MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA FARMACOLOGIA DOS PRINCIPAIS ANTIPARASITÁRIOS DE USO NA MEDICINA VETERINÁRIA LAERTE ALEIXO BALDANI2 RAIMUNDO VICENTE DE SOUSA 1 ADELMO GUILHOTO MIGUEL2 Lavras, 1999 1- Professor DMV/UFLA 2-Acadêmicos de Medicina Veterinária NOTA A clínica dos animais, seja de companhia ou de produção, é um campo sempre em mudança. Precauções padronizadas de segurança precisam ser seguidas, mas, à medida que novas pesquisas e experiências clínicas se desenvolvem, tornam-se necessárias, ou apropriadas, mudanças no tratamento e na terapia com drogas. Nós, autores deste boletim, compilamos algumas informações básicas sobre a farmacologia de algumas drogas em uso atualmente e outras de importância histórica na Medicina Veterinária, que acreditamos possam ser úteis no dia a dia dos profissionais da área. Não é o nosso objetivo oferecer uma obra completa sobre o assunto, e em vista das constantes mudanças no mercado optamos por não exemplificar as drogas com algumas de suas apresentações atuais no comércio. Do mesmo modo, com o constante desenvolvimento de resistência a algumas bases farmacológicas, fato este que envolve vários fatores relacionados ao parasita, ao hospedeiro, à droga em questão, ao tipo de manejo e inclusive aspectos regionais, dentre 2 outros, também omitimos suas respectivas doses terapêuticas, e deixamos a cargo dos profissionais para que possam optar pelas drogas apropriadas e determinar suas dosagens conforme seu conhecimento e experiência profissional e também conforme orientação do fabricante. Os autores 3 I. INTRODUÇÃO: 1. IMPORTÂNCIA DO PARASITISMO: As perdas econômicas determinadas pelas parasitoses nos animais de produção, apesar de normalmente não percebidas pelo proprietário, são altas quando se considera a redução no ganho de peso, na produtividade e um aumento da susceptibilidade a doenças diversas. Nestes animais geralmente busca-se o controle da parasitose a níveis aceitáveis, que não alterem na sua produtividade e saúde. Já em pequenos animais, como o cão e o gato, é interessante a erradicação dos parasitas, visto que geralmente estão intimamente próximos ao homem e que algumas parasitoses possuem importância considerável como zoonose, por exemplo a toxoplasmose, a larva migrans cutânea (pelo Ancylostoma sp.), larva migrans visceral (pelo Toxocara canis). Costumava-se sugerir que os parasitas possuíam pouca capacidade de induzir imunidade no animal, mas atualmente já se verificou que apesar do organismo adquirir certa imunidade contra 4 tais parasitas, nem sempre ela é suficiente para proteger o animal em infestações maciças. Observa-se que algumas infestações são autolimitantes, ou seja, ocorre uma autocura conforme o animal atinge certa idade, enquanto outras infestações superam sua imunidade. Em vista deste fato, é de fundamental importância o controle integrado das parasitoses, com o seu tratamento específico associado a condições ideais de manejo (destino adequado de fezes, boa higiene do ambiente, calendário correto de vermifugação, entre outros). Entende-se por tratamento específico a utilização apenas da droga efetiva contra o parasita que se quer combater, ou seja, evitar o uso de preparações com mais de uma droga, pois apesar de serem de amplo espectro, encarecem o tratamento e facilitam o surgimento de resistência. Daí a necessidade de se realizar o exame de fezes ou outro método diagnóstico sempre que possível. 2. PAPEL DAS DROGAS ANTIPARASITÁRIAS: Quando se administra um antiparasitário a um animal, dois objetivos são buscados: 5 • Eliminação do agente ou, o que é mais comum, manutenção de uma carga parasitária a níveis toleráveis pelo hospedeiro, pois não há vermífugo que atue contra todos os tipos de parasita e em todas as fases de seu desenvolvimento; • Prevenir a reinfestação ou a reinfecção. 