ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.7028-60723-1-SM.0902201526 Moura SLO, Silveira GM da, Feitoza MS et al. Adesão ao tratamento farmacológico da hipertensão... ARTIGO ORIGINAL ADESÃO AO TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA: ANÁLISE DE UM GRUPO DE HIPERTENSOS PHARMACOLOGICAL TREATMENT FOR THE SYSTEMIC HYPERTENSION: ANALYSIS OF A GROUP OF HYPERTENSIVE PATIENTS TRATAMIENTO FARMACOLÓGICO DE HIPERTENSIÓN ARTERIAL: ANÁLISIS DE UN GRUPO DE HIPERTENSOS Samy Loraynn Oliveira Moura1, Germana Maria da Silveira2, Marcelo dos Santos Feitoza3, Maria Eliane de Sousa Albuquerque4, Renata Soares Morais5, Denise Tomaz Aguiar6 RESUMO Objetivo: analisar a adesão ao tratamento farmacoterápico mediante ação com grupo de hipertensos. Método: estudo de pesquisa–ação, desenvolvido no período de março de 2012 a novembro de 2013 em um Centro de Saúde da Família de Sobral-CE, com um grupo de hipertensos. Para coleta de dados, foi realizada entrevista, o teste de Moriski-Green e de ações educativas, sendo os dados analisados por de categorização temática. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, CAAE nº 11156213.6.0000.5053. Resultados: os resultados demonstram que os hipertensos apresentam baixo grau de adesão ao tratamento medicamentoso, sendo o esquecimento e o descuido quanto ao horário os principais fatores associados a não adesão adequada ao tratamento medicamentoso. Conclusão: os resultados mostraram a necessidade de desenvolver ações de promoção em saúde para que os hipertensos se conscientizem da importância de aderir adequadamente aos regimes terapêuticos. Descritores: Hipertensão; Farmacoterapia; Promoção em Saúde; Cooperação do Paciente. ABSTRACT Objective: to analyze pharmacotherapy treatment with hypertensive group. Method: study of action research, carried out from March 2012 to November 2013 in a Family Health Center in Sobral-CE, with a group of hypertensive patients. For data collection, an interview, the Moriski-Green test and educational activities, and the data analyzed by thematic categorization were conducted. The research project was approved by the Ethics Committee in Research, CAAE 11156213.6.0000.5053. Results: the results show that hypertensive patients have low degree of adherence to medication treatment, and the forgetfulness and carelessness of the time are the main factors associated with inadequate adherence to medicine therapy. Conclusion: the results showed the need to develop health promotion actions for hypertensive become aware of the importance of properly adhere to treatment regimens. Descriptors: Hypertension; Pharmacotherapy; Health Promotion; Patient Cooperation. RESUMEN Objetivo: analizar la adhesión al tratamiento farmacológico mediante acción con grupo de hipertensos. Método: estudio de investigación–acción, desarrollado en el período de marzo de 2012 a noviembre de 2012 en un Centro de Salud de la Familia de Sobral-CE, con un grupo de hipertensos. Para recolección de datos, fue realizada entrevista, el test de Moriski-Green y de acciones educativas, siendo los datos analizados por de categorización temática. El proyecto de investigación fue aprobado por el Comité de Ética en Investigación, CAAE nº 11156213.6.0000.5053. Resultados: los resultados demuestran que los hipertensos presentan bajo grado de adhesión al tratamiento medicamentoso, siendo el olvido y el descuido del horario son los principales factores asociados a no adhesión adecuada al tratamiento medicamentoso. Conclusión: los resultados mostraron la necesidad de desarrollar acciones de promoción en salud para que los hipertensos tomen conciencia de la importancia de adherir adecuadamente a los regímenes terapéuticos. Descriptores: Hipertensión; Fármaco-terapia; Promoción en Salud; Cooperación del Paciente. 