História 2 SUMÁRIO DO VOLUME HISTÓRIA A ERA DA COLONIZAÇÃO 5 1. A conquista e a exploração da América Espanhola 1.1 Os fundamentos da colonização: Mercantilismo e Absolutismo 1.2 A conquista espanhola da América 1.3 A colonização espanhola 1.4 A colonização inglesa 2. A conquista e a exploração da América Portuguesa 2.1 O período Pré-Colonial 2.2 A colonização 2.3 A presença estrangeira 3. A Expansão territorial e a mineração no Brasil Colonial 3.1 Expansão Territorial 3.2 Mineração 5 5 6 11 16 23 24 25 34 40 40 45 A ERA DAS REVOLUÇÕES 53 4. As Revoluções Inglesas e o Iluminismo 4.1 A Revolução Puritana de 1640 4.2 A Restauração e a Revolução Gloriosa 4.3 O Iluminismo 4.4 O Liberalismo econômico 5. A Revolução Industrial: O mundo do capital e do trabalho 5.1 Fases da Revolução Industrial 5.2 O cotidiano dos trabalhadores 5.3 As manifestações operárias 5.4 As mudanças promovidas pela industrialização 6. A Revolução Francesa 6.1 A França pré-revolucionária 6.2 Fases da Revolução 6.3 A Era Napoleônica e seus desdobramentos 6.4 O Congresso de Viena e a Santa Aliança 53 53 56 57 63 67 70 72 73 75 79 79 81 85 87 História SUMÁRIO COMPLETO VOLUME 1 UNIDADE: A ERA DA COLONIZAÇÃO 1. A conquista e a exploração da América Espanhola 2. A conquista e a exploração da América Portuguesa 3. A expansão territorial e a mineração no Brasil Colonial UNIDADE: A ERA DAS REVOLUÇÕES 4. As Revoluções Inglesas e o Iluminismo 5. A Revolução Industrial: O mundo do capital e do trabalho 6. A Revolução Francesa VOLUME 2 UNIDADE: OS PROCESSOS DE INDEPENDÊNCIA NA AMÉRICA 7. As Independências da América Inglesa e da Espanhola 8. A Independência do Brasil UNIDADE: A CONSTRUÇÃO DA NAÇÃO 9. Brasil Independente: Primeiro Reinado 10. O Período Regencial UNIDADE: O IDEÁRIO DO SÉCULO XIX 11. O pensamento filosófico e político do século XIX VOLUME 3 UNIDADE: A AMÉRICA NO SÉCULO XIX 12. Os EUA no século XIX 13. Segundo Reinado: consolidação do Império 14. A crise do Segundo Reinado UNIDADE: HEGEMONIA E DECLÍNIO EUROPEU 15. O Imperialismo e a Primeira Guerra Mundial 16. A Revolução Russa 3 4 História História A conquista e a exploração da América Espanhola A ERA DA COLONIZAÇÃO Dentre os séculos XV e XVI, alguns reinos europeus conquistaram diversas partes da América e colonizaram-nas, constituindo regiões fornecedoras de metais preciosos e/ou produtos geradores de grandes lucros na Europa, como o açúcar, o tabaco, o cacau, o algodão, entre outros. Atuaram nesse processo reinos como Portugal, Espanha, Inglaterra e, com menor relevância, França e Holanda. Esse processo esteve associado a projetos mercantilistas das Monarquias Absolutistas e aos anseios da Igreja Católica no intuito de expandir a fé cristã, unindo a “espada à cruz”. Nesse período de colonização da América pelos europeus, as sociedades coloniais foram formadas, a partir da dominação de elites de origem europeia, que exploraram uma grande massa de trabalhadores, cuja composição revelava forte presença de indígenas e de escravos de origem africana. É notável que, tanto as relações entre grupos populares e elites, quanto às relações entre as próprias lideranças políticas, foram marcadas por sucessivas tensões, disputas e conflitos, contribuindo para o processo de emancipação política dessas regiões coloniais entre os séculos XVIII e XIX. 1. A CONQUISTA E A EXPLORAÇÃO DA AMÉRICA ESPANHOLA O continente americano, como foi dito, tornou-se palco da exploração de diferentes povos europeus. A seguir serão analisados mais detalhadamente os aspectos da conquista e da colonização da América pelos espanhóis. Para tal, é necessário compreendermos as bases do processo de exploração do continente. 1.1 Os fundamentos da colonização: Mercantilismo e Absolutismo No âmbito da Idade Moderna (séculos XV a XVIII), a construção dos regimes monárquicos absolutistas foi acompanhada da aplicação de práticas mercantilistas na economia, cujas principais características eram forte intervenção estatal, protecionismo alfandegário, estabelecimento de monopólios comerciais e de colônias subordinadas às metrópoles, sobretudo no tocante ao cenário das Américas, configurando o que denominamos de pacto colonial. A montagem das estruturas do antigo sistema colonial na América foi fundamental para a consolidação político-econômica dos Estados Nacionais absolutistas europeus. O Colonialismo possibilitou aos regimes absolutistas a ampliação de seus poderes e de seus recursos, graças à cobrança de tributos e ao aumento do fluxo de produtos de alto valor comercial na Europa, sobretudo produtos tropicais e metais preciosos. Possibilitou também a ampliação do mercado consumidor para os artigos manufaturados das metrópoles, a busca pelo superavit comercial (saldo positivo obtido especialmente pelo aumento das exportações e diminuição das importações, resultando