina está armazenada nos músculos (15) . A cirrose está associada a uma síntese hepática reduzida de creatinina e redução da massa muscular. Devido a essas limitações, a validade das medidas baseadas em dosagens de creatinina (como creatinina urinária e o índice creatinina/altura) como indicadores do estado nutricional em pacientes cirróticos é limitada. Deve ser excluído da avaliação nutricional, no caso de déficit de função renal, em uso de diuréticos, na falência cardíaca ou hepática, limitando a aplicação deste método (15,18,86) . 22 Ácido úrico: É o produto final do metabolismo das purinas. É armazenado no organismo em um pool de alto turnover, sendo oriundo do catabolismo das proteínas, concentrando-se principalmente no fígado. Os níveis séricos do ácido úrico são determinados pela relação entre a dieta, a produção endógena e os mecanismos de reabsorção e de excreção (104) . A hiperuricemia pode ocorrer em diversas situações clínicas associadas ao aumento da produção do ácido úrico ou diminuição da excreção renal como insuficiência renal, etilismo, cetoacidose diabética, psoríase, pré-eclâmpsia, dieta rica em purinas ou uso de medicamentos. Ocorre nas situações em que há aumento do turnover de ácidos nucléicos (excesso de destruição celular), como ocorre nas neoplasias e em vigência de quimioterapia e de radioterapia. Diferentes autores descrevem a elevação sérica de ácido úrico nos pacientes cirróticos (53,83). A hipouricemia é incomum, podendo ser secundária a diferentes situações patológicas como doença hepatocelular grave, que leva a diminuição da síntese de purina; deficiência da reabsorção tubular de ácido úrico congênita ou em dietas pobres em purina (104). Minerais Transferrina: É uma beta-globulina transportadora de ferro no plasma (95) , sendo uma proteína de vida média intermediária (aproximadamente oito dias) entre a albumina e as proteínas de rápido turnover (16,95) . A transferrina é a principal carregadora de ferro entregando-o aos tecidos, especialmente para os eritroblastos que o utilizam para a síntese de hemoglobina. Essa proteína é 23 reutilizada e as hemácias, no final de sua sobrevida, são destruídas nos macrófagos sendo o ferro liberado da hemoglobina (30) . Suas concentrações diminuem com as reações inflamatórias agudas, neoplasias malignas, doenças vasculares do colágeno e doenças hepáticas (39). Além de responder às proteínas da dieta, a concentração de transferrina plasmática é controlada pelo tamanho da reserva de ferro. Quando as reservas de ferro estão esgotadas, a síntese de transferrina aumenta. A concentração de transferrina reflete tanto o estado proteico como o de ferro (30) e pode estar envolvida no transporte de outros metais como alumínio, magnésio, cobre e cádmio. Entretanto, devido à alta afinidade, o ferro é capaz de deslocar estes metais quando ligados à proteína. A transferência do ferro da corrente sanguínea para os tecidos depende da ligação da transferrina a receptores específicos na superfície da membrana celular (111). A precisão do índice de saturação da transferrina é limitada, pois depende das concentrações de ferro e da capacidade latente de ligação do ferro (75). Ferro (Fe): É um elemento essencial na manutenção da homeostase orgânica e no transporte de oxigênio. A maior parte do ferro corporal está ligada à hemoglobina, ferritina e hemossiderina (principalmente na medula óssea, baço e fígado). Sua manutenção no organismo depende de etapas diversas de absorção, transporte, metabolismo e excreção, em um complexo mecanismo de equilíbrio. Quando as reservas de ferro diminuem ou o nível de eritropoiese aumenta, a taxa de absorção de ferro aumenta de forma compensatória (77,93). 24 A deficiência de ferro pode ocorrer por diferentes mecanismos: aumento das necessidades, diminuição da ingestão, diminuição da absorção ou perda excessiva. A perda sangüínea constitui a causa mais importante de deficiência de ferro em adultos (3). Os sinais clínicos da deficiência de ferro resultam de um longo período de desequilíbrio no balanço de ferro (39) . Correlação entre aumento na dosagem sérica de ferro e ferritina e alterações nos marcadores de função hepática foi descrita previamente (99) . Uma possível explicação seria o fato da absorção de ferro através dos receptores de transferrina ser maior no carcinoma hepatocelular do que em fígado normal, podendo ser considerada a transferrina um marcador da presença de CHC (75,77). A determinação concomitante do ferro sérico e da transferrina permite a avaliação do percentual de saturação da transferrina, que é o melhor índice de avaliação do armazenamento do ferro. A avaliação da capacidade de combinação do ferro aumenta em resposta à diminuição do íon (75,104) . Ferritina: É uma proteína de armazenamento que sequestra o ferro normalmente acumulado pelo fígado, baço e medula óssea. À medida que o suprimento de Fe aumenta, o nível de ferritina intracelular se eleva para acomodar a reserva de ferro, deixando cair uma pequena quantidade de ferritina na corrente sanguínea (30). Essa proteína é considerada um dos melhores marcadores para a avaliação do estado de ferro corporal, pois analisa a quantidade estocada desse mineral (75). 25 Porém esse teste também possui desvantagens, pois sendo a ferritina uma proteína de fase aguda, pode estar aumentada devido a processos infecciosos ou inflamatórios não identificados (3). Hematócrito e Hemoglobina: O exame de hematócrito mede a porcentagem por volume de hemácias contidas em uma amostra de sangue total (69) . A hemoglobina é encarregada do transporte de oxigênio do pulmão aos tecidos e de dióxido de carbono em sentido inverso. Em condições normais, menos de 1% da hemoglobina existe em estado oxidado, graças à atividade de enzimas redutases, que mantêm a hemoglobina no estado reduzido, ativo (69). Hematócrito e hemoglobina são considerados bons indicadores nutricionais mesmo para hepatopatas, pois independem do metabolismo hepático (16,51) . No entanto, podem estar alterados em situações diversas como hipertensão portal com hemorragia digestiva (86). Zinco (Zn): desempenha papel catalítico, estrutural e regulatório de enzimas (98) ; participa do metabolismo de macronutrientes e ácidos nucléicos; está envolvido com receptores, como os dos hormônios do crescimento e da tireóide; no funcionamento adequado do sistema imunológico, com ação na transformação dos timócitos em linfócitos T ativos; na defesa antioxidante; na função neurosensorial como a palatabilidade e a olfação e na transcrição e tradução de polinucleotídeos (92). Do ponto de vista nutricional, o zinco é um dos mais importantes micronutrientes do organismo humano (45) . A maior parte está concentrada nos 26 músculos e ossos, atingindo aproximadamente 83% do zinco corporal total (40) . No sangue, cerca de 80% do Zn é encontrado nos eritrócitos e 16% no plasma, ligado principalmente à albumina. Apesar de representar aproximadamente 0,1% do conteúdo corporal, o Zn plasmático é fonte primária desse mineral para todas as células, com uma dinâmica rápida e sob controle homeostático constante (45,58,59). Os sintomas da deficiência de Zn dependem da idade e do sexo, assim como da duração e intensidade da deficiência. Nos adultos está associada à anorexia, perda do paladar e do olfato, alopecia, dermatite, prejuízo na cicatrização, intolerância à glicose, imunossupressão, hipogeusia, alterações psicológicas, desordens de memória e humor (40,58,59). Alguns autores observaram redução significativa dos níveis de zinco em pacientes com hepatite crônica, cirrose e carcinoma hepatocelular (54,72,81) sugerindo que seja utilizado como biomarcador de prognóstico de CHC (54) . Entretanto apenas em deficiências nutricionais graves é que há redução significativa dos níveis plasmáticos desse mineral (35). Vitaminas Vitamina B12 (Cobalamina): Em indivíduos adequadamente nutridos a vitamina B12 é armazenada em quantidades suficientes, principalmente no fígado e na circulação êntero-hepática (30). A deficiência de vitamina B12 prejudica a divisão celular da medula óssea e da mucosa intestinal e produz anormalidades neurológicas. A causa mais comum de deficiência de vitamina B12 é a má absorção da vitamina 27 decorrente da produção e secreção inadequadas de fator intrínseco gástrico. Clinicamente, esta condição é chamada de anemia perniciosa, que pode resultar da atrofia de células parietais gástricas, de deficiência hereditária na síntese de fator intrínseco ou incapacitação autoimune de fator intrínseco (36). A dosagem sérica de vitamina B12 é melhor avaliado pela medida da concentração sanguínea dos metabólitos ácido metilmalônico e homocisteína, que são dependentes desta vitamina. Mahan et al. (36) sugerem que concentração sérica de B12 não é um bom indicador do estado nutricional. Por outro lado, estudos sugerem que a vitamina B12 exerce efeito hepatoprotetor nos pacientes cirróticos e que a dosagem dos níveis séricos pode ser utilizada como marcador prognóstico no acompanhamento de pacientes com CHC com níveis normais de alfa feto proteína (42) . Lin et al. (54) encontraram correlação positiva entre elevação nos níveis de vitamina B12 e classificação internacional de tumores TNM (Tumor Node Metastasis)(96), enquanto em outro estudo, Lin et al. B12 nos pacientes com CHC. (55) referem redução dos níveis de vitamina 28 2 JUSTIFICATIVA O presente estudo foi idealizado na expectativa de documentar as possíveis anormalidades no estado nutricional e metabólico em população de pacientes portadores de hepatite crônica pelo vírus C com cirrose e carcinoma hepatocelular nos diferentes estadios da doença através de avaliação nutricional bioquímica. A hipótese é que a presença de alterações no metabolismo dos macro e micronutrientes seja mais acentuada entre os pacientes com pior prognóstico. 29 3 OBJETIVO 3.1 Objetivo geral Analisar o perfil metabólico-nutricional de pacientes portadores de cirrose pelo vírus da hepatite C e carcinoma hepatocelular, através de análise bioquímica. 3.2 Objetivos específicos Observar a presença de alterações do metabolismo dos carboidratos, lipídios, proteínas, minerais e vitaminas nos pacientes com e sem CHC Avaliar a associação entre anormalidades dos nutrientes analisados e presença de CHC Correlacionar os exames bioquímicos utilizados para avaliação nutricional com a classificação de CTP e com o estadiamento BCLC 30 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Alsabti EA. Serum lipids in hepatoma. Oncology. 1979; 36:11-4. 2. American Diabetes Association (ADA). Blood Glucose Level. Disponível em: http//:www.diabetes.org 3. Biesalski HK. Nutrição: Texto e Atlas. Porto Alegre: Artmed; 2007. 4. Bolondi L, Sofia S, Siringo S, Gaiani S, Casali A, Zironi G, Piscaglia F, Gramantieri L, Zanetti M, Sherman M. Surveillance programme of cirrhotic patients for early diagnosis and treatment of hepatocellular carcinoma: a cost effectiveness analysis. Gut 2001; 48: 251-9. 5. Bottoni A, Oliveira GPC, Ferrini MT, Waitzberg DL. Avaliação nutricional: exames laboratoriais. In: Waitzberg DL, ed. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. 3a. ed. São Paulo: Atheneu, 2000. p.27994. 6. Bruix J, Sherman M. Management of hepatocellular carcinoma. American Association for the Study of Liver Disease AASLD. Practice Guidelines Committee. Hepatology 2005;42:1208-36. 7. Bruix J, Sherman M. Management of hepatocellular carcinoma: an up to date. Hepatology 2011; 53:1020-2. 8. Cabré E, Gassul MA. Nutritional aspects of liver disease and transplantation Curr Opin Clin Nutr Metab Care 2001; 4: 581-99. 31 9. Cabré E, Gassull MA. Nutritional and metabolic issues in cirrhosis and liver transplantation. Curr Opin Clin Nutr Metab Care 2000; 3:345-54. 10. Cabré E, Gassull MA. Nutritional therapy in liver disease. Acta GastroEnterologica 1994; 57:1-12. 11. Calle EE, Teras LR, Thun MJ. Obesity and mortality. N Engl J Med 2005;353:2197-9. 12. Charlton MR. Protein metabolism and liver disease. Baillieres Clin Endocrinol Metab 1996;10:617-35. 13. Chevret S, Trinchet JC, Mathieu D, Rached AA, Beaugrand M, Chastang C. A new prognostic classification for predicting survival in patients with hepatocellular carcinoma. Groupe d’Etude et de Traitement du Carcinome Hépatocellulaire. J Hepatol 1999;31:133-41. 14. Chindamo MC, Soares JAS, Coelho HSM. Hepatite Crônica pelo Vírus C. In: Mattos AA, Dantas-Corrêa EB, editores. Tratado de Hepatologia. Rio de Janeiro: Rubio; 2010. p 211-27. 15. Coppini LZ, Coppini A, Silva MLT, Waitzberg DL. Aplicação da análise da impedância bioelétrica na avaliação nutricional. Rev Bras Nutr Clin 1998; 13:81-9. 16. Coppini LZ. Avaliação Nutricional no Paciente com Câncer. In: Waitzberg DL. Dieta, Nutrição e Câncer. São Paulo: Atheneu; 2006. p.385-91. 32 17. Crawford DH, Shepherd RW, Halliday JW, Cooksley GW, Golding SD, Cheng WS, Powell LW. Body composition in nonalcoholic cirrhosis: the effect of disease etiology and severity on nutritional compartments. Gastroenterology 1994; 106:1611-7. 18. Detsky AS, McLaughlin JR, Baker JP, Johnston N, Whittaker S, Mendelson RA, Jeejeebhoy KN. What is subjective global assessment of nutritional status? J Parenter Enteral Nutr 1987;11:8-13. 19. Di Bisceglie AM. Hepatitis C. Lancet. 1998;351:351-5. 20. Di Bisceglie AM. Natural history of hepatitis C. Its impact on clinical management. Hepatology 2000; 31:1014-8. 21. Dichi I, Burini RC. Metabolismo e regulação dos níveis plasmáticos de albumina. Caderno de Nutrição 1991;3:99-127. 22. Donaghy A. Issues of malnutrition and bone disease in patients with cirrhosis. Gatroenterol Hepatol 2002;17:462-6. 23. El-Serag HB, Marrero JA, Rudolph L, Reddy KR. Diagnosis and treatment of hepatocellular carcinoma. Gastroenterology 2008; 134:1752-63. 24. Escott-Stump S. Nutrição relacionada ao diagnóstico e tratamento. Barueri: Manole; 2007 25. Fattovich G, Stroffolini T, Zagni I, Donato F. Hepatocellular carcinoma in cirrhosis: incidence and risk factors. Gastroenterology 2004; 127: 35350. 33 26. Fernandes AS, Bassani L, Nunes FF, Aydos MED, Alves AV, Marroni CA. Nutritional assessment in patients with cirrhosis. Arq Gastroenterol. 2012; 49:19-27. 27. Fleming KA, McGee J. Alcohol induced liver disease. Journal of Clinical Pathology 1984; 37:721-33. 28. Ghadir RM, Riahin AA, Havaspour A, Nooranipour M, Habibineiad AA. The Relationship between Lipid Profile and Severity of Liver Damage in Cirrhotic Patients. Hepat Mon. 2010;10: 285-8. 29. Gibson RS. Precision in dietary assessment. In: Gibson RS. Principles of nutritional assessment. New York: Oxford University Press; 1990. p.97116. 30. Goldbach, BA, Nickleach, J. Cuidado nutricional nas doenças do fígado, sistema biliar e pâncreas exócrino. In: Mahan LK, Escott-Stump S, editors. Alimentos Nutrição & dietoterapia. São Paulo: Roca; 2005. p.657-673. 