Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 TAÍSA CARLA REINERT USO DE CORRENTES POLARIZADAS (DIADINÂMICAS DE BERNARD) PARA REDUÇÃO DE EDEMA EM LESÕES TRAUMÁTICAS AGUDAS INDUZIDAS DE RATOS CASCAVEL 2004 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 TAÍSA CARLA REINERT USO DE CORRENTES POLARIZADAS (DIADINÂMICAS DE BERNARD) PARA REDUÇÃO DE EDEMA EM LESÕES TRAUMÁTICAS AGUDAS INDUZIDAS DE RATOS Trabalho de Conclusão de curso de Fisioterapia do Ciências Biológicas e da Universidade Estadual do Paraná – campus Cascavel. Curso Centro Saúde Oeste do de da do Orientador: Prof. Gladson Ricardo Flor Bertolini. CASCAVEL 2004 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 TERMO DE APROVAÇÃO TAÍSA CARLA REINERT USO DE CORRENTES POLARIZADAS (DIADINÂMICAS DE BERNARD) PARA REDUÇÃO DE EDEMA EM LESÕES TRAUMÁTICAS AGUDAS INDUZIDAS DE RATOS Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para a obtenção do título graduado em Fisioterapia, na Universidade Estadual do Oeste do Paraná. ............................................................................................. Orientador: Prof. Ms. Gladson Ricardo Flor Bertolini Colegiado de Fisioterapia – UNIOESTE ............................................................................................. Prof. Alberito Rodrigo de Carvalho Colegiado de Fisioterapia – UNIOESTE .............................................................................................. Prof. Eduardo Alexandre Loth Colegiado de Fisioterapia – UNIOESTE Cascavel, 09/02/04 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 iii DEDICATÓRIA Aos meus pais, Plácido e Avani Reinert, as minhas irmãs, Alessandra e Graciele, e sobrinhos, Gustavo e Aline, com todo amor e gratidão. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 iv AGRADECIMENTOS A Deus, por toda luz e coragem nos momentos de aflição. A minha mãe, pela confiança e amor sem igual. A meu pai, pelas críticas que sempre incentivaram meu crescimento e por todo sacrifício feito em meu nome. A Fernando Cézar Henrique Nascimento Siqueira, pela colaboração na realização do experimento e pela companhia de todas as horas. A Gladson Ricardo Flor Bertolini, por todo auxílio, paciência e conhecimento compartilhado. A Cecéu, pela companhia principalmente nos momentos difíceis. Aos animais sacrificados durante o experimento, pela colaboração à Ciência. A todos que, de uma forma ou de outra, auxiliaram para realização deste trabalho. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 v “O choro pode durar uma noite inteira, mas a alegria vem pela manhã” Salmo 30.5 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 vi SUMÁRIO LISTA DE ILUSTRAÇÕES...................................................................................... RESUMO.................................................................................................................. ABSTRACT.............................................................................................................. 1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 1.1 JUSTIFICATIVA................................................................................................. 1.2 BREVE REVISÃO SOBRE EDEMA TRAUMÁTICO E FORMAS DE REDUÇÃO............................................................................................................... 1.3 OBJETIVOS....................................................................................................... 2 DESENVOLVIMENTO.......................................................................................... 2.1 EDEMA.............................................................................................................. 2.1.1 PROCESSO INFLAMATÓRIO........................................................................ 2.1.2 LESÃO TRAUMÁTICA.................................................................................... 2.1.2.1 Resposta celular.......................................................................................... 2.1.2.2 Reação vascular.......................................................................................... 2.1.2.3 Mediadores químicos................................................................................... 2.1.3 HIPÓXIA SECUNDÁRIA................................................................................. 2.1.4 EXSUDATO.................................................................................................... 2.1.5 SISTEMA DE DRENAGEM............................................................................ 2.1.6 TRATAMENTO............................................................................................... 2.1.6.1 Gelo............................................................................................................. 2.1.6.2 Compressão................................................................................................. 2.1.6.3 Elevação...................................................................................................... 2.2 DIADINÂMICAS DE BERNARD........................................................................ 2.2.1 DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS.............................................................. 2.2.2 EFEITOS TERAPÊUTICOS............................................................................ 2.2.3 POLARIDADE................................................................................................. 2.2.3.1 Efeitos químicos........................................................................................... 2.2.3.2 Facilidade de excitação do tecido excitável................................................. 2.2.3.3 Direção do fluxo da corrente........................................................................ 2.2.4 ELETRODOS.................................................................................................. 2.2.5 CUIDADOS E CONTRA-INDICAÇÕES.......................................................... 2.2.6 FORMAS DE CORRENTES........................................................................... 2.2.6.1 Monofásica fixa............................................................................................ 2.2.6.2 Difásica fixa.................................................................................................. 2.2.6.3 Curto período............................................................................................... 2.2.6.4 Longo período.............................................................................................. 2.2.6.5 Ritmo sincopado.......................................................................................... 3 METODOLOGIA................................................................................................... 3.1 LOCAL............................................................................................................... 3.2 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................. 4 RESULTADOS..................................................................................................... 4.1 PÓLO NEGATIVO............................................................................................. 4.2 PÓLO POSITIVO............................................................................................... 4.3 CONTROLE....................................................................................................... 5 DISCUSSÃO......................................................................................................... viii ix x 1 1 1 5 6 6 6 8 8 9 10 10 12 13 15 15 18 20 21 21 22 23 23 24 24 25 26 26 27 28 29 29 30 32 32 32 36 36 37 39 41 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 vii 6 CONCLUSÃO....................................................................................................... REFERÊNCIAS....................................................................................................... 46 47 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 viii LISTA DE ILUSTRAÇÕES 1 FÓRMULAS 1.1 FÓRMULA 1 – Componentes da pressão de filtração capilar........................... 2 FIGURAS 2.1 FIGURA 1 – Corrente monofásica fixa............................................................... 2.2 FIGURA 2 – Corrente difásica fixa..................................................................... 2.3 FIGURA 3 – Corrente curto período................................................................... 2.4 FIGURA 4 – Corrente longo período.................................................................. 2.5 FIGURA 5 – Corrente ritmo sincopado.............................................................. 2.6 FIGURA 6 – Base galvânica.............................................................................. 2.7 FIGURA 7 – Modelo do Diadinâmicas utilizado no experimento....................... 2.8 FIGURA 8 – Método de mensuração................................................................. 2.9 FIGURA 9 – Equipamento para produção da lesão........................................... 2.10 FIGURA 10 – Método de aplicação das correntes........................................... 3 TABELAS 3.1 PÓLO NEGATIVO 3.1.1 TABELA 1 – Valores de deslocamento de água da hidropletismografia......... 3.2 PÓLO POSITIVO 3.2.1 TABELA 2 – Valores de deslocamento de água da hidropletismografia......... 3.3 CONTROLE 3.3.1 TABELA 3 – Valores de deslocamento de água da hidropletismografia......... 4 GRÁFICOS 4.1 PÓLO NEGATIVO 4.1.1 GRÁFICO 1 – Valores de deslocamento de água da hidropletismografia...... 4.2 PÓLO POSITIVO 4.2.2 GRÁFICO 2 – Valores de deslocamento de água da hidropletismografia...... 4.3 CONTROLE 4.3.1 GRÁFICO 3 – Valores de deslocamento de água da hidropletismografia...... 