1 Discente, Graduação em Enfermagem, Universidade Estadual Vale do Acaraú/UVA. Sobral (CE), Brasil. E-mail: [email protected]; Discente, Graduação em Enfermagem, Universidade Estadual Vale do Acaraú/UVA. Sobral (CE), Brasil. E-mail: [email protected]; 3Discente, Graduação em Enfermagem, Universidade Estadual Vale do Acaraú/UVA. Sobral (CE), Brasil. Email: [email protected]; 4Discente, Graduação em Enfermagem, Universidade Estadual Vale do Acaraú/UVA. Sobral (CE), Brasil. E-mail: [email protected]; 5Discente, Graduação em Enfermagem, Universidade Estadual Vale do Acaraú/UVA. Sobral (CE), Brasil. E-mail: [email protected]; 6Enfermeira, Professora Mestre, Universidade Estadual Vale do Acaraú/UVA. Sobral (CE), Brasil. E-mail: [email protected] 2 Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 9(2):683-91, fev., 2015 683 ISSN: 1981-8963 Moura SLO, Silveira GM da, Feitoza MS et al. INTRODUÇÃO A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica de etiologia multifatorial, caracterizada por níveis ascendentes e resistentes da pressão arterial sistêmica (PAS).1 Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão, a HAS é definida como pressão arterial sistólica maior ou igual a 140 mmHg e uma pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 mmHg, conforme diagnóstico validado por aferições repetidas, sob condições adequadas, em indivíduos que não estejam fazendo uso de fármacos antihipertensivos.2 Estima-se que, no Brasil, há em torno de 17 milhões de pessoas com hipertensão, atingindo cerca de 35% da população a partir de 40 anos. É um fenômeno ascendente, cada vez mais precoce, que representa em sério problema de Saúde Pública no Brasil e no mundo.1 Além disso, isoladamente ou associada a outras comorbidades, tais como diabetes e dislipidemia, constitui-se um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares, explicando 40% das mortes por acidente vascular cerebral e 25% por doença arterial coronariana.3 A hipertensão arterial configura-se como um substancial fator de risco, à proporção que está associada a frequentes alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, predispondo o consequente desenvolvimento de doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral, doença vascular periférica, insuficiência renal e insuficiência cardíaca congestiva.1 Embora se trate de uma condição clínica de fácil diagnóstico e com diverso arsenal terapêutico, seu controle constitui-se um desafio aos pacientes em virtude das modificações imprescindíveis no estilo de vida; e aos profissionais de saúde, devido à necessidade de desenvolver estratégias com vistas a conduzir o indivíduo ao autocuidado e consequente adesão à terapêutica.4 O principal objetivo do tratamento antihipertensivo é a redução da morbidade e mortalidade das doenças cardiovasculares, aumentadas em decorrência dos altos níveis tensionais e de outros fatores agravantes. São utilizadas para o tratamento medidas não medicamentosas isoladas ou associadas a fármacos anti-hipertensivos.2 A adesão ao tratamento pode ser considerada como “o grau de cumprimento das medidas terapêuticas indicadas, sejam Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 9(2):683-91, fev., 2015 DOI: 10.5205/reuol.7028-60723-1-SM.0902201526 Adesão ao tratamento farmacológico da hipertensão... elas medicamentosas ou não, com o objetivo de manter a pressão arterial em níveis normais”.5 Nesse contexto, entende-se que existe adesão à terapia quando o comportamento do paciente coincide com a prescrição médica, tanto no aspecto farmacológico, quanto no comportamental, sendo considerada, portanto, uma medida de adaptação do paciente ao regime terapêutico. Apesar dos investimentos terapêuticos para o tratamento de doenças crônicas como hipertensão, evidencia-se um grande obstáculo, que se caracteriza como um problema secular: a falta de adesão à terapêutica, seja ela medicamentosa ou não6. Apesar da grande variedade e disponibilidade dos agentes anti-hipertensivos disponíveis para o tratamento da HAS, menos de 1/3 dos pacientes hipertensos adultos tem a sua pressão adequadamente controlada. A partir dos levantamentos anteriores sobre as consequências da não adesão ao tratamento, considera-se relevante esta pesquisa devido à possibilidade de determinar se há adesão ao tratamento anti-hipertensivo na comunidade e buscar identificar os fatores que estão associados a não adesão ao tratamento. Ante o exposto, pretende-se analisar a adesão ao tratamento farmacoterápico mediante ação com grupo de hipertensos. MÉTODO Trata-se de uma pesquisa–ação por se configurar como um instrumento valioso para a aplicabilidade científica à medida que procura unir a pesquisa à ação ou à prática, desenvolver o conhecimento e a compreensão como parte da prática.7 A pesquisa foi desenvolvida entre o período de março de 2012 a novembro de 2013, no Centro de Saúde da Família Alto da Brasília, localizado na Avenida da Universidade, s/n, no município de Sobral-CE, com dez hipertensos que pertencem à área de abrangência do Centro de Saúde da Família Alto da