Policy Brief- Investimento e Inovação na Economica Chinesa

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BRICS POLICY CENTER – POLICY BRIEF
Investimento e Inovação na Economia Chinesa
Autores: José María Gómez, Alex Jobim, Paulo Chamon, Paula Sitonio, Sérgio Britto
Investimento e Inovação na Economia Chinesa
1. Introdução
crescente lugar dos processos de
Desde a abertura de sua economia
no final da década de 1970, a China
inovação nessa economia.
Dentro
desse
contexto,
este
tem ganhado importância enquanto
trabalho tem por finalidade analisar a
receptor de investimento estrangeiro
relação entre o IED e a inovação
direto
tecnológica
(IED)
dentro
da
economia
na
economia
chinesa,
mundial. Hoje, o país é o segundo
destacando o papel exercido por este
maior
tipo de investimento dentro de uma
destinatário
deste
tipo
de
investimentos no mundo, atrás apenas
estratégia
dos Estados Unidos. Nesse contexto,
ampla de desenvolvimento levada a
levantam-se
questões
cabo pelo núcleo dirigente do Estado
exercido
chinês. Este objetivo é desenvolvido
historicamente pelo IED no dinamismo
em três seções. Em primeiro lugar,
da
e,
apresenta-se um breve panorama das
na
dinâmicas de investimento estrangeiro
transformação da natureza de sua
direto na economia chinesa desde a
pauta
acerca
importantes
do
papel
economia
chinesa
contemporaneamente,
político-econômica
mais
fato,
se
sua abertura no final da década de
quanto
ao
1970. Busca-se apontar não somente a
investimento
importância bruta deste, como também
estrangeiro direto enquanto motor do
seu desenvolvimento histórico, suas
crescimento chinês, poucos disputam
principais fontes e sua distribuição
os dados econômicos e as políticas
dentro
institucionais que apontam para uma
destacando, notadamente, a mudança
tentativa
na
do perfil deste investimento nos últimos
economia chinesa em direção ao setor
dez anos diante de novos incentivos do
de
governo
econômica.
economistas
papel
discordam
exercido
pelo
mudança
serviços
De
e
de
estrutural
bens
de
alta
da
economia
central.
O
papel
tecnologia agregada. Nesse sentido, é
desempenhado
emblemática a mudança, ao longo da
estatal é analisado na segunda seção,
última década, da carteira de IED na
onde
China do setor secundário para o
abordagens
econômicas
sobre
a
terciário, assim como o papel exercido
importância
relativa
IED
na
pelas transferências de tecnologias no
economia
se
notadamente
pela
chinesa,
discute
e
ação
as
do
inovação
em
política
diferentes
chinesa,
função
dos
3 BRICS POLICY CENTER – POLICY BRIEF
Investimento e Inovação na Economia Chinesa
volumosos
investimentos
públicos
demais países BRICS, indicando não
Argumenta-se,
apenas um maior estoque de IED,
sucintamente, a necessidade de uma
como também uma expectativa de
abordagem
crescimento deste muito mais rápida
domésticos.
não-dicotômica
investimento
interno
e
entre
externo.
Finalmente, na terceira seção, destacaseo tema da regionalização do espaço
(ver tabela 2).
Tabela 1
Investimento Estrangeiro Direto (IED) na
China (US$ m.)*
econômico chinês, apontando como a
dinâmica apresentada não é distribuída
homogeneamente
pelo
território
nacional,
pelo
contrário,
sendo,
fragmentada em políticas flexíveis de
territorialização
que
internacionalmente
desregular
seu
46.878,00
203.142,00
2002
52.743,00
216.503,00
2003
53.505,00
228.371,00
sem
2004
60.630,00
245.467,00
político-
2005
72.406,00
272.094,00
2006
72.715,00
292.559,00
2007
83.521,00
327.087,00
2008
108.312,00
378.083,00
2009
95.000,00
473.083,00
2010
105.735,00
578.818,00
China
sistema
2001
inserir
buscam
a
ANO
Estoque do fluxo
de IED
Total (mercadorias e serviços)
Fluxo de IED
econômico.
2.Investimento Estrangeiro Direito
na China: um panorama
*Fonte: Informações coletadas no site da UNCTADStat:
http://unctadstat.unctad.org/TableViewer/tableView.aspx
A China é, há mais de uma
década, um dos principais destinos de
investimentos
diretos
no
Tabela 2
mundo
IED nos países BRICS em 2009 (US$ m.)
passando a ser, desde 2005, o maior
receptor
entre
os
países
em
desenvolvimento (NAUGHTON, 2007).
