LISTA DE RECUPERAÇÃO Professor: Gabriel História SÉRIE: 3º ANO 1. A sequência a seguir apresenta alguns elementos do processo de descolonização ou de libertação dos países africanos durante o século XX. DATA: 11/ 10/ 2016 a) Explique como Angola, Moçambique e Cabo Verde assimilaram a cultura brasileira. b) Estabeleça conexões entre a Revolução dos Cravos e a África Portuguesa na década de 1970. 4. Frederick Jackson Turner, em “O significado da fronteira na história americana” (1893), apresentou-nos um determinado imaginário sobre o Oeste: “Até os nossos dias, a história americana foi em grande medida a história da colonização do Grande Oeste. A existência de uma área de terras livres, sua contínua recessão e o avanço do povoamento americano em direção ao Oeste, explicam o desenvolvimento americano.” Considerando a sequência em quadrinhos, apresente uma característica do processo de descolonização dos países africanos na segunda metade do século XX. A seguir, expliquea historicamente. 2. Desde o final do século XIX, a África e parte da Ásia encontravam-se sob o domínio das potências europeias. Até a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), pouco se acreditava que esse domínio pudesse ser estilhaçado. A experiência da guerra deixou evidente a muitos africanos e asiáticos que os impérios europeus eram frágeis e podiam ser derrotados. Finda a Segunda Guerra, diferentes movimentos de libertação nacional surgiram, resultando nas independências das antigas áreas colonizadas. a) Identifique e analise a conjuntura política internacional em que ocorre o processo de independência da África e Ásia. b) Indique dois tipos diferentes de movimentos de libertação nacional, apresentando os motivos de suas estratégias. 3. Na formação do pensamento nacionalista de países como Angola, Cabo Verde e Moçambique, a cultura brasileira desempenhou um forte papel no processo de conscientização de muitos setores da intelectualidade africana, fornecendo parâmetros, em imagens diferenciadas, que se contrapunham ao modelo lusitano. (Adaptado de Rita Chaves, em Victor Andrade de Mello, “O esporte e a construção da nação: apontamentos sobre Angola.” http://www.afroasia.ufba.br/pdf/AA_40_VAMelo.pdf. Acessado em 08/08/2013.) Comparando as duas perspectivas - o texto e o mapa - sobre a expansão territorial no século XIX: a) responda se o Oeste era uma região despovoada aguardando a colonização pelo homem branco e justifique sua resposta; b) cite duas motivações econômicas que tenham levado o grande capital a investir nessa expansão territorial atraindo para lá imigrantes e habitantes das cidades do Leste. 5. “A descolonização, essa ‘troca de soberania’, não teve como causa exclusiva a luta dos povos por sua libertação.” (FERRO, Marc. História das colonizações: das conquistas à independência – séculos XIII a XX. SP: Cia das Letras, 1996, p. 346) Comente essa frase, dissertando sobre os fatores que influenciaram de forma geral os movimentos de emancipação nacional das colônias europeias na Ásia e na África dos anos 1940 a 1970. Em seguida, explique por que o autor referiu-se à descolonização como “troca de soberania”. 6. No fim do século XIX, Frederick Jackson Turner elaborou uma tese sobre a “fronteira” como definidora do caráter dos Estados Unidos até então. A força do indivíduo, a democracia, a informalidade e até o caráter rude estariam presentes no diálogo entre a civilização e a barbárie que a fronteira propiciava. As tradições europeias foram sendo abandonadas à medida que o desbravador se aprofundava no território em expansão dos Estados Unidos. Em relação à questão da fronteira nos Estados Unidos, responda: a) De quais grupos ou países essas terras foram sendo retiradas no século XIX? b) O que foi o “Destino Manifesto” e qual seu papel nessa expansão? “Igualmente claro é que o indiano às vezes é um trabalhador excepcionalmente relutante para suar. Ele não se importa muito com o que ganha. Prefere quase definhar de fome do que trabalhar demais. Por mais baixo que seja seu nível de vida, seu nível de trabalho é ainda menor – pelo menos quando está trabalhando para um patrão que não lhe agrada. E suas irregularidades são impressionantes!” (Beatriz e Sidney Webb, 1912. Apud: Said, Edward. Cultura & Imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, p. 259). 