Tumores Gastrointestinais Jorge Mugayar Filho Epidemiologia Tumor GI mais comum Segunda causa de morte por câncer Homem/mulher = 2:1 Faixa etária: 55-70 anos Variação Geográfica: Extremo Oriente, Leste Europeu, América Central e do Sul Queda mundial na incidência: por quê? Anatomia Patológica - Adenocarcinoma (95%). Outros: linfomas, sarcomas Localização: Terço proximal (39%) Terço médio (17%) Terço distal (32%) Todo o órgão (12%) Anatomia Patológica Classificação Histológica (Lauren, 1965) A) Intestinal: Fatores dietéticos e ambientais Estômago distal Países de alta incidência de câncer gástrico Em declínio Anatomia Patológica Classificação Histológica (Lauren, 1965) B) Difuso: - Menos diferenciado - Estômago proximal - Pacientes mais jovens - Pior prognóstico - Fatores genéticos Anatomia Patológica Classificação Macroscópica: A) Superficial ou precoce (1971) Tipo I (protuso) Tipo II (superficial): IIa, IIb, IIc Tipo III (escavado) Anatomia Patológica Classificação Macroscópica: B) Avançado (Borrmann, 1926) - Tipo I (polipóide) - Tipo II (ulcerado) - Tipo III (ulceroinfiltrativo) - Tipo IV (difusamente infiltrativo): “linite plástica” Fatores de Risco Dietéticos: defumados, enlatados, sal, dietas pobres em fibras ou em vitaminas A e C. Nitritos e nitratos Nitrosaminas Fatores de Risco Gastrite crônica atrófica Metaplasia intestinal Pólipos gástricos: adenomatosos, > 2cm, tubulovilosos Doença de Menétriér ou gastropatia hipertrófica Coto gástrico (15-20 anos após cirurgia) História Familiar Tipo Sangüíneo A Tabagismo Fatores de Risco Hp Gastrite crônica ativa Gastrite atrófica Metaplasia Intestinal Displasia Adenocarcinoma Quadro Clínico - Epigastralgia (50 a 90%) Emagrecimento (55 a 90%) Massa epigástrica (20%) Palidez Sinal de Troisier Sinal de Sister-Mary- Joseph Tumor de Krukenberg Prateleira de Blummer Paraneoplásicas: síndrome de Trousseau, acantose nigricans DIAGNÓSTICO EDA com biópsia: “padrão-ouro” (sensibilidade de 90-95%) Seriografia Estadiamento Radiografia ou TC de tórax TC de abdome e pelve Ecoendoscopia CLASSIFICAÇÃO TNM (2010): - T1- 4 N0-3 M0-1 ESTADIAMENTO Estádio Estádio Estádio Estádio Estádio Estádio M1 IA: T1N0M0 IB: T1N1, T2N0, todos M0 II: T1N2, T2N1, T3N0, todos M0 IIIA: T2N2, T3N1, T4N0, todos M0 IIIB: T3N2M0 IV: T4N1-3M0, T1-3N3M0, T1-4N1-3 Tratamento Cirurgia: gastrectomia total/subtotal + linfadenectomia extensa (ressecção D2) QT adjuvante (T≥3, N≥2, M1) Ressecção endoscópica: superficial PROGNÓSTICO Sobrevida global em 5 anos: 20 a 25% Introdução Mais comum: adenocarcinoma (97%) Outros: leiomiossarcoma, melanoma, linfoma não- HodgKin Introdução - Distribuição: Reto (45%) Sigmóide (22%) Descendente (10%) Transverso (8%) Ceco e ascendente (15%) Introdução - - Últimas décadas: “mudança para direita” Fatores higieno-dietéticos: Gorduras Carne vermelha Álcool e tabaco Protetores: Fibras, frutas, vegetais, vitamina D, cálcio, aspirina Introdução - - Grupos de Risco: Risco básico: > 50 anos Risco médio: história familiar de câncer, adenomas e síndromes polipóides adenomatosas Risco alto: história pregressa de adenoma/câncer, doença inflamatória intestinal Epidemiologia - Maior incidência: Ocidente Brasil (INCa, 2006) Homem: 13,69/100.000 (5º lugar) Mulher: 14,60/100.000 (4º lugar) Mortalidade em 5 anos: 50% Idade: 60-79 anos Carcinogênese - - CCR: inativação de genes supressores do tumor e ativação dos oncogenes por meio de mutação Gene APC supressor K-ras oncogene DCC supressor P53 supressor Carcinogênese Vias de carcinogênese - Seqüência adenoma - Câncer “de novo” carcinoma Carcinogênese Pólipo adenomatoso Displasia de Baixo Grau Displasia de Alto Grau Carcinoma in situ (intramucoso) CARCINOMA INVASIVO Carcinogênese CCR precoce Mutações adquiridas: CCR esporádico (85%) Mutações herdadas: CCR familiar (15%) Carcinogênese - CCR