Atualmente, ocupa a segunda posição
entre os países que mais recebem IED
no mundo (UNCTAD, 2011). Os dados
*
Brasil
Rússia
Índia
China
África do Sul
Fluxo de
IED
30.44
15.9
22.46
95.00
5.69
Estoque do
fluxo de IED
400.8
109.02
163.95
473.08
116.96
Fonte: Investment Map
http://www.investmentmap.org/prioritySector.aspx
disponíveis apontam para o crescente
peso deste tipo de investimento no
país, atingindo, em 2010, um estoque
de US$ 578 milhões, com um fluxo de
aproximadamente US$ 105 milhões
(ver tabela 1). Estes valores são
superiores aos dados de todos os
A
entrada
de
Investimento
Estrangeiro Direto na China iniciou-se
em 1978, a partir da abertura da
economia ao fluxo internacional de
investimentos
(NAUGHTON,
2007).
Entretanto, apenas em 1992, com a
4 BRICS POLICY CENTER – POLICY BRIEF
Investimento e Inovação na Economia Chinesa
intensificação das reformas estruturais
retração em 2009 (como reflexo da
previstas
Xiaoping,
crise que atingiu o sistema econômico
configurou-se, de fato, um boom de
mundial em 2008), voltou a crescer
crescimento do IED. Com o ingresso
fortemente já em 2010.
por
Deng
do país na OMC, em 2001, este
No
âmbito
da
origem
destes
movimento foi intensificado e ampliado
investimentos, a análise dos dados
por meio de uma rápida transformação
disponíveis aponta para a importância
na estrutura organizacional chinesa,
das transferências regionais para o
ocasionada,
fluxo de IED na China. De fato, Taiwan,
principalmente,
pela
promulgação de uma série de políticas
Singapura
econômicas de teor liberalizante. Este
Kong,
fenômeno acabou por impactar tanto a
fontes de investimentos, com fluxos
natureza quanto a quantidade dos
crescentes
fluxos de IED, contribuindo para o
inclusive após a entrada da China na
crescimento da taxa de transferência
Organização
tecnológica estrangeira para o país. A
(OMC) (ver tabela 3).
partir
de
então,
investimentos
o
fluxo
apenas
e,
principalmente,
figuram
entre
ao
as
longo
Mundial
Hong
principais
dos
do
anos,
Comércio
de
aumentou,
momentos de oscilação da economia
mantendo-se
estável
mesmo
em
global; apesar de ter sofrido uma
Tabela 3
Investimento Estrangeiro Direto (IED) na China (US$ Bilhões)
2001 2002 2003 2004
Alemanha
0.92
Coréia do Sul
2.72
Estados
4.43 5.42
Unidos
Hong Kong 16.71 17.8
Ilhas Cayman
1.19
Ilhas Virgens
6.17
Britânicas
Japão
Samoa
Ocidental
Singapura
Taiwan
4.34
2.98
2005
2006 2007
2008
**
*
2009
**
2010
**
0.85
4.48
1.05
6.25
1.53
5.17
1.98
3.89
0.73
3.67
0.90
3.10
1.20
2.70
0.84
2.47
4.19
3.94
3.06
2.87
2.61
2.90
3.60
3.55
17.7 18.99 17.95 20.23 27.70
0.86 2.04 1.95
2.1
2.57
41.0
54.0
56.81
3.58
3.70
4.10
3.94
3.18
1.77
4.4
1.90
3.9
6.60
5.161
6.20
5.77
6.73
9.02
11.25 16.55
4.19
5.05
5.45
6.53
4.60
0.87
0.98
1.19
1.36
1.54
2.37
3.97
2.06
3.37
2.01
3.11
2.20
2.15
2.26
2.14
* Informações coletadas nos sites:
Invest in China <http://www.fdi.gov.cn/pub/FDI_EN/Statistics/AnnualStatisticsData/default.jsp>
MOFCOM <english.mofcom.gov.cn/aarticle/statistic/foreigninvestment/201101/20110107347870.html>
USCBC <https://www.uschina.org/info/forecast/2007/foreign-investment.html#table4 >
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Investimento e Inovação na Economia Chinesa
** Nesses anos, os investimentos através das Ilhas Cayman, Ilhas Virgens Britânicas e Samoa Ocidental
foram incorporadas aos seus investidores primários.