7. Leia a letra da canção e o documento que seguem. Fruta estranha Árvores do sul produzem uma fruta estranha, sangue nas folhas e nas raízes, corpos negros balançando na brisa do sul, frutas estranhas penduradas nos álamos. Cena pastoril do valente sul, os olhos inchados e a boca torcida, perfume de magnólias, doce e fresco, então, o repentino cheiro de carne queimando. Aqui está a fruta para os corvos arrancarem, para a chuva recolher, para o vento sugar, para o sol apodrecer, para as árvores derrubarem, aqui está a estranha e amarga colheita. MEEROPOL , Abel. Strange Fruit. In: MARGOLICK, David. Strange Fruit: Billie Holiday e a biografia de uma canção. São Paulo: Cosac Naify, 2012. (Adaptado). Todas as pessoas nascidas e naturalizadas nos Estados Unidos, e sujeitas à sua jurisdição, são cidadãos dos Estados Unidos e dos estados em que residem. Nenhum Estado poderá fazer ou criar qualquer lei que crie privilégios e imunidades para cidadãos dos Estados Unidos; nenhum Estado poderá privar qualquer pessoa da vida, liberdade e propriedade, nem negar para qualquer pessoa a igual proteção das leis. XIV EMENDA À CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, 1868. Disponível em: <direitosfundamentais.net/2008/10/23>. Acesso em: 15 abr. 2013. (Adaptado). A composição “Fruta estranha” ficou conhecida, nos Estados Unidos, pela interpretação de Billie Holiday, que a cantou, pela primeira vez, em 1939. Desde então, essa composição tornou-se símbolo de protesto, aludindo a uma prática cotidiana contrária à emenda constitucional, datada de 1868. Considerando-se o exposto, explique a) a relação entre a composição e a questão racial, com base no contexto da Guerra Civil norte-americana (1860-1865); b) como a metáfora “fruta estranha” refere-se à contradição entre as leis e as práticas político-sociais do sul dos Estados Unidos. 8. Ao visitarem a Índia em 1912, o casal de sociólogos ingleses, Beatriz e Sidney Webb, afirmaram: A leitura do texto acima sugere uma situação de tensão no domínio colonial inglês na Índia. a) Indique duas razões para a luta pela independência da Índia em 1947; b) Analise a utilização do trabalho como forma de resistência no processo de independência indiano. 9. "Um empreendimento de colonização nunca é filantrópico, a não ser em palavras. Um dos objetivos de toda colonização, sob qualquer céu e em qualquer época, sempre foi começar por decifrar o território conquistado, porque não se semeia a contento nem em terreno já plantado, nem em alqueive. É preciso primeiro arrancar do espírito, como se fossem ervas daninhas, valores, costumes e culturas locais, para poder semear em seu lugar os valores, costumes e cultura do colonizador, considerados superiores e os únicos válidos. E que melhor maneira de alcançar este propósito do que a escola?" (BÂ, Amadou Hampâté. "Amkoullel, o menino fula". São Paulo: Palas Athena/Casa das Áfricas, 2003.) No trecho apresentado, um dos mais reconhecidos estudiosos dos povos da savana da África Ocidental faz uma análise dos males da escolarização promovida pelos colonizadores europeus no século XX. No entanto, a história da descolonização africana e asiática também mostra uma outra face desse processo, em que o mesmo instrumento de dominação, a escola, foi usado em benefício dos colonizados. Justifique a ideia de que a escola de modelo ocidental também contribuiu para criar condições favoráveis à luta pela independência das colônias europeias na Ásia e na África. Gabarito: Resposta da questão 1: O processo de Descolonização da África, Ásia e Oceania começou a partir de 1945 com o fim da Segunda Guerra Mundial. O continente europeu foi drasticamente castigado na primeira metade do século XX com as grandes guerras. Assim, as colônias iniciaram seu processo de independência política com apoio da ONU, dos EUA e URSS. Surgiram ideias nacionalistas nas colônias, também apareceram jovens líderes que haviam estudado em universidades europeias como Gandhi, dispostos a liderar o processo de independência. O processo de Descolonização ocorreu no contexto da Guerra Fria, assim, surgiu dentro das colônias dois grupos, um ligado aos EUA (capitalista) e outro vinculado à URSS (comunismo). Como consequência, logo após a independência, ocorreram verdadeiras guerras civis dentro das ex-colônias. Conflitos religiosos, políticos, étnicos que ainda não foram resolvidos, daí o forte fluxo migratório para a Europa na atualidade. 2 Resposta da questão 2: a) Conjuntura de fim da Segunda Guerra, que deixou as potências europeias fragilizadas, e de Guerra Fria, que levou EUA e URSS a apoiarem os movimentos de independência. b) Movimentos Conciliatórios: Índia – resistência pacífica; Movimentos Violentos: Indochina – guerra. Resposta da questão 3: a) O próprio enunciado da questão deixa claro o papel da cultura brasileira: “desempenhou um forte papel no processo de conscientização de muitos setores da intelectualidade africana, fornecendo parâmetros, em imagens diferenciadas, que se contrapunham ao modelo lusitano”. b) A Revolução dos Cravos derrubou a ditadura de Salazar em Portugal, estabelecendo um novo regime democrático no país ibérico. Isso fez com que as reivindicações libertárias das colônias portuguesas na África começassem a ser atendidas pelo governo português. Resposta da questão 4: a) Obviamente todas as terras estavam ocupadas por diferentes comunidades indígenas, tais como, Cherokees, Creek, Seminoles, Navajos, Sioux, Comanches, Shoshoni