familiar associado à polipose Síndromes polipóides adenomatosas: polipose adenomatosa familiar (PAF), síndromes de Gardner, Turcot Carcinogênese - - CCR familiar sem polipose (CCR hereditário não polipóide: HNPCC): 3 ou mais parentes de 1º e 2º graus afetados; Duas gerações consecutivas comprometidas; Um deles com idade<50 anos. Lynch I: limitado ao cólon e reto Lynch II: trato genital feminino e outros sítios (mama, vias biliopancreática e urinária) Quadro Clínico Cólon direito: - Astenia - desconforto abdominal - anemia microcítica/hipocrômica diarréia - massa palpável no QID (10%) - Tríade clássica: anemia, diarreia e massa palpável Quadro Clínico Cólon esquerdo: - Constipação suboclusão/obstrução intestinal hematoquezia Quadro Clínico Reto: - Hematoquezia, sangramento retal tenesmo/sensação de evacuação incompleta Diagnóstico História Clínica e Exame Físico Toque retal: 30% Hemograma Completo: anemia microcítica Pesquisa de sangue oculto nas fezes RSC: 30-40% dos casos Colonoscopia: Cromoendoscopia/magnificação de imagem Clister opaco com duplo contraste: falha de enchimento ou “anel de guardanapo” Colonoscopia virtual Estadiamento RXT / TC tórax US / TC abdome e pelve US endorretal Hepatograma: FA e GGT ESTADIAMENTO Classificação de Dukes: A, B, C Classificação de Dukes (modificada por Astler-Coller): A, B1-3, C1-3, D Classificação TNM: T1-4, N0-3, M0-1 ESTADIAMENTO Estádio I: T1N0M0 (Dukes A), T2N0M0 (Dukes B1) Estádio IIA: T3N0M0 (Dukes B2) Estádio IIB: T4N0M0 (Dukes B3) Estádio IIIA: T1N1M0, T2N1M0 (Dukes C1) Estádio IIIB: T3N1M0 (Dukes C2), T4N1M0 (Dukes C3) Estádio IIIC: T1-4N2M0 Estádio IV: T1-4N3M1 (Dukes D) Antígeno Carcinoembrionário (CEA) - Pouco específico e sensível Importância: Avaliação do resultado terapêutico Detecção precoce de recidiva Prognóstico Tratamento Cirúrgico: curativo/paliativo QT (estágios III/IV) RT: pré-operatório no câncer retal Endoscópico: CCR precoce Imunoterapia: Ac monoclonais Acompanhamento pósoperatório CEA, US abdome e hepatograma: 3/3 meses durante 2 anos 6/6 meses por mais 3 anos TC de abdome e RX tórax: anualmente Colonoscopia: 1 ano após a cirurgia; depois: 2-3 anos Epidemiologia Sexta causa de mortalidade por neoplasia Homem/mulher: 4:1 Faixa etária: 50-70 anos Brancos (adenocarcinoma)/ Negros (epidermóide) Variação geográfica: fatores ambientais e nutricionais.“Cinturão do câncer”(Afeganistão, China, Irã, Sibéria, Síria) Anatomia Patológica - - Epitelial Epidermóide ou de células escamosas Adenocarcinoma Epidermóide Esôfago cervical Esôfago torácico superior e médio Adenocarcinoma Esôfago inferior e TEG Anatomia Patológica Localização: Terço superior (25%) Terço médio (50%) Terço inferior (25%) Disseminação linfonodal: gânglios cervicais, supraclaviculares, mediastinais e abdominais Metástases: pulmões, fígado e ossos Fatores de Risco Fumo e álcool Esôfago de Barrett Acalásia (>10 anos) Estenose cáustica (+/– 30 anos) Tilose Doença de Plummer-Vinson Nutrição: deficiência de vitaminas A, C, E ou de selênio e zinco Consumo de bebidas quentes (chimarrão) Tumores escamosos de cabeça e pescoço Quadro Clínico Disfagia progressiva (90%) Odinofagia (50%) Emagrecimento (90%) Anorexia Halitose Tosse seca Rouquidão Pneumonia recorrente Diagnóstico EDA com biópsia Seriografia Estadiamento TC de tórax e abdome Broncoscopia: terços superior e médio Ecoendoscopia CLASSIFICAÇÃO TNM: T1-4 N0-1 M0-1 ESTADIAMENTO Estádio Estádio Estádio Estádio Estádio I: T1N0M0 IIa: T2-3N0M0 IIb: T1-2N1M0 III:T3N1M0, T4NqM0 IV: TqNqM1 Tratamento Cirurgia: curativa (estádios I e IIa); não curativa (T3-4 ou N1 ou M1) RT Quimiorradioterapia combinada Dilatação endoscópica Ablação por laser Ressecção endoscópica: Ca superficial (T1 N0 M0) < 2cm Próteses Prognóstico - Sobrevida em 5 anos: 10 a 15% Comprometimento linfonodal N0: 70% N1: < 40%