3. PROPRIEDADES DESEJÁVEIS EM UM ANTIPARASITÁRIO: • Eficiência: Deve ter um amplo espectro de atividade e ser capaz de destruir a maior percentagem possível de parasitas, atuando sobre todas as fases de seu desenvolvimento. A eficiência recomendada é de 95%, sendo que abaixo de 75% o produto é considerado ineficiente. • Ser isento de efeitos colaterais: Alguns antiparasitários são pouco seletivos, agindo também sobre as células do hospedeiro. • Baixa toxicidade para o hospedeiro e meio ambiente. • Não deixar resíduos nos produtos do animal. • Possibilidade de administração por várias vias. • Facilidade de administração. • Maior índice terapêutico possível. 6 • Baixo custo. 4. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO: • Parenterais: intramuscular (IM) ou subcutânea (SC). • Intra-rumenal: Existe a possibilidade de desenvolvimento de peritonite. É admitida para bovinos, os quais têm a capacidade de “restringir” os quadros de peritonite, reduzindo seu risco. • Oral: Indicada para eqüinos, animais de companhia e no tratamento massal de aves, coelhos e suínos. Pode ser utilizada para bovinos, mas a dificuldade de aplicação, sobretudo quando muitos animais devem ser tratados, limita o seu emprego. • Transcutânea ou percutânea: Utiliza formulações do tipo spot-on ou pour-on. Estas preparações contêm um veículo especial que permite a absorção da droga pela pele. Apesar de mais caras, facilitam bastante a vermifugação de grandes rebanhos. • Bolus: Forma farmacêutica pouco utilizada no Brasil, consiste num comprimido protegido por uma série de camadas que, sob ação dos microorganismos rumenais, vai liberando lentamente a droga. Possuem a grande vantagem de proporcionar uma 7 medicação eficaz e prolongada garantindo níveis terapêuticos mais estáveis e não oscilantes. 5. FATORES GERAIS RELACIONADOS AO HOSPEDEIRO E AO PARASITA: • HOSPEDEIRO: èEspécie e raça: Algumas espécies ou raças não podem receber determinadas drogas, como é o caso dos cães da raça Collie em relação à ivermectina. Também deve-se ter especial cuidado ao adaptar a dose terapêutica de uma espécie para outra, por exemplo, em geral os caprinos necessitam de uma dose maior do que a dos ovinos. èIdade: Relaciona-se à maturidade dos sistemas enzimáticos do hospedeiro. èCarga parasitária: Animais altamente infectados merecem especial atenção, pois além de já se apresentarem debilitados, a morte de grande quantidade de endoparasitas simultaneamente pode trazer sérias consequências ao animal, seja obstruindo a luz 8 intestinal nas helmintoses graves ou obstruindo vasos sangüíneos pela morte de filárias na dirofilariose. èPeso: O peso determinará a dose do medicamento e deve-se ser respeitada, evitando-se assim o desenvolvimento de resistência à droga pelo parasita. èEstado fisiopatológico do animal: Fêmeas gestantes não devem ser medicadas com drogas que potencialmente possam interferir com o perfeito desenvolvimento dos filhotes (drogas teratogênicas). O próprio manuseio causando estresse ao animal pode induzir aborto. Do mesmo modo, drogas que sejam tóxicas devem ser evitadas ou usadas com cuidado em hepatopatas, nefropatas, animais desidratados, ou seja, animais que de certa forma estejam debilitados. • PARASITA: Resistência ao antiparasitário. Isto se verifica principalmente em caprinos, em relação aos anti-helmínticos, devido ao uso freqüente de sub-doses. O uso excessivo ou então a medicação desnecessária também favorecem à resistência do parasita. 