Entretanto, é importante destacar
que
tal
dinâmica
regional
é
entrada da China na OMC, a maior
parte
deste
capital
produtivo
indissociável do processo mais amplo
estrangeiro destinava-se ao setor de
de globalização. Isto porque, em um
manufaturas, principalmente aqueles
contexto
os
intensivos em trabalho. Nesse sentido,
investimentos advindos destes países
pontuamos a trajetória do IED na China
são parte de uma rede de produção
em duas fases distintas: uma primeira,
transnacional
na
de
produção
global,
complexa,
cujos
qual
tal
investimento
meandros escapam à análise dos
comprometido
fluxos bilaterais. Nesse sentido, o
estrutural da economia chinesa rumo à
papel
e
especialização no setor manufatureiro
Singapura é, em grande parte, de
(NAUGHTON 2007), e uma segunda,
intermediar o fluxo de investimentos
ligada ao objetivo do governo de
entre a China e os principais atores da
promover
economia global (BRESLIN, 2003).
estrutural
Ademais, parte dos valores indicados
intensivos
na tabela refere-se aos chamados
serviços1. Esta segunda fase seria
“investimentos reciclados” via Hong
caracterizada, especialmente, por um
Kong, ou seja, investimentos oriundos
deslocamento do principal destino do
de
IED
de
um
Hong
Kong,
processo
no
Taiwan
qual
atores
econômicos chineses investem
do
com
uma
em
uma
estava
nova
direção
em
mudança
mudança
a
tecnologia
setor
secundário
setores
e
de
para
o
em
terciário, movimento iniciado em 2002
Hong Kong (geralmente por meio de
e consolidado em 2008, quando a
uma empresa de fachada) para, então,
porcentagem do total de IED destinado
reinvestir na China, aproveitando o
ao
tratamento preferencial oferecido pelo
aquela
governo (BRESLIN, 2003). Segundo
manufatureiro (ver tabela 4).
setor
de
serviços
destinada
ultrapassou
ao
setor
Bhaskaran (2003), esta modalidade de
A importância estratégica do setor
investimento pode chegar a 25% do
terciário para o governo chinês é
total de IED advindo de Hong Kong.
revelada
O
destino
destes
importantes
econômica
na
política
de
de
setores
abertura
antes
fluxos de investimentos externos é,
protegidos, visando à atração de IED
ademais, de suma importância na
para
compreensão do papel do IED na
intensivos em tecnologias (WORLD
economia chinesa. De fato, até a
INVESTMENT REPORT, 2004). Tal
os
serviços
e
os
setores
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política resultou na expansão do fluxo
maior parte dos investimentos, fruto de
de investimentos destinado a estes
políticas permissivas ao fluxo de capital
Tabela 4
vindo de Hong Kong, Singapura e
Taiwan.
Investimento Estrangeiro Direto (IED) na
China (%)*
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Setor
Primário
1.87
1.84
1
0.86
1.11
1.10
Setor
Secundário
74.22
74.98
62
61.19
51.32
49.17
Ademais,
transparece
igualmente nos incentivos dados pelo
Setor
Terciário
23.91
23.18
37
37.95
47.58
49.73
governo para o direcionamento do IED
a determinados setores: serviços em
geral, setores intensivos em tecnologia
e pesquisa em desenvolvimento (P&D).
A seguir, voltamo-nos à discussão do
* Informações coletadas nos sites:
Invest in China:
http://www.fdi.gov.cn/pub/FDI_EN/Statistics/AnnualStatistic
sData/default.jsp
e BIICL:
http://www.biicl.org/files/2727_the_new_generation_of_chin
ese_bits_and_investment_arbitration_updated.pdf
papel empenhado por esta atuação do
governo na consolidação do lugar dos
investimentos
diretos
na
economia
chinesa.
setores. Nesse sentido, observamos
que entre os anos de 2003 e 2009 as
3.Investimento Estrangeiro Direto e
cifras
Políticas
de
IED
cresceram
aproximadamente 300% nos serviços
ligados à computação e softwares,
375% nos serviços empresariais, 545%
nas pesquisas científicas e serviços
tecnológicos e 7100% nos serviços
financeiros; alternativamente, registrase um aumento de apenas 134% no
setor manufatureiro2.
configurou, desde as reformas de
1978, uma importante ferramenta para
setores
estratégicos
da
economia chinesa. Este fluxo de IED,
localizado hoje entre os maiores do
mundo,
é
indissociável
da
hábil
atuação do Estado no âmbito da
formulação de políticas voltadas ao seu
direcionamento.