em maior entrada do que saídas de recursos financeiros), a afirmação econômica da burguesia como classe e, em suma, a sobrevivência do Absolutismo por mais de 300 anos. As metrópoles estabeleciam barreiras comerciais a fim de que suas colônias não fornecessem riquezas a outros países da Europa, nem consumissem suas mercadorias. Por isso, através da imposição do pacto colonial, proibiram-nas de comercializar livremente. Esse pacto impunha várias condições: cada colônia poderia vender seus produtos somente para sua metrópole e não poderia produzir manufaturados, tendo de comprá-los exclusivamente da metrópole, os negócios com comerciantes estrangeiros só eram possíveis quando autorizados pelo governo metropolitano. O pacto colonial constituía, dessa forma, uma garantia do monopólio comercial e do enriquecimento das metrópoles. Neste processo, é importante salientar que, apesar da imposição de restrições comerciais, as metrópoles não eram as únicas a lucrar diretamente com suas colônias, já que outros países se beneficiaram financeiramente da exploração das riquezas americanas. Em função da dependência econômica de 5 6 História A conquista e a exploração da América Espanhola Portugal perante a Inglaterra, o ouro brasileiro, por exemplo, forneceu muito do capital necessário para o desencadeamento da Revolução Industrial inglesa. Independente do reino europeu causador da colonização da América, percebe-se que houve a dominação ou a destruição das populações nativas por meio de diversos mecanismos, tais como: a escravidão (ou outras formas de trabalho compulsório), as guerras, a transmissão de doenças ou pela imposição da cultura europeia Obra de Claude Lorrain, representando um porto europeu no século XVII. O século XVII presenciou a consolidação das políticas mercantilistas praticadas pelos países (aculturação). europeus e a expansão dos domínios coloniais americanos. É necessário ressaltar que o Colonialismo não foi devastador apenas aos nativos americanos, pois, a necessidade cada vez maior de mão de obra, principalmente nas áreas agrário-exportadoras, levou à utilização do negro africano como escravo. Assim, ocorreu a transferência de milhões de cativos da África para a América. Além disso, o comércio de escravos era um negócio extremamente rentável para os países responsáveis por essa atividade. 1.2 A conquista espanhola da América Durante parte significativa do período medieval, a Península Ibérica (região onde atualmente se encontram Portugal e Espanha) esteve dominada pelos mouros (muçulmanos). Com a influência do movimento das Cruzadas, a luta dos reinos cristãos contra os chamados “infiéis”, a chamada Guerra de Reconquista, contribuiu decisivamente para a formação dos Estados português e espanhol. Com a consolidação da unificação política e territorial em fins do século XV, a Espanha moderna buscou meios para impulsionar o enriquecimento estatal, ao mesmo tempo em que desejava se equiparar aos portugueses – cuja expansão marítima no litoral africano e na Ásia estava em estágio bastante avançado – em projetos de conquistas territoriais além-mar. Neste cenário, os monarcas espanhóis Fernando de Aragão e Isabel de Castela, apelidados de “reis católicos”, passaram a apoiar iniciativas de navegadores comprometidos com conquistas territoriais que propiciassem inúmeras riquezas materiais. Em 1492, a Espanha decidiu investir no projeto do genovês Cristóvão Colombo, que pretendia Gravura do século XVII, representando a chegada de Colombo à América. História A conquista e a exploração da América Espanhola chegar à Ásia navegando pelo Oceano Atlântico, numa viagem de circunavegação. Em 12 de outubro de 1492, os navegadores liderados por Colombo avistaram terra firme. Aportaram em um território, até então desconhecido do mundo europeu, mas que seria responsável, nos séculos seguintes, por destinar extraordinárias riquezas à Europa: trata-se da América, cujo nome é uma homenagem ao navegador Américo Vespúcio. Até 1502, Colombo realizou mais três viagens ao “novo” continente sob o patrocínio da Espanha, mas as riquezas tão desejadas – como o ouro – não foram encontradas em grande volume, desagradando os reis de Espanha. Você se lembra... A expansão marítima espanhola gerou atritos devido às pretensões da Coroa portuguesa. As disputas marítimas e territoriais entre Espanha e Portugal foram mediadas pelo papa Alexandre VI, que publicou a bula Inter Coetera (1493), e relativamente solucionadas pela assinatura do Tratado de Tordesilhas (1494), que dividiu o mundo não cristão entre os dois países com base em um meridiano traçado a 370 léguas a oeste das Ilhas de Cabo Verde. No entanto, outros países, como Inglaterra, França e Holanda, discordavam deste tratado luso-espanhol, alegando falta de legitimidade para a divisão estabelecida no “Novo