13 27 28 29 30 30 31 33 33 34 35 37 38 40 37 39 40 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 ix RESUMO A lesão traumática desencadeia um processo inflamatório de reparo, cuja principal evidência é o edema resultante do acúmulo de líquido no local da lesão decorrente de uma série de reações vasculares. Existem várias maneiras de se tratar o edema, dentre as quais destacam-se o gelo, compressão, elevação e estimulação elétrica. As Diadinâmicas de Bernard, como correntes polarizadas, exercem efeitos importantes na redução dos processos exsudativos. Conforme a literatura, o pólo positivo seria muito eficaz para tal fim através do fenômeno da endosmose, dentre outros. O trabalho em questão teve como objetivo verificar os efeitos das Diadinâmicas de Bernard em processos exsudativos agudos resultantes de lesões traumáticas induzidas em patas de ratos, variando-se os eletrodos. Observou-se uma tendência (p=0,378) em reduzir-se o edema quando aplicado o pólo positivo das Diadinâmicas como eletrodo ativo e, com o passar do tempo, uma estabilização do processo (p=1). O mesmo não ocorreu tanto com os animais do grupo controle quanto com os que receberam aplicação do pólo negativo, verificando-se um aumento no grau de edema de ambos, sendo que, nos animais que receberam a aplicação do pólo negativo, o edema aumentou de maneira estatisticamente significativa (p=0,013) após a utilização das correntes. Conclui-se que o pólo positivo das correntes Diadinâmicas de Bernard age positivamente na redução de edema traumático agudo de ratos, não ocorrendo o mesmo com o pólo negativo. Palavras-chave: Diadinâmica de Bernard, edema traumático, correntes polarizadas. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 x ABSTRACT Traumatic lesion unchains a repairing inflammatory process which main evidence is the edema resulting from liquid accumulation on the lesion local originated from a vascular reaction series. There are several ways to treat the edema, among them the main ones are ice, compression, elevation and electric stimulation. Bernard Diadynamics such as polarized chains, perform important effects on exsudative process decrease. According to literature the positive pole would be very effective to reach such result through endosmosis phenomenon, between others. The present work’s aim to verify Bernard Diadynamics effects in acute exsudative process resulting form induced traumatic lesions in rats paws, diversifying the electrodes. It was observed a tendency (p= 0,378) on reducing the edema when the positive pole from the Diadynamics is adapted as an active electrode and, in process of time, a process stabilization (p=1). It didn’t happen both with the control group animals and the ones that didn’t get the negative pole adaptation, noticing an edema degree increasing from both. Yet, animals who got negative pole adaptation had the edema increased in a significant statistically way (p=0,013) after the chain utilization. In short, positive pole from Bernard Diadynamics chains woks positively on rats acute traumatic edema decreasing, what doesn’t happen with the negative pole. Key-words: Bernard Diadynamic, traumatic edema, polarized chains. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 1 INTRODUÇÃO 1.1 JUSTIFICATIVA Devido à existência de poucos estudos publicados, comprovando haver um efeito das correntes Diadinâmicas de Bernard, sobre a redução do edema, justificase a realização deste estudo, que enfoca o uso destas correntes sobre edema traumático induzido em patas de ratos, com variação do eletrodo ativo entre os grupos, sendo em um grupo usado o eletrodo positivo e em outro o negativo. Além disso, o estudo justifica-se na importância de que se encontre mais um método eficaz no controle e/ou redução de processos exsudativos, principalmente os decorrentes de lesões traumáticas, fato esse tão comum em ambulatórios de fisioterapia. 1.2 BREVE REVISÃO SOBRE EDEMA TRAUMÁTICO E FORMAS DE REDUÇÃO Edema é o termo usado para descrever o acúmulo de líquido no espaço intercelular, espaços ou cavidades do corpo. Pode ocorrer em um processo localizado ou sistêmico. Qualquer distúrbio do delicado equilíbrio entre produção de líquido intersticial e seu retorno para o sangue, através da reabsorção ou da Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 2 drenagem linfática irá resultar em edema (COTRAN, KUMAR e ROBBINS, 1991). Esse é formado por: plasma, proteínas do plasma e resíduos das células danificadas. A alteração de volume é devido às respostas circulatórias locais aos mediadores químicos do processo inflamatório (HOOKER, 2002b). O líquido de edema não inflamatório é pobre em proteína e é chamado de transudato. Por outro lado, o edema inflamatório relacionado com aumento da permeabilidade endotelial é rico em proteínas. É causado pelo extravasamento de proteínas plasmáticas, e, possivelmente, leucócitos, havendo a formação de um exsudato (COTRAN, KUMAR e ROBBINS, 1991). Apesar de o edema ser uma resposta comum à lesão, isso não o torna menos prejudicial, pois pode tornar mais lenta ou até mesmo interromper a troca de nutrientes, retardando assim o processo de cicatrização. O acúmulo de líquido resulta em um ambiente tóxico que provoca morte celular e conseqüentemente necrose tecidual. Além disso, o excesso de líquido pode até distender ou lacerar pequenas estruturas dando início a uma resposta inflamatória e agravando a situação (HARRELSON, WEBER e LEAVER-DUNN, 2000). O edema que persiste por semanas conseqüente de traumas (fratura, lesão tecidual leve, ou cirurgia) é um problema para a reabilitação, pois contribui para a dor, decréscimo de movimento e edema adicional (MOBERG, 1960). O exudato acumula-se entre várias camadas de tecido do membro, com resultante fibrose tecidual e adesões (BOYES, 1970; TUBIANA, 1985). A identificação de métodos efetivos para redução do edema traumático resulta em recuperação mais rápida das funções do membro reduzindo os custos da reabilitação (GRIFFIN et al., 1990). Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 3 Existem vários instrumentos que permitem limitar o edema e, dessa forma, minimizar o dano que pode causar. A forma ideal para lidar com o edema consiste em prevenir sua formação com técnicas como a elevação do membro e a compressão (HARRELSON, WEBER e LEAVER-DUNN, 2000). A técnica de elevação usa a força da gravidade a fim de aumentar o fluxo linfático normal. A parte inchada pode ser elevada de modo que estimule o movimento do fluxo linfático (HOOKER, 2002b). A compressão fornecida pela contração muscular, também comprime a linfa através dos vasos linfáticos e melhora seu fluxo para o sistema vascular; esta contração muscular pode ser realizada mediante exercício isométrico e isotônico ativos, ou pela contração muscular eletricamente induzida. Além disso, pode ser usada pressão externa para aumentar o fluxo linfático através de massagens, compressão elástica e aparelhos de pressão intermitente. A compressão externa não somente remove a linfa, como também pode distribuir o edema intercelular em uma área maior permitindo que mais capilares linfáticos fiquem envolvidos na remoção das proteínas plasmáticas e água. Quando combinadas elevação e compressão o fluxo linfático é beneficiado (HOOKER, 2002b). A crioterapia também pode ser usada associada à compressão intermitente, demonstrando ótimos resultados (HOOKER, 2002b). Seu benefício se deve ao fato de reduzir a temperatura do tecido na área de lesão; produzindo efeitos como: vasoconstrição, diminuição da perda celular, redução da inflamação, diminuição da dor e redução do espasmo muscular. O resfriamento dos tecidos também é considerado um redutor das necessidades metabólicas destes, prevenindo assim qualquer lesão hipóxica (HURWITZ, ERNST e YI, 2001). Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 4 Segundo HURWITZ, ERNST e YI (2001), a energia eletromagnética e a eletricidade terapêutica têm sido intensamente usadas para redução de edema traumático em pacientes, com ótimos resultados confirmados em estudos, atuando também como fator analgésico nestes processos. A estimulação elétrica pode ajudar a reduzir edema de duas maneiras: a primeira é pela produção de contração muscular, que pressiona o tecido de modo a drenar a área; a segunda é utilizando estimulação elétrica em nível sensorial, em casos onde é contra-indicada contração muscular. As correntes Diadinâmicas de Bernard, apresentadas por Pierre Bernard, são correntes senoidais monofásicas retificadas (LOW e REED, 2001). Produzem intensos efeitos analgésicos e hiperemiantes, atuando sobre nervos e sobre a musculatura através de processos elétricos e químicos (CAMERINI, CARVALHO e OLIVEIRA, 1998). As correntes Diadinâmicas duplicam o índice de reabsorção tecidual devido à sua intensa capacidade de hiperemia; sendo uma das causas dos efeitos antiexsudativos e anti-flogísticos proporcionados por essas formas de correntes. Já o componente analgésico, baseia-se numa excitação infra-umbral permanente bloqueando a transmissão dos impulsos dolorosos e elevando o umbral de dor, produzindo assim uma destonificação e analgesia persistentes (CAMERINI, CARVALHO e OLIVEIRA, 1998). Em todas as formas de tratamento por corrente polarizada um eletrodo “ativo” é empregado, este deve ser conectado a um determinado pólo visando surtir o efeito necessário ao caso tratado, o outro eletrodo é chamado de “indiferente” (BISSCHOP, BISSCHOP e COMMANDRÉ, 2001). Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 5 Ocorre uma reação ácida no pólo positivo e, alcalina no negativo. A intensidade de cada reação varia com a intensidade e densidade relativa da corrente. São essas reações físico-químicas responsáveis por queimaduras químicas quando as aplicações são malfeitas (BISSCHOP, BISSCHOP e COMMANDRÉ, 2001). As Diadinâmicas possuem duas formas básicas, monofásica fixa (MF) e difásica fixa (DF), sendo que existem outras correntes derivadas da associação destas. Para todas as formas de Diadinâmicas, utiliza-se uma base galvânica visando um aumento dos efeitos do componente galvânico (MARTÍNS, 2003). 1.3 OBJETIVOS Os objetivos deste estudo consistem em analisar o efeito das Diadinâmicas de Bernard (corrente polarizada) na redução de edema em lesões traumáticas induzidas em patas de ratos, variando-se como eletrodo ativo, o positivo em um grupo e em outro o negativo. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 EDEMA 2.1.1 PROCESSO INFLAMATÓRIO O termo inflamação, leva automaticamente ao pensamento de algo negativo, porém a inflamação é parte importante do processo de cura. Sem as mudanças fisiológicas que ocorrem durante o processo inflamatório, os estágios seguintes da cura não podem acontecer. Uma vez que o tecido é lesado, o processo de cura começa imediatamente (PRENTICE, 2002). Qualquer evento que danifique a estrutura ou a função de um tecido e, portanto, altere a capacidade das células realizarem seus mecanismos homeostáticos normais ocasiona a resposta inflamatória, mesmo em lesões praticamente imperceptíveis (KNIGHT, 2000). Conquanto seja comum pensar-se nas bactérias ou outros agentes vivos como causas da inflamação, também podem atuar muitos agentes não vivos como o calor, o frio, a energia radiante, estímulos elétricos ou químicos e traumatismos mecânicos simples. Além disso, quando qualquer destes agentes é suficientemente violento para causar a morte das células, os produtos necróticos delas liberados Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 7 também funcionam como agentes lesivos e incrementam a resposta inflamatória (CAMERON, 1969). Inflamação é a resposta imediata a uma lesão. Os sinais cardeais da presença de inflamação são : rubor, tumor, calor e dor. A fase aguda da resposta inflamatória se prolonga por 24 a 48 horas, sendo seguida por uma fase subaguda que se prolonga por mais de 10 a 14 horas. A fase subaguda pode estender-se, caso haja algum evento que continue a causar o trauma, ou se estiver presente alguma forma de irritação (KITCHEN e YOUNG, 1998). O calor e o rubor são devidos a dilatação vascular na região da lesão. A exsudação de líquido e o edema local causam a tumefação circunscrita, ou tumor. A dor resulta indubitavelmente pelo comprometimento das fibras nervosas do foco inflamatório, seja pela compressão exercida pelo edema, ou pela irritação causada por substancias químicas liberadas. A perda da função deriva provavelmente do comprometimento das fibras nervosas. Como o movimento agrava a reação dos nervos já sensibilizados e causa dor, as reações inflamatórias tendem a ser mais toleráveis quando imobilizadas; por esta razão, ocorre usualmente a cessação voluntária dos movimentos. A inflamação pode também causar perda involuntária da função, porquanto prejudica a atividade metabólica dos tecidos ou órgãos lesados, especialmente quando suas células perdem muita proteína e é pronunciado seu desgaste (CAMERON, 1969). Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 8 2.1.2 LESÃO TRAUMÁTICA A destruição do tecido produz uma lesão direta nas células dos vários tecidos moles. A lesão celular resulta em alteração do metabolismo e liberação de materiais que iniciam a resposta inflamatória (PRENTICE, 2002). A finalidade fundamental da fase inflamatória do reparo consiste em livrar a área de debris e de tecido morto, e, em destruir qualquer infecção invasora anterior ao reparo. Esta fase pode ser descrita em termos de mudanças vasculares e celulares, que são mediadas através das ações de agentes químicos (KITCHEN e YOUNG, 1998). 2.1.2.1 Resposta Celular Durante o processo inflamatório, leucócitos, outras células fagocitárias e o exsudato são distribuídos para o tecido lesado. Essa reação celular é geralmente protetora, contribuindo para localizar ou dispor os subprodutos da lesão (como sangue e células danificadas) através de fagocitose, proporcionado assim o reparo. Localmente, ocorrem eventos vasculares, distúrbios na troca de fluidos e migração de leucócitos do sangue para os tecidos lesados (PRENTICE, 2002). Os neutrófilos e monócitos são as primeiras células a chegar ao local da lesão. Estas células migram em resposta a uma ampla variedade de estímulos Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 9 químicos e mecânicos, inclusive produtos oriundos do mecanismo de coagulação, a presença de bactérias, e fatores derivados das células (KITCHEN e YOUNG, 1998). A principal ação dos neutrófilos é a fagocitose, e sua tarefa consiste em “limpar” o local das bactérias e de materiais mortos ou em processo de morte iminente. Já os macrófagos são essenciais para o processo de reparo, e podem realizar a função normal de neutrófilos, além de outras tarefas. Os monócitos migram do interior dos vasos até o espaço tecidual, e rapidamente diferenciam-se em macrófagos. Os macrófagos fagocitam microorganismos patogênicos, debris teciduais, e células em processo de morte (inclusive neutrófilos), e liberam colagenases e proteoglicanos, que são enzimas degradantes que lisam o material necrosado (KITCHEN e YOUNG, 1998). 2.1.2.2 Reação Vascular A reação vascular inicial envolve a hemorragia e a perda de líquido em decorrência da destruição de vasos; em seguida, ocorrem vasoconstrição, formação de um “tampão” no vaso, e coagulação sangüínea, para que seja evitada maior perda de sangue (KITCHEN e YOUNG, 1998). Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 2.1.2.3 10 Mediadores Químicos Segundo PRENTICE (2002), três mediadores químicos são importantes na limitação da quantidade de exudato e, desta maneira, na tumefação após a lesão: - Histamina – liberada pelos mastócitos lesados, causa vasodilatação e aumento na permeabilidade celular, em razão da tumefação das células epiteliais e, portanto, da separação entre as células; - Leucotaxina – responsável pela marginação, na qual os leucócitos se alinham ao longo das paredes celulares, aumentando localmente a permeabilidade celular e, afetando, dessa forma, a passagem dos fluidos e células brancas do sangue através das paredes celulares para formar o exudato. Desta maneira, a vasodilatação e a hiperemia ativa são importantes na formação do exudato (plasma) e no fornecimento de leucócitos para a área lesionada; - Necrosina – responsável pela atividade de fagocitose. A quantidade de tumefação está diretamente ligada à extensão de lesão dos vasos. 2.1.3 HIPÓXIA SECUNDÁRIA A hipóxia secundária resulta das alterações metabólicas que ocorrem após o trauma e da quantidade insuficiente de oxigênio liberado dos tecidos. O fluxo cessa distalmente à lesão pelo mecanismo de fechamento e devido à estase (SOARES, SILVA e SILVA, 1998). Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 11 O funcionamento normal de uma célula requer energia, que em geral, é fornecida pelo metabolismo aeróbio. Quando uma célula é privada de oxigênio (estado conhecido como hipóxia), ela aciona um metabolismo anaeróbio (glicólise) para produzir energia. As funções da membrana desaceleram quando a energia necessária para mantê-las diminui. Tem particular importância a diminuição da atividade da bomba de sódio, que é responsável pela manutenção da concentração do sódio intracelular em nível bastante baixo. Conforme tal atividade desacelera ou pára, a concentração de sódio no interior da célula e de suas organelas eleva-se ocasionando aumento da água que passa para o interior da célula, que então começa a edemaciar. O edema excessivo faz a célula se romper. O metabolismo anaeróbio prolongado também provoca acidose intracelular. A elevação de ácido no interior da célula prejudica ainda mais a integridade da membrana (KNIGHT, 2000). As alterações ultra-estruturais compreendem o colapso e o eventual rompimento da membrana celular, de modo que o conteúdo celular vaze para os espaços extracelulares. Isto pode dever-se ao trauma direto, hipóxia secundária (deficiência de oxigênio) ou enzimas (substâncias químicas). Com freqüência a lesão hipóxica secundária ocorre nas células adjacentes às que sofreram a lesão traumática primária (KNIGHT, 2000). O lisossomo é uma organela celular que tem a função de fornecer enzimas que digerem o material estranho retido do interior da célula. Se as membranas do lisossomo sofrerem rompimento repentino, devido à acidose ou à insuficiência da bomba de sódio, seu conteúdo começa a digerir outros componentes celulares, inclusive a membrana celular (KNIGHT, 2000). A lesão hipóxica secundária não só ocasiona mais edema, como o edema maior pode contribuir para o aumento desta lesão. Estão envolvidos dois Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 12 mecanismos. Primeiro, conforme o edema se desenvolve, a distância entre o vaso sanguíneo e as células do tecido aumenta. Isso dificulta que o oxigênio e os nutrientes se difundam a partir do sistema circulatório para o tecido. Segundo, o líquido do edema pode comprimir o vaso sanguíneo, diminuindo a circulação para esta região (KNIGHT, 2000). 2.1.4 EXSUDATO O exsudato decorre de dois processos; hemorragia direta nos tecidos traumatizados e edema. A hemorragia produz o inchaço inicial, enquanto que, o que ocorre algumas horas depois da lesão, deve-se ao edema (KNIGHT, 2000). Sempre que as paredes dos vasos sanguíneos são danificadas como parte de uma lesão, a hemorragia ocorre e continua enquanto a parede do vaso permanecer aberta. Em condições normais, a coagulação acontece minutos após a lesão, ocluindo, assim, as paredes do vaso e detendo a hemorragia (KNIGHT, 2000). Se o movimento normal detrás para frente do líquido situado entre os capilares e o tecido sadio for perturbado, de modo que a quantidade de líquido que flui para o tecido é maior do que a quantidade que dele sai, o resultado é o edema, ou seja, o acúmulo da parte líquida do sangue nos tecidos. Quanto mais tempo a dinâmica do líquido ficar em desequilíbrio, maior será o acúmulo de edema e, portanto, maior o inchaço (KNIGHT, 2000). Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 13 2.1.5 SISTEMA DE DRENAGEM No tecido normal o líquido passa sempre entre o sistema vascular e os espaços extracelulares. Em geral cerca de 2/3 do líquido que passa para os tecidos são reabsorvidos diretamente no sistema vascular. O 1/3 restante é devolvido ao sangue, através do sistema linfático. Dois fatores tornam possível o livre movimento do líquido. Primeiro, as moléculas de água difundem-se pelas paredes dos capilares com velocidade milhares de vezes maior que a do fluxo sanguíneo ao longo dos capilares. Segundo, existe uma diferença na pressão entre o interior e o exterior dos vasos. Essa pressão, chamada pressão de filtração capilar ou pressão transcapilar, é a soma de cinco pressões, resultantes da equação de Starling. Cinco componentes influenciam a pressão de filtração (fórmula 1): pressão hidrostática capilar, pressão oncótica tecidual, pressão oncótica capilar, pressão hidrostática tecidual, e pressões da força externa. PFC = (PHC + POT) – (POC + PHT + PFE) Fórmula 1: Componentes da Pressão de Filtração Capilar, onde PFC = pressão de filtração capilar, PHC = pressão hidrostática capilar, POT = pressão oncótica tecidual, POC = pressão oncótica capilar, PHT = pressão hidrostática tecidual, e, PFE = pressões da força externa. A pressão hidrostática é exercida pela parte aquosa do sangue e dos tecidos: a pressão hidrostática capilar força o líquido para fora dos capilares, enquanto a pressão hidrostática tecidual força o líquido de volta para os capilares. Pressão oncótica (também chamada pressão osmótica coloidal) é a pressão que resulta da atração do líquido pelas proteínas livres. A pressão oncótica tecidual Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 14 tende a remover líquido dos capilares, enquanto a capilar tende a devolvê-lo aos capilares (KNIGHT, 2000). É a soma das pressões que determina em que via o líquido passa. Na extremidade arterial dos capilares, predomina a pressão hidrostática capilar; dessa forma, a pressão de filtração capilar é positiva, e o líquido sai dos capilares para os tecidos. Próximo da extremidade capilar, a pressão hidrostática capilar diminui e as pressões que produzem reabsorção aumentam, fazendo o líquido retornar para os capilares. Se todas as pressões ao longo da extensão dos capilares forem somadas, extraindo-se uma média, a pressão de filtração capilar média final será ligeiramente positiva. Isso é devido ao líquido que não é reabsorvido, e sim removido da região pelo sistema linfático (KNIGHT, 2000). Quando ocorre a lesão, a pressão de filtração capilar média cresce em reação ao aumento da pressão oncótica tecidual. A pressão oncótica tecidual elevase devido ao aumento das proteínas livres na região, que é decorrente da degradação pelos macrófagos dos detritos teciduais da lesão primária, da lesão hipóxica secundária e da hemorragia total do sangue. Ainda, algumas proteínas livres escapam do sistema circulatório durante a hemorragia (caso um vaso seja danificado) ou como resultado do aumento da permeabilidade. O resultado é que uma quantidade maior de líquido sai dos capilares nas adjacências da lesão e uma quantidade menor é reabsorvida, produzindo-se edema e inchaço. Quanto maior a lesão, maior a quantidade de proteínas livres e, por fim, maior o edema (KNIGHT, 2000). Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 15 2.1.6 TRATAMENTO Os métodos tradicionais de redução de edema logo após o trauma incluem: elevação, uso de compressão, aplicação de gelo e mobilização das regiões adjacentes (BOYES, 1970; TUBIANA, 1985). Métodos auxiliares como aplicação de corrente da alta voltagem (SORENSEN, 1983; ROSS e SEGAL, 1981) e compressão pneumática intermitente (HUNTER e MACKIN, 1984) são comumente utilizadas na redução de edema. A literatura, contudo, é pobre em relação a estudos controlados dos efeitos destas modalidades no edema traumático (GRIFFIN et al., 1990) Acredita-se que gelo, compressão e elevação aplicados logo após uma lesão (nos primeiros 10 a 60 minutos após a ocorrência) controle não somente o edema como também outras seqüelas negativas decorrentes da lesão aguda (KNIGHT, 2000). 2.1.6.1 Gelo Após o trauma agudo, pode haver lesões de ligamentos, músculos, vasos e nervos e, conseqüentemente, a presença de hemorragia, edema, dor e espasmo muscular protetor. A articulação agredida apresenta aumento do metabolismo e vasodilatação, e os tecidos traumatizados têm sua necessidade metabólica aumentada, o que produz aumento do consumo de oxigênio. O quadro clínico de dor, rubor, calor e aumento de volume pode ser evidente. A hipóxia secundária pode Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 16 perpetuar o quadro inflamatório e produzir edema de instalação lenta (SOARES, SILVA e SILVA, 1998). Duas teorias podem explicar a redução do edema após a aplicação do frio em lesões agudas: uma teoria circulatória e uma do metabolismo. A primeira, mais antiga e tradicional, afirma que as aplicações de frio diminuem a temperatura do tecido, os vasos sanguíneos são resfriados e constringem-se, reduzindo sua permeabilidade e, portanto, limitando a hemorragia para o tecido; o que significa menos edema. Os pontos fortes desta teoria são que o frio provoca vasoconstrição e diminui a permeabilidade vascular. Seus pontos fracos são que a hemorragia não ocorre em conseqüência da maior permeabilidade vascular e a que ocorre devido aos vasos rompidos em geral cessa antes que as compressas frias sejam aplicadas (KNIGHT, 2000). Segundo a teoria do metabolismo, as aplicações de frio têm pouco efeito sobre a hemorragia; mais precisamente limitam o grau de hipóxia secundária e edema. Sem a aplicação de frio, as células que escaparam do dano estrutural do trauma e, muitas células da periferia da lesão primária sofrem alterações metabólicas que levam à lesão hipóxia secundária devido à insuficiência de oxigênio. O frio reduz as necessidades metabólicas dessas células, de modo que passam a exigir menos oxigênio; permanecendo em um estado de “hibernação temporária”. Tais células ficam, portanto, mais resistentes a hipóxia decorrente do comprometimento circulatório. O resultado é menos lesão hipóxica secundária (KNIGHT, 2000). Com menor lesão hipóxica secundária, a quantidade total de tecido lesado também é menor, e, portanto, há menos edema. Assim, embora o frio diminua a circulação, pouco há para fazer quanto ao controle do inchaço. É por meio de Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 17 redução da lesão hipóxica secundária e, portanto, limitando a formação de edema que o frio controla o exsudato (KNIGHT, 2000). A aplicação do frio não decresce a pressão oncótica dos tecidos, porém pode limitar o seu aumento, reduzindo a quantidade de tecidos lesados devido à redução do metabolismo com conseqüente diminuição da hipóxia secundária. A crioterapia diminuirá a pressão oncótica dos tecidos através da diminuição da permeabilidade celular, o que dificulta o extravasamento de grandes quantidades de proteínas para o interstício. Entretanto, a crioterapia não possui nenhuma ação direta sobre a pressão hidrostática dos tecidos e as forças de pressão externa que são fatores importantes na instalação do edema (SOARES, SILVA e SILVA, 1998). Dessa forma as aplicações de gelo, quando usadas logo após a lesão, limitam não só a extensão da lesão, mas também a quantidade de edema desenvolvido em decorrência da lesão. No entanto, uma vez que a lesão hipóxica secundária tenha ocorrido, as aplicações de gelo não terão efeito sobre o edema ou inchaço. É preciso aplicar gelo em minutos após a ocorrência da lesão para que se atinja o resultado máximo (KNIGHT, 2000). Devido aos efeitos da crioterapia na redução da hipóxia secundária, os processos de reparação se iniciam e são mais curtos; diminuindo a dor e o espasmo muscular, existe uma menor inibição do arco normal de movimento e da força muscular. Assim, o paciente pode realizar movimentos ativos, não permitindo que outras complicações por inatividade sejam instaladas (SOARES, SILVA e SILVA, 1998). RIPPE e GREGA (1978) demonstraram que o resfriamento (10-15 ºC) evita grandemente os aumentos marcantes da filtração de líquidos e do coeficiente de filtração capilar induzido pela histamina em temperatura normal. Eles formularam a Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 18 teoria de que isso se devia ao menor desenvolvimento de espaços venulares, o que reduz as perdas de proteína e líquidos do sistema vascular. Apenas MATSEN (1975) e MAREK (1973) discordaram das afirmações acima, constatando em seus estudos que o edema em fraturas experimentais aumentou com aplicação do frio. Entretanto, as diferenças no edema medidas por MATSEN (1975) não foram estatisticamente significativas. MACAULEY (2001) realizou uma revisão sistemática a fim de verificar a existência de uma orientação a respeito de como utilizar a crioterapia na medicina esportiva. Para isso fez uso de 45 textos a respeito do assunto, e verificou que não havia um consenso da duração, freqüência, extensão do tratamento com gelo ou uso de barreira entre gelo e pele. Os textos aconselham que a duração do tratamento é dependente do local da lesão e severidade. Sendo assim, não há uma referência padrão a respeito da crioterapia em lesões teciduais agudas. 2.1.6.2 Compressão A compressão (pressão externa) atua para aumentar a pressão exterior da vasculatura, sendo assim, ajuda a controlar a formação de edema e a reduzir o inchaço porque promove a reabsorção deste líquido. A pressão externa é mais benéfica quando o edema começa e é eficiente enquanto ele estiver presente (KNIGHT, 2000). A massagem, a compressão elástica e os aparelhos de pressão intermitentes são os dispositivos de pressão externa mais freqüentemente Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 19 empregados. Esta compressão externa não somente remove a linfa, como também pode distribuir o edema intercelular em uma área maior, permitindo que mais capilares linfáticos fiquem envolvidos na remoção das proteínas plasmáticas e água. A pressão externa de almofadas e faixas elásticas também é útil para minimizar o acúmulo ou a reacumulação do edema nas áreas lesadas (HOOKER, 2002b). A compressão interna rítmica, fornecida pela contração muscular, também comprimirá a linfa através dos vasos linfáticos e melhorará seu fluxo para o sistema vascular. Esta contração muscular pode ser realizada mediante exercício isométrico ou ativo, ou ainda pela contração muscular eletricamente induzida. Quando se combina a elevação com a contração muscular, o fluxo linfático é beneficiado (HOOKER, 2002b). Várias investigações têm documentado a eficácia da compressão para o tratamento de edema traumático agudo (MELROSE, KNIGHT e SIMANDL, 1979; SALISBURY, 1973). HOBBY (1985) aplicou compressão em três pacientes no pósoperatório por contratura de Dupuytren e encontrou que o edema foi eliminado no 10º dia pós-operatório no grupo que recebeu a compressão enquanto o edema foi detectado no 28º dia pós-operatório no grupo controle. HAZARIKA (1979) em um estudo semelhante revelou que até a dor reduziu nos pacientes que receberam a compressão. A pressão externa não tem efeito sobre a troca normal de líquido entre capilares e tecido. Uma bandagem elástica em torno de um tornozelo normal não tem efeito sobre a troca de líquidos, mas tende a retardar ou ocasionar reabsorção de edema (KNIGHT, 2000). Por outro lado, a utilização de bandagem compressiva, além de facilitar a absorção de exsudato, permite um início mais precoce da Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 20 cinesioterapia ativa e, conseqüentemente, acelera os processos de reparação (SOARES, SILVA e SILVA, 1998). Uma vez que não se determinou ao certo quanto tempo após a lesão o edema começa a se desenvolver, recomenda-se que a compressão seja aplicada nos primeiros minutos e mantenha-se por no mínimo 24 horas (KNIGHT, 2000). 