31. Gonçalves CS, Pereira FEL, Gayotto LCC. Hepatocellular carcinoma in Brazil: report of a national survey (Florianopolis, SC, 1995). Rev Inst Med Trop S Paulo 1997;39:165-70. 32. Gonçalves CS, Pereira FEL. Carcinoma hepatocelular: epidemiologia, etiopatogenia e aspectos clínicos. In: Mattos AA, Dantas-Corrêa EB, editores. Tratado de Hepatologia. Rio de Janeiro: Rubio; 2010. p 715-49. 33. Guppy M, Leedman P, Zu XL, Russell V. Contribution by different fuels and metabolic pathways to the total ATP turnover of proliferating MCF-7 breast cancer cells. Biochem J 2002; 364:309-15. 34 34. Habib A, Mihas AA, Abou-Assi SG, Williams LM, Gavis E, Pandak WM, Heuman DM. High-density lipoprotein cholesterol as an indicator of liver function and prognosis in noncholestatic cirrhotics. Clin Gastroenterol Hepatol 2005; 3:286-91. 35. Hambige M. Biomarkers of Trace Mineral Intake and Status. J Nutr 2003;133:948-55. 36. Hasse JM, Matarese LE. Terapia Nutricional para distúrbio do fígado, sistema biliar e do pâncreas. In: Mahan LK, Escott-Stump S, editors. Alimentos Nutrição & dietoterapia. São Paulo: Roca; 2005. p.695-720. 37. Hehir DJ, Jenkins RL, Bistrian BR, Blackburn GL. Nutrition in patients undergoing orthotopic liver transplant. J Parenter Enteral Nutr 1985; 9:695-700. 38. Herselman MG, Labadarios D, Rensburg CJV, Haffejee AA. Nutrição nas doenças do fígado. In: Gibney MJ, Elia, M, Ljungqvist O, Dowsett J, editores. Nutrição clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2007. p. 150-76. 39. Hoffbrand AV, Pettit JE, Moss PAH. Fundamentos em Hematologia. Porto Alegre: Artmed; 2004. 40. International KH, Rivera Zinc Nutrition JA, Bhutta Consultative Z, Gibson RS, King Group (IZiNCG), Brown JC, Lönnerdal B, Ruel MT, Sandtröm B, Wasantwisut E, Hotz C. International Zinc Nutrition Consultative Group (IZiNCG) technical document 1. Assessment of the risk of zinc deficiency in populations and options for its control. Food Nutr Bull 2004; 25:91-204. 35 41. Inui A. Cancer anorexia-cachexia syndrome: current issues in research and management. CA Cancer J Clin 2002; 52:72-91. 42. Isoda K, Kagaya N, Akamatsu S, Hayashi S, Tamesada M, Watanabe A, Kobayashi M, TagawaYI, Kondoh M, Kawase M, Yagi K. Hepatoprotective Effect Of Vitamin B12 On Dimethylnitrosamine-Induced Liver Injury. Biol Pharm Bull.2008; 31:309-11. 43. Jiang M, Liu F, Xiong WJ, Zhong L, Xu W, Xu F, Liu YB. Combined MELD and blood lipid level in evaluating the prognosis of decompensated cirrhosis. World J Gastroenterology. 2010;16:13971401. 44. Kamimura MA, Baxmann A, Sampaio LR, Cuppari L. Avaliação Nutricional. In: Cuppari L. Nutrição Clínica no Adulto. São Paulo: Manole; 2005. p. 89-128. 45. King JC, Shames DM, Woodhouse LR. Zinc Homeostasis in Humans. J Nutr. 2000; 130:1360-6. 46. Kitai S, Kudo M, Minami Y, Ueshima K, Chung H, Hagiwara S, Inoue T, Ishikawa E, Takahashi S, Asakuma Y, Haji S, Osaki Y, Oka H, Seki T, Kasugai H, Sasaki Y, Matsunaga T. A new prognostic staging system for hepatocellular carcinoma: value of the biomarker combined Japan Integrated Staging score. Intervirology 2008;51:86-94. 47. Kudo M, Chung H, Osaki Y. Prognostic staging system for hepatocellular carcinoma (CLIP score): its value and limitations, and a proposal for a new staging system, the Japan Integrated Staging score (JIS score). J Gastroenterol 2003;38:207-15. 36 48. Lau WY, Lai EC. Hepatocellular carcinoma: current management and recent advances. Hepatobiliary Pancreat Dis Int 2008;7:237-57. 49. Lautz HU, Selberg O, Korber J, Bürger M, Müller MJ. Protein-calorie malnutrition in liver cirrhosis. Clin Invest 1992; 70:478-86. 50. Le Cornu KA, McKiernan FJ, Kapadia SA, Neuberger JM. A prospective randomized study of preoperative nutritional supplementation in patients awaiting elective orthotopic liver transplantation. Transplantation 2000; 69: 1364-9. 51. Leitão AVA, Castro CLN, Basile TM, Souza THS, Braulio VB. Avaliação da capacidade física e do estado nutricional em candidatos ao transplante hepático. Rev Assoc Med Bras. 2003;49:424-8. 52. Leung TW, Tang AM, Zee B, Lau WY, Lai PB, Leung KL, Lau JT, Yu SC, Johnson PJ. Construction of the Chinese University Prognostic Index for hepatocellular carcinoma and comparison with the TNM staging system, the Okuda staging system, and the Cancer of the Liver Italian Program staging system: a study based on 926 patients. Cancer 2002;94:1760-9. 53. Lieber CS. Nutrição nos distúrbios hepáticos. In: Shils ME, Olson JÁ, Shike M, Ross AK. Tratado de Nutrição Moderna na saúde e na doença. São Paulo: Manole; 2003. p.1257-69. 54. Lin CC, Huang JF, Tsai LY, Huang YL. Selenium, Iron, Copper, and Zinc Levels and Copper-to-Zinc Rations in Serum of Patients at Diferent Stages of Viral Hepatic Diseases. Biol Trace Elem Res 2006; 109:15-24. 55. Lin CC, Yin MC. B Vitamins Deficiency and Decreased anti-oxidative state in Patients in Liver Cancer. Eur J Nutr 2007; 46:293-9. 37 56. Llovet JM, Bru C, Bruix J. Prognosis of hepatocellular carcinoma: the BCLC staging classification. Semin Liver Dis 1999;19:329-38. 57. Llovet JM, Burroughs A, Bruix J. Hepatocellular carcinoma. Lancet 2003; 362:1907-17. 58. Lönnerdal B. Dietary factors influencing zinc absoption. J Nutr 2000; 130:1378-83. 59. Mafra D, Cozzolino SMF. Importância do zinco na nutrição humana. Revista de Nutrição 2004; 17:79-87. 60. Maio R, Dichi JB, Burini RC. Sensibility of anthropometric-laboratory markers of protein-energy malnutrition in cirrhotic patients. Arq Gastroenterol 2004;41:93-9. 61. Marrero JA, Fontana RJ, Barrat A, Askari F, Conjeevaram HS, Su GL, Lok AS. Prognosis of hepatocellular carcinoma: comparison of seven staging systems in an American cohort. Hepatology 2005;41:707-16. 62. Marsano L, McClain CL. Nutrition and alcoholic liver disease. Journal Parenteral Enteral Nutrition 1991;15:337-44. 63. Mazza RPJ, Pereira CCA, Waitzberg DL. Doenças Hepáticas. In: Cuppari L. Nutrição clínica no adulto. São Paulo: Manole; 2005. p. 31348. 64. McCullough AJ. Malnutrition in liver disease. Liver Transpl. 2000;6: 8596. 38 65. McGlynn KA, Tsao L, Hsing AW, Devesa SS, Fraumeni JF Jr: International trends and paterns of primary liver cancer. Int J Cancer 2001;94:290-296. 66. Menezes MO, Tovo CV, Mattos AA. Associação entre a hepatite crônica pelo vírus da hepatite C (VHC) e diabete melito em pacientes monoinfectados pelo VHC e co-infectados com o vírus da imunodeficiência humana. Revista da AMRIGS. 2008;52:17-23. 67. Merli M, Riggio O, Romiti A, Ariosto F, Mango L, Pinto G, Savioli M, Capocaccia L. Basal energy production rate and substrate use in stable cirrhotic patients. Hepatology 1990; 12:106-12. 68. Mezey, E. Liver disease and nutrition. Gastroenterology 1978; 74:770-83. 69. Miller O. Bioquímica do sangue. In: Miller O. Laboratório para o clínico. São Paulo: Atheneu; 1999. 70. Ministério da Saúde do Brasil. Estudo de prevalência de base populacional das infecções pelos vírus das hepatites A, B e C nas capitais do Brasil, Brasil, 2010. Disponível em: http://www.aids.gov.br/publicacao/2010/estudo_de_prevalencia_de_base _populacional_das_infeccoes_pelos_virus_das_hepatites_b 71. Muñoz SJ. Nutritional therapies in liver disease. Seminars Liver Disease 1991;11:278-91. 72. Nazari MA, Malayeri SH, Pourhoseingholi MA, Mohebi SR, Zali MR. Evaluation of Zinc Plasma Level in Iranian Cirrhotic Patients due to Hepatitis B and Hepatitis C. Hepatitis Monthly. 2010;10: 62-4. 39 73. Okuda K, Ohtsuki T, Obata H, Tomimatsu M, Okazaki N, Hasegawa H, Nakajima Y, Ohnishi K. Natural history of hepatocellular carcinoma and prognosis in relation to treatment. Study of 850 patients. Cancer 1985;56:918-28. 74. Ottery FD. Cancer Cachexia prevention, early diagnosis, and management. Cancer Pract 1994;2:123-31. 75. Paiva AA, Rondo PHC, Guerra-Shinohara EM. Parâmetros para a avaliação do estado nutricional de ferro. Revista de Saúde Pública 2000; 34:421-6. 76. Papiordanou F, Ribeiro-Jr MAF, Saad WA. Prevention of hepatocellular carcinoma. Arq Bras Cir Dig 2009;22:115-9 77. Pascale RM, De Miglio MR, Muroni MR, Simile MM, Daino L, Seddaiu MA, Pusceddu S, Gaspa L, Calvisi D, Manenti G, Feo F. Transferrin and Transferrin Receptor Gene Expression and Iron Uptake in Hepatocellular Carcinoma in the Rat. Hepatology.1998;27:452-61. 78. Pinho N. Manual de nutrição oncológica – bases clínicas. São Paulo: Atheneu; 2004. 79. Piquet MA, Ollivier I, Gloro R, Castel H, Tiengou LE, Dao T. Nutritional indices in cirrhotic patients. Nutrition 2006; 22:216-7. 80. Poynard T, Ratziu V, Charlotte F, Goodman Z, McHutchison J, Albrecth J. rates and risk factors of liver fibrosis progression in patients with chronic hepatitis C. J Hepatol 2001; 34:730-9. 40 81. Pramoolsinsap C, Promvanit N, Komindr S, Lerdverasirikul P, Srianujata S. Serum trace metals in chronic viral hepatitis and hepatocellular carcinoma in Thailand. J Gastroenterol. 1994;29:610-5. 82. Pugh RNH, Murray-Lyon IM, Dawson JL, Pietroni MV, Williams R. Transection of the oesophagus for bleeding oesophageal varices. Br J Surg 1973;60:646-9. 83. Reis NT. Nutrição e alcoolismo. In: Simpósio Latino Americano Novos Rumos do Alcoolismo. Brasília: OPAS; 1990. p.65. 84. Relatório do Grupo de Estudo da Sociedade Brasileira de Hepatologia. Epidemiologia da infecção pelo vírus da hepatite C no Brasil. GED. 1999; 18 (supl 1): S3-8. 85. Riggio O, Angeloni S, Ciuffa L, Nicolini G, Attili AF, Albanese C, Merli M. Malnutrition is not related to alterations in energy balance in patients with stable liver cirrhosis. Clinical Nutrition 2003;22:553-9. 86. Ritter L, Gazzola J. Avaliação nutricional no paciente cirrótico: uma abordagem objetiva, subjetiva ou multicompartimental? Arq Gastroenterol. 2006;43:66-70. 87. Roongpisunthinpong C, Sobhonslidsuk A, Nantiruj K, Songchitsomboon S. Nutritional assessment in various stages of liver cirrhosis. Nutrition. 2001;17: 761-5. 88. Sarfeh IJ, Aaronson S, Lombino D, Rypins EB, Mason GR, Dadufalza L, Hollander D. Selective impairment of nutrient absorption from intestines with chronic venous hypertension. Surgery 1986; 99:166-9. 41 89. Scolapio JS, Bowen J, Stoner G, Tarrosa V. Substrate oxidation in patients with cirrhosis: comparison with other nutritional markers. J Parenter Enteral Nutr 2000; 24:150-3. 90. Selberg O, Böttcher J, Tusch G, Pichlmayr R, Henkel E, Müller MJ. Identification of high and low-risk patients before liver transplantation: a prospective cohort study of nutritional and metabolic parameters in 150 patients. Hepatology 1997; 25:652-7. 91. Selcuk H, Uruc I, Temel MA, Ocal S, Huddam B, Korkmaz M, Unal H, Kanbay M, Savas N, Gur G, Yilmaz U, Haberal M. Factors prognostic of survival in patients awaiting liver transplantation for end-stage liver disease. Dig Dis Sci. 2007;52:3217-23. 92. Sena KCM, Pedrosa LFC. Efeitos da suplementação com zinco sobre o crescimento, sistema imunológico e diabete. Revista de Nutrição 2005; 18:251-9 93. Shan Y, Lambrecht RW, Bonkovsky HL. Association of Hepatitis C Virus Infection with Serum Iron Status: Analysis of Data from the Third National Health and Nutrition Examination Survey. Clin Infect Dis 2005;40:834-41. 94. Siriboonkoom W, Gramlich L. Nutrition and chronic liver disease. Can J Gastroenterol 1998; 12:201-7. 95. Smith JS, Souba WW. Nutritional Support. Supportive Care and Quality of Life. In: DeVita Jr, Hellman S, Rosenberg AS, editors. Cancer & Practice of p.3012-31. Oncology. Pensilvania: JB Lippincott Company; 2001. 42 96. Sobin LH, Wittekind C. TNM Classification of Malignant Tumours. New Jersey: John Wiley & Sons; 2002. 97. Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). IV Diretriz Brasileira sobre dislipidemias e prevenção da aterosclerose. Departamento de aterosclerose da sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq Bras Cardiol 2007;88:2-19. 98. Stefanidou M, Maravelias C, Dona A, Spiliopoulou C. Zinc: a multipurpouse trace element. Arch Toxicol 2006; 80:1-9. 99. Tajika M, Kato M, Mohri H, Miwa Y, Kato T, Ohnishi H, Moriwaki H. Prognostic value of energy metabolism in patients with viral liver cirrhosis. Nutrition. 2002;18:229-34. 100. Takeshita S, Ichikawa T, Nakao K, Miyaaki H, Shibata H, Matsuzaki T, Muraoka T, Honda T, Otani M, Akiyama M, Miuma S, Ozawa E, Fujimito M, Eguchi K. A snack enriched with oral branched-chain amino acids prevents a fall in albumin in patients with liver cirrhosis undergoing chemoembolization for hepatocellular carcinoma. Nutr Res 2009; 29:8993. 101. Tandon P, Gramlich L, Lipman TO, Bonis PAL. Nutritional assessment in chronic liver disease. Up ToDate, 2010. 102. Tateishi R, Yoshida H, Shiina S, Imamura H, Hasegawa K, Teratani T, Obi S, Sato S, Koike Y, Fujishima T, Makuuchi M, Omata M. Proposal of a new prognostic model for hepatocellular carcinoma: an analysis of 403 patients. Gut 2005;54:419-25. 43 103. The Cancer of the Liver Italian Program (CLIP) Investigators. Prospective validation of the CLIP score: a new prognostic system for patients with cirrhosis and hepatocellular carcinoma. Hepatology 2000;31:840-5. 104. Tietz NW. Clinical Guide to Laboratory Tests. Philadelphia: Saunders; 1995. 105. Tisdale MJ. Cancer anorexia and cachexia. Nutrition 2001; 17:438-42. 106. Tisdale MJ. Wasting in câncer. J Nutr 1999; 129:243-6. 107. Venegas, TLF; Holguin, MR; Yoza, YM; Mormontoy, LW; Jara, CT; Polo, RC; Veja, CI. Evaluation and nutritional therapy in cirrhotic patients of the “Edgardo Rebagliati Martins” hospital. Revista Gastroenterologia Peru, v. 22, n.1, p. 13-18, 2002. 108. Vlahcevic ZR, Buhac I, Farrar JT, Bell CC, Swell L. Bile acid metabolism in patients with cirrhosis. Kinetic aspects of cholic acid metabolism. Gastroenterology 1971; 60:491-8. 109. Waitzberg DL, Alves CC, Torrinhas RSMM. Incidência da desnutrição em câncer. In: Waitzberg DL. Dieta, Nutrição e Câncer. São Paulo: Atheneu; 2006. p.269-78. 110. Wang YY, Lo GH, Lai KH, Cheng JS, Lin CK, Hsu PI. Increased serum concentrations of tumor necrosis factor-alpha are associated with disease progression and malnutrition in hepatocellular carcinoma. J Chin Med Assoc 2003; 66:593-8. 111. Wessling-Resnick M. Biochemistry of iron uptake. Crit Rev Biochem Molec Biol 1999;34:195-214. 44 112. World Health Organization (WHO). Data and statistics. Causes of death. Disponível em: http://www.who.int/research/en/ 113. World Health Organization (WHO). Hepatitis C. Wkly Epidemiol Rec. 1997;72:65-9. 114. World Health Organization (WHO). Physical status: the use and interpretation of anthropometry. Geneva. WHO, 1995 (WHO – technical report series 854). 115. World Health Organization (WHO). Trace elements in human nutrition and health. Geneva. WHO, 1996. 