9 II. DROGAS CONTRA NEMATÓDEOS: 1. BENZIMIDAZÓIS: Os compostos do grupo dos benzimidazóis são classificados da seguinte maneira: a) Tiazólicos: tiabendazol, cambendazol. b) Metilcarbamatos: Parbendazol, mebendazol, flubendazol, albendazol, fembendazol, oxfendazol. c) Halogenados: triclambendazol. d) Pró– benzimidazóis: febantel, tiofanato, netobimin. Os pró– benzimidazóis são compostos inativos que atuam através da conversão enzimática em benzimidazól– etil ou metilcarbamatos ativos. O febantel e o netobimin são derivados guanidínicos que se convertem em fembendazol e albendazol, respectivemente. O tiofanato é ativado ao ser metabolizado no animal em um derivado etil conhecido como lobendazol. Estas drogas possuem uma solubilidade maior, o que permite uma maior flexibilidade de formulação e administração, resultando em vantagens práticas 10 importantes em relação aos benzimidazóis que são insoúveis em água. Como um grupo, os benzimidazóis interferem na produção de energia com conseqüente paralisia muscular e morte do parasita, a maioria inibindo a enzima fumarato-redutase. Mebendazol e flubendazol atuam inibindo a tubulina, prejudicando a função microtubular na célula (que, entre outros efeitos, inibe o transporte de glicose). Provavelmente, fembendazol e cambendazol possuem ambos os mecanismos. De maneira geral, a atuação destas drogas é exclusiva contra nematódeos, embora algumas delas, como o mebendazol, possam ser utilizadas em certos tipos de tênias. Já o albendazol em doses maiores tem alguma ação contra trematódeos como a Fasciola sp. e cestódeos. Compostos como o tiabendazol e o cambendazol são mais hidrossolúveis, sendo portanto mais facilmente dissolvidos nos fluidos gastrintestinais e atingindo concentrações plasmáticas máximas mais rapidamente. Já os outros compostos benzimidazóis são menos hidrossolúveis, e podem permanecer mais tempo no trato 11 gastintestinal mantendo concentrações plasmáticas mais prolongadas. A molécula absorvida e que chega ao tubo digestivo por meio do plasma é mais importante que a droga passada ao lúmem sem absorção, pois atua melhor contra os vermes hematófagos e atinge os parasitos localizados na mucosa do trato gastrintestinal e outras localidades do organismo. Esta eficiência do grupo como um todo está relacionada ao tempo de contato da droga com o parasita. Isto ocorre em função do seu mecanismo de ação, onde torna-se importante que a droga mantenha-se em contato com o parasito em concentrações suficientes e por um período de tempo mais prolongado. Assim sendo, o tratamento de poligástricos é feito, na maioria dos casos, em dose única, devido às suas características digestivas, que permitem uma permanência maior da droga no trato gastrointestinal (mais especificamente no rúmem). Desse modo, pode-se compreender com base nas características farmacocinéticas, que os benzimidazóis não atuam 12 bem em formas tissulares de alguns gêneros devido às concentrações ineficientes da droga ativa no tecido. Uso em animais de produção: como um grupo, recomenda-se um período de carência de, no mínimo, duas semanas entre administração do vermífugo e o abate para consumo. Os benzimidazóis, por terem absorção mínima, são drogas com baixíssima toxicidade, sendo que, para alguns representantes do grupo, não se consegue estabelecer a DL50. Sinais de intoxicação, quando acontecem, não são graves, podendo ocorrer diarréia e vômito, principalmente em cães. O cambendazol e o parbendazol podem causar diarréia em cavalos. Já existem casos de resistência e de resistência cruzada entre os membros do grupo. O tiabendazol, cambendazol, parbendazol, albendazol e oxfendazol podem atravessar a placenta e produzir efeitos embriotóxicos no terço inicial de gestação e efeitos teratogênicos em seu final, devendo, portanto, ser evitados em animais gestantes. Estes efeitos não foram observados nos outros membros do grupo, mas convém adiar a vermifugação destes animais para dias próximos ao parto. 