O NEOCOLONIALISMO No século XIX, para muitos países da Europa, possuir colônias significava ter acesso fácil e barato a matériasprimas e fontes de energia necessárias à indústria, como ferro, carvão e petróleo. Significava também constituir novos mercados consumidores para os produtos industrializados da Europa. A dominação neocolonialista atingiu seu ponto culminante com a chamada partilha da África, realizada na Conferência de Berlim, em 1884, em que europeus e norte-americanos fizeram acordos para dividir o continente africano. A partir daí, numa sucessão de ações, a África foi sendo ocupada e, no começo da Primeira Guerra Mundial (1914), quase todo o território já estava sob ocupação de forças européias. Além da África, as nações capitalistas dividiram entre si a Ásia e algumas regiões da Oceania. Na América Latina, o imperialismo europeu penetrou sobretudo por via comercial e financeira, e não pela dominação territorial. O capital britânico financiava o comércio exterior, a exploração de minérios, a agricultura e a construção de vias de comunicação, portos, etc. Franceses e alemães também fizeram investimentos na região. A medida que a dívida com esses países crescia, os governos da América Latina eram obrigados a entregar a administração da exploração das ferrovias, da alfândega e do transporte urbano às companhias estrangeiras. Dessa forma, embora independente politicamente, a América Latina passou a ser controlada pelos interesses do capital externo. Nesse processo, os Estados Unidos propunham na Ásia a política de "portas abertas", isto é, todas as potências deveriam ter os mesmos direitos de exploração comercial e financeira. Na América Latina, porém, seguiram a política da "América para os americanos", ou seja, fechada a qualquer potência, exceto para os Estados Unidos. Foi utilizandose dessa lógica que ocuparam Cuba e Porto Rico. É importante ressaltar, por fim, que o neocolonialismo fez surgir novas formas de exploração. No comércio com as colônias asiáticas e africanas, os colonizadores vendiam os produtos industrializados a preços elevados e compravam as matérias-primas a preços baixíssimos. Para evitar a concorrência com seus produtos, as metrópoles dificultavam o desenvolvimento industrial das colônias, exceto as de extração mineral e vegetal. Para ocupar as terras das colônias, os europeus as confiscavam dos povos nativos e obrigavam as tribos nômades a se fixar em reservas. E, no que diz respeito à mão-de-obra, sobretudo na África, a expansão colonialista do século XIX tinha como princípio que todos os habitantes da colônia trabalhassem para os capitalistas da metrópole, mesmo que para isso fosse necessário submetê-Ios a situações humilhantes e de extrema pobreza. ATIVIDADES 1- O que motivou a política imperialista européia do século XIX? Justifique. 2- Como as potências imperialistas faziam para garantir o lucro em relação às suas colônias asiáticas e africanas?