116. Yau T, Yao TJ, Chan P, Ng K, Fan ST, Poon RT. A new prognostic score system in patients with patients with advanced hepatocellular carcinoma not amendable to locoregional therapy: implication for patient selection in systemic therapy trials. Cancer 2008;113:2742-51. 117. Zhao J, Zhao Y, Wang H, Gu X, Ji J, Gao C. Association between metabolic abnormalities and HBV related hepatocellular carcinoma in Chinese: A cross-sectional study. Nutrition Journal. 2011;10:1-8. 45 5 ARTIGO CIENTÍFICO - VERSÃO EM PORTUGUÊS Avaliação Nutricional Bioquímica de Pacientes Portadores de Cirrose com Carcinoma Hepatocelular Gabriela Zanatta Port, Kalinca Oliveira, Jonathan Soldera, Cristiane Valle Tovo Curso de PG-Hepatologia da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) Formatado conforme as normas de publicação da Revista Arquivos de Gastroenterologia Endereço para correspondência: Gabriela Zanatta Port Rua Professor Freitas Cabral, 370, 1003 Bairro Jardim Botânico Porto Alegre-RS CEP 90690-130 email: [email protected] 46 RESUMO Contexto - Os pacientes cirróticos portadores de carcinoma hepatocelular (CHC) apresentam alterações nutricionais e desordens metabólicas, com impacto negativo sobre o prognóstico. Objetivo - observar a presença de alterações do metabolismo dos macro e micronutrientes entre os pacientes cirróticos com e sem CHC e sua relação com o escore CTP e estadiamento BCLC. Métodos - estudo transversal analítico, onde foram avaliados 31 pacientes no grupo CHC e 48 no grupo CI. Foram realizados exames laboratoriais: glicose, colesterol total, colesterol HDL, triglicerídeos, albumina, creatinina, ácido úrico, saturação transferrina, ferro, ferritina, hematócrito, hemoglobina, cobre, zinco, magnésio, vitamina B12, ácido fólico. Avaliou-se a existência de associação entre os parâmetros bioquímicos e a gravidade da doença, bem como presença de CHC. Resultados – O perfil metabóliconutricional de pacientes portadores de cirrose pelo vírus da hepatite C e carcinoma hepatocelular, apresenta-se alterado em relação ao perfil lipídico (colesterol total, HDL e triglicerídeos), proteico (albumina, creatinina e ácido úrico), ferro (saturação da transferrina, ferro e ferritina), hematócrito e hemoglobina, zinco e vitamina B12. O diagnóstico de CHC foi relacionado com piores resultados de colesterol HDL, hematócrito e aumento nos níveis séricos de ferro e ferritina. Houve correlação entre marcadores bioquímicos nutricionais e a classificação de CTP, bem como com o estadiamento BCLC. Conclusões Considerando a existência de alterações no metabolismo dos macro e micronutrientes nos pacientes cirróticos com e sem CHC e sua relação com o prognóstico das doenças e que os métodos convencionais de avaliação nutricional apresentam limitações para esta população, os exames laboratoriais bioquímicos são válidos para complementar o diagnóstico do estado nutricional de maneira rápida e prática. DESCRITORES: Cirrose hepática. Carcinoma hepatocelular. Desnutrição. Avaliação nutricional. 47 INTRODUÇÃO O fígado exerce funções essenciais na digestão, absorção, metabolismo, armazenamento, transporte e ativação de nutrientes. Suas principais funções incluem: metabolismo de macro e micronutrientes, síntese de proteínas plasmáticas, formação e excreção da bile, conversão da amônia em uréia, metabolização de esteróides, homeostasia do sódio e da água (30,40) . No paciente cirrótico, as distorções da arquitetura do parênquima hepático resultam na perda progressiva da forma e da função hepática, comprometendo, em graus variáveis, o estado nutricional e a homeostasia corporal desta população (22). A desnutrição proteicoenergética tem sido descrita em 60 a 100% dos pacientes com cirrose descompensada e em pelo menos 20% daqueles com cirrose compensada (16,29) . Pacientes com câncer apresentam aumento do gasto energético, desnutrição, perda de peso e caquexia, sendo que pacientes com carcionoma hepatolelular (CHC) estão em maior risco de desnutrição (9,13,44,52) . A patogênese da desnutrição na cirrose é multifatorial, tendo como principais fatores contribuintes a ingestão inadequada de nutrientes, alterações digestivas, absortivas e metabólicas (69). Considerando que a desnutrição desempenha um papel importante na patogênese da lesão hepática e tem como consequência um impacto negativo sobre o prognóstico (10,19,38,64) , o presente estudo tem como objetivo observar a ocorrência de alterações do metabolismo dos macro e micronutrientes entre os pacientes com e sem CHC e sua relação com o prognóstico. 48 Pacientes Foi realizado um estudo transversal analítico. A população do estudo foi constituída por dois grupos: um deles composto por pacientes com cirrose sem CHC cuja etiologia é o vírus da hepatite C (VHC) (Grupo 1 - CI), e um grupo de pacientes portadores de cirrose por VHC e carcinoma hepatocelular (Grupo 2 CHC), que frequentam o ambulatório de Hepatologia do Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre-RS. Critérios de inclusão: A população de pacientes foi incluída de forma consecutiva, sendo considerados os maiores de 18 anos de idade. Grupo 1 - CI: Composto por pacientes portadores de infecção pelo vírus da hepatite C e cirrose. Grupo 2 - CHC: Foram incluídos os pacientes portadores de infecção pelo vírus da hepatite C com cirrose e carcinoma hepatocelular. Critérios de exclusão: Foram excluídos os pacientes portadores de diabete melito diagnosticado pelos critérios estabelecidos pela American Diabetes Association (ADA)(4), alcoolistas ativos, portadores de cirrose por outras causas que não o VHC e coinfectados com o vírus da imunodeficiência humana (HIV); os pacientes não deveriam ter tido hemorragia digestiva nos últimos 6 meses antes da inclusão no estudo. 49 Métodos Os pacientes foram entrevistados e avaliados individualmente através de formulário (Anexo A) onde foram coletadas informações sobre identificação do paciente, idade, gênero, classificação por grupo (CI ou CHC). O IMC foi calculado segundo a fórmula peso/altura2 (73). A presença de ascite foi verificada através de exame físico ou de imagem. Foram realizados os seguintes exames laboratoriais: glicose, colesterol total, colesterol HDL, triglicerídeos, proteínas totais, albumina, creatinina, ácido úrico, saturação transferrina, ferro, ferritina, hematócrito, hemoglobina, cobre, zinco, magnésio, vitamina B12, ácido fólico. Todos os exames foram coletados após a inclusão no estudo e realizados de acordo com procedimentos de rotina no laboratório central do Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre-RS. O diagnóstico de infecção pelo VHC foi definido pelo resultado positivo do anticorpo anti-VHC (teste ELISA III) confirmado pela técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR). Cirrose hepática foi diagnosticada por métodos clínico-laboratoriais, exames de imagem e histopatológico quando necessário. Os pacientes eram classificados segundo o escore de Child-Turcot Pugh (CTP) (58). O diagnóstico de carcinoma hepatocelular foi estabelecido segundo os critérios do grupo BCLC (7). O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre-RS (parecer número 142/010 – protocolo 3270/10). Os pacientes foram informados e esclarecidos sobre os objetivos da pesquisa e a forma de realização da coleta de dados. 50 Assim, aqueles que se disponibilizaram a participar do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (Anexo B). Análise Estatística Para o cálculo de amostra, foi realizado estudo piloto com os primeiros 15 pacientes de cada grupo. Estipulando erro alfa de 5%, poder estatístico de 90% e um tamanho de efeito padronizado de 0,9 desvios padrão entre os grupos, encontrou-se o número mínimo de 27 pacientes em cada grupo. O cálculo foi realizado no programa PEPI (Programs for Epidemiologists) versão 4.0. Os dados deste trabalho foram armazenados em planilha do MS Excel e foram submetidos à análise estatística através do aplicativo SPSS (Statistical Package for Social Sciences) versão 18.0. As variáveis quantitativas são apresentadas em forma de média e desvio padrão ou mediana e amplitude interquartílica. As variáveis qualitativas são descritas por frequências absolutas e relativas. Para avaliar a associação entre as variáveis qualitativas, o teste quiquadrado de Pearson foi aplicado. Para complementar essa análise, o teste dos resíduos ajustados foi utilizado. Para avaliar a associação entre os parâmetros bioquímicos e a gravidade da doença foi utilizado o coeficiente de correlação de Spearman. Para comparar médias entre os grupos, o teste t-student para amostras independentes foi aplicado. Em caso de assimetria, o teste de Mann-Whitney foi utilizado. Foram considerados significativos valores de p≤ 0,05. 51 RESULTADOS Características da amostra A caracterização da amostra está demonstrada na Tabela 1. Foram analisados 31 pacientes no grupo CHC, com idade média 56,0 ±7,6 anos sendo 67,7% do gênero masculino. A maioria dos pacientes do grupo CHC foi classificada como CTP- A (61,3%). No estadiamento do tumor, prevaleceram os pacientes com BCLC A (50,0%). O IMC médio do grupo CHC foi de 25,5kg/m², classificado como sobrepeso. Ascite estava presente em 08 pacientes no grupo CHC (25,8%). No grupo CI foram analisados 48 pacientes, com idade média 60,7 ±10,8 anos, sendo 56,3% do gênero masculino; a maioria dos pacientes foi classificada como CTP-A (87,2%). O IMC médio do grupo CI foi de 28,4kg/m², classificado como sobrepeso. Ascite estava presente em 06 pacientes no grupo CI (12,5%). Os pacientes do grupo CHC foram significativamente mais jovens (p=0,027). Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos na análise do IMC e presença de ascite. 52 Tabela 1 – Caracterização da amostra Variáveis Idade (anos) – Média ± DP Grupo CHC Grupo CI (n=31) (n=48) 56,0 ± 7,6 60,7 ± 10,8 Gênero – n(%) Valor-p 0,027 0,432 Masculino 21 (67,7) 27 (56,3) Feminino 10 (32,3) 21 (43,7) A 19 (61,3) 41 (87,2) # B 09 (29,0) 06 (12,8) C # CHILD – n(%) 0,013 03 (9,7) 0 (0,0) BCLC – n(%) - A 15 (50,0) - B 12 (40,0) - C 03 (6,7) - D 02 (3,3) - IMC – Média ± DP 25,5 ± 4,3 28,4 ± 6,5 0,235 Ascite – n(%) 08 (25,8) 06 (12,5) 0,062 # associação estatisticamente significativa através do teste dos resíduos ajustados a 5% de significância Análise dos marcadores nutricionais bioquímicos: CHC x CI Os dados referidos a seguir estão descritos nas Tabelas 2 e 3 e Gráfico 1. Em relação aos níveis séricos de glicose, foi observado que 15 (57,7%) pacientes do grupo CHC e 24 (52,2%) do grupo CI apresentaram valores acima dos limites de normalidade (Tabela 2), sem haver diferença estatisticamente significativa (p=0,837). Não houve diferença estatisticamente significativa nos valores médios entre os grupos estudados (Tabela 3). O colesterol HDL estava diminuído em 17 (70,8%) pacientes do grupo CHC e em 20 (44,4%) do grupo CI (p=0,066) – Tabela 2. Os níveis séricos 53 médios foram significativamente menores (p<0,001) no grupo CHC do que no grupo CI (36,2 x 49,7 mg/dL) – Tabela 3 e Gráfico 1. Os níveis séricos de triglicerídeos estavam dentro da normalidade nos dois grupos – Tabela 2, embora apresentando valores médios com diferença estatisticamente significativa (p=0,003), sendo mais baixos no grupo CI (104 x 75 mg/dL) – Tabela 3 e Gráfico 1. Os níveis de ferro dos pacientes do grupo CHC estavam elevados em 10 pacientes (43,5%) e em 8 pacientes (18,2%) do grupo CI (p=0,011) – Tabela 2. Os valores médios nos grupos CHC e CI foram respectivamente 136µg/dL e 101 µg/dL sem diferença estatisticamente significativa (p=0,373) – Tabela 3 e Gráfico 1. Os níveis de ferritina estavam elevados em 12 pacientes (52,2%) do grupo CHC e em apenas 06 pacientes (13,6%) do grupo CI (p=0,002) – Tabela 2. Houve diferença estatisticamente significativa entre as médias (média 351 x 118 ng/mL) ao comparar grupo CHC e grupo CI (p=0,009) – Tabela 3 e Gráfico 1. O hematócrito estava abaixo da normalidade em 17 (54,8%) pacientes do grupo CHC e em 16 (33,3%) do grupo CI – Tabela 2 – sem diferença estatisticamente significativa. Entretanto, os pacientes do grupo CHC apresentaram hematócrito médio mais baixo que pacientes do grupo CI (36,2 x 39,2%) (p=0,042) – Tabela 3 e Gráfico 1. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos nos demais parâmetros bioquímicos avaliados. 54 Tabela 2 – Análise dos marcadores nutricionais bioquímicos segundo valores de normalidade: comparação entre os grupos CHC x CI Variáveis* Abaixo Grupo CHC Grupo CI n (%) n (%) Normal LSN Acima Abaixo LSN LSN Normal Valor-p Acima LSN Glicose 0 (0,0) 11 (42,3) 15 (57,7) 0 (0,0) 22 (47,8) 24 (52,2) 0,837 Colesterol total 0 (0,0) 22 (88,0) 03 (12,0) 0 (0,0) 37 (82,2) 08 (17,8) 0,735 17 (70,8) 07 (29,2) 0 (0,0) 20 (44,4) 25 (55,6) 0 (0,0) 0,066 Triglicerídeos 0 (0,0) 23 (92,0) 02 (8,0) 0 (0,0) 41 (91,1) 04 (8,9) 1,000 Proteínas totais 0 (0,0) 19 (90,5) 02 (9,5) 0 (0,0) 37 (84,1) 07 (15,9) 0,706 Albumina 13 (43,3) 17 (56,7) 0 (0,0) 15 (31,3) 33 (68,8) 0 (0,0) 0,401 Creatinina 0 (0,0) 28 (90,3) 03 (9,7) 0 (0,0) 40 (83,3) 08 (16,7) 0,513 Ácido úrico 0 (0,0) 16 (66,7) 08 (33,3) 0 (0,0) 36 (81,8) 08 (18,2) 0,268 03 (13,0) 10 (43,5) 10 (43,5) 08 (18,2) 27 (61,4) 09 (20,5) 0,139 05 (21,7) 08 (34,8) 10 (43,5) 04 (9,1) 32 (72,7) 08 (18,2) 0,011 02 (8,7) 09 (39,1) 12 (52,2) 03 (6,8) 35 (79,5) 06 (13,6) 0,002 Hematócrito 17 (54,8) 14 (45,2) 0 (0,0) 16 (33,3) 32 (66,7) 0 (0,0) 0,097 Hemoglobina 12 (38,7) 16 (51,6) 03 (9,7) 11 (22,9) 35 (72,9) 02 (4,2) 0,146 Cobre 0 (0,0) 20 (90,9) 02 (9,1) 0 (0,0) 35 (81,4) 08 (18,6) 0,474 Zinco 07 (31,8) 14 (63,6) 01 (4,5) 14 (31,8) 27 (61,4) 03 (6,8) 0,934 Magnésio 0 (0,0) 24 (100) 0 (0,0) 01 (2,2) 44 (97,8) 0 (0,0) 1,000 Vitamina B12 0 (0,0) 17 (73,9) 06 (26,1) 01 (2,3) 36 (81,8) 07 (15,9) 0,485 Ácido Fólico 0 (0,0) 18 (78,3) 05 (21,7) 0 (0,0) 33 (75,0) 11 (25,0) 1,000 HDL Saturação transferrina Ferro # Ferritina # # associação estatisticamente significativa através do teste dos resíduos ajustados a 5% de significância 55 Tabela 3 – Análise dos marcadores nutricionais bioquímicos segundo valores de média e mediana: comparação entre os grupos CHC x CI Variáveis* Grupo CHC Grupo CI Valor-p 109 (93 – 122) 102 (92 – 131) 0,995 144,6 ± 40,1 153,9 ± 45,6 0,398 36,2 ± 12,8 49,7 ± 14,6 <0,001 104 (86,5 – 122) 75 (65 – 100) 0,003 Proteínas totais 7,45 ± 0,68 7,33 ± 0,70 0,515 Albumina 3,50 ± 0,67 3,79 ± 0,60 0,056 Creatinina 1,12 ± 0,43 1,06 ± 0,28 0,457 Ácido úrico 6,18 ± 1,98 5,38 ± 1,60 0,077 Saturação transferrina 39 (21 – 65) 32,5 (22,3 – 49) 0,468 136 (79 – 168) 101 (76 – 144) 0,373 Glicose Colesterol total HDL # Triglicerídeos # Ferro # 351 (122 – 593) 118 (68 – 256) 0,009 # 36,2 ± 7,0 39,2 ± 4,5 0,042 Hemoglobina 12,5 ± 2,6 13,4 ± 1,6 0,092 Cobre 123,7 ± 35,1 132,5 ± 