13 2. IMIDOTIAZÓIS: Tetramizol / Levamizol Causam paralisia neuromuscular por bloqueio da fumaratoredutase e inibição das colinesterases. Devido a isso, faz-se mais importante para o efeito anti-helmíntico o pico de concentração plasmática alcançada do que o tempo de duração do fármaco ativo no organismo do animal hospedeiro. Atuam muito bem contra nematódeos gastrintestinais e pulmonares, sendo a droga de escolha para estes últimos. O levamisol apresenta ainda uma ação imunoestimulante, por restaurar o número de linfócitos T em animais imunodeprimidos, mas este efeito demonstrou ser dependente da dose e do tempo, já que foi observado que doses elevadas e tratamentos contínuos originam supressões imunológicas. O tetramisol é uma mistura racêmica dos isômeros levógiro e dextrógiro, ao passo que o levamisol é constituído apenas pelo levógiro. Como o isômero dextrógiro é tóxico e destituído de ação terapêutica, a escolha tem recaído sempre sobre o levamisol. Ambas as drogas podem ser administradas pelas vias oral (VO), subcutânea (SC) ou transcutânea (TC), sendo a absorção 14 equivalente em todas elas. As duas drogas não sofrem qualquer tipo de metabolismo, sendo eliminadas íntegras pela urina, fezes e leite. O levamisol é um fármaco pouco seguro, de margem de segurança muito pequena devido ao seu baixo índice terapêutico. Sinais de intoxicação são semelhantes àqueles produzidos por organofosforados, incluindo sialorréia, hiperestesia, irritabilidade, excitação, convulsões clônicas, depressão do sistema nervoso central (SNC), dispnéia, defecação e micção involuntárias. Mesmo em doses terapêuticas, os animais apresentam excessiva excitação e sialorréia, pelo que se recomenda mantê-los presos por 1-2 horas após a aplicação. Eqüinos e carnívoros são mais susceptíveis a intoxicações, principalmente os primeiros, onde a DL 50 é apenas o dobro da dose terapêutica e as drogas são expressamente contra-indicadas. Aves são mais resistentes, pois seu metabolismo é muito acelerado e, por isto, deve-se administrar doses altas a intervalos curtos. O período de carência é de dois dias para consumo de leite e sete dias para a carne. 15 3.TETRAIDROPIRIMIDINAS : Possui ação nicotínica na junção neuromuscular levando à uma paralisia espástica, ou seja, um bloqueio neuromuscular despolarizante causando relaxamento da musculatura e desprendimento do parasito. Principalmente utilizado para o tratamento de nematódeos gastrintestinais do cão, em especial ancilostomídeos e ascarídeos, mas também eficaz em equinos, suínos e ruminantes. Os principais representantes do grupo são o pamoato de pirantel, o tartarato de morantel, pamoato de oxantel, entre outros. Devido ao seu mecanismo de ação, o tempo de contato da droga com o parasito já não é tão importante, mas sim uma elevada concentração desta no momento deste contato, obtendo-se assim uma maior eficácia no tratamento. A via de administração é a oral. O efeito é muito maior em monogástricos, devido ao seu pH estomacal que favorece a sua absorção e atuação da droga. Em ruminantes, a pequena quantidade da droga absorvida é metabolizada no fígado. A excreção do 16 pamoato de pirantel é feita em grande parte de forma inalterada nas fezes, com exceção dos cães, que o fazem na urina. Os compostos do grupo atuam contra nematódeos gastrintestinais adultos, sendo mínima sua eficácia contra estádios imaturos e nematódeos pulmonares devido à sua baixa absorção. Devido à sua alta dose letal, os efeitos colaterais são raros, limitando-se geralmente a perturbações do trato gastrintestinal. 4. AVERMECTINAS E MILBEMICINAS: As moléculas provenientes de ambas as famílias são substâncias que compartilham algumas propriedades estruturais e físico-químicas, potenciais endectocidas em doses extremamente baixas e o mesmo mecanismo de ação. No grupo das avermectinas encontram-se a ivermectina, abamectina, doramectina, entre outras. Já no grupo das milbemicinas tem-se o nemadectin, moxidectin, milbemicina oxima D. Estes compostos são fármacos endectocidas de amplo espectro, eficientes contra nematódeos e artrópodes. Eles não possuem atividade tenicida nem trematodicida, devido à falta ou 17 pouca importância neste tipo de helminto da transmissão nervosa inibidora mediada pela abertura dos canais de cloro (acentuando assim