Este
processo
é
na
Economia Chinesa
A literatura sobre o modelo de
desenvolvimento chinês apresenta esta
discussão a partir do debate entre duas
importantes correntes que divergem no
tocante à origem do dinamismo da
economia
do
encontram-se
Portanto, conclui-se que o IED
dinamizar
Governamentais
país.
De
aqueles
um
lado,
economistas
(aqui cunhados, de forma abrangente,
de “liberais”) que enfatizam o papel
fundamental desempenhado pelo IED
para o aumento da participação da
China no mercado internacional, visto
como o motor das altas taxas de
crescimento obtidas3. Alternativamente,
outros economistas (chamados aqui de
“desenvolvimentistas”4)
destacam
a
participação do Estado (local e central)
evidenciado na origem regional da
4 BRICS POLICY CENTER – POLICY BRIEF
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e
do
investimento
na
em tecnologia (LIN et al, 2009); e a
abertura gradual da economia, de
transferência de tecnologia e know-
modo a que fosse possível garantir
how de forma vertical da empresa
certa
estrangeira para empresas domésticas
autonomia
doméstico
ao
processo
de
5
desenvolvimento chinês .
(CHEUNG & LIN, 2004).
Este debate é reproduzido na
Os desenvolvimentistas, por sua
temática da inovação tecnológica, onde
vez, destacam o papel desempenhado
o
pelo investimento interno na promoção
debate
entre
desenvolvimentistas
liberais
é
e
fundamental.
de
pesquisa
em
Para os primeiros, a importância do
(P&D),
investimento
parques industriais. Para estes autores
externo
na
formação
educação
desenvolvimento
qualidade
o
despeito da diminuta importância de
investimentos domésticos sobre o PIB
suas cifras absolutas em relação a
nacional é muito maior do que o
outros tipos de investimentos –, dado
promovido
que constitui, desde o final da década
2010), notadamente devido ao seu
de 1970, a principal forma de acesso
maior
do capital global à China (NAUGHTON,
argumenta-se que por conta da sua
2007). Ademais, destacam os efeitos
elevada taxa de poupança, a China
de spillover que o IED pode promover,
seria menos dependente do fluxo de
possibilitando a alteração do perfil
IED
econômico
economias
incorporação
país
de
por
meio
pelo
volume.
do
que
a
em
IED
destes
(BARDHAN,
Nesse
maior
sentido,
parte
das
desenvolvimento
mais
(NAUGHTON, 2007), o mesmo sendo
avançadas na produção. Estes autores
responsável, no seu ápice, por apenas
apontam diversas possibilidades para a
11,8% do investimento total em ativos
ocorrência
a
fixos (NOGUEIRA, 2011). Ademais,
redução dos custos de inovação por
tais autores argumentam que o IED
parte
à
pode gerar não um efeito de spillover,
medida que as mesmas passam a
mas sim de crowding-out: o aumento
“imitar”
de
do
de
tecnologias
da
resultante
e
bruta de capital é fundamental – a
do
impacto
de
spillover
empresas
as
empresas
effect:
domésticas
estrangeiras
intensidade
da
competição
(engenharia reversa); a contratação de
prejudicaria as empresas nacionais ao
mão-de-obra treinada pela empresa
aumentar seus custos fixos (por conta
estrangeira por empresas locais; o
da
incentivo
técnicas
à
inovação
nas
firmas
domésticas em função da competição
busca
de
reestruturação
das
de
produção
de
gerenciamento) ao mesmo tempo em
com empresas estrangeiras intensivas
5 BRICS POLICY CENTER – POLICY BRIEF
Investimento e Inovação na Economia Chinesa
que diminui seu volume de vendas (LIN
2010). Ademais, argumentamos que o
et al, 2009).
efeito de spillover do IED sobre a
Apesar
de
contribuição
correntes,
de
reconhecer
cada
uma
argumentamos
tomadas
como
a
economia doméstica (enfatizado pelos
destas
liberais) não poderia ocorrer se não
que,
se
fosse combinado a uma infraestrutura
mutuamente
doméstica
perspectivas
governamentais. Em outras palavras,
deixam escapar parte da complexidade
apesar de possuir um papel central no
do
da
acesso a novas tecnologias, o IED não
chinesa.