Brasília. A obtenção da relação dos hipertensos foi através dos sistemas de informação do referido CSF, tais como: Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (HIPERDIA); Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB); e fichas de aprazamentos. Para a composição da amostra, estabeleceram-se alguns critérios de inclusão dos hipertensos, os quais se intencionaram uma seleção condizente com a pretensão da pesquisa. Destes, referenciam-se os seguintes: diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica, confirmado no prontuário médico; estar 684 ISSN: 1981-8963 Moura SLO, Silveira GM da, Feitoza MS et al. cadastrado e em acompanhamento no Centro de Saúde da Família Alto da Brasília; estar em uso de fármacos anti-hipertensivos há pelo menos seis meses; dispor de capacidade cognitiva que permita compreender, verbalizar e responder as perguntas realizadas; e concordar em participar do estudo por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Para obtenção das informações que fundamentaram o desenvolver dessa pesquisa, realizou-se aplicação de dois instrumentos: uma entrevista estruturada, constituída de 22 questões subjetivas e de múltiplas escolhas, elaborada de acordo com as bases de referências bibliográficas sobre a temática estudada e os registros dos prontuários dos hipertensos, com o intento de caracterizar o grupo e investigar os fatores que predispõem a não adesão ao tratamento medicamentoso anti-hipertensivo; e o teste de Morisky-Green, constituído por quatro questões estruturadas e padronizadas, as quais visam identificar o grau de adesão à terapêutica farmacológica prescrita. Considerou-se relevante escolher o teste de Moriski-Green, por ser um instrumento de fácil aplicabilidade, composto por um número relativamente pequeno de questões, compreensíveis, que proporcionam avaliar a adesão à terapêutica medicamentosa, assim como a atitude do paciente em relação ao uso diário dos medicamentos.8-9 Entretanto, quando pelo menos uma das respostas é afirmativa, o paciente é classificado no grupo de baixo grau de adesão. Esta avaliação permite, também, discriminar se o comportamento de baixo grau de adesão é do tipo intencional ou não intencional, sendo, também, possível caracterizar pacientes portadores de ambos os tipos de 8-9 comportamento de baixa adesão. Ainda como requisito de coleta de dados, realizou-se o desenvolvimento de ações educativas com realização de oficinas, considerando, para a elaboração do planejamento destas, a contribuição e expectativa do grupo, sendo que os temas abordados foram delimitados pelo grupo de hipertensos; também foi promovido um encontro com todos os pesquisados, para avaliar, ante o processo do desenvolvimento da pesquisa, os conhecimentos adquiridos dos hipertensos em relação à adesão aos antihipertensivos farmacoterápicos, mediante um diálogo grupal e uma abordagem de forma individualizada, através de um roteiro de entrevista após as ações. Para a análise das informações obtidas na entrevista e nas ações de intervenções Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 9(2):683-91, fev., 2015 DOI: 10.5205/reuol.7028-60723-1-SM.0902201526 Adesão ao tratamento farmacológico da hipertensão... realizou-se um tratamento qualitativo dos dados, tomando como base a categorização temática, que operacionalmente se divide em três etapas: pré-análise; exploração do material; tratamento dos resultados obtidos e interpretação.10 No que se refere ao teste de Moriski-Green, as repostas foram demonstradas por quadro, classificando os hipertensos, de acordo com o grau de adesão, em duas variáveis: baixo grau de adesão e alto grau de adesão. Salienta-se que a pesquisa foi orientada a partir dos princípios éticos e legais – autonomia, justiça e equidade, beneficência e não maleficência - preconizados pela Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, com apresentação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), simbolizando a garantia do anonimato das respostas e autorização para a divulgação e publicação dos resultados, recebendo aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual Vale do Acaraú, em Sobral/CE, por meio do CAAE Nº 11156213.6.0000.5053. RESULTADOS E DISCUSSÃO Caracterização dos participantes Os integrantes que fizeram parte da amostra da pesquisa foram dez, do sexo feminino, com faixa etária de 40 a 77 anos, 8 (80%) casadas e 2 (20%) viúvas. Salienta-se que a amostra consta somente de sujeitos do sexo feminino devido ao fato deste grupo ser mais prevalente na unidade básica de saúde, visto que a população feminina procura mais os serviços de saúde, facilitando, dessa forma, um diagnóstico e um tratamento mais precoce. 