32,1 0,314 Zinco 5,88 ± 0,89 5,93 ± 1,22 0,859 Magnésio 1,96 ± 0,20 1,99 ± 0,22 0,513 Vitamina B12 755 ± 246 702 ± 271 0,432 Ácido Fólico 13,1 ± 5,7 13,7 ± 4,6 0,667 Ferritina Hematócrito * descritas por média ± desvio padrão ou mediana (percentis 25 – 75) # associação estatisticamente significativa através do teste dos resíduos ajustados a 5% de significância 56 Associação entre alteração dos parâmetros bioquímicos e estadiamento da doença Todos os dados referidos a seguir estão descritos na Tabela 4 e Gráfico 2. Quando avaliada a correlação entre o estadiamento da cirrose no grupo CHC e parâmetros bioquímicos, observou-se que quanto maior a pontuação na classificação CTP no grupo CHC, menores os valores médios de albumina (p<0,001), hematócrito (p=0,006), hemoglobina (p=0,007) e zinco (p=0,023). Ao analisar a correlação entre o estadiamento do CHC pela classificação BCLC e parâmetros bioquímicos observou-se que apenas o hematócrito (p=0,004) e a hemoglobina (p=0,004) estavam diminuídos nos pacientes com doença mais grave pela classificação de BCLC. 57 Nos pacientes com BCLC mais avançado foram encontrados níveis séricos mais elevados de ácido úrico (p=0,011). Na avaliação da correlação entre escore CTP no grupo CI e parâmetros bioquímicos, os níveis de colesterol total (p=0,037), albumina (p=0,002), creatinina (p=0,003) e zinco (p=0,008) apresentaram correlação negativa. Foi encontrada correlação positiva estatisticamente significativa entre maior pontuação na classificação CTP no grupo CI e aumento dos níveis de saturação da transferrina (p=0,002), ferro (p=0,006) e vitamina B12 (p=0,016). Tabela 4 – Associação entre os parâmetros bioquímicos e a gravidade da doença por grupo em estudo Grupo CHC Variáveis Grupo CI CTP BCLC CTP rs (p) rs (p) rs (p) Glicose 0,143 (0,487) 0,136 (0,517) -0,019 (0,901) Colesterol total -0,055 (0,795) 0,100 (0,642) -0,316 (0,037) HDL -0,279 (0,186) -0,363 (0,089) -0,003 (0,985) Triglicerídeos -0,066 (0,754) 0,033 (0,879) -0,166 (0,280) Proteínas totais -0,352 (0,117) -0,052 (0,829) -0,258 (0,095) -0,310 (0,102) -0,443 (0,002) # -0,430 (0,003) # # # Albumina -0,617 (<0,001) Creatinina 0,045 (0,808) 0,326 (0,079) Ácido úrico 0,108 (0,615) 0,520 (0,011) Saturação transferrina 0,142 (0,518) -0,218 (0,331) 0,459 (0,002) # Ferro -0,043 (0,847) -0,284 (0,200) 0,412 (0,006) # Ferritina 0,182 (0,406) 0,081 (0,719) 0,091 (0,563) -0,484 (0,006) # Hemoglobina -0,472 (0,007) # Cobre -0,210 (0,349) Hematócrito Zinco -0,483 (0,023) # # -0,237 (0,126) -0,507 (0,004) # -0,256 (0,082) -0,513 (0,004) # -0,226 (0,127) 0,358 (0,111) -0,118 (0,455) 0,047 (0,838) -0,398 (0,008) # Magnésio 0,012 (0,954) 0,250 (0,249) -0,201 (0,191) Vitamina B12 0,292 (0,177) -0,092 (0,683) 0,366 (0,016) Ácido Fólico -0,219 (0,315) -0,039 (0,863) 0,152 (0,330) rs=coeficiente de correlação de Spearman # 58 CT=colesterol total; CREAT=creatinina; ÁC=ácido úrico; SAT TR=saturação da transferrina; HT=hematócrito; HB=hemoglobina; VIT B12=vitamina B12 DISCUSSÃO A desnutrição nos pacientes cirróticos, bem como naqueles com carcinoma hepatocelular é de origem multifatorial, podendo ser decorrente tanto da ingestão alimentar insuficiente, quanto de fatores relacionados à digestão e absorção intestinal deficientes, da possibilidade de associação com enteropatias perdedoras de proteínas, distúrbios metabólicos e das constantes abordagens dietéticas restritivas a que estes pacientes são submetidos (20,72). Os distúrbios metabólicos, como as alterações no metabolismo de carboidratos (resistência à insulina); de proteínas, devido à necessidade aumentada e absorção diminuída com redução na síntese hepática; e de gorduras, pelo aumento da lipólise e oxidação lipídica (62,66) , bem como o 59 hipermetabolismo que ocorre em 16 a 34% dos pacientes com doença hepática crônica (59,62), podem favorecer o desenvolvimento de desnutrição. Há muitos anos, a desnutrição vem sendo relacionada à pior evolução clinica e a maior incidência de complicações em cirróticos como ascite, encefalopatia hepática e infecções, a síndrome hepatorenal e o diabete melito (50,51) . É considerada fator de risco para morbidade e mortalidade a curto e longo prazo (13,26,46,61,62,71) , no pré e pós transplante e nas cirurgias abdominais (11,26) . Por outro lado, a avaliação nutricional nesta população é difícil, tendo em vista que os métodos de avaliação podem ser mascarados pela retenção hídrica, edema e ascite. Muitos parâmetros, tradicionalmente mensurados, como peso e exames bioquímicos, variam muito com a gravidade da doença hepática, independente do estado nutricional (21) . Não existe distinção clara entre as alterações laboratoriais decorrentes da desnutrição daquelas consequentes aos estadios mais avançados da doença hepática crônica (43) . Até o momento não existe um padrão-ouro definido para a avalição nutricional no paciente cirrótico. Recentemente foi publicado estudo realizado em nosso meio mostrando que a avaliação com bioimpedância apresenta correlação com o índice CTP (20) . Entretanto, estudos que avaliem alterações nutricionais bioquímicas em pacientes cirróticos são escassos (39) . O IMC foi classificado como sobrepeso em ambos os grupos, podendo estar relacionado com a presença de ascite, reforçando sua limitação como método de avaliação nutricional para esta população. No presente estudo, 08 (25,8%) pacientes do grupo CHC e 06 (12,5%) pacientes do grupo CI tinham ascite, observada apenas naqueles CTP-B ou C, 60 sem diferença estatisticamente entre os grupos, e, portanto, sem interferir nos resultados de forma tendenciosa. Dentre os pacientes avaliados na presente casuística, houve predominância de CTP - A em ambos os grupos. Este achado provavelmente deveu-se ao fato da coleta ter sido realizada em nível ambulatorial, onde são atendidos pacientes mais estáveis clinicamente. O fato de o grupo CHC ser composto por pacientes mais jovens está de acordo com a literatura, que referência a idade média dos pacientes que desenvolvem CHC como sendo de 54,7 anos, bem como a predominância de pacientes masculinos em ambos os grupos (25). Em relação ao metabolismo dos carboidratos, estudos têm demonstrado que pacientes cirróticos apresentam índices mais elevados de resistência a insulina e DM do que não cirróticos, bem como maior risco de desenvolvimento de CHC. Os mecanismos que podem relacionar DM com a carcinogênese na infecção crônica pelo VHC permanecem desconhecidos (33,49,74) . O presente estudo corrobora estes resultados, pois mais da metade dos pacientes em ambos os grupos avaliados apresentou elevação dos níveis de glicose. A resistência insulínica nos tecidos periféricos (tecido muscular e adiposo) desenvolve um papel central no metabolismo dos carboidratos. Pode haver redução na captação de insulina devido ao dano hepatocelular e aos shunts portossistêmicos, resultando em hiperinsulinemia (31) . A etiologia da cirrose é crucial no desenvolvimento do DM, pois fatores genéticos e ambientais como VHC, álcool e o acúmulo de ferro prejudicam a atividade secretora das células β do pâncreas (15). 61 Tem sido observada correlação entre o escore de CTP em pacientes com cirrose e a redução dos níveis séricos de lipídios, sendo sugerido que este parâmetro possa ser utilizado para estimar o prognóstico dos pacientes com cirrose (24). Portadores de neoplasias malignas demonstram elevações nos níveis séricos de triglicerídeos, glicerol e ácidos graxos livres à medida que perdem tecido adiposo, caracterizando estado de lipólise e redução de síntese periférica de lipídios (70) . O desenvolvimento de CHC também está relacionado à redução nos níveis séricos de triglicerídeos e colesterol total, havendo correlação negativa entre o tamanho do tumor e os níveis de triglicerídeos (35). Alguns autores observaram redução nos níveis séricos de colesterol total ou HDL nos pacientes cirróticos (14,27,63) e naqueles com CHC (24,41) . Da mesma forma, níveis elevados de triglicerídeos nesta população de pacientes têm sido relatados (3,70) . No presente estudo, os níveis de colesterol total apresentaram correlação negativa com a classificação CTP no grupo CI, estando o colesterol HDL diminuído no grupo CHC. Os níveis séricos de triglicerídeos estavam dentro da normalidade na maioria dos pacientes nos dois grupos, mesmo assim apresentando valores médios mais baixos no grupo CI. Resultados discordantes, mostrando redução nos níveis de triglicerídeos e colesterol total nos pacientes com CHC, também têm sido descritos (2,35,74) . Disparidades raciais e discrepâncias na dieta são possíveis causas para a diferença no metabolismo dos lipídios entre os estudos citados. Alguns estudos avaliaram a importância prognóstica dos lipídios em pacientes cirróticos, observando níveis séricos menores relacionados com doença hepática mais avançada e maiores índices de mortalidade (27,63) . 62 Considerando que importantes vias do metabolismo proteico ocorrem no fígado e que a desnutrição proteicoenergética (DPE) é altamente prevalente nos pacientes cirróticos, alguns autores sugerem que a DPE levaria a deterioração mais rápida da função hepática, formando um ciclo vicioso, onde a desnutrição agrava a doença e esta, o estado nutricional (47,60) . No que tange à análise do metabolismo proteico, alguns autores relatam correlação negativa entre os níveis de albumina e o escore CTP, índices de morbidade e mortalidade (40,43,50,55,72) , enquanto outros demonstraram que pacientes classificados como CTP - A apresentaram níveis de albumina dentro da faixa de referência de normalidade (43) . Aumento dos níveis séricos de ácido úrico nos pacientes com maior classificação TNM (Classification of Malignant Tumours) (65) tem sido observado, além de correlação positiva com mortalidade nos pacientes cirróticos (1,12,42) . O presente estudo corrobora os achados da literatura, sendo observada correlação negativa entre albumina e classificação CTP em ambos os grupos, creatinina e CTP no grupo CI e correlação positiva entre ácido úrico e classificação BCLC. Apesar da limitação decorrente da meia vida prolongada, interferindo na detecção de alterações agudas do estado nutricional, e de sofrer alterações por diversas outras razões não nutricionais (18,40) , os níveis séricos de albumina são fortemente relacionados com aumento na morbidade (aumento no tempo de internação, cicatrização deficiente) e da mortalidade em cirróticos (40) . Este marcador é utilizado na composição do escore CTP em pacientes com cirrose para determinar a gravidade da doença. Além disso, níveis séricos de albumina e creatinina são afetados pela disfunção hepática e, portanto, menos apropriados para serem marcadores independentes do estado nutricional (69) . 63 Desta forma, a correlação entre o critério de CTP com os níveis de albumina e creatinina já era esperada e tem pouca relevância na avaliação nutricional em cirróticos. As alterações digestivas e absortivas relacionadas à doença hepática como a redução na síntese de ácido biliar, colestase e hipertensão portal podem influenciar na digestão e absorção de nutrientes (62) , resultando em deficiências de vitaminas e minerais (37). Diversos estudos encontram diferentes resultados nos níveis séricos dos micronutrientes. Alguns autores (23,54,57,67,68) afirmam haver aumento dos níveis de saturação da transferrina, ferro e ferritina séricos correlacionados positivamente com presença de VHC, cirrose e CHC, principalmente nos estadios mais avançados das doenças citadas. Entretanto, outros não observaram alteração dos níveis de ferro (6) ou referem redução em pacientes cirróticos e naqueles (8,41) com CHC . Hematócrito e hemoglobina também podem correlacionar-se negativamente com a classificação CTP (72) . Redução nos níveis séricos de zinco tem sido relatada na presença de VHC, cirrose e CHC, principalmente nos pacientes mais graves (32,41,45,56,53). Correlação entre aumento na dosagem sérica de ferro e ferritina e alterações nos marcadores de função hepática, foi descrita previamente (67) .O presente estudo demonstrou elevação dos níveis séricos ou correlação positiva com CTP ou BCLC na saturação da transferrina (em CI), ferro (em CI e CHC) e ferritina (em CHC), estando de acordo com o observado na literatura (23,54,57,67,68) . 64 Uma possível explicação seria o fato da absorção de ferro através dos receptores de transferrina ser maior no carcinoma hepatocelular do que em fígado normal, podendo ser considerada a transferrina um marcador da presença de CHC (54). Grande parte dos parâmetros laboratoriais é afetada pela gravidade da doença hepática e também pelos fatores etiológicos da doença; desta forma, correlacionam-se mais com a gravidade da doença do que com a desnutrição propriamente dita (39) . Em busca de melhor equacionar este problema, um estudo realizado no Brasil sugeriu a utilização de parâmetros de avaliação nutricional que independam do metabolismo hepático, tais como a determinação da hemoglobina e do hematócrito associada às medidas antropométricas, como a circunferência do braço e a prega cutânea subescapular (43) , as quais não são alteradas por sinais clínicos da doença como ascite e edema de membros inferiores. Apesar da hemoglobina e do hematócrito serem independentes do metabolismo hepático, podem estar alterados nos casos de hipertensão portal grave acompanhados de esplenomegalia e hiperesplenismo, bem como na presença de hemorragia digestiva (59). Estudo realizado em 2010 encontrou correlação inversa entre hemoglobina e hematócrito com a gravidade da cirrose avaliada pelo escore CTP (72) . Na presente casuística observou-se diminuição dos níveis séricos ou correlação negativa com CTP e BCLC nos valores de hematócrito, hemoglobina em pacientes com CI e CHC. Alguns autores observaram redução significativa dos níveis de zinco em pacientes com hepatite crônica, cirrose e carcinoma hepatocelular (41, 56, 53) , 65 sugerindo que seja utilizado como biomarcador de prognóstico de CHC (32) . Entretanto apenas em deficiências nutricionais graves é que há redução significativa dos níveis plasmáticos desse mineral (28). Um estudo sugere que a suplementação de zinco em pacientes cirróticos com baixos níveis de zinco plasmático, podem diminuir a incidência cumulativa de CHC e melhorar o desfecho a longo prazo (45) . Os dados obtidos na presente casuística quando analisado o zinco sérico corroboram a literatura. Estudos sugerem que a vitamina B12 exerce efeito hepatoprotetor nos pacientes cirróticos (34) e que a dosagem dos níveis séricos pode ser utilizada como marcador prognóstico no acompanhamento de pacientes com CHC com níveis normais de alfa feto proteína (36) . Lin et al. (41) encontraram correlação positiva entre elevação nos níveis de vitamina B12 e classificação TNM. Enquanto em outro estudo, Lin et al. (42) referem redução dos níveis de vitamina B12 nos pacientes com CHC. Confirmando os achados contraditórios da literatura, o presente estudo observou correlação positiva estatisticamente significativa entre maior pontuação na classificação CTP no grupo CI e aumento dos níveis de vitamina B12. Alguns autores sugerem que outros parâmetros bioquímicos como cálcio, cobre, magnésio, folato, vitamina K, antioxidantes, podem ser utilizados na avaliação conjunta do estado nutricional e metabólico (5,6,17,19,32,42,48) . Entretanto, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos nos demais parâmetros bioquímicos (cobre, magnésio e ácido fólico) avaliados no presente estudo. Uma possível justificativa para este fato é que no grupo CI a população estudada era mais velha; apesar do câncer ser 66 um fator de desnutrição, a idade mais avançada também é um potencial fator de risco para desnutrição, podendo afetar os resultados negativamente. Considerando a existência de alterações no metabolismo dos macro e micronutrientes nos pacientes cirróticos com e sem CHC e sua relação com o prognóstico das doenças, e que os métodos de avaliação nutricional apresentam limitações para esta população, os exames laboratoriais são válidos para complementar o diagnóstico do estado nutricional de maneira rápida e prática, além de contribuírem para o acompanhamento do desenvolvimento da cirrose e CHC. 67 REFERÊNCIAS 1. Afzali A, Weiss NS, Boyko EJ, Ioannou GN. Association Between Serum Uric Acid Level and Chronic Liver Disease in the United States. Hepatology. 