2.1.6.3 Elevação A elevação faz uso da força da gravidade para aumentar o fluxo linfático normal. Sendo assim, a parte edemaciada deve ser posicionada de modo que a gravidade não se oponha ao fluxo linfático, mas estimule o seu movimento. O necessário é que se eleve a parte lesada edemaciada acima do nível do coração. Quanto mais alta a elevação, maior será o efeito no fluxo linfático. Para uma pessoa não lesada, colocar suas pernas em uma posição elevada diminui significativamente o volume de seu tornozelo após 20 minutos. Com as pernas em posição pendente ocorre aumento de volume do tornozelo. O mesmo nem sempre ocorre em indivíduos lesados em decorrência do acometimento do tecido (HOOKER, 2002b). A elevação abaixa a pressão hidrostática capilar diminuindo o principal fator (em ausência de lesão) que força o líquido para fora dos capilares. A pressão hidrostática capilar é maior quando a parte do corpo está em posição inferior do que quando está elevado, porque há mais peso de água sobre ela. Assim, a elevação promove um retardamento do edema durante os procedimentos de atendimento imediato porque reduz a pressão hidrostática capilar, diminuindo a pressão de 21 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 filtração capilar. Embora a elevação também diminua a pressão hidrostática tecidual, o valor normal dessa pressão é tão menor que o da hidrostática capilar que predomina o efeito desta última para diminuir o edema (KNIGHT, 2000). 2.2 DIADINÂMICAS DE BERNARD 2.2.1 DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS As correntes Diadinâmicas foram desenvolvidas na França no início da década de 50 por P. Bernard. São correntes alternadas senoidais de baixa freqüência (50 a 100 Hz) com retificação monofásica ou bifásica. Elas são interrompidas com alternância rítmica, e podem trocar continuamente de freqüência, ou ainda combinar-se em defasagem de uma corrente senoidal monofásica (GUIRRO e GUIRRO, 2002). Produzem intensos efeitos analgésicos e hiperemiantes, atuando sobre nervos e sobre a musculatura através de processos elétricos e químicos (CAMERINI, CARVALHO e OLIVEIRA, 1998). Outra característica importante é que quase sempre se associam a uma corrente contínua de base, que aumenta o nível de saída das semi-ondas mono ou bifásicas (GUIRRO e GUIRRO, 2002). Por se tratar de correntes alternadas, possuem a capacidade de alternar a polarização e despolarização dos tecidos, notadamente das membranas celulares. Como os máximos das correntes de polarização correspondem aos mínimos da Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 22 corrente alternada que entra, e vice-versa, ocorre, somas e subtrações contínuas dessas duas correntes. Os efeitos são eletroquímicos, térmicos e de estimulação, conseqüência dos fenômenos de polarização (GUIRRO e GUIRRO, 2002). 2.2.2 EFEITOS TERAPÊUTICOS RENNIE (1988) alega como efeitos das Diadinâmicas de Bernard: (1) alívio da dor devido ao mecanismo de comporta da dor, supressão da dor por meio de endorfinas e encefalinas estimuladas neurologicamente, remoção de irritantes da área pelo aumento da circulação e o efeito placebo; (2) diminuição da inflamação e do edema devido ao aumento da ação de bombeamento muscular e da circulação local; alega-se também a ocorrência de alterações na permeabilidade da membrana celular; (3) considera-se que ocorra reeducação muscular e fortalecimento devido à estimulação de músculos; (4) aumento da circulação local decorrente, segundo se propõe, de alteração na atividade autonômica, bem como a redução no tônus simpático, levando à vasodilatação e redução nas substâncias semelhantes à histamina por causa dos efeitos unidirecionais; (5) facilitação da cicatrização de tecidos devido às alterações circulatórias locais e aos efeitos polares, levando a um aumento na atividade celular. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 23 2.2.3 POLARIDADE O eletrodo que possui um grande nível de elétrons é chamado de eletrodo negativo ou cátodo. Assim, o outro eletrodo, que tem um nível mais baixo de elétrons, é chamado de eletrodo positivo ou ânodo. O negativo atrai íons positivos e o positivo atrai íons negativos e elétrons. Os efeitos polares podem ser denominados pelos termos de três características: (1) efeitos químicos, (2) facilidade de excitação, e (3) direção do fluxo da corrente (HOOKER, 2002a). 2.2.3.1 Efeitos Químicos Ocorrem mudanças no pH sob cada eletrodo, vasodilatação reflexa e fluxo de íons. O efeito de estimulação tecidual é atribuído ao eletrodo negativo. Já o efeito bacteriostático é alcançado no ânodo ou no cátodo com intensidades entre 5 mA a 10 mA, ao passo que com 1 mA ou abaixo, o maior efeito bacteriostático é encontrado no cátodo (HOOKER, 2002a). Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 2.2.3.2 24 Facilidade de Excitação do Tecido Excitável A polaridade do eletrodo ativo, em geral, deve ser negativa quando o resultado desejado for contração muscular, em razão da maior facilidade da despolarização da membrana no pólo negativo. Entretanto, a intensidade da corrente sob o pólo positivo pode ser aumentada rapidamente, o suficiente para criar um efeito de despolarização. Contudo, pode ser um tanto desconfortável o uso do eletrodo positivo devido à alta intensidade necessária para gerar um potencial de ação (HOOKER, 2002a). 2.2.3.3 Direção do Fluxo da Corrente De modo geral, o eletrodo negativo é posicionado distalmente e o positivo proximalmente ao local da lesão. Esta combinação visa reproduzir o padrão do fluxo elétrico que ocorre naturalmente no corpo. A direção do fluxo da corrente pode também influenciar a mudança do conteúdo de água nos tecidos e movimentos colóides, porém nenhum desses fenômenos é bem documentado ou entendido (HOOKER, 2002a). Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 25 2.2.4 ELETRODOS 0s eletrodos devem ser metálicos, preferencialmente de alumínio, de tamanhos adequados. Pode-se usar tanto a técnica bipolar como a monopolar. A técnica bipolar consiste na utilização de dois eletrodos de tamanhos iguais com o objetivo de distribuir uniformemente a corrente pela superfície do segmento a ser tratado. Já na monopolar, os eletrodos de tamanhos diferentes proporcionam uma concentração maior da corrente no eletrodo de menor tamanho, enfatizando assim o local a ser tratado (GUIRRO e GUIRRO, 2002). Para algumas aplicações, especialmente extremidades, pode-se imergir a estrutura numa cuba plástica contendo água; com o respectivo eletrodo mergulhado protegido por uma luva de tecido condutor. Nessa técnica, a corrente tende a se concentrar na superfície da água, provocando sensação desagradável (BISSCHOP, BISSCHOP e COMMANDRÉ, 2001). Sugere-se para todos os tratamentos que a intensidade de corrente deve ser perceptível, porém não dolorosa. O maior perigo dessas correntes é o dano tissular decorrente dos efeitos polares. Esses podem ser evitados com a reversão de corrente durante o tratamento (LOW e REED, 2001). Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 26 2.2.5 CUIDADOS E CONTRA-INDICAÇÕES As Diadinâmicas ocasionam perturbações em marcapassos, assim, em portadores de marcapassos, o tratamento com estas correntes deve ser efetuado sob controle contínuo do pulso e eletrocardiograma (CAMERINI, CARVALHO e OLIVEIRA, 1998). Observaram-se, em estudos com animais, alterações eletrolíticas nas endopróteses e na área adjacente a esta, porém pode-se efetuar um tratamento nas pernas de um paciente que tenha uma prótese metálica em seu braço. As endopróteses não se aquecem com a corrente excitante, e com o emprego de intensidades terapêuticas normais, o componente galvânico é tão reduzido que não provoca danos químicos (CAMERINI, CARVALHO e OLIVEIRA, 1998). Uma forte contração muscular pode causar dano articular ou muscular; desinserção de um trombo; alastramento de infecção e hemorragia. As correntes podem se localizar de forma indevida por causa de feridas abertas ou lesões de pele, como eczema. Ainda podem provocar atividade metabólica indesejada em neoplasia ou em infecções tuberculosas cicatrizadas (LOW e REED, 2001). 2.2.6 FORMAS DE CORRENTES A seleção da corrente a ser utilizada depende do objetivo desejado. Dentre as correntes diadinâmicas pode-se diferenciar as ações primárias sobre o sistema Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 27 sensorial e motor, bem como as influências favoráveis sobre o sistema vegetativo e trófico (GUIRRO e GUIRRO, 2002). As correntes são em número de cinco. Difásica e monofásica são as formas básicas, as demais derivam da associação destas duas (MARTÍNS, 2003). 2.2.6.1 Monofásica fixa Apresenta pulso alternado, diferenciando-se da DF apenas por apresentar retificação em semi-onda com freqüência de 50 Hz. Cada pulso da corrente tem duração de 10 ms com intervalos de igual duração (fig.1). Provoca uma sensação de forte vibração, promovendo contrações musculares a uma intensidade menor que a difásica. Possui uma predileção sobre o sistema nervoso vegetativo, no sentido de atenuar a tonicidade simpática. É também indicada para estimulação inespecífica do tecido conjuntivo, pois acelera seu metabolismo (GUIRRO e GUIRRO, 2002). Apresenta 33% de componente galvânico (MARTÍNS, 2003). Figura 1 – Corrente monofásica fixa Fonte: Martíns, 2003. 28 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 2.2.6.2 Difásica fixa A corrente difásica é caracterizada por apresentar pulso alternado e freqüência de 100 Hz com retificação em onda completa. Cada pulso tem duração de 10 ms, não havendo intervalos entre eles (fig. 2). É indicada para tratamento precedendo outras modalidades de correntes para induzir a elevação do limiar de excitação das fibras nervosas sensitivas e, dessa forma proporcionar analgesia temporária. O efeito analgésico deve-se ao mascaramento e bloqueio fundamentados pela teoria das comportas, e tem por conseqüência uma variação da excitabilidade das fibras nervosas, causada por uma determinada freqüência de estimulação. É indicada para o tratamento de transtornos circulatórios, graças à influência que exerce sobre o sistema vasomotor. A corrente difásica também é indicada para a aplicação direta sobre os gânglios vegetativos, principalmente os simpáticos. Produz contrações musculares somente se a intensidade for relativamente elevada (GUIRRO e GUIRRO, 2002). Apresenta 66% de componente galvânico (MARTÍNS, 2003). Figura 2 – Corrente difásica fixa Fonte: Martíns, 2003. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 2.2.6.3 29 Curto período Trata-se da MF e DF aplicadas alternadamente por 1s cada. Esta forma evita a “acomodação” sensitiva, possuindo freqüência variante entre 50 e 100 Hz com 49,5% de componente galvânico (fig. 3) (MARTÍNS, 2003). Percebe-se claramente a diferença entre os períodos difásico e monofásico, sendo que no segundo podem ocorrer contrações musculares rítmicas quando o limiar de excitação motor é ultrapassado. É especialmente indicada para o tratamento de dores de diferentes origens e alterações tróficas (GUIRRO e GUIRRO, 2002). Figura 3 – Corrente curto período Fonte: Martíns, 2003. 2.2.6.4 Longo período É formada pela composição da corrente monofásica com duração de 10s e por uma segunda forma de MF de amplitude variável entre zero e o seu valor máximo, com uma duração de 5s (fig. 4). As correntes não são percebidas de forma abrupta. O longo período da monofásica (10s) a torna mais desagradável. Caracteriza-se por um efeito analgésico particularmente favorável e persistente. É utilizada no tratamento de diferentes formas de mialgias e neuralgias (GUIRRO e GUIRRO, 2002). Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 30 Figura 4 – Corrente longo período Fonte: Martíns, 2003. 2.2.6.5 Ritmo sincopado Esta corrente nada mais é do que a própria corrente monofásica com trens de pulso de 1s, intercalando com período de repouso de mesma duração (fig. 5) (GUIRRO e GUIRRO, 2002). Aumenta o tônus e o trofismo; fortalece a musculatura; melhora o retorno venoso e linfático; melhora o metabolismo e nutrição; previne aderências (CAMERINI, CARVALHO e OLIVEIRA, 1998). Sua freqüência é de 50 Hz/0 Hz com 16,5% de componente galvânico (MARTÍNS, 2003). Figura 5 – Corrente ritmo sincopado Fonte: Martíns, 2003. Para todas as formas de Diadinâmicas, utiliza-se uma base galvânica (fig. 6) visando um aumento dos efeitos do componente galvânico (MARTÍNS, 2003). Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 Figura 6 – Base galvânica Fonte: Martíns, 2003. 31 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 3 3.1 METODOLOGIA LOCAL O experimento realizou-se em uma sala anexa ao Biotério Central da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). 3.2 MATERIAIS E MÉTODOS Foram utilizadas vinte e sete ratas Wistar, fêmeas, com idade média de 12 ± 2 semanas e peso de 250 ± 30g. Os animais foram divididos aleatoriamente em três grupos, sendo: - Grupo 1 (9 animais), neste grupo aos animais receberam aplicação do pólo negativo em sua pata posterior esquerda. - Grupo 2 (9 animais) recebeu aplicação do pólo positivo. - Grupo 3 ou grupo controle (9 animais) não recebeu qualquer forma de corrente, servindo como controle na avaliação do processo evolutivo do edema. O aparelho de Diadinâmicas utilizado foi o Dyadinaction Standard da KW (fig.7). Este aparelho possuía certificado de calibração válido pelo período da pesquisa. 33 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 Figura 7 – Modelo do Diadinâmicas utilizado no experimento Fonte: Instituto São Paulo, 2003. Inicialmente o animal era anestesiado com éter etílico. Em seguida era realizada a primeira mensuração de sua pata através do método de hidropletismografia ou seja, deslocamento de água em um recipiente graduado (fig. 8). Utilizou-se uma proveta onde a pata do animal era inserida e o deslocamento inicial marcado com uma caneta. Figura 8 – Método de mensuração Fonte: do autor. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 34 O animal seguia para a tricotomia, com lâmina de barbear, de sua região dorsal a fim de que se aumentasse a área de contato entre o eletrodo e a sua pele. Para produção do edema traumático foi utilizado um equipamento projetado pelo departamento de Engenharia Civil da UNIOESTE. O mesmo consistia em um peso partindo sempre de uma mesma altura inicial e caía sobre a pata posterior esquerda do animal, devidamente posicionada (fig. 9), perfazendo uma energia de impacto de 46,04 J. Figura 9 – Equipamento para produção da lesão Fonte: do autor. Após cinco minutos da realização da lesão o animal seguia para a segunda mensuração, de forma semelhante a inicial, sendo feita nova marcação com a caneta. Em seguida posicionava-se o eletrodo ativo em uma cuba com água na qual a pata esquerda do animal era imersa e o eletrodo indiferente em seu dorso para aplicação das correntes difásica fixa (DF), monofásica fixa (MF) e curto período (CP), respectivamente, por três minutos cada (fig. 10). Ao término das aplicações era Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 35 realizada nova mensuração da pata do animal verificando se houve ou não ação das correntes sobre o edema. Então, após mais cinco minutos realizava-se a última mensuração com o intuito de verificar se houve alguma progressão, estacionamento ou redução do edema. Tais etapas foram realizadas com todos os animais dos grupos 1 e 2. Figura 10 – Método de aplicação das correntes Fonte: do autor. Os animais do grupo controle seguiram as etapas precedentes, porém, ao invés de receberem aplicação das correntes, permaneciam por dez minutos em repouso, e, em seguida era realizada a mensuração para verificar a evolução do edema e, por fim, após cinco minutos realizava-se a última mensuração. Os resultados foram avaliados segundo a estatística descritiva e o teste ANOVA, do programa Excell 2000 Microsoft Office, considerando uma variação significante para um p 0,05. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 4 RESULTADOS Os resultados obtidos com a realização do experimento podem ser verificados nas tabelas e gráficos que se seguem, onde são mencionados os valores obtidos em cada mensuração. 4.1 PÓLO NEGATIVO Na análise dos resultados da aplicação do pólo negativo das Diadinâmicas, neste experimento, verifica-se que a média de deslocamento de líquido antes da lesão, era de 1,19 ± 0,17 ml e, 5 minutos após a lesão, 1,40 ± 0,13 ml , demonstrando um significativo aumento (p=0,008) do edema. Após aplicação do pólo negativo das Diadinâmicas, a média passou a ser 1,56 ± 0,08 ml. Verifica-se que o aumento do edema permaneceu estatisticamente significativo (p=0,013). Mesmo 5 minutos após a aplicação das correntes, o edema continuou aumentando apesar de não significativo estatisticamente (p=0,363), pois sua média passou a ser 1,60 ± 0,09 ml. Tal fato demonstra que a aplicação do pólo negativo das Diadinâmicas de Bernard pode provocar um aumento do processo exsudativo traumático. 37 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 Tabela 1 – Valores de deslocamento de água da hidropletismografia Antes da lesão 5’ após lesão Após aplicação 5’ após aplicação Animal 1 1,2 ml 1,3 ml 1,4 ml 1,5 ml Animal 2 1,3 ml 1,5 ml 1,7 ml 1,7 ml Animal 3 1,3 ml 1,6 ml 1,7 ml 1,8 ml Animal 4 1,2 ml 1,5 ml 1,5 ml 1,6 ml Animal 5 1,3 ml 1,4 ml 1,5 ml 1,5 ml Animal 6 1,3 ml 1,5 ml 1,6 ml 1,6 ml Animal 7 1,2 ml 1,3 ml 1,5 ml 1,6 ml Animal 8 1,1 ml 1,3 ml 1,5 ml 1,5 ml Animal 9 0,8 ml 1,2 ml 1,6 ml 1,6 ml Fonte: do autor. Gráfico 1 – Valores de deslocamento de água da hidropletismografia Pólo negativo 2 ml 1,5 Antes da lesão 5' após lesão 1 Após aplicação 5' após aplicação 0,5 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Animais Fonte: do autor. 4.2 PÓLO POSITIVO Já na análise estatística dos resultados do pólo positivo, tem-se como média, antes da lesão, 1,27 ± 1,13 ml de deslocamento de água. Cinco minutos após a 38 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 lesão esta média passa a ser 1,51 ± 0,11 ml, o que demonstra uma variação significativa do edema com p=0,00051. Após a aplicação das correntes a média decresceu para 1,46 ± 0,15 ml, apesar de não ser um resultado estatisticamente significativo (p=0,378), verifica-se que, realmente, há uma tendência do pólo positivo em reduzir o edema traumático agudo, o que condiz com a literatura em questão. Porém, em relação ao que poderia estar proporcionando esta redução, a literatura é um tanto controversa. Cinco minutos após a aplicação das correntes a média de deslocamento de água permaneceu na faixa de 1,46 ± 0,13 ml, tal dado, mesmo não sendo estatisticamente significativo (p=1), sugere que há uma tendência em se estabilizar o edema após aplicação do pólo positivo das Diadinâmicas de Bernard, o que também é uma informação clinicamente muito importante. Tabela 2 – Valores de deslocamento de água da hidropletismografia Antes da lesão 5’ após lesão Após aplicação 5’ após aplicação Animal 1 1,4 ml 1,6 ml 1,6 ml 1,6 ml Animal 2 1,3 ml 1,5 ml 1,5 ml 1,5 ml Animal 3 1,5 ml 1,6 ml 1,6 ml 1,5 ml Animal 4 1,3 ml 1,6 ml 1,6 ml 1,6 ml Animal 5 1,1 ml 1,5 ml 1,3 ml 1,3 ml Animal 6 1,2 ml 1,5 ml 1,5 ml 1,5 ml Animal 7 1,1 ml 1,3 ml 1,2 ml 1,2 ml Animal 8 1,3 ml 1,6 ml 1,5 ml 1,4 ml Animal 9 1,2 ml 1,4 ml 1,3 ml 1,5 ml Fonte: do autor. 39 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 Gráfico 2 – Valores do deslocamento de água da hidropletismografia ml Pólo positivo 1,8 1,6 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 Antes da lesão 5' após lesão Após aplicação 5' após aplicação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Animais Fonte: do autor. 4.3 CONTROLE Analisando estatisticamente os resultados do grupo controle, verifica-se que a média de deslocamento de água que, antes da lesão, era de 1,32 ± 0,14 ml, passou a ser 1,52 ± 0,08 ml, cinco minutos após lesão. Tal fato demonstra que houve um aumento significativo do edema (p=0,001). Em seguida houve uma tendência em o edema permanecer aumentando, apesar de não significativo estatisticamente, com valores de 1,60 ± 0,10 ml (p=0,091) 15 minutos após lesão e, 1,68 ± 0,10 ml (p=0,113) 20 minutos após o trauma. 