Mundo”. Deste modo, passaram a apoiar atos de corsários e diversas expedições contra as possessões americanas de Portugal e Espanha. Fatores que colaboraram para a conquista espanhola na América Na primeira metade do século XVI, os espanhóis conquistaram duas grandiosas civilizações ameríndias: astecas, localizados na Mesoamérica (América Central), e os Incas, situados na América do Sul. Estruturadas em complexos sistemas político-administrativos, incluindo o subjugo de inúmeros povos indígenas, essas civilizações presenciaram um rápido desmoronamento de suas sociedades a partir da invasão espanhola. Esse cenário nos leva a uma indagação importante: como algumas centenas de conquistadores espanhóis puderam derrotar milhões de índios em um curto período? A pergunta pode ser simples, mas a resposta é bem mais complexa, devido às grandes variações de abordagens explicativas na historiografia contemporânea, que incluem a análise combinada de fatores internos e externos às sociedades ameríndias. Contudo, podemos afirmar que, de modo geral, a conquista espanhola da América foi impulsionada pelos seguintes aspectos: • Aliança dos espanhóis com tribos indígenas inimigas dos astecas e aproveitamento das disputas políticas internas do Império inca; •Superioridade militar espanhola (espadas, armadura, canhões, arcabuzes, etc.) e emprego do cavalo; • Impacto das doenças europeias (como a varíola) sobre os grupos ameríndios. Para as populações ameríndias, na época da chegada dos conquistadores, o processo de conquista teve características apocalípticas. Previsões dos sacerdotes astecas prenunciando o fim do mundo, na visão deles, confirmaram-se de forma assustadora com a aparição dos desconhecidos invasores. As grandes civilizações ameríndias Imagem de De Bry demonstrando a violência dos espanhóis contra os índios. Nem as crianças escapavam de tal situação. tiveram suas riquezas saqueadas e sua 7 História 8 A conquista e a exploração da América Espanhola cultura arruinada. Na maior parte dos casos, a justificativa para toda a violência era a inferioridade dos indígenas ou outros defeitos “congênitos” que essa “raça” carregava. A busca pela conversão ao Cristianismo e pela transformação do índio em um fiel súdito dos monarcas europeus justificavam as atrocidades e os crimes cometidos. Na visão dos europeus, os nativos estavam sendo beneficiados, não interessava qual fosse o sofrimento imposto, pois eles estariam no caminho do “verdadeiro Deus” e poderiam ganhar o direito de irem ao paraíso após suas mortes. O documento a seguir, elaborado por pensadores espanhóis no contexto da montagem do aparato colonial americano, ajuda a elucidar as visões etnocêntricas perante os povos indígenas: “O que podia acontecer a estes bárbaros mais conveniente ou mais saudável do que serem submetidos ao domínio daqueles cuja prudência, virtude e religião os converterão de bárbaros, tais que mal mereciam o nome de seres humanos, em homens civilizados o quanto podem ser, de facinorosos em probos, de ímpios e servos do demônio em cristãos e cultores da verdadeira religião? [...] E se recusarem o nosso domínio poderão ser coagidos pelas armas a aceitá-lo, e esta guerra será, como acima declaramos com autoridade de grandes filósofos e teólogos, justa pela lei da natureza, muito mais ainda do que a que fizeram os romanos para submeter a seu império as demais nações, assim como é melhor e mais certa a religião cristã do que a antiga dos romanos, sendo maior o que em engenho, prudência, humanidade, fortaleza de alma e de corpo e toda virtude os espanhóis fazem a estes homúnculos do que os antigos romanos faziam às outras nações.” As justas causas de guerra contra os índios, segundo o tratado de Demócrates Alter e de Juan Ginés de Sepúlveda. In: SUESS, Paul (Coord.). A conquista espiritual da América Espanhola. Petrópolis: Vozes, 1992, p. 534-535. Derrotados militarmente, os indígenas foram condenados à lógica colonial mercantilista, a qual desestruturou seus modos de vida, valores, práticas de trabalho e crenças. Porém, mesmo dominados pelos conquistadores europeus, os índios praticaram distintos métodos de resistências, disputando espaços e inserindo-se ativamente do processo de constituição da sociedade colonial. Compreendendo os sentidos do texto 1 Leia o trecho a seguir. “... a espada, a cruz e a fome iam dizimando a família selvagem...”