2010; 52:578-89. 2. Ahneku JE, Taylor GO, Olubuyde IO, Agbedana EO. Abnormal lipid and lipoprotein patterns in liver cirrhosis with and without hepatocellular carcinoma. J Pak Med Assoc. 1992;42:260-3. 3. Alsabti EA. Serum lipids in hepatoma. Oncology. 1979; 36:11-4. 4. American Diabetes Association (ADA). Blood Glucose Level. Disponível em: http//:www.diabetes.org 5. Bae HM, Lee JH, Yoon JH, Kim YJ, Heo DS, Lee HS. Protein induced by vitamin k absence or antagonist-ii production is a strong predictive marker for extrahepatic metastases in early hepatocellular carcinoma: a prospective Evaluation. BMC Cancer. 2011; 435:1-11. 6. Boige V, Castera L, de Roux N, Ganne-Carrie N, Ducot B, Pelletier G, Beaugrand M, Buffet C. Lack of association between HFE gene mutations and hepatocellular carcinoma in patients with cirrhosis. Gut 2003;52:1178-81. 7. Bruix J, Sherman M. Management of hepatocellular carcinoma: an up to date. Hepatology 2011; 53:1020-2. 8. Buyukasik NS, Nadir I, Akin FE, Cakal B, Kav T, Ersoy O, Buyukafiik Y. Serum iron parameters in cirrhosis and chronic hepatitis: Detailed description. Turk J Gastroenterol. 2011; 22: 606-11. 9. Cabré E, Gassul MA. Nutritional aspects of liver disease and transplantation Curr Opin Clin Nutr Metab Care 2001; 4: 581-99. 68 10. Cabré E, Gassull MA. Nutritional and metabolic issues in cirrhosis and liver transplantation. Curr Opin Clin Nutr Metab Care 2000; 3:345-54. 11. Carlson MS. Acute wound failure. Surgical Clinical North American. 1997; 77: 607-636. 12. Castaldo G, Oriani G, Lofrano MM, Cimino L, Topa M, Budilon G, Salvatore F, Sacchetti L. Differential diagnosis between hepatocellular carcinoma and cirrhosis through a discriminant function based on results for serum analytes. Clin Chem. 1996;42:1263-9. 13. Charlton MR. Protein metabolism and liver disease. Baillieres Clin Endocrinol Metab 1996;10:617-35. 14. Cicognani C, Malavolti M, Morselli-Labate AM, Zamboni L, Sama C, Babara L. Serum lipid and lipoprotein patterns in patients with liver cirrhosis and chronic active hepatitis. Arch Intern Med. 1997;157:792-6. 15. Compean-Garcia D, Jaquez-Quintana JO, Gonzales-Gonzales JA, Maldonado Garza H. Liver cirrhosis and diabete: risk factors, pathophisiology, clinical implications and management. World J Gastroenterol. 2009;15:280-8. 16. Crawford DH, Shepherd RW, Halliday JW, Cooksley GW, Golding SD, Cheng WS, Powell LW. Body composition in nonalcoholic cirrhosis: the effect of disease etiology and severity on nutritional compartments. Gastroenterology 1994; 106:1611-7. 17. Denisova NA, Booth SL. Vitamin K and sphingolipid metabolism: evidence to date, Nutr Rev 2005; 63:11121. 18. Detsky AS, McLaughlin JR, Baker JP, Johnston N, Whittaker S, Mendelson RA, Jeejeebhoy KN. What is subjective global assessment of nutritional status? J Parenter Enteral Nutr 1987;11:8-13. 69 19. Donaghy A. Issues of malnutrition and bone disease in patients with cirrhosis. Gatroenterol Hepatol 2002;17:462-6. 20. Fernandes AS, Bassani L, Nunes FF, Aydos MED, Alves AV, Marroni CA. Nutritional assessment in patients with cirrhosis. Arq Gastroenterol. 2012; 49:19-27. 21. Figueiredo FA, Dickson ER, Tousif P, et al. Impact of nutritional status on outcome after liver transplantation. Transplantation. 2000;70:1347-52. 22. Fleming KA, McGee J. Alcohol induced liver disease. Journal of Clinical Pathology 1984; 37:721-33. 23. Franchini M, Targher G, Capra F, Montagnana M, Lippi G. The effect of iron depletion on chronic hepatitis C virus infection. Hepatol Int. 2008;2:335–40. 24. Ghadir RM, Riahin AA, Havaspour A, Nooranipour M, Habibineiad AA. The Relationship between Lipid Profile and Severity of Liver Damage in Cirrhotic Patients. Hepat Mon. 2010;10: 285-8. 25. Gonçalves CS, Pereira FEL, Gayotto LCC. Hepatocellular carcinoma in Brazil: report of a national survey (Florianopolis, SC, 1995). Rev Inst Med Trop S Paulo 1997;39:165-70. 26. Gunsar F, Riamondo ML, Jones S, et al. Nutritional status and prognosis in cirrhotic patients. Aliment Pharmacol Ther. 2006;24:563-72. 27. Habib A, Mihas AA, Abou-Assi SG, Williams LM, Gavis E, Pandak WM, Heuman DM. High-density lipoprotein cholesterol as an indicator of liver function and prognosis in noncholestatic cirrhotics. Clin Gastroenterol Hepatol 2005; 3:286-91. 70 28. Hambige M. Biomarkers of Trace Mineral Intake and Status. J Nutr 2003;133:948-55. 29. Hehir DJ, Jenkins RL, Bistrian BR, Blackburn GL. Nutrition in patients undergoing orthotopic liver transplant. J Parenter Enteral Nutr 1985; 9:695-700. 30. Herselman MG, Labadarios D, Rensburg CJV, Haffejee AA. Nutrição nas doenças do fígado. In: Gibney MJ, Elia, M, Ljungqvist O, Dowsett J, editores. Nutrição clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2007. p. 150-76. 31. Hickman IJ, Macdonald GA. Impact of diabete on the severity of liver disease. Am J Med. 2007;120:829-34. 32. Huang Y, Li LZ, Zhang CZY, Yi C, Liu LL, Zhou X, Xie GB, Cai MY, Li Y, Yun JP. Decreased expression of zinc-alpha2-glycoprotein in hepatocellular carcinoma associates with poor prognosis. Journal of Translational Medicine. 2012; 10:106-21. 33. Hung CH, Wang JH, Hu TH, Chen CH, Chang KC, Yen YH, Kuo YH, Tsai MC, Lu SN, Lee CM. Insulin resistance is associated with hepatocellular carcinoma in chronic hepatitis C infection. World J Gastroenterol. 2010; 16:2265-71. 34. Isoda K, Kagaya N, Akamatsu S, Hayashi S, Tamesada M, Watanabe A, Kobayashi M, TagawaYI, Kondoh M, Kawase M, Yagi K. Hepatoprotective Effect Of Vitamin B12 On Dimethylnitrosamine-Induced Liver Injury. Biol Pharm Bull.2008; 31:309-11. 35. Jiang M, Liu F, Xiong WJ, Zhong L, Xu W, Xu F, Liu YB. Combined MELD and blood lipid level in evaluating the prognosis of decompensated cirrhosis. World J Gastroenterology. 2010;16:13971401. 71 36. Kane SP, Murray-lyon M, Paradinas J, Johnson J, Williams R, Orr H, Kohn J. Vitamin b12 binding protein as a tumour marker for hepatocellular carcinoma. Gut. 1978;19:1105-9. 37. Kondrup J. Nutrition in end stage liver disease. Best Pract Res Clin Gastroenterol.2006;20:547-60. 38. Lautz HU, Selberg O, Korber J, Bürger M, Müller MJ. Protein-calorie malnutrition in liver cirrhosis. Clin Invest 1992; 70:478-86. 39. Leitão AVA, Castro CLN, Basile TM, Souza THS, Braulio VB. Avaliação da capacidade física e do estado nutricional em candidatos ao transplante hepático. Rev Assoc Med Bras. 2003;49:424-8. 40. Lieber CS. Nutrição nos distúrbios hepáticos. In: Shils ME, Olson JÁ, Shike M, Ross AK. Tratado de Nutrição Moderna na saúde e na doença. São Paulo: Manole; 2003. p.1257-69. 41. Lin CC, Huang JF, Tsai LY, Huang YL. Selenium, Iron, Copper, and Zinc Levels and Copper-to-Zinc Rations in Serum of Patients at Different Stages of Viral Hepatic Diseases. Biological Trace Element Research. 2006;109:15-24. 42. Lin CC, Yin MC. B Vitamins Deficiency and Decreased anti-oxidative state in Patients in Liver Cancer. Europe Journal of Nutrition. 2007;46:293-9. 43. Maio R, Dichi JB, Burini RC. Sensibility of anthropometric-laboratory markers of protein-energy malnutrition in cirrhotic patients. Arq Gastroenterol 2004;41:93-9. 44. Marsano L, McClain CL. Nutrition and alcoholic liver disease. Journal Parenteral Enteral Nutrition 1991;15:337-44. 72 45. Matsuoka S, Matsumura H, Nakamura H, Oshiro S, Arakawa Y, Hayashi J, Sekine N, Nirei K, Yamagami H, Ogawa M, Nakajima N, Amaki S, Tanaka N, Moriyama M. Zinc Supplementation Improves the Outcome of Chronic Hepatitis C and Liver Cirrhosis. J Clin Biochem Nutr. 2003;45: 292–303. 46. Mattos AA, Coral GP, Menti E, Valiatti F, Kramer C. Infecção bacteriana no paciente cirrótico. Arq Gastroenterol. 2003;40:11-15. 47. McCullough AJ. Malnutrition in liver disease. Liver Transpl. 2000;6: 8596. 48. McNulty H, Pentieva K. Folate bioavailablity. Proc Nutr Soc 2004; 63:529-36. 49. Menezes MO, Tovo CV, Mattos AA. Associação entre a hepatite crônica pelo vírus da hepatite C (VHC) e diabete melito em pacientes monoinfectados pelo VHC e co-infectados com o vírus da imunodeficiência humana. Revista da AMRIGS. 2008;52:17-23. 50. Merli M, Romiti A, Riggio O, Capocaccia L. optimal nutritional indexes in chronic liver disease. J Parenter Enteral Nutr. 1987; 11:130-4. 51. Morgan AG, Kelleher J, Walker BE. Nutrition in cryptogenic cirrhosis and chronic aggressive hepatitis. Gut. 1976;17:113-8. 52. Muñoz SJ. Nutritional therapies in liver disease. Seminars Liver Disease 1991;11:278-91 53. Nazari MA, Malayeri SH, Pourhoseingholi MA, Mohebi SR, Zali MR. Evaluation of Zinc Plasma Level in Iranian Cirrhotic Patients due to Hepatitis B and Hepatitis C. Hepatitis Monthly. 2010;10: 62-4. 73 54. Pascale RM, De Miglio MR, Muroni MR, Simile MM, Daino L, Seddaiu MA, Pusceddu S, Gaspa L, Calvisi D, Manenti G, Feo F. Transferrin and Transferrin Receptor Gene Expression and Iron Uptake in Hepatocellular Carcinoma in the Rat. Hepatology.1998;27:452-61. 55. Piquet MA, Ollivier I, Gloro R, Castel H, Tiengou LE, Dao T. Nutritional indices in cirrhotic patients. Nutrition 2006; 22:216-7. 56. Pramoolsinsap C, Promvanit N, Komindr S, Lerdverasirikul P, Srianujata S. Serum trace metals in chronic viral hepatitis and hepatocellular carcinoma in Thailand. J Gastroenterol. 1994;29:610-5. 57. Price L, Kowdley K. The role of iron in the pathophysiology and treatment of chronic hepatitis C. Can J Gastroenterology. 2009; 23:822-28. 58. Pugh RNH, Murray-Lyon IM, Dawson JL, Pietroni MV, Williams R. Transection of the oesophagus for bleeding oesophageal varices. Br J Surg 1973;60:646-9. 59. Ritter L, Gazzola J. Avaliação nutricional no paciente cirrótico: uma abordagem objetiva, subjetiva ou multicompartimental? Arq Gastroenterol. 2006;43:66-70. 60. Roongpisunthinpong C, Sobhonslidsuk A, Nantiruj K, Songchitsomboon S. Nutritional assessment in various stages of liver cirrhosis. Nutrition. 2001;17: 761-5. 61. Rosa H, Silvério AO, Perini RF, Arruda CB. Bacterial infection in cirrhotic patients and its relationship with alcohol. Gastroenterology. 2000;95:1290-3. 62. Sam J, Nguyen GC. Protein-calorie malnutrition as a prognostic indicator of mortality among patients hospitalized with cirrhosis and portal hypertension. Liver International. 2009;29:1396-1402. 74 63. Selcuk H, Uruc I, Temel MA, Ocal S, Huddam B, Korkmaz M, Unal H, Kanbay M, Savas N, Gur G, Yilmaz U, Haberal M. Factors prognostic of survival in patients awaiting liver transplantation for end-stage liver disease. Dig Dis Sci. 2007;52:3217-23. 64. Siriboonkoom W, Gramlich L. Nutrition and chronic liver disease. Can J Gastroenterol 1998; 12:201-7. 65. Sobin LH, Wittekind C. TNM Classification of Malignant Tumours. New Jersey: John Wiley & Sons; 2002. 66. Stickel F, Inderbitzin D, Condinas D. Role of nutrition in liver transplantation for endstage chronic liver disease. Nutrition in Clinical Care. 2008;66:47-54. 67. Tajika M, Kato M, Mohri H, Miwa Y, Kato T, Ohnishi H, Moriwaki H. Prognostic value of energy metabolism in patients with viral liver cirrhosis. Nutrition. 2002;18:229-34. 68. Tan MGK, Kumarasinghe MP, Wang SM, Lucien LPJ, Aw SE, Hui KM. Modulation of iron-regulatory genes in human hepatocellular carcinoma and its physiological consequences. Exp. Biol Med. 2009;234:693-702. 69. Tandon P, Gramlich L, Lipman TO, Bonis PAL. Nutritional assessment in chronic liver disease. Up ToDate, 2010. 70. Tisdale MJ. Cancer anorexia and cachexia. Nutrition 2001;17:438-42. 71. Voltarelli JC, Falcão RP. Imunodeficiências Secundárias. Ribeirão Preto: Medicina;1995. 75 72. Vulcano, DSB. Avaliação dos indicadores nutricionais em hepatopatas crônicos e a relação com a etiologia e gravidade da doença. [Dissertação de mestrado]. Botucatu: Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista; 2010. 73. World Health Organization (WHO). Physical status: the use and interpretation of anthropometry. Geneva. WHO, 1995 (WHO – technical report series 854). 74. Zhao J, Zhao Y, Wang H, Gu X, Ji J, Gao C. Association between metabolic abnormalities and HBV related hepatocellular carcinoma in Chinese: A cross-sectional study. Nutrition Journal. 2011;10:1-8. 