11 Quanto à disposição das entrevistadas segundo a escolaridade, mostrou que tinham um baixo nível de instrução, sendo que 7(70%) só cursaram até o ensino fundamental, 2(20%) foram alfabetizadas e 1(10%) relatou nunca ter frequentado a escola. No que concerne ao estilo de vida, todas (100%) as entrevistadas referiram nunca ter fumado e ingerido bebida alcoólica, e relataram realizar regularmente algum tipo de atividade física, não foi atribuído a nenhuma o sedentarismo; 7(70%) alegaram consumir uma alimentação adequada (verduras, frutas, pouca ingestão de sódio e gorduras, entre outros), embora não regularmente; e 8(80%) disseram que gostam de viajar, dançar e se divertir, têm uma vida com lazer. Em relação à situação de saúde autoreferida, 9(90%) das entrevistadas referiram ser portadoras de outros problemas de saúde, 685 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.7028-60723-1-SM.0902201526 Moura SLO, Silveira GM da, Feitoza MS et al. Adesão ao tratamento farmacológico da hipertensão... além da HAS. Evidenciou-se a prevalência de diabetes e colesterol, em 80% e em 50% das hipertensas, respectivamente. Somente 2 (20%) referiram terem sido acometidas por problemas cardiovasculares. Hipertensão, pois a maior incidência dos valores da pressão arterial foi de 140 x 90 mmHg, entretanto, o preconizado pelas diretrizes como metas ideais a serem atingidas são valores equivalentes a 120 x 80 mmHg.2 Quanto aos problemas existentes na família, 8 participantes (80%) alegaram a existência de hipertensão e diabetes; 4(40%) de colesterol e 4(40%) de doenças cardiovasculares. No que concerne à frequência de aferição da pressão arterial, verifica-se, na tabela 1, que três (30%) referiram aferir a pressão toda semana, uma (10%) quinzenalmente, quatro (40%) uma vez por mês e apenas duas (20%) referiram que só aferem a pressão quando se lembram. Ante o exposto, verifica-se que a maioria são assíduas e comprometidas, atributos estes pertinentes a condutas condizentes com a eficiência no controle da pressão arterial. Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) Foi possível confirmar, por meio dos relatos das entrevistadas, que todas são portadoras de hipertensão, constando-se uma variação de cinco a vinte anos de período de adoecimento, visto que 3(30%) relataram serem portadoras de hipertensão há cinco anos, 2(20%) há seis anos, 2(20%) há oito anos, 1(10%) há dez anos, 1(10%) há dezesseis anos e 1(10%) há vinte anos. Entre as participantes entrevistadas, observou-se que o maior percentual dos valores da pressão arterial sistólica foram de 140 mmHg por 90 mmHg, sendo o valor máximo de 160 mmHg por 100 mmHg. Diante do exposto, afirma-se que o controle da pressão arterial não atingiu a meta recomendada pelas Diretrizes Brasileiras A V Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial recomenda que pacientes com níveis pressóricos iguais ou acima de 140 mmHg para a sistólica ou 90 mmHg para a diastólica tenham sua pressão arterial aferida a cada dois meses, no mínimo.3 Se 40% dos hipertensos estudados referem verificar a pressão arterial pelo menos uma vez ao mês, podemos supor que há uma boa adesão a esta recomendação na área estudada. Tabela 1. Distribuição dos hipertensos segundo verificação da PA de Unidade de Saúde da Família Alto da Brasília, Sobral, CE, 2013. Variável n Frequência de verificação de PA Semanalmente 3 1 a 3 vezes por mês 1 1 vezes por mês 4 Intervalo superior a um mês 2 Nunca Uso de medicamentos Quanto à utilização de medicamentos, todas as hipertensas entrevistadas referiram utilizar algum medicamento anti-hipertensivo para o controle da hipertensão arterial, dentre os quais houve uma variação de quatro fármacos: Captopril, Hidroclorotiazida, Propanol e Alodipina. Todos os fármacos antihipertensivos visam à redução dos valores pressóricos, no entanto, é necessário a associação de anti-hipertensivos, já que poucos hipertensos conseguem o controle ideal da pressão com um único agente terapêutico.12 Salienta-se que a maior parte dos participantes referiu nunca ter apresentado reação adversa com a utilização destes medicamentos. No referente ao horário da ingestão das medicações, os resultados