OBSERVAÇÕES DE CARMEN DE ANDRADE Razão, emoção e estômago Os fatores de decisão do voto se fundamentam no cérebro, na razão; no coração, emocionais; e no estômago, interesses pessoais – representado pela corte eleitoral dos candidatos que sempre buscam seus interesses e vantagens. Cabeça do eleitor A neurociência no momento muito estudada pelos psicólogos que procuram conhecer o comportamento dos eleitores, e muito contribui para que os profissionais do marketing político formulem as estratégias de ação dos candidatos, cada vez mais procura conhecer a lógica do eleitor. Nesta linha de estudo seis são os fatores que formam a lógica da cabeça do eleitor: 1º) A avaliação do governo 2º) A identidade dos candidatos 3º) O nível de lembrança dos candidatos 4º) O currículo dos candidatos, principalmente, se eles podem resolver os problemas 5º) O potencial de crescimento dos candidatos, sendo que nesta situação a rejeição maior ou menor é vital 6º) O fato de não ser possível contar com o apoio de políticos As surpresas das eleições Trabalhei com os seis fatores, pelo fato desta segunda semana da campanha eleitoral ter se caracterizado pelo potencial de crescimento da candidata Marina Silva (PSB). É importante associar a esta variável o baixo desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), da economia brasileira que delineou uma recessão técnica dos principais setores produtivos do Brasil. Nesta semana, não podemos fugir da candidatura emergente de Marina Silva, pois, deslocou para o terceiro plano a candidatura Aécio Neves (PSB) e se colocou em igualdade a candidata Dilma (PT). Os estudos de motivação política costumam afirmar que o sucesso no pleito passa pelo preparo dos candidatos e perseverança para aproveitarem as oportunidades conjunturais, que se descortinam no decorrer do processo eleitoral. Aécio Numa avaliação técnica, o candidato Aécio Neves em seus pronunciamentos precisa colocar mais garra e demonstrar que acredita no que fala. Dilma A candidata Dilma ainda não se desvinculou da faixa presidencial. Seus programas eleitorais são mais com a placa oficial do que alguém que busca o voto. O efeito demonstração de seus programas de governo jamais irão substituir o corpo a corpo, ou interação político-eleitoral com o eleitor. Marina Não creio que o “ efeito decolagem “ de Marina Silva vai influenciar na composição do futuro Congresso Nacional. É importante dizer que, se algum especialista em marketing político mexer ou tentar trabalhar o estilo, o perfil e o comportamento de Mariana Silva, pode criar estragos em seu desempenho político e eleitoral. A falta de foco do Senado e Câmaras Em relação aos candidatos ao Senado, Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa, estão completamente desfocados, pois, suas propostas são mais para o Executivo, do que para o Poder Legislativo, o que demonstra total desconhecimento da Organização dos Poderes. A maioria não diz concretamente o que pretende fazer, no entanto são enfáticos em dizer que vão fazer a diferença, mas não dizem como, e se colocam indignados com os atuais políticos sem mostrar sua proposta de resolução da situação. Como, dizer que vão recuperar a autoestima dos professores sem apresentar as estratégias. Governo estadual O pleito para o governo estadual está se caracterizando pela bipolaridade de ideias e programas, sendo que quem está no poder pede mais um mandato para consolidar seus planos de governo, ao passo que a oposição quer chegar ao poder para efetuar as mudanças. Me incomoda a postura do candidato da situação tão preocupado em apresentar dados e estatísticas para mostrar que o RS está ótimo, mas não cita o responsável pela pesquisa, assim, sem citar a fonte, deixa o telespectador na dúvida quanto a veracidade das suas afirmações. Não gostei de ouvir os candidatos dizendo que vão trabalhar junto com pessoas do cenário politico nacional que não tem cargo nem são candidatos a nada. Na verdade, no geral, os programas de governo são muito parecidos e acrescidos de particularidades regionais, e até agora, não se tem elementos concretos que permitem escolher o candidato para votar.