geraria inovação doméstica de forma
Nesse sentido, destacamos a relação
direta: faz-se necessária uma atuação
específica estabelecida entre o papel
governamental específica para fazer
do IED e do investimento doméstico na
com que a absorção de tecnologia –
economia chinesa como fundamental
trazida pelo investimento externo –
para
seja possível (CHEN, 2007).
excludentes,
estas
processo
capacidade
o
de
de
evolução
inovação
aumento
da
capacidade
fruto
dos
investimentos
inovativa observado nos últimos anos.
Nesse sentido, o desenvolvimento
Assim, uma abordagem excludente
de instituições e incentivos voltados
desta temática esconde a relação de
especificamente à inovação no âmbito
complementaridade
do processo produtivo mostra-se uma
e
dependência
entre os dois tipos de investimentos.
questão
central
no
processo
de
Em primeiro lugar, a entrada de
incorporação de tecnologias à pauta
capitais sob a forma de investimentos
econômica chinesa. Por um lado, estes
produtivos é, fundamentalmente, uma
se voltam à inovação endógena, ou
função dos incentivos domésticos em
seja,
favor deste fluxo. No caso chinês,
internos à economia chinesa (e.g.
evidencia-se que, no momento de
recompensas
maior
àqueles
abertura
(inclusive
com
a
aos
processos
aos
que
de
inovação
inovadores
empregam
tecnologias
Especiais), já havia sido construída
produção). Por outro lado, e talvez de
uma estrutura com a finalidade de
forma
atrair o investimento produtivo externo
estímulos
para o país, sustentando a afirmação
constituição de uma estrutura técnica e
de que o IED foi atraído para a China
institucional que não somente atraia o
através
capital
grandes
investimentos
mais
seu
novas
implementação das Zonas Econômicas
de
em
e
processo
fundamental,
são
estrangeiro,
estes
essenciais
como
de
na
também
domésticos em setores estratégicos
capacite a economia doméstica a
(NAUGHTON,
absorver os benefícios oriundos dos
2007;
BARDHAN,
6 BRICS POLICY CENTER – POLICY BRIEF
Investimento e Inovação na Economia Chinesa
efeitos de spillover das inovações
livremente
para
outras
empresas
tecnológicas ligadas ao IED.
dentro da própria EPZ ou em outras
No que diz respeito aos incentivos
EPZs. Essa seria uma característica
promovidos pelo governo chinês para a
fundamental, já que, dessa forma, tais
atração do IED em prol de uma
zonas, como aquela que foi instalada
estratégia
desenvolvimento
em Kunshan, passavam a atender à
nacional, nos serve como exemplo o
demanda por pronta-entrega, central
caso de Kunshan, uma cidade na
em
região de Suzhou, próximo a Shangai.
tecnologia e Tecnologia da Informação
Kunshan passou, a partir de uma
(CHIEN & ZHAO, 2008).
de
iniciativa governamental de atração de
grandes
fluxos
de
IED,
por
um
casos
de
produtos
de
alta
Ademais, também se destaca a
relevância da construção de canais
profundo processo de transformação. A
para
forte
completa
investidores e os governos locais.
pauta
Estes possibilitam aos líderes locais o
econômica transparecem no índice de
aprendizado de técnicas e estratégias
participação
de desenvolvimento para o ambiente
urbanização
reestruturação
e
de
sua
da
agricultura
no
maior
contato
negócio
local,
entre
através
os
orçamento da cidade, que caiu de 50%
de
na década de 1970 para 1.4% em 2005
transferência
(CHIEN & ZHAO, 2008).
estrangeiras de desenvolvimento. No
de
da
experiências
Tal desenvolvimento da região de
caso de Kunshan, tais canais foram
Kunshan deu-se por meio da criação,
desenvolvidos pelo governo local por
por parte do governo chinês, de canais
meio
institucionais que não visavam apenas
discussão acerca do desenvolvimento
atrair
e
regional, os quais contavam com os
principalmente, utilizá-lo como uma
principais investidores da região sob o
ferramenta para a modernização e
papel de consultores (CHIEN & ZHAO,
transformação da economia local. A
2008).