. Pablo Neruda Essa afirmação do poeta chileno revela características fundamentais do processo de conquista da América. Comente o significado histórico de suas palavras. A conquista dos astecas Desde o final do século XV, os espanhóis já vinham explorando, sem grandes resultados, ilhas na região do Caribe, mantendo bases em Cuba, em São Domingos, em San Salvador e em Porto Rico. Dessas ilhas, com destaque para Cuba, os conquistadores enviaram várias expedições de reconhecimento para o continente. Em 1517, por exemplo, a expedição de Francisco Hernandes de Córdoba e Bernal Diaz de Castilho foi dizimada pelos habitantes de Iucatãn. O próprio Francisco de Córdoba foi morto. Essas expedições revelaram a existência de sociedades com rica organização social na Mesoamérica. Em 1519, o capitão do exército espanhol Hernán Cortez partiu de Cuba com 11 navios, 100 marinheiros e 508 soldados, para dar início à conquista do território mexicano. Ao desembarcar no México, na atual cidade de Veracruz, os espanhóis ficaram estarrecidos com o que encontraram. O Império Asteca (ou mexica) possuía vasta extensão territorial habitada por milhões de indígenas distribuídos em vários grupos étnicos. A rede de estradas que cortava o império, o rico comércio, a bela arquitetura, a tecnologia sofisticada, a estratificação social e a exuberância da capital asteca, Tenochtitlán, surpreenderam os espanhóis, que aguçaram sua cobiça diante dos artefatos, das esculturas e das joias feitas com metais preciosos, especialmente o ouro. No caminho rumo à Tenochtitlán, a expedição de Cortez entrou em contato com grupos indígenas descontentes com a dominação dos astecas, estabelecendo alianças militares - fundamentais para a posterior História A conquista e a exploração da América Espanhola vitória espanhola diante dos astecas – com os totonacas e os tlaxcaltecas. A expedição liderada por Cortez ainda recebeu o auxílio de Malinche, uma índia que conhecia línguas como o nahualt e que sabia se comunicar com os astecas, os maias e com outros povos da região, servindo de mediadora e tradutora para os espanhóis quando estes chegaram ao Império asteca. A figura de Malinche, com quem Cortez se relacionou intimamente, é motivo de controvérsia na história mexicana, pois muitos a veem como uma traidora dos Em uma ilustração mexicana datada de 1901, sem pretensões realistas, povos indígenas mesoamericanos. vemos o encontro de Cortez e o imperador Montezuma. Após avançar durante semanas, os espanhóis chegaram a Tenochtitlán, a capital do Império, construída sobre as ilhas do lago Texcoco. A capital tinha, segundo diversas fontes, cerca de trezentos mil habitantes, e seu esplendor impressionou os espanhóis. Cortez e seus homens entraram na cidade e foram recebidos com honrarias e respeito, sendo hospedados com luxo e regalias em um palácio. Consta que o imperador Montezuma encontrava-se martirizado pelas dúvidas: ele não podia entender as novidades técnicas que os espanhóis possuíam, mas também não conseguia acreditar que aquele bando de homens sujos e grosseiros fossem deuses. Cortez encontrou nas dúvidas de Montezuma grande oportunidade para agir: Ele aprisionou o imperador e passou a se apoderar de imensos tesouros da cidade usando o artifício de realizar constantes ameaças ao líder asteca. A situação favorável aos espanhóis foi alterada quando Cortez teve de se ausentar de Tenochtitlán para receber reforços recém-chegados de Cuba em sua base, no litoral, na cidadela de Veracruz. Em sua ausência, seu substituto Pedro Alvarado, durante uma comemoração religiosa dos astecas, cometeu atrocidades contra os índios, provocando uma enorme revolta. Cortez retornou nesse exato momento, mas não conseguiu acalmar os ânimos: os índios atacaram as posições espanholas e as de seus aliados. O próprio Montezuma foi morto durante esse processo. Os espanhóis tiveram que abandonar a cidade sob violentos ataques liderados pelo recém-empossado imperador Cuitlahuac, irmão de Montezuma. Durante sua retirada, Cortez perdeu boa parte dos soldados espanhóis, os seus canhões, o ouro arrecadado até então e inúmeros índios aliados. Esse episódio ficou conhecido como La Noche Triste. Quando tudo parecia perdido, reforços começaram a chegar das principais bases espanholas, pois Cortez já havia enviado grandes quantidades de ouro para a Espanha e contava agora com o apoio entusiasmado do rei. Além disso, Cortez contou com um devastador aliado: a varíola. Essa doença era mortal, além de extremamente contagiosa, pois os indígenas não tinham qualquer resistência orgânica contra esse mal, o que ocasionou morte em grande escala. Todos esses acontecimentos reforçaram a visão pessimista e apocalíptica entre os indígenas. A resistência asteca começava Representação de uma batalha entre espanhóis e astecas; observe, nessa imagem, as armas, o cavalo e a armadura que colaboraram com a a ruir. Em meados de 1520, fortemente vitória dos europeus. 