apresentados na tabela 2 mostram que 4 (40%) das participantes avaliadas apresentam a ingestão medicamentosa sempre nos mesmos horários, enquanto 6 (60%), da amostra, referiram uso Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 9(2):683-91, fev., 2015 em área % 30% 10% 40% 20% da medicação prescrita, porém fora do horário recomendado. Nessa perspectiva, considera-se relevante que os profissionais de saúde do CSF Alto da Brasília desenvolvam estratégias que proporcionem uma modificação na atitude desses hipertensos, embora conscientes de que é prestado um devido acompanhamento aos indivíduos portadores dessa doença crônica. Pesquisa realizada com pessoas portadoras de HAS encontrou 67,7% dos participantes que, de alguma forma, não estavam seguindo corretamente o tratamento farmacológico, comprovando o baixo índice de adesão à terapêutica.13 Dessa forma, considera-se a falta de adesão à terapêutica medicamentosa um sério problema que pode prejudicar seu tratamento e até mesmo levar a consequências piores, como a morte. Falhas na adesão à terapia medicamentosa têm significado econômico e social na medida em que aumentam os índices de morbidade e mortalidade.14 686 ISSN: 1981-8963 Moura SLO, Silveira GM da, Feitoza MS et al. De acordo com evidenciado na tabela 2, os resultados quanto às orientações para tomada medicamentosa foram satisfatórios, logo que as 10 (100%) participantes relataram receber orientações dos médicos e enfermeiros durante as consultas, recebimentos de medicação na farmácia, palestras e ações do CSF. Apesar do alto índice de orientação em relação à tomada medicamentosa, não houve associação com o controle da pressão arterial, isso pode estar relacionado ao baixo nível de escolaridade, pois 3 (30%) das participantes são analfabetas e 7 (70%) das participantes tinham cursado, no máximo, até o 4º ano do primário. O grau de instrução vem sendo considerado um dos fatores determinantes da adesão terapêutica, e essa deficiência na formação escolar do grupo em estudo pode dificultar a assimilação das orientações recebidas e influenciar na percepção da gravidade da doença, levando à aquisição de informações incompletas sobre aspectos necessários para manter ou melhorar a qualidade de vida. No entanto, não se caracteriza como regra mudar os hábitos que são necessários para promover um controle eficaz da patologia, caso o indivíduo conheça a doença e como evitá-la.11 Algumas pessoas, por não compreenderem a linguagem técnica utilizada no momento da orientação médica sobre a terapêutica medicamentosa, recorrem à bula dos medicamentos para buscar informações, atitude que pode levá-las a interpretar a terapêutica a sua maneira ou a interromper o tratamento sem consultar o médico.15 Desta forma, é válido ressaltar a importância da utilização de métodos alternativos de aprendizado e comunicação, quando existe a detecção de falhas no entendimento dos idosos quanto ao uso de medicamentos prescritos. Cabe salientar que o profissional de saúde deve explicar a doença em si ao paciente e o porquê do uso de várias medicações concomitantemente. Na presente Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 9(2):683-91, fev., 2015 DOI: 10.5205/reuol.7028-60723-1-SM.0902201526 Adesão ao tratamento farmacológico da hipertensão... investigação, procurou-se relacionar ao controle da pressão arterial a algumas destas recomendações. Assim, enfatizam que tal situação deve ser alvo de atenção dos profissionais da área da saúde no planejamento da assistência.16 De acordo com o observado, na tabela 2, estão os resultados em relação ao local onde as hipertensas obtém os remédios para a Hipertensão Arterial Sistêmica, evidenciou-se que 9 (9%) das participantes avaliadas conseguem a medicação no posto de saúde e compram quando necessário e somente 1 (1%), da amostra, referiu conseguir a medicação em farmácia privada, mencionando que o custo do medicamento não tem sido motivo para o abandono do tratamento. Nessa perspectiva, constatou-se que um maior percentual demonstrou que recebem os medicamentos no Centro de Saúde da Família. No referente à disponibilidade dos medicamentos no Posto de Saúde, percebeuse que 7 (70%) das participantes declararam que sempre têm seus medicamentos na farmácia do Centro de Saúde da Família, 1 (1%) da amostra referiu que não tem e 2 (2%) das participantes referiram que só às vezes encontram seus medicamentos no CSF. Ante o exposto, afirma-se