IED,
principal
mas
também,
criação
de
fóruns
de
institucional
Dessa forma, percebe-se que, tal
utilizada na região foi a criação de uma
qual demonstra o caso de Kunshan,
Export Processing Zone (EPZ), que,
faz-se necessária, para a compreensão
além
da utilização e expansão do IED no
de
ferramenta
da
prover
facilidades
para
depósitos bancários e estar submetida
contexto
a menos impostos (maior isenção),
desenvolvimento chinês, a elaboração
permite às empresas pertencentes à
de uma perspectiva que destaque a
zona
dinâmica
transferirem
mercadorias
do
modelo
complementar
de
dos
7 BRICS POLICY CENTER – POLICY BRIEF
Investimento e Inovação na Economia Chinesa
investimentos
domésticos
e
gerada por esta estratégia político-
estrangeiros.
econômica. Dessa forma, o gráfico
4. Regionalização do IED na China
apresenta
uma
retração
da
O grande crescimento dos fluxos
participação das províncias da costa
de IED apresentado, apesar de central
sudeste no PIB nacional, em contraste
para
inserção
com o crescimento da participação de
não
foi
outras regiões, notadamente, a região
acompanhado por uma equivalência
do delta do rio Changjiang e a das
distributiva dos mesmos pelas diversas
cinco províncias centrais.
o
crescimento
internacional
da
e
China,
regiões do país. De fato, as políticas
Essas
regiões
possuem
governamentais de promoção do IED,
diferenças entre si: enquanto a costa
apontadas como centrais ao processo
sudeste vem sendo, desde o início das
inovativo, atuaram, desde o início do
reformas de 1979, a principal força
processo de abertura, visando delimitar
motriz do desenvolvimento nacional à
o desenvolvimento áreas específicas,
medida que apresenta uma grande
notadamente a região costeira. Esta
concentração de indústrias do setor de
escolha
manufaturas,
por
dinamizar
o
país
notadamente
em
regionalmente buscava consolidar o
Guangdong (NAUGHTON, 2006), a
modelo
econômico
região do delta do rio Changjiang
beneficiando-se de ganhos de escala e
(região de Shangai e Kunshan) vem se
maior
de
afirmando como um vetor central para
abertura, para que, em um segundo
a atual migração da pauta econômica
momento, o mesmo pudesse espalhar-
do país para os setores intensivos em
se por todo o território (NAUGHTON,
tecnologia e serviços, e figura como o
2007). Este objetivo foi alcançado, em
principal
grande medida, pelo processo de
(CHIEN & ZHAO, 2008). Por sua vez, a
organização flexível do território chinês
região das cinco províncias centrais
como
desenvolvimento
vem sendo dinamizada de acordo com
estatal, permitindo a criação de zonas
os princípios da política Go West, uma
econômicas e políticas de exceção
iniciativa do governo central.
de
crescimento
controle
plano
do
de
processo
pólo
tecnológico
chinês
responsáveis tanto pela propagação de
Assim, podemos perceber como a
redes econômicas pelo país como pela
variação da participação das diversas
fomentação de uma maior integração
regiões chinesas no PIB nacional,
política (ONG, 2004). O gráfico 1 a
apresentada no gráfico 1, evidencia a
seguir ilustra a defasagem de IED
recente transformação do modelo de
entre as diversas províncias chinesas
crescimento
chinês,
apontando
a
8 BRICS POLICY CENTER – POLICY BRIEF
Investimento e Inovação na Economia Chinesa
relativa redução da centralidade da
Econômicas Especiais são espaços
costa
de
que usufruem de uma série de políticas
“novos” setores econômicos, nos quais
(tais como isenção de impostos e
se destaca a participação da região do
menores
delta do rio Changjiang. Da mesma
voltadas
forma,
estrangeiro
sudeste
o
chinesa
gráfico
diante
apresenta
outra
proteções
a
trabalhistas)
incentivar
a
o
montar
capital
fábricas
e
tendência recente: a migração para o
indústrias que produzam itens para a
oeste,
de
exportação, qualifiquem trabalhadores
províncias até então à margem do
e facilitem a transferência tecnológica.
processo de modernização pelo qual o
Assim, são criadas áreas nas quais o
país vem passando desde o final da
IED
década de 1970.