76 6 ARTIGO CIENTÍFICO - VERSÃO EM INGLÊS Biochemical Nutritional Assessment of Liver Cirrhosis Patients with Hepatocellular Carcinoma Gabriela Zanatta Port, Kalinca Oliveira, Jonathan Soldera, Cristiane Valle Tovo Post-Graduation Course – Hepatology, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) Elaborated following the publication rules of the journal intitled Arquivos de Gastroenterologia Correspondence Address: Gabriela Zanatta Port Rua Professor Freitas Cabral, 370, 1003 Bairro Jardim Bortânico Porto Alegre - RS CEP 90690-130 email: [email protected] 77 ABSTRACT Context – Liver cirrhosis patients (CI) with hepatocellular carcinoma (HCC) present nutritional alterations and metabolic disorders, with negative impact on the prognosis. Objective – observing the presence of alterations in the metabolism of macro and micronutrients among liver cirrhosis patients with and without HCC and their relation with the Child-Turcote-Pugh (CTP) score and Barcelona Clinic Liver Cancer (BCLC) staging. Methods – analytical transversal study in which 31 patients from group HCC and 48 patients from group CI were assessed. The following laboratorial exams were carried out: glucose, total cholesterol, HDL cholesterol, triglycerides, albumin, creatinine, uric acid, transferrin saturation, iron, ferritin, hematocrit, hemoglobin, copper, zinc, magnesium, vitamin B12, folic acid. The existence of an association between the biochemical parameters and the disease severity, as well as the presence of HCC, was assessed. Results – The metabolic-nutritional profile of patients with liver cirrhosis caused by the hepatitis C virus and hepatocellular carcinoma is altered, specifically the lipid (total cholesterol, HDL and triglycerides), protein (albumin, creatinine and uric acid), iron (transferrin, iron and ferritin saturation), hematocrit and hemoglobin, zinc and vitamin B12 profiles. The HCC diagnosis was related to the worst results of HDL cholesterol, hematocrit and increase in the serum levels of iron and ferritin. There is a relation between nutritional biochemical markers and the CTP classification, as well as BCLC staging. Conclusions – Considering the existence of alterations in the metabolism of macro and micronutrients in liver cirrhosis patients with and without HCC and their relation with the diseases prognosis, and also that conventional nutritional assessment methods present limitations for this population, the biochemical laboratorial exams are valid to complement the diagnosis of the nutritional state in a quick and practical way. DESCRIPTORS: Liver cirrhosis. Hepatocellular Carcinoma. Malnutrition. Nutritional Assessment. 78 INTRODUCTION The liver is responsible for essential functions in nutrient digestion, absorption, metabolism, storage, transportation and activation. Its main functions include: macro and micronutrients metabolism, plasmatic proteins synthesis, bile formation and excretion, ammonia conversion into urea, steroids metabolization, and sodium and water homeostasis (30,40). In liver cirrhosis patients, the distortions of hepatic parenchyma architecture result in the progressive loss of the hepatic form and function, compromising, in variable degrees, the nutritional state and body homeostasis of this population (22). Protein-energy malnutrition has been described in 60 to 100% of patients with decompensated cirrhosis, and in at least 20% of patients with compensated cirrhosis (16,29) . Patients with cancer present increase in energy expenditure, malnutrition, weight loss and cachexy, and patients with hepatocellular carcinoma (HCC) have higher risk of malnutrition (9,13,44,52) . The pathogeneses of malnutrition in cirrhosis is multifactorial, having as main contributive factors improper nutrient intake, digestive, absorptive and metabolic alterations (69). Provided that malnutrition has an important role in hepatic injury pathogeneses and leads to a negative impact on the prognosis (10,19,38,64) , this study aimed at observing alterations in the metabolism of macro and micronutrients among patients with and without HCC and their relation with the studied diseases prognosis. 79 Patients An analytical transversal study was performed. The study population consisted of two groups: one composed by liver cirrhosis patients without HCC, whose etiology is the hepatitis C virus (HCV) (Group 1 – CI); and a group of liver cirrhosis patients with HCV etiology and hepatocellular carcinoma (Group 2 – HCC), who attended the Hepatology ambulatory of Santa Casa de Porto Alegre Hospital Complex, Rio Grande do Sul, Brazil. Inclusion criteria: The patients population was included consecutively, considering the patients over 18 years of age. Group 1 – CI: Composed by patients infected by the hepatitis C virus and cirrhosis. Group 2 – HCC: Patients infected by the hepatitis C virus with cirrhosis and hepatocellular carcinoma. Exclusion criteria: Patients with diabetes mellitus diagnosed through the criteria established by the American Diabetes Association (ADA), active alcoholics, persons with cirrhosis caused by other routes than HCV and coinfected with the human immunodeficiency virus; patients could not have had digestive hemorrhage in the last 6 months prior to the inclusion in the study. 80 Methods The patients were interviewed and assessed individually through a form which the information on the patient’s identification, age, gender, group classification (CI or HCC) were obtained. The body mass index (BMI) was calculated according to the formula weight/height² (73). Ascites was diagnosed by physical examination or image exam (ultrasound). The following laboratorial exams were performed: glucose, total cholesterol, HDL cholesterol, triglycerides, total proteins, albumin, creatinine, uric acid, transferrin saturation, iron, ferritin, hematocrit, hemoglobin, copper, zinc, magnesium, vitamin B12, and folic acid. All exams were collected after the inclusion in the study and were carried out in accordance with the routine procedures of the central laboratory of Santa Casa de Porto Alegre Hospital Complex, Rio Grande do Sul, Brazil. The HCV infection diagnosis was defined by the positive result of the anti-HCV antibody (ELISA III test) confirmed by the polymerase chain reaction technique (PCR). Hepatic cirrhosis was diagnosed through clinical and laboratorial methods, image and histopathological exams, when needed. The patients were classified according to the Child-Turcot Pugh score (CTP) (58). Hepatocellular carcinoma was established according to the BCLC group criteria (7). The project was submitted and approved by the Research Ethics Committee of Santa Casa de Porto Alegre Hospital Complex, Rio Grande do 81 Sul, Brazil (approval number 142/010 – protocol 3270/10). The patients were informed and clarified about the research objectives and the data collection methods, and signed an Informed Consent Term. Statistical Analysis In order to calculate the sample, a pilot study with the first 15 patients of each group was carried out, and a minimum number of 27 patients in each group was established. The calculation was made in the PEPI software (Programs for Epidemiologists), version 4.0. The data from this work were stored in MS Excel spreadsheet and were submitted to statistical analysis using the SPSS application (Statistical Package for Social Sciences), version 18.0. The quantitative variables are presented as mean and standard deviation or median and interquartile range. The qualitative variables are described by absolute and relative frequencies. Pearson’s chi-square test was used to assess the association between the qualitative variables. To complement this analysis, the adjusted residual test was carried out. Spearman’s correlation coefficient was used to assess the association between the biochemical parameters and the disease severity. To compare the means between the groups, t-student’s test for independent samples was applied. In cases of asymmetry, Mann-Whitney’s test was used. Values were considered significant if p≤0.05. 82 RESULTS Sample characterization Sample characterization is presented in Table 1. Thirty-one patients from group HCC were assessed (average age of 56.0 ± 7.6 years; 67.7% male). Most patients from group HCC were classified as CTP-A (61.3%). In the tumor staging, there was a prevalence of patients with BCLC A (50.0%).The mean BMI in group CHC was 25.5 kg/m 2, classified as overweight; ascites was present in 08 patients (25.8%). In group CI, 48 patients were assessed (average age of 60.7% ± 10.8 years; 56.3% male). Most patients were classified as CTP-A (87.2%). The mean BMI in group CI was 28.4 kg/m2, classified as overweight; ascites was present in 06 patients (12.5%). The patients from group CHC were significantly younger (p=0.027). There was no significant difference between the groups considering the BMI and presence of ascites. 83 Table 1 – Sample characterization Variables Age (years) – Mean ± SD Group HCC Group CI (n=31) (n=48) 56.0 ± 7.6 60.7 ± 10.8 Gender – n(%) p-value 0.027 0.432 Male 21 (67.7) 27 (56.3) Female 10 (32.3) 21 (43.7) A 19 (61.3) 41 (87.2) # B 09 (29.0) 06 (12.8) C # CHILD – n(%) 0.013 03 (9.7) 0 (0.0) BCLC – n(%) - A 15 (50.0) - B 12 (40.0) - C 03 (6.7) - D 02 (3.3) - BMI (mean ± SD) 25.5±4.3 28.4±6.5 0.235 Ascites – n(%) 08 (25.8) 06 (12.5) 0.062 #statistically significant association through adjusted residual test at 5% significance SD = standard deviation; BMI = body mass index Biochemical nutritional markers analysis: HCC x CI The following data are described in Tables 2 and 3 and Graphic 1. Regarding the glucose serum levels, it was observed that 15 (57.7%) patients from group HCC and 24 (52.2%) patients from group CI presented values above the limits of normal (Table 2), without statistically significant difference (p=0.837). No statistically significant difference in the mean values between the studied groups was found (Table 3). HDL cholesterol was decreased in 17 (70.8%) patients from group HCC and in 20 (44.4%) from group CI (p=0.066) (Table 2). The mean serum levels 84 were significantly lower (p<0.001) in group HCC, rather than group CI (36.2 x 49.7 mg/dL) (Table 3 and Graphic 1). The triglycerides serum levels were within normality in both groups (Table 2), although they presented mean values with statistically significant difference (p=0.003), being lower in group CI (104 x 75 mg/dL) (Table 3 and Graphic 1). The iron levels in patients from group HCC were high in 10 patients (43.5%) and in 8 patients (18.2%) from group CI (p=0.011) (Table 2). The mean values in groups HCC and CI were, respectively, 136µg/dL and 101µ/dL without statistically significant difference (p=0.373) (Table 3 and graphic 1). The ferritin levels were high in 12 patients (52.5%) from group HCC and in only 06 patients (13.6%) from group CI (p=0.002) (Table 2). There was a statistically significant difference between the means (mean 351 x 118 ng/mL) when comparing group HCC and group CI (p=0.009) (Table 3 and Graphic 1). The hematocrit was below normal in 17 (54.8%) patients from group HCC and in 16 (33.3%) from group CI (Table 2) without statistically significant difference. However, the patients from group HCC presented lower mean hematocrit than patients from group CI (36.2 x 39.2%) (p=0.042) (Table 3 and Graphic 1). No statistically significant differences were found between the groups in the other assessed biochemical parameters. 85 Table 2 – Biochemical nutritional markers assessment according to the normality values: comparison between groups HCC x CI Variables* Below Group HCC Group CI n (%) n (%) Normal ULN Above Below ULN ULN Normal p-value Above ULN Glucose 0 (0.0) 11 (42.3) 15 (57.7) 0 (0.0) 22 (47.8) 24 (52.2) 0.837 Total cholesterol 0 (0.0) 22 (88.0) 03 (12.0) 0 (0.0) 37 (82.2) 08 (17.8) 0.735 17 (70.8) 07 (29.2) 0 (0.0) 20 (44.4) 25 (55.6) 0 (0.0) 0.066 Triglycerides 0 (0.0) 23 (92.0) 02 (8.0) 0 (0.0) 41 (91.1) 04 (8.9) 1.000 Total proteins 0 (0.0) 19 (90.5) 02 (9.5) 0 (0.0) 37 (84.1) 07 (15.9) 0.706 13 (43.3) 17 (56.7) 0 (0.0) 15 (31.3) 33 (68.8) 0 (0.0) 0.401 Creatinine 0 (0.0) 28 (90.3) 03 (9.7) 0 (0.0) 40 (83.3) 08 (16.7) 0.513 Uric acid 0 (0.0) 16 (66.7) 08 (33.3) 0 (0.0) 36 (81.8) 08 (18.2) 0.268 03 (13.0) 10 (43.5) 10 (43.5) 08 (18.2) 27 (61.4) 09 (20.5) 0.139 05 (21.7) 08 (34.8) 10 (43.5) 04 (9.1) 32 (72.7) 08 (18.2) 0.011 02 (8.7) 09 (39.1) 12 (52.2) 03 (6.8) 35 (79.5) 06 (13.6) 0.002 Hematocrit 17 (54.8) 14 (45.2) 0 (0.0) 16 (33.3) 32 (66.7) 0 (0.0) 0.097 Hemoglobin 12 (38.7) 16 (51.6) 03 (9.7) 11 (22.9) 35 (72.9) 02 (4.2) 0.146 0 (0.0) 20 (90.9) 02 (9.1) 0 (0.0) 35 (81.4) 08 (18.6) 0.474 07 (31.8) 14 (63.6) 01 (4.5) 14 (31.8) 27 (61.4) 03 (6.8) 0.934 Magnesium 0 (0.0) 24 (100) 0 (0.0) 01 (2.2) 44 (97.8) 0 (0.0) 1.000 Vitamin B12 0 (0.0) 17 (73.9) 06 (26.1) 01 (2.3) 36 (81.8) 07 (15.9) 0.485 Folic Acid 0 (0.0) 18 (78.3) 05 (21.7) 0 (0.0) 33 (75.0) 11 (25.0) 1.000 HDL Albumin Transferrin saturation Iron # Ferritin # Copper Zinc #statistically significant association through adjusted residual test at 5% significance ULN = upper limit of normal 86 Table 3 - Biochemical nutritional markers assessment according to the mean and median values: comparison between groups HCC x CI Variables* Group HCC Group CI p-value 109 (93 – 122) 102 (92 – 131) 0.995 Total cholesterol 144.6 ± 40.1 153.9 ± 45.6 0.398 HDL 36.2 ± 12.8 49.7 ± 14.6 <0.001 Triglycerides 104 (86.5 – 122) 75 (65 – 100) 0.003 Total proteins 7.45 ± 0.68 7.33 ± 0.70 0.515 Albumin 3.50 ± 0.67 3.79 ± 0.60 0.056 Creatinine 1.12 ± 0.43 1.06 ± 0.28 0.457 Uric acid 6.18 ± 1.98 5.38 ± 1.60 0.077 Transferrin saturation 39 (21 – 65) 32.5 (22.3 – 49) 0.468 136 (79 – 168) 101 (76 – 144) 0.373 351 (122 – 593) 118 (68 – 256) 0.009 Hematocrit 36.2 ± 7.0 39.2 ± 4.5 0.042 Hemoglobin 12.5 ± 2.6 13.4 ± 1.6 0.092 Copper 123.7 ± 35.1 132.5 ± 32.1 0.314 Zinc 5.88 ± 0.89 5.93 ± 1.22 0.859 Magnesium 1.96 ± 0.20 1.99 ± 0.22 0.513 Vitamin B12 755 ± 246 702 ± 271 0.432 Folic Acid 13.1 ± 5.7 13.7 ± 4.6 0.667 Glucose # Iron Ferritin # * described by mean ± standard deviation or median (percentiles 25 – 75) #statistically significant association through adjusted residual test at 5% significance 87 Association between biochemical parameters alteration and disease staging The following data are described in Table 4 and Graphic 2. Evaluating the correlation between cirrhosis staging in group HCC and the biochemical parameters, it was observed that the higher the CTP scoring was in group HCC, the lower the mean values of albumin (p<0.001), hematocrit (p=0.006), hemoglobin (p=0.007) and zinc (p=0.023) were. Analyzing the correlation between HCC staging through BCLC classification and the biochemical parameters it was observed that only hematocrit (p=0.004) and hemoglobin (p=0.004) were decreased in patients with more severe disease by BCLC classification. 