9 História 10 A conquista e a exploração da América Espanhola reforçado, principalmente com artilharia, Cortez cercou a capital asteca. Contava com seiscentos soldados espanhóis e, segundo estimativas diversas, algo em torno de 20 a 70 mil índios aliados. Após três meses de cerco, período em que animais mortos e cadáveres foram jogados no lago para envenenar a água e disseminar ainda mais doenças, Tenochtitlán, completamente devastada, rendeu-se. Minhas ideias, nossas ideias 2 O trecho a seguir é um “canto triste” ou icnocuícatl, através do qual os povos astecas narram a tragédia vivenciada por eles. “Nos caminhos jazem dardos quebrados; os cabelos estão espalhados. Destelhadas estão as casas, incandescentes estão seus muros. Vermes abundam por ruas e praças, e as paredes estão manchadas de miolos arrebentados. Vermelhas estão as águas, como se alguém as tivesse tingido, e se as bebíamos, eram água de salitre. Golpeávamos os muros de adobe em nossa ansiedade e nos restava por herança uma rede de buracos. Nos escudos esteve nosso resguardo, mas os escudos não detêm a desolação...” Leia também a resposta dada pelos sábios astecas a alguns franciscanos em 1524. “Deixem-nos, pois, morrer, deixem-nos perecer, pois nossos deuses já estão mortos!” As ações praticadas pelos europeus destruíram física e culturalmente muitas sociedades précolombianas, como atestam os relatos anteriores. Essa destruição foi interpretada através de diferentes concepções.Releia as palavras dos sábios, citadas anteriormente, e discuta seus possíveis significados. A conquista dos incas Em 1519, os espanhóis fundaram, na América Central, a cidade do Panamá, que logo se tornaria uma de suas sedes administrativas. Em 1523, o governador da região entregou a Francisco Pizarro a chefia de uma expedição que deveria rumar para o sul, local onde notícias informavam sobre a existência de um estado rico e poderoso: o Império inca. Pizarro encontrou esse império fragmentado por tensões e disputas internas. Com a morte do imperador Huayna Cápac, vítima da varíola, ocorreu uma crise sucessória entre seus filhos, Huascar e Atahualpa. O conquistador e seus homens souberam Gravura do século XVI, do artista Frederic De Bry, aproveitar essas rivalidades. ilustrando a violência praticada pelos espanhóis contra os nativos americanos. Em 1532, os espanhóis seguiram para Cajamarca e aprisionaram Atahualpa, exigindo grande volume de riquezas para o resgate. Enquanto se encontrava encarcerado, Atahualpa ordenou que seus homens assassinassem seu irmão Huáscar, pois acreditava que ele fazia parte da conspiração que o levou à prisão. Após o pagamento feito pelos incas, Atahualpa foi morto pelos espanhóis, que afirmavam que a morte era a pena para o crime de assassinato do irmão. No ano seguinte, os espanhóis dominaram Cuzco, o núcleo do destroçado Império inca. História A conquista e a exploração da América Espanhola Durante cerca de 40 anos, aqueles que ainda restavam dos exércitos incas continuaram lutando, mas recuando cada vez mais para zonas inacessíveis dos Andes. A resistência armada cessou em 1572, com a morte de Tupac Amaru I, o último dos imperadores. Mais um império foi destruído pelos espanhóis. 1.3 A colonização espanhola A Espanha iniciou o processo de colonização de seus territórios americanos com o objetivo de transformar a região em fonte de riquezas e impedir a invasão de outros povos. No entanto, esse processo ocorreu de forma gradativa e somente após a descoberta dos impérios indígenas – e, consequentemente, do ouro e da prata – é que verificou um avanço acelerado na montagem de suas estruturas. A princípio, a Coroa espanhola não estava disposta a financiar todos os custos advindos de um amplo sistema colonial nas Américas. Neste sentido, introduziu o sistema de capitulações, ou seja, o governo cedia áreas da colônia para pessoas interessadas, geralmente os próprios conquistadores, e estes arcavam com os custos da montagem do sistema de exploração, devendo pagar tributos à Coroa pelas riquezas exploradas. As capitulações permitiam, ainda, que os espanhóis distribuíssem entre si as terras, e que os nativos dominados criassem vilas e organizassem a administração em nome da Espanha. Uma “obrigação” desses conquistadores, chamados de adelantados, era a de catequizar e de proteger os indígenas, algo que raramente ocorria na prática. A grande deficiência desse sistema estava na dificuldade de fiscalizar as ações dos adelantados que, em não raras ocasiões, sonegavam tributos e divergiam das ordens da Coroa. A frase a seguir nos permite analisar a situação de conflitos de interesses entre os adelantados e as autoridades metropolitanas: “Deus está no céu, o Rei está longe, e aqui mando eu”. AQUINO, Rubim Santos Leão de. de LEMOS, Nivaldo Jesus Freitas de. LOPES, Oscar Guilherme Phal Campos. História das sociedades americanas. 