entrada
visando
à
dinamização
possui
no
grandes
país
incentivos
sem
que
à
este
A criação de Zonas Econômicas
acréscimo na sua capacidade de lucro
Especiais e de Regiões Administrativas
desestabilize a economia como um
Especiais
todo
a
esta
político-econômica
de
desregulada. Por sua vez, as Regiões
reorganização do território por meio da
Administrativas Especiais permitiram
liberalização de regiões previamente
que
estratégia
foi
fundamental
por
Hong
meio
da
Kong
liberalização
e
Macau
escolhidas (ONG, 2004). As Zonas
Gráfico 1: Distribuição do IED por regiões na China, 1985-2002
9 BRICS POLICY CENTER – POLICY BRIEF
Investimento e Inovação na Economia Chinesa
Fonte: NBS. China Statistical Yearbook (1985-2002)
retornassem à órbita de soberania
Os investimentos ao estímulo à
chinesa, mantendo, entretanto, suas
entrada
características liberais e democráticas.
investimento estrangeiro direto no setor
A ocorrência destas “exceções legais”
manufatureiro
dentro do território da China faz parte
responsáveis
da estratégia nacional “um país, dois
desenvolvimento
sistemas”, proposta por Deng Xiaoping
físicas, educacionais e de pesquisa
na década de 1980 (HUANG, 2004). A
voltadas tanto para a instalação de
seleção de regiões de maior potencial
transnacionais
exportador
com
tecnologia como para a criação de
grandes centros (como Hong Kong)
centros internacionais de pesquisa e
para
desenvolvimento.
o
e
a
proximidade
estabelecimento
destes
e
concentração
foram
por
igualmente
impulsionar
de
de
o
infraestruturas
intensivas
Estes
historicamente
governo inserir o país no mercado
estrangeiras e focados na adaptação
internacional, ao mesmo tempo em que
de tecnologias para o mercado chinês,
conservava
têm
organização
6
administrativa da China .
político-
apresentado
a
centros,
territórios diferenciados permitiu ao
a
filiados
em
uma
empresas
tendência
crescente ao estabelecimento de joint
ventures de pesquisa, que contam com
4 BRICS POLICY CENTER – POLICY BRIEF
Investimento e Inovação na Economia Chinesa
a
participação
de
e
transferência de tecnologia. Porém,
Estes
devido ao modelo de territorialização
núcleos têm se concentrado cada vez
chinês, este spillover é restrito ao
mais no desenvolvimento de avanços
âmbito regional, já que a capacidade
tecnológicos relacionados à rede de
de converter a tecnologia adquirida em
inovações
global.
novos produtos, serviços e processos é
dinâmica
altamente dependente da presença de
regionalizada do IED, estes centros
bases tecnológicas e de mão-de-obra
concentram-se
qualificada
pesquisadores
instituições
nacionais.
do
mercado
Acompanhando
a
também
na
região
(CHEN,
2007).
Estes
costeira. Ao final de 2004, 189 centros
fatores, como vimos, encontram-se
localizavam-se em Beijing, sendo 60%
majoritariamente
relacionados
a
regiões seletas da China, notadamente
transnacionais
intensivas
indústrias
em
tecnologia. Em Shangai, mais de 140
núcleos foram estabelecidos. Ainda, as
regiões
de
Guangdong
e
Jiangsu
possuem cerca 100 centros, estando
em terceiro lugar no desenvolvimento
de tecnologia científica no país.
Como
visto
estabelecimento
tende
a
gerar
anteriormente,
de
Beijing
e
Shangai
em
(UNCTAD,
2005).
Se a dinâmica de regionalização
do IED beneficiou historicamente as
regiões costeiras, a partir de 2007, a
taxa de crescimento dos investimentos
estrangeiros nas regiões do interior da
o
China ultrapassou a da região costeira.
transnacionais
Este fato deve-se, em grande medida,
de
à diretriz “Go West” introduzida pelo
processos inovativos aproveitado pelas
governo central na década anterior.
firmas chinesas devido às políticas
Estas políticas, além de incentivarem o
governamentais
um
em
concentrados
de
spillover
incentivo
à
Mapa 1: Centros de P&D filiados a empresas estrangeiras na China, 2004.