40 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 Tabela 3 – Valores de deslocamento de água da hidropletismografia Antes da lesão 5’ após lesão 15’ após lesão 20’ após lesão Animal 1 1,2 ml 1,5 ml 1,6 ml 1,7 ml Animal 2 1,5 ml 1,6 ml 1,6 ml 1,7 ml Animal 3 1,3 ml 1,5 ml 1,7 ml 1,7 ml Animal 4 1,1 ml 1,5 ml 1,5 ml 1,6 ml Animal 5 1,4 ml 1,5 ml 1,5 ml 1,5 ml Animal 6 1,2 ml 1,5 ml 1,6 ml 1,7 ml Animal 7 1,4 ml 1,5 ml 1,6 ml 1,8 ml Animal 8 1,5 ml 1,7 ml 1,8 ml 1,8 ml Animal 9 1,3 ml 1,4 ml 1,5 ml 1,6 ml Fonte: do autor. Gráfico 3 – Valores de deslocamento de água da hidropletismografia Grupo controle 2 ml 1,5 Antes da lesão 5' após lesão 1 15' após lesão 20' após lesão 0,5 0 1 2 3 4 5 Animais Fonte: do autor. 6 7 8 9 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 5 DISCUSSÃO Segundo HOOKER (2002b), após a lesão ocorrem uma série de eventos que culminam no acúmulo de líquido extracelular e proteínas nos espaços intersticiais. Os efeitos diretos da lesão incluem: morte celular e sangramento, liberação de mediadores químicos e mudanças na corrente elétrica dos tecidos locais. Apesar de o edema ser uma resposta comum à lesão, isso não o torna menos prejudicial, pois pode provocar uma série de eventos indesejáveis, dentre eles retardo do processo de cicatrização, necrose tecidual e laceração de pequenas estruturas agravando o processo infamatório (HARRELSON, WEBER e LEAVERDUNN, 2000). A identificação de métodos efetivos para redução do edema traumático resultaria em uma recuperação mais rápida das funções do membro reduzindo os custos da reabilitação (GRIFFIN, et al., 1990). As Diadinâmicas de Bernard como correntes polarizadas poderiam ser uma alternativa para redução de edema devido a característica de provocar “fuga” de líquidos do pólo positivo para o negativo, fenômeno este conhecido como endosmose (CAMERINI, CARVALHO e OLIVEIRA, 1998). Assim, deveria ser verificado uma redução do grau de edema quando aplicado o pólo positivo sobre o membro lesionado e, conseqüentemente, um aumento quando utilizado o pólo negativo. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 42 Além disso, outros efeitos promovidos por estas correntes justificariam sua ação sobre o edema como: aumento no fluxo linfático, aumento na drenagem venosa e na circulação sangüínea local (CAMERINI, CARVALHO e OLIVEIRA, 1998). No estudo em questão verificou-se aumento significativo do edema nos animais do grupo controle e, este permaneceu aumentando com o passar do tempo, apesar de não significativo estatisticamente; porém, após aplicação do pólo positivo das Diadinâmicas de Bernard, observou-se que houve uma tendência em decrescer a média de edema das patas traumatizadas dos animais e, em seguida, uma estabilização deste processo exsudativo. Logo após aplicação do pólo negativo das Diadinâmicas de Bernard, o edema aumentou significativamente, e, com o passar do tempo, houve uma tendência em permanecer aumentando. Segundo SNYDER-MACKLER (1995), desde 1974, quando o primeiro estimulador de alta voltagem foi comercializado, muitas reclamações foram feitas a respeito de sua eficácia na redução de edema pós-traumático usando estimulação em nível sensorial. Atualmente relatos de caso têm sustentado o uso de estimulação elétrica em nível sensorial para o controle de edema. REED (1998) estudou o efeito da corrente pulsada de alta voltagem (CPAV) acima e abaixo do limiar motor na permeabilidade do microvaso de hamsters. A permeabilidade do microvaso pós-histamina para as proteínas do plasma foi significativamente reduzida nos grupos de 30 e 50 V sobre o grupo de 10 V e condições de controle. Esses resultados sugerem que a CPAV pode reduzir a formação de edema. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 43 FISH (1992) realizou uma série de estudos a este respeito utilizando estimulação elétrica (10% menos do nível motor) na formação de edema de sapos e ratos. O edema foi produzido jogando-se um peso fixo a partir uma certa distância nos membros dos animais. O resultado foi redução significante do edema tanto em sapos quanto em ratos. Nestes estudos justificaram a redução do edema através da permeabilidade vascular reduzida, porém não verificaram uma redução no edema que já se formou, mas, um retardamento na sua formação. Estudos confirmam que, para casos onde o edema já se estabeleceu, é indicada estimulação motora para que se promova ação de bombeamento muscular, já para edema recém formado, pouco tempo após lesão, recomenda-se estimulação em nível sensorial (SNYDER-MACKLER, 1995). Dois protocolos de estimulação elétrica para redução de edema foram aconselhados historicamente: estimulação em nível motor de baixa freqüência para a bomba muscular e estimulação em nível sensorial para os efeitos de campo elétrico. Nenhum desses protocolos revelou ser eficaz em seres humanos para acelerar a resolução do edema na fase aguda da lesão (HARRELSON, WEBER e LEAVER-DUNN, 2000). BETTANY, FISH e MENDEL (1990) em um estudo com rãs, realizaram uma lesão traumática em duas de suas patas. Uma delas recebeu aplicação de corrente de alta voltagem 10 minutos após o trauma, durante 30 minutos, com intensidade suficiente para produzir pequena contração muscular. O outro membro serviu como controle na evolução do edema. O volume dos membros foi mensurado antes e após o trauma, antes e após o tratamento, 8 e 17 horas pós-trauma, comprovando uma redução significativa na formação do edema após aplicação da CPAV quando comparado com o membro não tratado. Justificaram tal fato através de estudos de Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 44 REED (1988), ou seja, redução da permeabilidade capilar para proteínas do plasma, redução da pressão capilar e também em estudos de NEWTON (1987) e ALON (1984) sobre a influência da polaridade e ativação músculo-esquelética. Acredita-se que a CPAV possa exercer influência no fluxo sangüíneo, através de contrações que resultam em compressão de veias e vasos linfáticos, mas estes efeitos dependem da intensidade, freqüência, e local da estimulação. MOHR, AKERS e WESSMAN (1987) realizaram um estudo no intuito de comprovar os efeitos da CPAV sobre a velocidade do fluxo sangüíneo em patas posteriores de ratos. Inicialmente anestesiaram os animais para aplicação da corrente; para mensuração fizeram uso de um Doppler 20 MHz. Os resultados demonstraram aumento significante do fluxo sangüíneo nas patas dos animais. Neste estudo foi utilizada estimulação percutânea, mas os seus resultados foram de acordo com vários outros estudos utilizando animais com estimulação elétrica direta de nervos e músculos. Os resultados também se mostraram em acordo com estudos utilizando estimulação percutânea em humanos. Embora ambos os pólos negativo e positivo provocaram aumento no fluxo sangüíneo, o pólo negativo teve uma capacidade maior para aumentar o fluxo neste estudo. COOK et al. (1994) em um experimento a fim de determinar os efeitos da estimulação elétrica sobre o fluxo linfático e volume de pata em ratos, utilizaram 28 animais da raça Sprague-Dawley, nos quais aplicaram uma injeção de albumina em suas patas direitas. O grupo experimental recebeu aplicação de CPAV durante uma hora, e o grupo controle não recebeu qualquer forma de tratamento. Amostras de sangue e volume foram mensurados em intervalos de 7 horas. O estudo comprovou que a corrente de alta voltagem estimulou um aumento no fluxo linfático provocando potente redução de edema. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 45 Os resultados obtidos confirmaram o que é referido pela literatura existente. Observou-se aumento significativo do edema após aplicação do pólo negativo, e, uma tendência em reduzir-se o processo exsudativo quando utilizado o pólo positivo das Diadinâmicas de Bernard. O processo que justifique tal redução não pode ser afirmado porém, muitas possíveis causas são citadas na literatura; dentre elas o princípio da endosmose. Levando em consideração todos trabalhos e a literatura, existem muitas controvérsias a respeito do uso de estimulação elétrica para redução de edema, principalmente quando nos referimos a efeitos específicos de cada pólo. As Diadinâmicas de Bernard, por terem permanecido por muito tempo desacreditadas, apresentam pouca bibliografia documentando seus reais efeitos sobre processos exsudativos. Tal fato representou um empecilho ao estudo em questão, porém, ao mesmo tempo, foi um fator estimulante pois muitas são as dúvidas a respeito de suas ações no edema traumático agudo. Além disso, o uso de humanos no presente estudo foi dificultado devido à impossibilidade de se obter lesões idênticas. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 6 CONCLUSÃO Ao mesmo tempo em que a inflamação é parte importante do processo de reparo, o edema por um tempo prolongado pode representar um problema para a reabilitação, pois tende a provocar dor, perda de movimento e fibrose. Sendo assim, seria muito importante que se comprovassem métodos efetivos para sua redução. Através do experimento realizado, pode-se concluir que as Diadinâmicas de Bernard exercem efeito positivo em processos exsudativos agudos de ratos, decorrentes de lesão traumática, principalmente o pólo positivo, que demonstrou tendência em reduzir e controlar o grau de edema; porém são necessários mais estudos a fim de justificar o mecanismo pelo qual tais eventos ocorram e comprovem suas ações em seres humanos. que Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 REFERÊNCIAS ALON, G. High voltage stimulation. Chattanooga, TN, Chattanooga Corp, 1984. Apud: BETTANY, J. A.; FISH, D. R.; MENDEL, F. C. Influence of high voltage pulsed direct current on edema formation following impact injury. Physical Therapy, v. 70, n. 4, p. 219-224, apr. 1990. BETTANY, J. A.; FISH, D. R.; MENDEL, F. C. Influence of high voltage pulsed direct current on edema formation following impact injury. Physical Therapy, v. 70, n. 4, p. 219-224, apr. 1990. BISSCHOP, G.; BISSCHOP, E.; COMMANDRÉ, F. Eletrofisioterapia. São Paulo: Santos, 2001. BOYES, J. Bunnell’s surgery of the hand, ed 5. Philadelphia, PA, J B Lippincott Co, 1970, cap. 9. Apud: GRIFFIN, J. W.; NEWSOME, L. S.; STRALKA, S. W.; WRIGHT, P. E. Reduction of chronic posttraumatic hand edema: a comparison of high voltage pulsed current, intermittent pneumatic compression, and placebo treatments. Physical Therapy, v. 70, n. 5, p. 279-286, may. 1990. CAMERINI, C.; CARVALHO, J.; OLIVEIRA, W. Correntes Diadinâmicas. In: RODRIGUES, E.; GUIMARÃES, C. Manual de Recursos Fisioterapêuticos. Rio de Janeiro: Revinter, 1998. p. 43-52. CAMERON, R. Inflamação e Reparação. In: COTRAN, R. S.; KUMAR, V.; ROBBINS, S. L. Patologia Estrutural e Funcional. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 1969. p. 31-73. COOK, H.; MORALES, M.; LA ROSA, E. M.; DEAN, J.; DONNELLY, M. K.; MCHUGH, P.; OTRADOVEC, A.; WRIGHT, K. S.; KULA, T.; TEPPER, S. H. Effects of electrical stimulation on lymphatic flow and limb volume in the rat. Physical Therapy, v. 74, n. 11, p. 1040-1046, nov. 1994 COTRAN, R. S.; KUMAR, V.; ROBBINS, S. L. Distúrbios hídricos e hemodinâmicos. In: _____. Patologia Estrutural e Funcional. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991. p. 73-100. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 48 COTRAN, R. S.; KUMAR, V.; ROBBINS, S. L. Lesão e morte da célula. In: _____. Patologia Estrutural e Funcional. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991. p. 1-30. FISH, D. R.; MENDEL, F. C.; SYLEGALA, J. Influence of high voltage pulsed current on edema formation following impact injury in rats. Phys Ther, 1992; 72: 668-673. Apud: SNYDER-MACKLER, L. Estimulação Elétrica para Reparo do Tecido. In: ROBINSON, A.; SNYDER-MACKLER, L. Eletrofisiologia Clínica – Eletroterapia e teste eletrofisiológico. 2. ed. São Paulo: Artmed, 1995. p. 279-296. FISH, D. R.; TAYLOR, K; MENDEL, F. C.; BEWTON, H. W. Effects of electrically induced muscle contration on posttraumatic edema formation in frog hind limbs. Phys Ther, 1992; 72: 127-132. Apud: SNYDER-MACKLER, L. Estimulação Elétrica para Reparo do Tecido. In: ROBINSON, A.; SNYDER-MACKLER, L. Eletrofisiologia Clínica – Eletroterapia e teste eletrofisiológico. 2. ed. São Paulo: Artmed, 1995. p. 279-296. GRIFFIN, J. W.; NEWSOME, L. S.; STRALKA, S. W.; WRIGHT, P. E. Reduction of chronic posttraumatic hand edema: a comparison of high voltage pulsed current, intermittent pneumatic compression, and placebo treatments. Physical Therapy, v. 70, n. 5, p. 279-286, may. 1990. GUIRRO, E; GUIRRO, R. Eletroterapia. In:_____. Fisioterapia Dermato-Funcional. 3. ed. São Paulo: Manole, 2002. p. 107-173. HAZARIKA, E.; KNIGHT, M.; FRAZIER-MOODIE, A. The effect of intermittent pneumatic compression on the hand after fasciectomy. The Hand 2: 309-314, 1979. Apud: GRIFFIN, J. W.; NEWSOME, L. S.; STRALKA, S. W.; WRIGHT, P. E. Reduction of chronic posttraumatic hand edema: a comparison of high voltage pulsed current, intermittent pneumatic compression, and placebo treatments. Physical Therapy, v. 70, n. 5, p. 279-286, may. 1990. HARRELSON, G. L.; WEBER, M. D.; LEAVER-DUNN, D. Uso das Modalidades na Reabilitação. In: ANDREWS, J. R.; HARRELSON, G. L.; WILK, K. E. Reabilitação Física das Lesões Desportivas. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. p. 61-105. HOBBY, J. Postoperative edema. In: TUBIANA R (ed): The hand, Philadelphia, PA, W B Saunders Co, 1985, v. 2, chap.12. Apud: GRIFFIN, J. W.; NEWSOME, L. S.; STRALKA, S. W.; WRIGHT, P. E. Reduction of chronic posttraumatic hand edema: a comparison of high voltage pulsed current, intermittent pneumatic compression, and placebo treatments. Physical Therapy, v. 70, n. 5, p. 279-286, may. 1990. 49 Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 HOOKER, D. Correntes Elétricas Estimulantes. In: PRENTICE, W. Modalidades Terapêuticas em Medicina Esportiva. 4. ed. São Paulo: Manole, 2002. p. 72-117. a HOOKER, D. Aparelhos de Compressão Intermitente. In: PRENTICE, W. Modalidades Terapêuticas em Medicina Esportiva. 4. ed. São Paulo: Manole, 2002. p. 307-319. b HUNTER, J.; MACKIN, E. Edema and bandaging. In: HUNTER, J., et al. Reabilitation of the Hand, ed. 2. St. Louis, 1984, cap. 11. Apud: GRIFFIN, J. W.; NEWSOME, L. S.; STRALKA, S. W.; WRIGHT, P. E. Reduction of chronic posttraumatic hand edema: a comparison of high voltage pulsed current, intermittent pneumatic compression, and placebo treatments. Physical Therapy, v. 70, n. 5, p. 279-286, may. 1990. HURWITZ, S.; ERNST, G. P.; YI, S. O Pé e o Tornozelo. In: CANAVAN, P. K. Reabilitação em Medicina Esportiva um Guia Abrangente. São Paulo: Manole, 2001. p. 329-387. INSTITUTO SÃO PAULO. Eletrotermofototerapia. <http://www.institutosaopaulo.com.br> Acesso em: 15 dez. 2003. Disponível em: KITCHEN, S.; YOUNG, S. Reparo dos Tecidos. In: KITCHEN, S.; BAZIN, S. Eletroterapia de Clayton. 10. ed. São Paulo: Manole, 1998. p. 46-58. KNIGHT, K. Crioterapia no Tratamento das Lesões Esportivas. 4. ed. São Paulo: Manole, 2000. LEHMANN, J.; LATEUR, B. Diatermia e Calor Superficial, Laser, e Crioterapia. In: KOTTKE, F.; LEHMANN, J. Tratado de Medicina Física e Reabilitação de Krusen. 4. ed. São Paulo: Manole, 1994. p. 277-356. LOW, J.; REED, A. Estimulação Elétrica de Nervo e Músculo. In:_____. Eletroterapia Explicada. 3. ed. São Paulo: Manole, 2001. p. 57-151. MACAULEY, D. Do Textbooks Agree on Their Advice on Ice?. Clin J Sport Med, v. 11, n. 2, p. 67-72, jan. 2001. MAREK, J.; JEZDINS KÝ, J.; OCHONSKÝ, P. Effects of various kinds of compresses on the course of traumatic edema. Acta Univ. Palacki, v. 66, p. 203-228, 1973. Apud: LEHMANN, J.; LATEUR, B. Diatermia e Calor Superficial, Laser, e Crioterapia. In: Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 50 KOTTKE, F.; LEHMANN, J. Tratado de Medicina Física e Reabilitação de Krusen. 4. ed. São Paulo: Manole, 1994. p. 277-356. MARTÍNS, J. M. R. Electroterapia. Disponível em: <http://www.electroterapia.com> Acesso em: 03 jun. 2003. MATSEN, F.; QUESTAD, K.; MATSEN, A. The effect of local cooling on post fracture swelling. Clin. Orthop. 201-206, 1975. Apud: LEHMANN, J.; LATEUR, B. Diatermia e Calor Superficial, Laser, e Crioterapia. In: KOTTKE, F.; LEHMANN, J. Tratado de Medicina Física e Reabilitação de Krusen. 4. ed. São Paulo: Manole, 1994. p. 277356. MELROSE, D.; KNIGHT M.; SIMANDL, E. The stripping of varicose veins: a clinical trial of intermittent compression dressings. Br J Surg 66: 53-55,1979. Apud: GRIFFIN, J. W.; NEWSOME, L. S.; STRALKA, S. W.; WRIGHT, P. E. Reduction of chronic posttraumatic hand edema: a comparison of high voltage pulsed current, intermittent pneumatic compression, and placebo treatments. Physical Therapy, v. 70, n. 5, p. 279-286, may. 1990. MOBERG, E. The shoulder-hand-finger syndrome. Surg Clin North Am 40: 367-373, 1960. Apud: GRIFFIN, J. W.; NEWSOME, L. S.; STRALKA, S. W.; WRIGHT, P. E. Reduction of chronic posttraumatic hand edema: a comparison of high voltage pulsed current, intermittent pneumatic compression, and placebo treatments. Physical Therapy, v. 70, n. 5, p. 279-286, may. 1990. MOHR, T.; AKERS, T.; WESSMAN, H. Effect of high voltage stimulation on blood flow in the rat hind limb. Physical Therapy, v. 67, n. 4, p. 526-533, apr. 1987. NEWTON, R. A. High voltage pulsed galvanic stimulation: theoretical bases and clinical applications. In: Nelson N. M. Clinical Electrotherapy, 1987, p. 165-182. Apud: BETTANY, J. A.; FISH, D. R.; MENDEL, F. C. Influence of high voltage pulsed direct current on edema formation following impact injury. Physical Therapy, v. 70, n. 4, p. 219-224, apr. 1990. PRENTICE, W. Usando Modalidades Terapêuticas para Influenciar o Processo de Cura. In:_____. Modalidades Terapêuticas em Medicina Esportiva. 4. ed. São Paulo: Manole, 2002. p. 2-18. REED, B. V. Effect of high voltage pulsed electrical stimulation on microvascular permeability to plasma proteins: a possible mechanism in minimizing edema. Phys Ther 68: 491-495, 1988. Apud: BETTANY, J. A.; FISH, D. R.; MENDEL, F. C. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 51 Influence of high voltage pulsed direct current on edema formation following impact injury. Physical Therapy, v. 70, n. 4, p. 219-224, apr. 1990. RENNIE, S. Diadynamic current therapy. Current Physical Therapy (Peat M., ed.) p. 207-211, 1988. Apud: LOW, J.; REED, A. Estimulação Elétrica de Nervo e Músculo. In:_____. Eletroterapia Explicada. 3. ed. São Paulo: Manole, 2001. p. 57-151. RIPPE, B.; GREGA, G. Effects of 150 prenaline and cooling on histamine induced changes of capillary permeability in the rat hind quarter vascular bed. Acta Phisiol Scand, p. 252-262, 1978. Apud: KNIGHT, K. Repouso, Gelo, Compressão, Elevação e Estabilização para o Tratamento Imediato de Lesões Traumáticas Agudas. In: _____. Crioterapia no Tratamento das Lesões Esportivas. 4. ed. São Paulo: Manole, 2000. p. 21-42. ROSS, C., SEGAL, D. High voltage galvanic stimulation: an aid to postoperative healing. Current Podiatry 30; 19-25, 1981. Apud: GRIFFIN, J. W.; NEWSOME, L. S.; STRALKA, S. W.; WRIGHT, P. E. Reduction of chronic posttraumatic hand edema: a comparison of high voltage pulsed current, intermittent pneumatic compression, and placebo treatments. Physical Therapy, v. 70, n. 5, p. 279-286, may. 1990. SALISBURY, R. Postburn edema of the upper extremity: evaluation of present treatment. J Trauma 13: 857-862, 1973. Apud: GRIFFIN, J. W.; NEWSOME, L. S.; STRALKA, S. W.; WRIGHT, P. E. Reduction of chronic posttraumatic hand edema: a comparison of high voltage pulsed current, intermittent pneumatic compression, and placebo treatments. Physical Therapy, v. 70, n. 5, p. 279-286, may. 1990. SNYDER-MACKLER, L. Estimulação Elétrica para Reparo do Tecido. In: ROBINSON, A.; SNYDER-MACKLER, L. Eletrofisiologia Clínica – Eletroterapia e teste eletrofisiológico. 2. ed. São Paulo: Artmed, 1995. p. 279-296. SOARES, E.; SILVA, A.; SILVA, W. Crioterapia. In: RODRIGUES, E.; GUIMARÃES, C. Manual de Recursos Fisioterapêuticos. Rio de Janeiro: Revinter, 1998. p.107127. SORENSEN, M. Pain Control: 3. Pulsed galvanic muscle stimulation for post-op edema in the hand. Longmont, CO, Staodynamics Inc, 1983. Apud: GRIFFIN, J. W.; NEWSOME, L. S.; STRALKA, S. W.; WRIGHT, P. E. Reduction of chronic posttraumatic hand edema: a comparison of high voltage pulsed current, intermittent pneumatic compression, and placebo treatments. Physical Therapy, v. 70, n. 5, p. 279-286, may. 1990. Monografias do Curso de Fisioterapia – Unioeste n. 01-2004 ISSN 1678-8265 52 TUBIANA, R. Stiffness of the fingers: anatomical, pathological, etiological and clinical considerations. In: TUBIANA, R (ed): The hand, Philadelphia, PA, W B Saunders Co, 1985, v. 2, cap. 107. Apud: GRIFFIN, J. W.; NEWSOME, L. S.; STRALKA, S. W.; WRIGHT, P. E. Reduction of chronic posttraumatic hand edema: a comparison of high voltage pulsed current, intermittent pneumatic compression, and placebo treatments. Physical Therapy, v. 70, n. 5, p. 279-286, may. 1990.