que o acesso aos remédios gratuitamente é satisfatório no CSF Alto da Brasília. (Tabela 2). A disponibilidade de medicamentos antihipertensivos nos serviços de saúde fornecidos aos pacientes é apontada como evento antecedente da adesão ao tratamento.17 A baixa disponibilidade de medicamentos essenciais nas unidades públicas de saúde penaliza predominantemente os indivíduos mais vulneráveis, os de menor renda, que geralmente dependem da distribuição gratuita de medicamentos pelo setor público como única alternativa de tratamento; além disso, a falta de medicamentos compromete a imagem dos serviços e pode ocasionar internações desnecessárias que oneram, ainda mais, o sistema de saúde.18 687 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.7028-60723-1-SM.0902201526 Moura SLO, Silveira GM da, Feitoza MS et al. Adesão ao tratamento farmacológico da hipertensão... Tabela 2. Participantes do estudo segundo adesão ao tratamento medicamentoso, Centro de Saúde da Família Alto da Brasília, Sobral-CE, 2013. Variável N % Tomada dos remédios sempre nos mesmos horários Sim 04 40% Às vezes 06 60% Não Orientações para tomada dos medicamentos Sim 10 100% Não Não lembro Tomada dos remédios para hipertensão arterial diariamente Sim, tomo todos os dias 09 90% Não, às vezes deixa de tomá-los 01 10% Onde consegue os remédios para a hipertensão arterial? Posto de saúde 09 90% Posto de saúde/farmácia privada Farmácia privada 01 10% Outros Sempre têm esses remédios no posto de saúde? Sim 07 70% Não 01 10% Às vezes 02 20% Ações governamentais relacionadas ao setor da assistência farmacêutica vêm sendo executadas no sentido de diminuir as discrepâncias sociais e econômicas para o acesso aos medicamentos. Em 2001, o Ministério da Saúde elaborou a Política Nacional de Medicamentos (PNM) com o objetivo de garantir a população o acesso aos medicamentos essenciais, sendo estruturada em três eixos principais: regulação sanitária, regulação econômica e assistência 19 farmacêutica. Com relação à atitude das hipertensas quando não há disponibilidade da medicação no CSF, verifica-se no quadro 3 que, das dez entrevistadas, 9 (90%) disseram que compram o medicamento e apenas uma (10%) relatou que espera os remédios chegarem. Nessa perspectiva, constatou-se que um maior percentual demonstrou um comportamento satisfatório em relação à consciência da necessidade de utilizar as drogas antihipertensivas. No referente ao acompanhamento e o incentivo por parte dos familiares ou amigos quanto ao uso dos remédios, os resultados apresentados na tabela 3 revelam que 6(60%) afirmaram que não recebem incentivos dos familiares, enquanto apenas 3(30%) revelaram que sim, evidenciando, dessa forma, que o sistema de apoio do ambiente de convivência oferecido aos hipertensos é insuficiente, um dos fatores que pode estar correlacionado com comportamentos negativos quanto a não adesão ao tratamento medicamentoso antihipertensivo. O envolvimento familiar é uma das propostas indispensáveis para o auxílio no tratamento da HAS. Além da participação dos membros no auxílio relacionado a mudanças de hábitos de vida, como a adesão do tratamento dietético. Ainda segundo os autores, mesmo com acompanhamento familiar, pode acontecer que a pressão não se mantenha controlada, gerando outras consequências, como a dependência física.20 Além disso, alguns autores afirmam que os familiares podem contribuir para que a adesão e implantação das terapias sejam aceitas pelos participantes, pois os familiares podem auxiliá-los a administrar os medicamentos, minimizando erros e reduzindo os fatores de risco para a não adesão.21 Tabela 3. Participantes do estudo segundo a falta de medicação no Centro de Saúde da Família e orientação na tomada de medicamentos, Sobral, CE, 2013. Variável nº % O que faz quando não tem medicação no posto Compra 9 90% Espera Chegar 1 10% Pedi emprestado Outros Orientação/ incentivo no uso dos medicamentos Sim 3 30% Não 7 70% Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 9(2):683-91, fev., 2015 688 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.7028-60723-1-SM.0902201526 Moura SLO, Silveira GM da, Feitoza MS et al. Adesão ao tratamento farmacológico da hipertensão... No atinente à percepção dos participantes da pesquisa quanto à importância de tomar a medicação para pressão alta, constatou-se que todos a consideram imprescindível no tratamento da HAS, no entanto, houve um diferencial em relação