4 BRICS POLICY CENTER – POLICY BRIEF
Investimento e Inovação na Economia Chinesa
Fonte: UNCTAD, World Investment Report, 2005
4 BRICS POLICY CENTER – POLICY BRIEF
Investimento e Inovação na Economia Chinesa
rápido
desenvolvimento
de
transferência
de
tecnologia
e
as
infraestrutura, ofereceram facilidades
exportações. Tal política indica uma
fiscais para a instalação de IED nestas
ação estatal pragmática no sentido de
regiões,
lançar mão de recursos externos para
buscando
crescimento
promover
econômico
interioranas.
o
nas
áreas
impulsionar
a
estes
econômico do país e certamente tem
Associado
o
desenvolvimento
incentivos, os altos custos de produção
contribuído
para
das áreas costeiras têm redirecionado
participação
dos
as atividades das multinacionais para
intensidade tecnológica na pauta de
as regiões leste e central (UNCTAD,
exportações chinesa (OLIVEIRA et al.,
2009).
ser
2010). O desempenho exportador, por
novo
sua vez, é fundamental para garantir
Este
percebido
movimento
como
desdobramento
da
pode
um
estratégia
de
os
recursos
aumentar
bens
a
de
necessários
alta
para
as
desenvolvimento do governo chinês,
importações
que agora busca levar o sucesso de
necessidades
sua política de territorialização para o
utilização
restante do país.
domésticos e externos (no caso desse
Gráfico 1: Taxa de crescimento do IED
nas três regiões da China, 2006-2008.
estudo,
associadas
de
crescimento.
planejada
o
IED)
preferencialmente
às
de
deve
A
recursos
ser
vista
como
uma
estratégia integrada de maximização
do desenvolvimento. Sendo assim, a
importância de ambos fatores não
pode ser reduzida a sua expressão
meramente quantitativa. Mais que isso,
possuem funções que conjuntamente
possibilitam
sustentado
o
rápido
exibido
crescimento
pela
economia
chinesa nas últimas décadas.
Fonte: Ministério do Comércio da China apud
UNCTAD, World Investment Report, 2009.
6. Referências
5. Considerações Finais
A China tem exercido uma política
clara de estímulo ao investimento
estrangeiro direto tendo em vista a
BARDHAN, P. Awakening Giants,
Feet of Clay. Princeton: Princeton
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Investimento e Inovação na Economia Chinesa
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2004 e nas políticas de abertura previstas
na adesão à OMC.
2
Invest in china:
http://www.fdi.gov.cn/pub/FDI_EN/Statisstic
s/AnnuelStatisticsDefault.jsp
MOFCOM:
english.mofcom.gov.cn/aarticle/statistic/fore
igninvestment/21101/20110107347870.htm
o
Deloitte:
http://www.deloitte.com/assets/DcomUnited
States/Local%20Assets/Documents/us_csg
_KeepingPaceWithChina_091709.pdf
3
Para maiores informações acerca dessa
corrente, ver SHARMA, 2009.
4
A nomenclatura de “liberais” e
“desenvolvimentistas” é utilizada aqui de
forma pouco sistemática e apenas
indicativa de uma posição mais próxima ao
conceito de liberalização e outra mais
ligada à idéia de políticas estatais de
incentivo ao desenvolvimento. O objetivo
não é o de rotular autores ou enquadrar a
discussão dentro das posições ideológicas
do liberalismo e do desenvolvimentismo.
5
Para maiores informações acerca dessa
corrente, ver: BARDHAN, 2010.
6
Quatro fases de políticas foram
implementadas
após
as
reformas
introduzidas por Deng Xiaoping. As três
primeiras, compreendidas entre 1979 e
1995, foram responsáveis pela criação das
Zonas Econômicas Especiais e pelo
crescimento gradual da permissividade
(tanto
política-administrativa
quanto
jurídica) de certos tipos de IED,
notadamente
aqueles
que
melhor
beneficiavam as indústrias exportadoras e
de maior teor tecnológico agregado. A
última, por sua vez, simbolizou tanto a
maior preocupação do governo com a
região Centro-Oeste quanto a maior
flexibilização das normas de entrada de
IED no país, principalmente no setor de
serviços.
Estas
decisões
foram
impulsionadas pela eclosão da crise
asiática de 1999 e pela entrada da China
na OMC em 2001. Para maiores
informações, ver: HUANG, J.T et al. Policy
Implication of Uneven Distribution of FDI
among China’s Regions and Industries.
Taiwan: National Chengchi University
press; 2004.
1
Tais intenções são explicitadas no
Foreing Investment Industry Catalogue de
5 
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