12. ed. Rio de Janeiro: Record, 2008, p. 118. (Afirmativo de um adelantado). Nesse cenário, o governo espanhol buscou assumir diretamente – e com maior rigidez – o controle do processo de colonização, criando, para isso, órgãos administrativos e fiscalizadores na América e na Espanha. Para impedir as disputas políticas internas e o controle político dos adelantados, a Coroa espanhola dividiu o território americano em vice-reinos e capitanias gerais, unidades administrativas cujos dirigentes eram escolhidos pelo Conselho Real e Supremo das Índias, órgão criado para centralizar a administração colonial nos aspectos jurídico, militar, religioso e legislativo. Para controlar o comércio colonial, e a cobrança de tributos as autoridades espanholas criaram a Casa de Contratação, tanto essa instituição quanto o Conselho das Índias se localizavam na Espanha. As Audiências, órgãos responsáveis pelos assuntos jurídicos, e os Cabildos ou Ayuntamientos, responsáveis pela administração das cidades Disponível em: <http://salta.gov.ar>. Acesso em: 13 out. 2013. coloniais, também foram Cabildo da cidade de Salta na Argentina. criados para aprimorar a administração colonial. 11 12 História A conquista e a exploração da América Espanhola CASA DE CONTRATAÇÃO Controle do comércio entre a Espanha e sua área colonial. CONSELHO DAS ÍNDIAS Controle dos assuntos legais, legislativos e militares da área colonial. VICE-REINOS Divisão administrativa sobre o território americano, correspondendo às áreas de maior expressão econômica dirigida pelos vice-reis. CAPITANIAS GERAIS Divisão administrativa para as outras áreas americanas. AUDIÊNCIAS Tribunais de justiça com funções administrativas. CABILDOS Câmaras Municipais encarregadas da administração local. Na América Na Espanha Como foi dito, a Coroa espanhola dividiu o território colonial em quatro vice-reinados ou vicereinos, grandes regiões cujos líderes estavam subordinados diretamente à metrópole, gozando, porém, de expressivas atribuições político-administrativas. Esse modelo de divisão política deu origem a regiões distintas e isoladas umas das outras, um dos motivos que explica a fragmentação posterior da América espanhola. Os vice-reinos eram: • Nova Espanha: correspondente aos atuais territórios do México, de parte da América Central e do sudoeste dos Estados Unidos. Região rica em ouro e prata. • Nova Granada: território onde atualmente estão Colômbia, Equador e DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DA AMÉRICA ESPANHOLA parte da Venezuela. Dessas regiões, os VICE-REINO espanhóis partiram para conquistar o sul DA NOVA FLÓRIDA do continente. Foi implantado o sistema de ESPANHA Golfo Trópico de Câncer do CAPITANIA GERAL agricultura tropical. México DE CUBA Havana OCEANO São Domingos • Peru: região que englobava o antigo Veracruz ATLÂNTICO México núcleo do império inca, cujas riquezas mais Guatemala MAR DAS ANTILHAS CAPITANIA GERAL Caracas atraentes encontravam-se na mineração, DA GUATEMALA CAPITANIA GERAL Bogotá DA VENEZUELA especialmente na exploração de prata. GUIANAS VICE-REINO Equador Quito DA NOVA • Rio da Prata: corresponde aos atuais GRANADA Estados do Peru, da Bolívia, da Argentina, VICE-REINO AMÉRICA do Uruguai e do Paraguai. Essa região foi DO PERU PORTUGUESA Lima explorada pelos espanhóis vindos do Peru Cuzco e pelos portugueses vindos da Colônia VICE-REINO portuguesa. Região com fortes grupos Trópico de Capricórnio DO RIO mercantis, sua economia era baseada em DO PRATA CAPITANIA GERAL OCEANO DO CHILE atividades agropecuárias, cujos portos Buenos Aires PACÍFICO Santiago OCEANO mais destacados eram Buenos Aires e ATLÂNTICO Montevidéu. O restante do território foi dividido em capitanias gerais (Chile, Cuba, Guatemala e Venezuela), áreas de importância estratégica 0 940 km para os espanhóis organizarem expedições militares contra povos inimigos e piratas. Acervo Sistema de Ensino História A conquista e a exploração da América Espanhola Para controlar o comércio colonial, além da criação da Casa de Contratação, as autoridades espanholas estabeleceram o sistema de portos únicos, determinando que apenas os portos de Cádiz e Sevilha (Espanha), Havana (Cuba), Porto Delo (Panamá), Veracruz (México) e Cartagena (Colômbia) poderiam efetuar o transporte de mercadorias. Também foi criado o sistema de frotas anuais, que restringia o trânsito de ouro e prata entre metrópole e colônia em viagens realizadas em datas pré-determinadas, geralmente duas vezes por ano. No entanto, essas medidas não conseguiram impedir o ataque de piratas e a prática do contrabando de mercadorias. Em termos econômicos, o império colonial espanhol apresentou três áreas diferentes: as regiões mineradoras, responsáveis pela produção do ouro e da prata, localizadas no México, no Peru e na Bolívia; as haciendas, grandes fazendas produtoras de gêneros alimentícios e matérias-primas mais voltado para consumo interno e externo; e o plantation, grandes propriedades rurais exportadoras, cuja produção objetivava fornecer artigos lucrativos para a metrópole, como açúcar, tabaco, algodão e cacau. Sociedade