e Apaches são algumas das mais conhecidas. Desde 1830, o Decreto de Remoção Indígena (Indian Removal Act) confinou 60 mil índios de 5 tribos consideradas civilizadas no chamado Território Indígena (atual estado de Oklahoma). A partir de 1870 o governo federal deixou de reconhecer as tribos como entidades independentes e de negociar com os chefes tribais. Os índios sofreram o processo de aculturação e foram forçados a abandonar a sua cultura e assimilar a cultura ocidental. Finalmente, o Dawes Severalty Act, de 1887, autorizou o presidente a dividir as terras das tribos indígenas, criando lotes para indivíduos indígenas somente. Também o Texas (anexado em 1845) e os territórios conquistados ao México durante a guerra (1846-48) – Califórnia, Arizona, Utah, Novo México, Oregon, Washington e Colorado – contavam com a presença de populações hispano-americanas. b) Havia muitos motivos econômicos que podem ser citados para a “Marcha para o Oeste”, tais como: a mineração na região da Califórnia em 1848, a criação de gado, o desenvolvimento da agricultura em grande escala/em especial as plantations no Novo Sul (algodão), petróleo e a construção de ferrovias (Northern, Central e Southern Pacific) cruzando o continente. Foi muito importante para o sucesso desses investimentos a política do governo de promoção da ocupação dessas terras por meio do Homestead Act (1862) que se deu no governo de Lincoln: decreto do Congresso que autorizava todo chefe de família e cidadão americano acima de 21 anos reclamar até 160 acres de terras públicas no Oeste, sem qualquer custo, pagando apenas a pequena taxa do seu registro. Resposta da questão 5: Além das lutas movidas pelos povos dominados da África e Ásia, pode-se considerar o enfraquecimento das potências colonizadoras europeias, fruto da Segunda Guerra Mundial e os interesses das potências emergentes, Estados Unidos e União Soviética, que não possuíam colônias e precisavam aumentar suas áreas de influência, no contexto da Guerra Fria. A ideia da troca de soberania está associada à manutenção de uma situação de dependência das áreas descolonizadas que, apesar de terem seus próprios governos, sofreram imposições das novas potências. Resposta da questão 6: a) Grupos indígenas, França, Espanha, México (destaque para a Guerra dos EUA contra o México), Rússia. b) Os EUA ligavam a sua expansão territorial a uma missão divina de levar o progresso e a liberdade aos povos e territórios conquistados. Resposta da questão 7: a) O sul dos EUA, na época colonial, era agrário e escravocrata. Depois da independência, a escravidão foi mantida nos estados do sul e, apesar de a constituição prever que “nenhum estado poderá privar qualquer pessoa da vida, liberdade e propriedade”, os negros eram excluídos e explorados pelos sulistas. É sobre isso que versa a canção. E uma das razões para a guerra civil norte-americana foi a insistência do norte em abolir a escravidão. b) Apesar das leis preverem o respeito a qualquer cidadão norte-americano, afirmando que “nenhum estado poderá privar qualquer pessoa da vida, liberdade e propriedade”, os negros, no sul dos EUA, eram tratados como uma “fruta estranha”, alguém a quem a lei não se aplica e, por isso, existia uma grande contradição entre a lei e a ação dos brancos sobre os negros no sul norte-americano. Resposta da questão 8: a) O estudante poderá citar: - O movimento nacionalista iniciado pelos intelectuais hindus; - Os interesses das elites locais em relação ao domínio inglês no território indiano; - O enfraquecimento da Inglaterra como potência colonial após a Segunda Guerra Mundial, pois a conjuntura internacional tornou-se desfavorável à manutenção do domínio colonial pelas potências europeias; - O movimento de desobediência civil que inclui o boicote aos produtos britânicos e a recusa ao pagamento de impostos; - O papel de Gandhi na construção da própria ideia de Independência. b) O texto permite perceber que o descaso do indiano com o trabalho, principalmente daquele que “está trabalhando para um patrão que não lhe agrada”, numa referências aos empreendimentos ingleses na Índia, nesse sentido, a resistência ao trabalho tornar-se-ia uma resistência à dominação dos ingleses, enquanto uma estratégia de desobediência não violenta. Resposta da questão 9: O candidato deverá justificar a afirmação considerando diversos fatores, dentre os quais: o domínio do idioma colonial, utilizado como base de comunicação entre grupos e indivíduos, forjou uma identidade linguística em determinadas regiões; o contato com a cultura ocidental permitiu a apropriação do discurso em defesa da democracia e do autogoverno, o que fortaleceu a reivindicação da independência; a continuidade dos estudos em estabelecimentos de ensino na Europa Ocidental criou oportunidades para que surgissem articulações, contatos e movimentos unindo lideranças das diferentes áreas colonizadas. 3 4