à justificativa dessa consideração, pois apenas 1(10%) referiu ser necessário para o controle; 2(20%) referiram ser essencial para evitar adoecimento; 2(20%) para contribuir com uma boa qualidade de vida; 3(30%) referiram ser relevante para a saúde e por aumentar expectativa de vida; e 1(10 %) aludiu à importância de tomar a medicação por atenuar os ricos ocasionados pela HAS. dos medicamentos, relacionavam-se com “não deixar de tomar os remédios mesmo sentindose mal” e “não deixar de tomar o remédio quando sentem-se bem”. No que concerne a atitudes negativas, constatou-se que 6(60 %) relacionavam-se ao “descuido quanto ao horário de tomar os remédios” e 50% ao “esquecimento de tomar os remédios”. Ante o exposto, afirma-se que o esquecimento e o descuido quanto ao horário são os principais fatores associados significativamente a não adesão adequadamente ao tratamento antihipertensivo medicamentoso. A distribuição dos hipertensos, no teste Morisky e Green, encontra-se disposta na tabela 4. Adesão ao tratamento farmacológico O esquecimento, neste estudo, como principal motivo da não adesão, é também relatado em outros trabalhos semelhantes. Este motivo é comum, especialmente porque os pacientes, muitas vezes, não agregam ao seu dia-a-dia a utilização dos medicamentos. Além disso, podem não ter sido devidamente orientados quanto a meios para minimizar os esquecimentos, como estratégias de local de armazenamento e horário das tomadas. De acordo com o preconizado no teste de Morisky, pode-se evidenciar, ao analisar a somatória dos pontos dos hipertensos, que 6(60%) apresentaram pontuação menor ou igual a três, enquanto 4(40%) exibiram uma pontuação igual a quatro. Nessa perspectiva, constata-se que o maior percentual dos hipertensos apresenta baixo grau de adesão. Ao realizar a avaliação das quatro questões do teste, foi possível verificar que 9(90%) dos resultados obtidos do total de hipertensos estudados, frente atitudes positivas à tomada Tabela 4. Distribuição dos hipertensos no teste Morisky Saúde da Família Alto da Brasília, Sobral-CE, 2013. Variável Esquece de tomar os remédios Sim Não Descuidado nos remédios Sim Não Sente bem, deixa de tomar o remédio Sim Não Sente mal, deixa de tomar o remédio Sim Não CONCLUSÃO A hipertensão, como a maioria das doenças crônicas, modifica o cotidiano dos indivíduos, ocasionando alterações no modo como estes indivíduos pensam, relacionam-se e agem. O auxílio no enfrentamento destas mudanças, especialmente o seu controle, transcende o individual. Nesse sentido, as equipes multiprofissionais, em especial as equipes de saúde da família, são peças fundamentais para a melhora dos índices de adesão ao tratamento anti-hipertensivo. Para que os hipertensos cumpram os regimes terapêuticos propostos é necessário que este, além da observância da orientação profissional, se adapte a novas situações, como a tomada diária de medicamentos e mudanças de hábitos de vida. Para isso, é Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 9(2):683-91, fev., 2015 e Green, Centro de N % 5 5 50% 50% 6 4 60% 40% 1 9 10% 90% 1 9 10% 90% importante que o hipertenso tenha envolvimento com todo o processo, desde o conhecimento da hipertensão arterial, passando pelo tratamento propriamente dito, e também o conhecimento dos benefícios do cumprimento da terapia a que foi submetido. É indiscutível a importância de estudos que forneçam informações sobre a adesão ao tratamento anti-hipertensivo. Assim sendo, os resultados deste estudo permitiram subsidiar os profissionais de saúde do Centro de Saúde da Família Alto da Brasília, na identificação de grupos mais vulneráveis a não adesão ao tratamento, de modo a implementarem políticas e práticas de saúde mais eficazes, além de contribuir para que outros estudos possam gerar mais conhecimento sobre todos os aspectos que envolvem a hipertensão arterial e a complexidade de seu controle. 689 ISSN: 1981-8963 Moura SLO, Silveira GM da, Feitoza MS et al. REFERÊNCIAS 1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Hipertensão arterial sistêmica para o Sistema Único de Saúde [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde 2006 [cited 2013 Mar 10];15:9-14. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/c aderno_atencao_basica15.pdf 2. Sociedade Brasileira de Cardiologia. Sociedade Brasileira de Hipertensão. Sociedade Brasileira de Nefrologia. 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