Colonial A sociedade colonial da América hispânica apresentou forte hierarquia social e profunda desigualdade entre seus membros. Em termos gerais, podemos dividi-la em quatro grupos: • Chapetones: também chamados de guachupines ou peninsulares, representavam espanhóis oriundos, em geral, de uma pequena nobreza empobrecida na metrópole, mas que possuía grande status nas colônias, ocupando altos cargos políticos e eclesiásticos. • Criollos: descendentes de espanhóis nascidos na América, os quais não tinham acesso a cargos administrativos superiores, mas que podiam atuar nos cabildos (câmaras municipais). Eram mineradores, grandes comerciantes e proprietários de extensas terras. • Mestiços: filhos de espanhóis com indígenas, estavam abaixo dos europeus, sendo obrigados a desempenhar atividades menosprezadas pelos chapetones e pelos criollos. Muitos eram trabalhadores livres, funcionários públicos de menor Disponível em: <http://upload.wikimedia.org>. graduação e pequenos proprietários. Acesso em: 03 out. 2013. • Índios e escravos de origem africana: os indígenas constituíram a mão de obra predominante em parte Família mestiça hispano-americana do século XVIII. A mestiçagem não se limitou à etapa da significativa da América espanhola, sendo utilizados conquista da América pelos espanhóis. principalmente nas regiões dos antigos impérios asteca e inca. Nas áreas em que a população indígena foi exterminada precocemente, como, por exemplo, no Caribe, foram utilizados negros escravizados provenientes da África. É possível representar essa sociedade através da seguinte pirâmide: CHAPETONES CRIOLLOS MESTIÇOS ÍNDIOS E NEGROS Vale ressaltar que, na América espanhola, além da divisão étnica, havia divisões no interior da própria população branca dominante, uma vez que a elite criolla não tinha acesso a cargos com grande poder de decisão, gerando gradativa insatisfação com as autoridades metropolitanas. 13 História 14 A conquista e a exploração da América Espanhola Organização do trabalho Tendo encontrado jazidas de ouro e prata em sua área colonial, a Coroa espanhola logo organizou a sua exploração. Embora seja difícil calcular o volume de metais explorados pelos espanhóis, estima-se que, até o final do século XVIII, a América espanhola forneceu 85% da prata utilizada em todo o mundo. Primeiramente, os espanhóis saquearam o ouro e a prata pertencentes aos astecas e aos incas. Logo após, iniciaram a exploração dos minerais que estavam no solo. Para realizar tal atividade, foi utilizada a mão de obra dos indígenas, os quais foram submetidos ao trabalho compulsório, isto é, forçados a trabalhar. Os espanhóis utilizaram-se do trabalho compulsório indígena através de alguns sistemas, destacando-se a encomienda e a mita. A encomienda consistia na exploração de um grupo de índios por um colono espanhol – o encomendero –, que recebia da Coroa espanhola o direito de agrupar nativos em suas terras, sob o pretexto de protegê-los e de cristianizá-los. Na prática, Nesta imagem, Guamam Poma de Ayala retrata os grupos indígenas eram obrigados a prestar serviços e a pagar um encomiendero, causador de grandes males às comunidades indígenas. tributos ao encomendero. A mita, também chamada de repartimiento, anteriormente praticada pelos incas, foi apropriada e reformulada pelos colonizadores. As comunidades indígenas eram obrigadas a destinar – por sorteio – certo número de homens (mitayos) ao colono, em determinados períodos, para o trabalho em troca de um salário irrisório, sobretudo na área da mineração. A mita provocou a desestabilização das comunidades indígenas e o extermínio de milhares de nativos. No império asteca, o correspondente da mita era o cuatequil. Nas haciendas, os espanhóis utilizavam geralmente a servidão por dívidas. Por esse sistema, também conhecido por peonaje, o trabalhador era levado para a fazenda e recebia seu salário ao término de um período trabalhado. Suas despesas eram feitas pelo proprietário das terras e, em pouco tempo, sua dívida tornava-se maior que o salário a receber. Assim, o trabalhador era controlado pelo fazendeiro, o qual exigia o acerto da dívida para liberá-lo. Com o passar do tempo, a dívida crescia ainda mais, Imagem em que Guamam Poma de Ayala contribuindo para a fixação do trabalhador nas haciendas. retrata a mita. O papel da Igreja Católica No processo de dominação da América ibérica, foi importante o papel da Igreja Católica que buscava a conversão dos nativos ao Catolicismo por meio da difusão da cultura europeia. A catequese foi, provavelmente, o maior instrumento usado pelos padres, em especial pelos jesuítas – membros da Companhia de Jesus – para ampliar sua influência sobre os indígenas e promover a aculturação da população nativa. Reunindo, em muitos casos, grupos inteiros de nativos em missões, os jesuítas