88 Higher uric acid serum levels (p=0.011) were found in patients with more advanced BCLC. In the correlation assessment between CTP in group CI and the biochemical parameters, the total cholesterol (p=0.037), albumin (p=0.002), creatinine (p=0.003) and zinc levels (p=0.008) presented negative correlation. Statistically significant positive correlation was found between the highest score in CTP classification in group CI and increase in transferrin saturation (p=0.002), iron (p=0.006) and vitamin B12 levels (p=0.016). Table 4 – Association between the biochemical parameters and disease severity per studied group Group HCC Variables Group CI CTP BCLC CTP rs (p) rs (p) rs (p) Glucose 0.143 (0.487) 0.136 (0.517) -0.019 (0.901) Total cholesterol -0.055 (0.795) 0.100 (0.642) -0.316 (0.037) HDL -0.279 (0.186) -0.363 (0.089) -0.003 (0.985) Triglycerides -0.066 (0.754) 0.033 (0.879) -0.166 (0.280) Total proteins -0.352 (0.117) -0.052 (0.829) -0.258 (0.095) -0.310 (0.102) -0.443 (0.002) # -0.430 (0.003) # Albumin -0.617 (<0.001) # # Creatinine 0.045 (0.808) 0.326 (0.079) Uric acid 0.108 (0.615) 0.520 (0.011) Transferrin saturation 0.142 (0.518) -0.218 (0.331) 0.459 (0.002) # Iron -0.043 (0.847) -0.284 (0.200) 0.412 (0.006) # Ferritin 0.182 (0.406) 0.081 (0.719) 0.091 (0.563) -0.484 (0.006) # Hemoglobin -0.472 (0.007) # Copper -0.210 (0.349) Hematocrit Zinc -0.483 (0.023) # # -0.237 (0.126) -0.507 (0.004) # -0.256 (0.082) -0.513 (0.004) # -0.226 (0.127) 0.358 (0.111) -0.118 (0.455) 0.047 (0.838) -0.398 (0.008) # Magnesium 0.012 (0.954) 0.250 (0.249) -0.201 (0.191) Vitamin B12 0.292 (0.177) -0.092 (0.683) 0.366 (0.016) Ácido Fólico -0.219 (0.315) -0.039 (0.863) 0.152 (0.330) rs=Spearman’s correlation coefficient # 89 TC=total cholesterol; CREAT=creatinin; UA=uric acid; TR SAT=transferrin saturation; HT=hematocrit; HB=hemoglobin; VIT B12=vitamin B12 DISCUSSION Malnutrition in liver cirrhosis patients, as well as in the ones with hepatocellular carcinoma, has a multifactorial origin, and it might be due to either insufficient food intake, or factors related to deficient digestion and intestinal absorption. It might also be associated to protein-losing enteropathies, metabolic disorders and constant restrictive dietetic approaches to which these patients are submitted. Metabolic disorders, such as alterations in the metabolism of carbohydrates (insulin resistance); proteins, due to increased needing and decreased absorption with reduction in hepatic synthesis; and fat, by lipolysis increase and lipid oxidation (62,66) , as well as hypermetabolism, which occurs in 90 16 to 34% of patients with chronic hepatic disease (59,62) , can favor malnutrition development. For many years, malnutrition has been related to worse clinical evolution and higher incidence of complications in liver cirrhosis patients such as ascites, hepatic encephalopathy and infections, hepatorenal syndrome and diabetes mellitus (50,51) and mortality . It is considered a risk factor for short- and long-term morbidity (13,26,46,61,62,71) , in pre and post transplant and abdominal surgeries (11,26) . On the other hand, nutritional assessment in this population is hard, given that the assessment methods can be masked by water retention, edema and ascites. Many traditionally measured parameters, such as weight and biochemical exams, constantly vary according to the hepatic disease severity, regardless of the nutritional state (21) . There is no clear distinction between the laboratorial alterations caused by malnutrition and the ones found in more advanced stages of chronic hepatic disease (43). So far, there is no defined golden-standard for nutritional assessment in liver cirrhosis patients. A recently national study showed that the assessment with bioimpedance presents correlation with the CTP score (20) . However, there are still few studies that assess biochemical nutritional alterations in liver cirrhosis patients (39). The BMI was classified as overweight in both groups, reinforcing its limitation ato evaluate nutritional aspects in this population. In this study, few patients presented ascites (similar proportion in both groups), therefore not interfering the results tendentiously. 91 Among the patients assessed in this casuistry, there was a predominance of CTP – A in both groups. This finding was probably due to the fact that the collection was carried out in an ambulatory, where more clinically stable patients are treated. The fact that group HCC is composed by younger patients is pursuant to the literature, which presents the mean age of 54.7 years for patients who develop HCC, as well as the predominance of male patients in both groups (25). Regarding carbohydrate metabolism, studies have shown that liver cirrhosis patients present higher insulin and diabetes mellitus resistance than those without the disease, as well as higher risk of developing HCC. The mechanisms that might relate diabetes mellitus with carcinogenesis in chronic infection by HCV are still unknown (33,49,74) . The present study corroborates such results, since more than half of the patients in both assessed groups presented increase in the glucose levels. Insulin resistance in the peripheral tissues (muscular and adipose tissue) develops an important role in carbohydrate metabolism. There can be a reduction in the capteure of insulin due to hepatocellular damage and portosystemic shunts, leading to hyperinsulinemia (31) . Cirrhosis etiology is crucial in diabetes mellitus development, once genetic and environmental factors such as HCV, alcohol an iron accumulation harm the secreting activity of β pancreas cells (15). Correlation between the CTP score in liver cirrhosis patients and lipid serum levels has been observed, suggesting that this parameter can be used to estimate the prognosis of liver cirrhosis patients (24). 92 Malignant neoplasia carriers present increased triglycerides, glycerol and free fatty acids serum levels as they loose adipose tissue, characterizing a state of lipolysis and lipid peripheral synthesis reduction (70) . HCC development is also related to the reduction in triglycerides and total cholesterol serum levels decrease, with negative correlation between the size of the tumor and the triglycerides levels (35). Some authors have observed reductions in the total cholesterol or HDL serum levels in liver cirrhosis patients (14,27,63) and in the ones with HCC (24,41) . Likewise, increased triglyceride levels in this population have been reported (3,70) . In the present study, the total cholesterol levels presented negative correlation with the CTP score in group CI, while the HDL cholesterol was decreased in group HCC. The triglyceride serum levels were within normality in most patients from both groups, though they presented lower mean values in group CI. Different results showing reduction in the triglyceride and total cholesterol levels in HCC patients have also been described (2,35,74) . Racial disparities and differences in the diet are possible causes for the difference in lipid metabolism between the cited studies. Some studies assess the prognostic importance of lipids in liver cirrhosis patients, observing lower serum levels related to more advanced hepatic disease and higher mortality rates (27,63). Provided that important routes of the protein metabolism occur in the liver and that protein-energy malnutrition (PEM) is highly prevalent in liver cirrhosis patients, some authors suggest that PEM would lead to faster deterioration of 93 the hepatic function, creating a vicious circle, in which the malnutrition aggravates the disease and the disease aggravates the nutritional state (47,60). Regarding the protein metabolism assessment, some authors report negative correlation between the albumin levels and CTP score, morbidity and mortality rates (40,43,50,55,72) , while others show that patients classified as CTP–A presented albumin levels within the reference normality rate (43) . Increase in uric acid serum levels in patients with higher TNM classification (Classification of Malignant Tumours) (65) has been observed, besides positive correlation with mortality in liver cirrhosis patients (1,12,42) . The present study corroborates the literature, observing negative correlation between albumin and CTP score in both groups, creatinine and CTP in group CI, and positive correlation between the uric acid and BCLC classification. Despite the limitation resulting from its extended half-life, interfering in the detection of acute alterations of the nutritional state, and the alterations for several other non-nutritional reasons (18,40) , the albumin serum levels are strongly related to morbidity increase (increase in the hospitalization period, deficient wound healing) and mortality in liver cirrhosis patients (40) . This marker is used in the composition of the CTP score in liver cirrhosis patients to determine the disease severity. Moreover, albumin and creatinine serum levels are affected by hepatic disorder and, therefore, are less appropriate to be independent markers of the nutritional state (69) . In this way, the correlation between the CTP score with albumin and creatinine levels was already expected and has little relevance in the nutritional assessment of liver cirrhosis patients. 94 Digestive and absorptive alterations related to hepatic disease, such as reduction in bile acid synthesis, cholestasis and portal hypertension may influence nutrients digestion and absorption (62) , resulting in vitamin and mineral deficiencies (37). Several studies have found different results in micronutrients serum levels. Some authors (23,54,57,67,68) affirm that there is increase in serum transferrin, iron and ferritin saturation levels, positively correlated with the presence of HCV, cirrhosis and HCC, especially in more advanced stages of the cited diseases. However, other authors have not observed alteration in the iron levels (6) or refer reduction in liver cirrhosis patients and the ones with HCC (8,41) . Hematocrit and hemoglobin can also negatively correlate between themselves with the CTP score (72). Reduction in the zinc serum levels has been reported in the presence of HCV, cirrhosis and HCC, especially in more severe patients (32,41,45,53,56). Correlation between the increase in the serum dosage of iron and ferritin and alterations in the hepatic function markers has been previously described (67) . The present study showed increase in the serum levels or positive correlation with CTP or BCLC in transferrin (in CI group), iron (in CI and HCC group) and ferritin saturation (in HCC group), which is in accordance with the literature (23,54,57,67,68). A possible explanation is the fact that the iron absorbance through transferrin receptors is higher in hepatocellular carcinoma than in a normal liver, making the transferrin a marker of the presence of HCC (54). 95 Most laboratorial parameters are affected by the hepatic disease severity and also by etiological factors of the disease; thus, they correlate higher to the disease severity than malnutrition itself (39) . Seeking for better equating this problem, a study performed in Brazil suggested the use of nutritional assessment parameters that are independent from the hepatic metabolism, such as the hemoglobin and hematocrit determination associated to the anthropometric measurements, such as spleen circumference and sub-scapular skinfold (43) , which are not altered by clinical signs of the disease such as ascites and edema of inferior members. Although hemoglobin and hematocrit are independent from the hepatic metabolism, they can be altered in cases of severe portal hypertension followed by splenomegaly and hypersplenism, as well as in the presence of digestive hemorrhage (59) . A study performed in 2010 found inverse correlation between hemoglobin and hematocrit with cirrhosis severity assessed by the CTP score (72) . In the present study, a decrease in the serum levels or negative correlation with CTP and BCLC in the hematocrit and hemoglobin values in patients with CI and HCC was observed. Some authors observed significant reduction in the zinc levels in patients with chronic hepatitis, cirrosis and hepatocellular carcinoma that it should be used as a HCC prognosis biomarker (41,53,56) , suggesting (32) . However, there is significant reduction of the plasmatic levels of this mineral only in severe nutritional deficiencies (28). It has been suggested that zinc supplementation in liver cirrhosis patients with low plasmatic zinc levels can decrease the cumulative incidence of HCC 96 and improve long-term outcome (45) . The data found herein regarding serum zinc corroborate the literature. Studies suggest that vitamin B12 has a hepatoprotective effect on liver cirrhosis patients (34) and that the dosage of the serum levels can be used as prognostic marker for follow-up of HCC patients with regular alpha-fetoprotein levels (36) . Lin et al. 2009 (41) found positive correlation between increase in vitamin B12 levels and TNM classification; while in another study, Lin et al., 2007 (42) , observed reduction in vitamin B12 levels in HCC patients. Confirming the contradictory findings of the literature, the present study observed statistically significant positive correlation between the highest CTP score in group CI and increase in vitamin B12 levels. Some authors suggest that other biochemical parameters such as calcium, copper, magnesium, folate, vitamin K, and antioxidants can be used in the joint assessment of the nutritional and metabolic state (5,6,17,19,32,42,48) . Nevertheless, statistically significant differences were not found between the groups in the other biochemical parameters (copper, magnesium and folic acid) assessed herein. A possible justification for such fact is that, in group CI, the studied population was older. Even though cancer is a malnutrition factor, advanced age is also a potential risk factor for malnutrition, with chances of affecting results negatively. Considering the existence of alterations in macro and micronutrients metabolism in liver cirrhosis patients with and without HCC and their relation with diseases prognosis, and that the nutritional assessment methods present limitations for this population, the laboratorial exams are valid to complement 97 the diagnosis of the nutritional state in a quick and practical way, besides contributing for cirrhosis and HCC development monitoring. 98 REFERENCES 1. Afzali A, Weiss NS, Boyko EJ, Ioannou GN. Association Between Serum Uric Acid Level and Chronic Liver Disease in the United States. Hepatology. 2010; 52:578-89. 2. Ahneku JE, Taylor GO, Olubuyde IO, Agbedana EO. Abnormal lipid and lipoprotein patterns in liver cirrhosis with and without hepatocellular carcinoma. J Pak Med Assoc. 1992;42:260-3. 3. Alsabti EA. Serum lipids in hepatoma. Oncology. 1979; 36:11-4. 4. American Diabetes Association (ADA). Blood Glucose Level. Disponível em: http//:www.diabetes.org 5. Bae HM, Lee JH, Yoon JH, Kim YJ, Heo DS, Lee HS. Protein induced by vitamin k absence or antagonist-ii production is a strong predictive marker for extrahepatic metastases in early hepatocellular carcinoma: a prospective Evaluation. BMC Cancer. 2011; 435:1-11. 6. Boige V, Castera L, de Roux N, Ganne-Carrie N, Ducot B, Pelletier G, Beaugrand M, Buffet C. Lack of association between HFE gene mutations and hepatocellular carcinoma in patients with cirrhosis. Gut 2003;52:1178-81. 7. Bruix J, Sherman M. Management of hepatocellular carcinoma: an up to date. Hepatology 2011; 53:1020-2. 