condicionavam os índios aos princípios religiosos e morais do cristianismo, tentando afastá-los de sua religiosidade, que a Igreja Católica considerava demoníaca ou herética. A Inquisição também estendeu suas ações à América, gerando, com sua presença, a imposição radical dos princípios religiosos cristãos e um terror generalizado, sobretudo nas classes dominadas. Agindo assim, os padres contribuíram de maneira decisiva para a manutenção da ordem imposta pelo branco europeu nas colônias. História A conquista e a exploração da América Espanhola Apesar de oficialmente condenar a escravização dos indígenas, as lideranças católicas trabalhavam no sentido de justificar ideologicamente o processo colonizador nas Américas. Contudo, não devemos afirmar que todos aqueles responsáveis pelo projeto catequizador dos grupos indígenas aceitassem os métodos empregados pelos colonizadores nas relações sociais e de trabalho. As atrocidades cometidas pelos espanhóis na América, como a violência, o uso do trabalho compulsório, a destruição da cultura ameríndia e o extermínio de comunidades indígenas provocaram diversas contestações às práticas colonizadoras. Um dos maiores críticos do massacre cometido pelos espanhóis contra os nativos americanos foi o frade dominicano Bartolomeu de Las Casas metropolitana localizada na capital do México. A igreja (1474-1566), que contribuiu para a criação de Catedral foi construída na década de 1520, em uma área onde existia uma legislação “protetora” dos índios e a difusão um templo religioso dos astecas. Em 1534, foi convertida em da chamada Leyenda Negra, ou seja, a ideia de catedral pelo rei Carlos V. que os colonizadores promoveram um verdadeiro “genocídio” para com os agrupamentos ameríndios. O trecho a seguir nos traz um relato de Las Casas sobre a crueldade das práticas espanholas contra as populações indígenas: “Os espanhóis, com seus cavalos, suas espadas e lanças começaram a praticar crueldades estranhas: entravam nas vilas, burgos e aldeias, não poupando nem as crianças e os homens velhos, nem as mulheres grávidas e parturientes e lhes abriam o ventre e os faziam em pedaços como se estivessem golpeando cordeiros fechados em seu redil. Faziam apostas sobre quem, de um só golpe de espada, fenderia e abriria um homem pela metade ou quem, mais habilmente e mais destramente, de um só golpe lhe abriria a cabeça, ou ainda sobre quem abriria melhor as entranhas de um homem de um só golpe. Arrancavam os filhos do seio das mães e lhes esfregavam a cabeça contra os rochedos enquanto que outros os lançavam à água dos córregos rindo e caçoando (...). Las casas, Frei Bartolomé de. O paraíso destruído. Porto Alegre: L&PM, 1984, p. 33. Compreendendo os sentidos do texto Leia o texto a seguir: [...] Aqueles que deixaram a Espanha para converter os índios viram-se incumbidos de uma missão de especial importância no esquema divino da História, pois a conversão do Novo Mundo era um prelúdio necessário para seu término e para a segunda vinda de Cristo. Acreditavam também que, entre esses povos inocentes da América, ainda não contaminados pelos vícios da Europa, poderiam construir uma Igreja que se aproximasse da de Cristo e dos primeiros apóstolos. Os primeiros estágios da missão americana, com o batismo em massa de centenas de milhares de índios, pareciam garantir o triunfo desse movimento em prol de um retorno ao Cristianismo primitivo que havia, tão repetidamente, sido frustrado na Europa. [...] No entanto, embora o índice de conversão fosse espetacular, sua qualidade deixava muito a desejar. Havia sinais alarmantes de que os índios que haviam adotado a fé com aparente entusiasmo ainda veneravam seus velhos ídolos em segredo. Os missionários também se chocaram contra muralhas de resistência nos pontos em que suas tentativas de incutir os ensinamentos morais do Cristianismo conflitavam com padrões de comportamento estabelecidos havia muito tempo. Não era fácil, por exemplo, inculcar as virtudes da monogamia a uma sociedade que via as mulheres como servas e o acúmulo de mulheres como fonte de riqueza. ELLIOT, J. H. A conquista espanhola e a colonização da América. In: BETHELL, L. (Org.). História da América Latina: América Latina Colonial I. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1998, v. 1, p. 185-186 3 Segundo o texto, por que os missionários que vieram para a América acreditavam poder construir uma Igreja Católica livre dos vícios existentes na Igreja europeia? 4 Quais as principais dificuldades enfrentadas pelos missionários na catequese dos ameríndios? 15 Prezado leitor, Agradecemos o interesse em nosso material. Entretanto, essa é somente uma amostra gratuita. Caso haja interesse, todos os materiais do Sistema de Ensino CNEC estão disponíveis para aquisição através de nossa loja virtual. loja.cneceduca.com.br