8. Buyukasik NS, Nadir I, Akin FE, Cakal B, Kav T, Ersoy O, Buyukafiik Y. Serum iron parameters in cirrhosis and chronic hepatitis: Detailed description. Turk J Gastroenterol. 2011; 22: 606-11. 9. Cabré E, Gassul MA. Nutritional aspects of liver disease and transplantation Curr Opin Clin Nutr Metab Care 2001; 4: 581-99. 99 10. Cabré E, Gassull MA. Nutritional and metabolic issues in cirrhosis and liver transplantation. Curr Opin Clin Nutr Metab Care 2000; 3:345-54. 11. Carlson MS. Acute wound failure. Surgical Clinical North American. 1997; 77: 607-636. 12. Castaldo G, Oriani G, Lofrano MM, Cimino L, Topa M, Budilon G, Salvatore F, Sacchetti L. Differential diagnosis between hepatocellular carcinoma and cirrhosis through a discriminant function based on results for serum analytes. Clin Chem. 1996;42:1263-9. 13. Charlton MR. Protein metabolism and liver disease. Baillieres Clin Endocrinol Metab 1996;10:617-35. 14. Cicognani C, Malavolti M, Morselli-Labate AM, Zamboni L, Sama C, Babara L. Serum lipid and lipoprotein patterns in patients with liver cirrhosis and chronic active hepatitis. Arch Intern Med. 1997;157:792-6. 15. Compean-Garcia D, Jaquez-Quintana JO, Gonzales-Gonzales JA, Maldonado Garza H. Liver cirrhosis and diabete: risk factors, pathophisiology, clinical implications and management. World J Gastroenterol. 2009;15:280-8. 16. Crawford DH, Shepherd RW, Halliday JW, Cooksley GW, Golding SD, Cheng WS, Powell LW. Body composition in nonalcoholic cirrhosis: the effect of disease etiology and severity on nutritional compartments. Gastroenterology 1994; 106:1611-7. 17. Denisova NA, Booth SL. Vitamin K and sphingolipid metabolism: evidence to date, Nutr Rev 2005; 63:11121. 18. Detsky AS, McLaughlin JR, Baker JP, Johnston N, Whittaker S, Mendelson RA, Jeejeebhoy KN. What is subjective global assessment of nutritional status? J Parenter Enteral Nutr 1987;11:8-13. 100 19. Donaghy A. Issues of malnutrition and bone disease in patients with cirrhosis. Gatroenterol Hepatol 2002;17:462-6. 20. Fernandes AS, Bassani L, Nunes FF, Aydos MED, Alves AV, Marroni CA. Nutritional assessment in patients with cirrhosis. Arq Gastroenterol. 2012; 49:19-27. 21. Figueiredo FA, Dickson ER, Tousif P, et al. Impact of nutritional status on outcome after liver transplantation. Transplantation. 2000;70:1347-52. 22. Fleming KA, McGee J. Alcohol induced liver disease. Journal of Clinical Pathology 1984; 37:721-33. 23. Franchini M, Targher G, Capra F, Montagnana M, Lippi G. The effect of iron depletion on chronic hepatitis C virus infection. Hepatol Int. 2008;2:335–40. 24. Ghadir RM, Riahin AA, Havaspour A, Nooranipour M, Habibineiad AA. The Relationship between Lipid Profile and Severity of Liver Damage in Cirrhotic Patients. Hepat Mon. 2010;10: 285-8. 25. Gonçalves CS, Pereira FEL, Gayotto LCC. Hepatocellular carcinoma in Brazil: report of a national survey (Florianopolis, SC, 1995). Rev Inst Med Trop S Paulo 1997;39:165-70. 26. Gunsar F, Riamondo ML, Jones S, et al. Nutritional status and prognosis in cirrhotic patients. Aliment Pharmacol Ther. 2006;24:563-72. 27. Habib A, Mihas AA, Abou-Assi SG, Williams LM, Gavis E, Pandak WM, Heuman DM. High-density lipoprotein cholesterol as an indicator of liver function and prognosis in noncholestatic cirrhotics. Clin Gastroenterol Hepatol 2005; 3:286-91. 101 28. Hambige M. Biomarkers of Trace Mineral Intake and Status. J Nutr 2003;133:948-55. 29. Hehir DJ, Jenkins RL, Bistrian BR, Blackburn GL. Nutrition in patients undergoing orthotopic liver transplant. J Parenter Enteral Nutr 1985; 9:695-700. 30. Herselman MG, Labadarios D, Rensburg CJV, Haffejee AA. Nutrição nas doenças do fígado. In: Gibney MJ, Elia, M, Ljungqvist O, Dowsett J, editores. Nutrição clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2007. p. 150-76. 31. Hickman IJ, Macdonald GA. Impact of diabete on the severity of liver disease. Am J Med. 2007;120:829-34. 32. Huang Y, Li LZ, Zhang CZY, Yi C, Liu LL, Zhou X, Xie GB, Cai MY, Li Y, Yun JP. Decreased expression of zinc-alpha2-glycoprotein in hepatocellular carcinoma associates with poor prognosis. Journal of Translational Medicine. 2012; 10:106-21. 33. Hung CH, Wang JH, Hu TH, Chen CH, Chang KC, Yen YH, Kuo YH, Tsai MC, Lu SN, Lee CM. Insulin resistance is associated with hepatocellular carcinoma in chronic hepatitis C infection. World J Gastroenterol. 2010; 16:2265-71. 34. Isoda K, Kagaya N, Akamatsu S, Hayashi S, Tamesada M, Watanabe A, Kobayashi M, TagawaYI, Kondoh M, Kawase M, Yagi K. Hepatoprotective Effect Of Vitamin B12 On Dimethylnitrosamine-Induced Liver Injury. Biol Pharm Bull.2008; 31:309-11. 35. Jiang M, Liu F, Xiong WJ, Zhong L, Xu W, Xu F, Liu YB. Combined MELD and blood lipid level in evaluating the prognosis of decompensated cirrhosis. World J Gastroenterology. 2010;16:13971401. 102 36. Kane SP, Murray-lyon M, Paradinas J, Johnson J, Williams R, Orr H, Kohn J. Vitamin b12 binding protein as a tumour marker for hepatocellular carcinoma. Gut. 1978;19:1105-9. 37. Kondrup J. Nutrition in end stage liver disease. Best Pract Res Clin Gastroenterol.2006;20:547-60. 38. Lautz HU, Selberg O, Korber J, Bürger M, Müller MJ. Protein-calorie malnutrition in liver cirrhosis. Clin Invest 1992; 70:478-86. 39. Leitão AVA, Castro CLN, Basile TM, Souza THS, Braulio VB. Avaliação da capacidade física e do estado nutricional em candidatos ao transplante hepático. Rev Assoc Med Bras. 2003;49:424-8. 40. Lieber CS. Nutrição nos distúrbios hepáticos. In: Shils ME, Olson JÁ, Shike M, Ross AK. Tratado de Nutrição Moderna na saúde e na doença. São Paulo: Manole; 2003. p.1257-69. 41. Lin CC, Huang JF, Tsai LY, Huang YL. Selenium, Iron, Copper, and Zinc Levels and Copper-to-Zinc Rations in Serum of Patients at Different Stages of Viral Hepatic Diseases. Biological Trace Element Research. 2006;109:15-24. 42. Lin CC, Yin MC. B Vitamins Deficiency and Decreased anti-oxidative state in Patients in Liver Cancer. Europe Journal of Nutrition. 2007;46:293-9.. 43. Maio R, Dichi JB, Burini RC. Sensibility of anthropometric-laboratory markers of protein-energy malnutrition in cirrhotic patients. Arq Gastroenterol 2004;41:93-9. 44. Marsano L, McClain CL. Nutrition and alcoholic liver disease. Journal Parenteral Enteral Nutrition 1991;15:337-44. 103 45. Matsuoka S, Matsumura H, Nakamura H, Oshiro S, Arakawa Y, Hayashi J, Sekine N, Nirei K, Yamagami H, Ogawa M, Nakajima N, Amaki S, Tanaka N, Moriyama M. Zinc Supplementation Improves the Outcome of Chronic Hepatitis C and Liver Cirrhosis. J Clin Biochem Nutr. 2003;45: 292–303. 46. Mattos AA, Coral GP, Menti E, Valiatti F, Kramer C. Infecção bacteriana no paciente cirrótico. Arq Gastroenterol. 2003;40:11-15. 47. McCullough AJ. Malnutrition in liver disease. Liver Transpl. 2000;6: 8596. 48. McNulty H, Pentieva K. Folate bioavailablity. Proc Nutr Soc 2004; 63:529-36. 49. Menezes MO, Tovo CV, Mattos AA. Associação entre a hepatite crônica pelo vírus da hepatite C (VHC) e diabete melito em pacientes monoinfectados pelo VHC e co-infectados com o vírus da imunodeficiência humana. Revista da AMRIGS. 2008;52:17-23. 50. Merli M, Romiti A, Riggio O, Capocaccia L. optimal nutritional indexes in chronic liver disease. J Parenter Enteral Nutr. 1987; 11:130-4. 51. Morgan AG, Kelleher J, Walker BE. Nutrition in cryptogenic cirrhosis and chronic aggressive hepatitis. Gut. 1976;17:113-8. 52. Muñoz SJ. Nutritional therapies in liver disease. Seminars Liver Disease 1991;11:278-91 53. Nazari MA, Malayeri SH, Pourhoseingholi MA, Mohebi SR, Zali MR. Evaluation of Zinc Plasma Level in Iranian Cirrhotic Patients due to Hepatitis B and Hepatitis C. Hepatitis Monthly. 2010;10: 62-4. 104 54. Pascale RM, De Miglio MR, Muroni MR, Simile MM, Daino L, Seddaiu MA, Pusceddu S, Gaspa L, Calvisi D, Manenti G, Feo F. Transferrin and Transferrin Receptor Gene Expression and Iron Uptake in Hepatocellular Carcinoma in the Rat. Hepatology.1998;27:452-61. 55. Piquet MA, Ollivier I, Gloro R, Castel H, Tiengou LE, Dao T. Nutritional indices in cirrhotic patients. Nutrition 2006; 22:216-7. 56. Pramoolsinsap C, Promvanit N, Komindr S, Lerdverasirikul P, Srianujata S. Serum trace metals in chronic viral hepatitis and hepatocellular carcinoma in Thailand. J Gastroenterol. 1994;29:610-5. 57. Price L, Kowdley K. The role of iron in the pathophysiology and treatment of chronic hepatitis C. Can J Gastroenterology. 2009; 23:822-28. 58. Pugh RNH, Murray-Lyon IM, Dawson JL, Pietroni MV, Williams R. Transection of the oesophagus for bleeding oesophageal varices. Br J Surg 1973;60:646-9. 59. Ritter L, Gazzola J. Avaliação nutricional no paciente cirrótico: uma abordagem objetiva, subjetiva ou multicompartimental? Arq Gastroenterol. 2006;43:66-70. 60. Roongpisunthinpong C, Sobhonslidsuk A, Nantiruj K, Songchitsomboon S. Nutritional assessment in various stages of liver cirrhosis. Nutrition. 2001;17: 761-5. 61. Rosa H, Silvério AO, Perini RF, Arruda CB. Bacterial infection in cirrhotic patients and its relationship with alcohol. Gastroenterology. 2000;95:1290-3. 62. Sam J, Nguyen GC. Protein-calorie malnutrition as a prognostic indicator of mortality among patients hospitalized with cirrhosis and portal hypertension. Liver International. 2009;29:1396-1402. 105 63. Selcuk H, Uruc I, Temel MA, Ocal S, Huddam B, Korkmaz M, Unal H, Kanbay M, Savas N, Gur G, Yilmaz U, Haberal M. Factors prognostic of survival in patients awaiting liver transplantation for end-stage liver disease. Dig Dis Sci. 2007;52:3217-23. 64. Siriboonkoom W, Gramlich L. Nutrition and chronic liver disease. Can J Gastroenterol 1998; 12:201-7. 65. Sobin LH, Wittekind C. TNM Classification of Malignant Tumours. New Jersey: John Wiley & Sons; 2002. 66. Stickel F, Inderbitzin D, Condinas D. Role of nutrition in liver transplantation for endstage chronic liver disease. Nutrition in Clinical Care. 2008;66:47-54. 67. Tajika M, Kato M, Mohri H, Miwa Y, Kato T, Ohnishi H, Moriwaki H. Prognostic value of energy metabolism in patients with viral liver cirrhosis. Nutrition. 2002;18:229-34. 68. Tan MGK, Kumarasinghe MP, Wang SM, Lucien LPJ, Aw SE, Hui KM. Modulation of iron-regulatory genes in human hepatocellular carcinoma and its physiological consequences. Exp. Biol Med. 2009;234:693-702. 69. Tandon P, Gramlich L, Lipman TO, Bonis PAL. Nutritional assessment in chronic liver disease. Up ToDate, 2010. 70. Tisdale MJ. Cancer anorexia and cachexia. Nutrition 2001;17:438-42. 71. Voltarelli JC, Falcão RP. Imunodeficiências Secundárias. Ribeirão Preto: Medicina;1995. 106 72. Vulcano, DSB. Avaliação dos indicadores nutricionais em hepatopatas crônicos e a relação com a etiologia e gravidade da doença. [Dissertação de mestrado]. Botucatu: Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista; 2010. 73. World Health Organization (WHO). Physical status: the use and interpretation of anthropometry. Geneva. WHO, 1995 (WHO – technical report series 854). 74. Zhao J, Zhao Y, Wang H, Gu X, Ji J, Gao C. Association between metabolic abnormalities and HBV related hepatocellular carcinoma in Chinese: A cross-sectional study. Nutrition Journal. 2011;10:1-8. 107 7 CONCLUSÃO - O perfil metabólico-nutricional apresenta-se alterado nos pacientes portadores de cirrose pelo vírus da hepatite C e carcinoma hepatocelular. - Existe alteração no metabolismo lipídico (colesterol total, HDL e triglicerídeos), proteico (albumina, creatinina e ácido úrico), do ferro (saturação da transferrina, ferro e ferritina), hematócrito e hemoglobina, zinco e vitamina B12, nos pacientes com e sem CHC; - A presença de CHC está correlacionada com piores resultados de colesterol HDL, hematócrito e aumento nos níveis séricos de ferro e ferritina quando comparado aos pacientes cirróticos sem CHC; - Existe correlação entre marcadores bioquímicos nutricionais e a classificação de CTP, bem como com o estadiamento BCLC. 108 8 ANEXOS ANEXO A – QUESTIONÁRIO: AVALIAÇÃO NUTRICIONAL BIOQUÍMICA DE PACIENTES PORTADORES DE CIRROSE COM CHC Data ___/___/___ Registro __________ ( ) Grupo 1 - CI ( ) Grupo 2 - CHC IDENTIFICAÇÃO Nome _______________________________ DN ___/___/___ Gênero ______ Telefone residencial ________________ Celular ________________ CLASSIFICAÇÃO CTP ______ BCLC ______ Alcoolismo ( ) sim ( ) não Abstinente há mais de 6 meses ( )sim ( ) não HIV ( ) sim ( ) não DM ( ) sim ( ) não Peso atual ______ Altura ______ IMC ______ Ascite ( ) sim ( ) não EXAMES LABORATORIAIS Glicose Colesterol total Colesterol HDL Triglicerídeos Proteínas totais Albumina Creatinina Ácido úrico Saturação transferrina Ferro Ferritina Hematócrito Hemoglobina Cobre Zinco Magnésio Vitamina B12 Ácido Fólico 109 ANEXO B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Você está sendo convidado a participar da pesquisa realizada pela nutricionista pesquisadora Gabriela Zanatta Port com o objetivo de identificar o estado nutricional de pacientes portadores de Carcinoma Hepatocelular. Esta pesquisa corresponde à Dissertação de Mestrado do Curso de PG-Hepatologia da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). A sua avaliação ocorrerá através de formulário e exames de sangue coletados no laboratório central do Complexo Hospitalar Santa Casa. Os efeitos colaterais são os inerentes a uma coleta de sangue, ou seja, apenas um desconforto ou eventualmente algum hematoma no local da punção. Você poderá consultar os pesquisadores responsáveis sempre que entender necessário e obter informações e/ou esclarecimentos sobre o projeto de pesquisa e sua participação no mesmo. É livre a opção de desistência a qualquer momento da presente pesquisa, sem nenhuma penalização e/ou prejuízo no seu atendimento. A sua identidade será mantida em sigilo e os dados coletados serão tratados estatisticamente e divulgados em função de sua relevância cientifica. Possíveis publicações derivadas deste estudo também manterão os mesmos cuidados e sigilos. A pesquisa será totalmente custeada pelos pesquisadores sem qualquer ônus ao participante. Este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre e deve ser assinado em duas vias, uma para o participante, outra para o pesquisador. Eu,_______________________________________________________, fui devidamente informado sobre os objetivos desta pesquisa, de forma clara e detalhada e autorizo a coleta de dados através de questionário, respondido neste momento, e da coleta de sangue para análise laboratorial. Pesquisadoras responsáveis: Nutricionista Gabriela Zanatta Port e Dra Cristiane Valle Tovo. Telefones: (51)9279.9028 e (51)9189.3113. ______________________________________________ Assinatura paciente ______________________________________________ Assinatura pesquisador ___/___/___ Data ___/___/___ Data