a ação do ácido gama-aminobutírico ou GABA, um potente neurotransmissor inibitório). As vias usuais de administração são a oral, subcutânea ou transcutânea. A absorção após administração oral é boa, exceto nos ruminantes que, por inativarem parcialmente a droga no rúmen, absorvem apenas 25-30% do total. A distribuição é ampla, mas não atinge o SNC em quantidades significativas. Exceção a esta regra são alguns cães pastores (Collie, Old English Sheepdog e seus mestiços), onde um defeito genético na barreira hematoencefálica faz com que a droga possa atingir o SNC, causando intoxicação. O metabolismo é principalmente hepático e a eliminação primariamente se dá pela bile nas fezes, embora pequena quantidade possa aparecer na urina. A eliminação da droga na matéria fecal e seu efeito tóxico sobre diferentes tipos de insetos encarregados da degradação dos depósitos fecais tem merecido interesse especial devido ao potencial de impacto ambiental destes 18 fármacos. Outro aspecto que merece atenção é a sua excreção em quantidade considerável pela glândula mamária de vacas em lactação, onde pode-se encontrar resíduos até 28 dias póstratamento. A ivermectina, a droga mais bem caracterizada do grupo, é liberada no Brasil apenas para ruminantes, eqüinos e suínos. Ação teratogênica em roedores e coelhos. Não recomendado para bezerros com menos de quatro meses e cães das raças citadas anteriormente. O Índice terapêutico é muito grande (em algumas espécies, até dez vezes a dose terapêutica), sendo que as aves, devido ao seu alto metabolismo, suportam doses de até cinco vezes mais que a dose terapêutica para bovinos. Os sinais de intoxicação incluem ataxia, depressão, coma e morte. 5. TIACETARSAMIDA (ARSENAMIDA) SÓDICA E DIIDROCLORIDRATO DE MELARSOMINA: São duas drogas de uso praticamente exclusivo para o combate da dirofilariose canina. 19 A arsenamida sódica é bastante hepato e nefrotóxica, principalmente quando o animal já tem outras alterações nestes órgãos. O tratamento deve ser interrompido se surgirem vômito, urina escura e icterícia. Outro problema sério é seu grande efeito sobre as filárias, fazendo com que a morte de muitas delas simultaneamente possa levar o animal a desenvolver um quadro de embolia e morrer. O diidrocloridrato de melarsomina é mais eficaz do que a arsenamida sódica e chega a ser até três vezes mais seguro, sendo atualmente a droga mais utilizada neste caso. 6. PIPERAZINA: Droga de uso restrito na atualidade, tem um espectro antiparasitário reduzido, só apresentando boa eficiência contra ascarídeos. A exemplo de outras drogas já citadas, a piperazina também causa um bloqueio neuromuscular por despolarização no parasito, mas insuficiente para matá-lo. Os parasitas adultos são mais susceptíveis do que os estágios mais jovens, enquanto os estágios larvares são pouco afetados; desta forma, são comuns as reinfestações e a presença de parasitos vivos nas fezes. Atualmente, 20 seu uso é restrito à terapêutica massal de aves e suínos. A toxicidade é pequena, podendo causar alterações do SNC quando administrado em altas doses. III. DROGAS CONTRA CESTÓDEOS: 1. PRAZIQUANTEL: O mecanismo de ação é completamente desconhecido. Atua contra todas as tênias e muito efetivo contra Dipillydium e Echinococcus. Toda a droga é absorvida após administração oral e se distribui por vários tecidos do corpo, constituindo-se uma vantagem de sua atividade contra formas adultas ou larvares de cestódeos, que têm localizações variadas no hospedeiro (musculatura, cérebro, cavidade peritoneal, ductos biliares e intestino). O metabolismo é hepático e a excreção renal. Ainda não se estabeleceu a dose letal para cães, sugerindo que a droga é muito segura, produzindo poucos efeitos colaterais. 21 2. NICLOSAMIDA: É um tenicida que inibe a captação de glicose e bloqueia o ciclo de Krebs do parasita. Atua bem contra todas as tênias, menos Dipillydium e Echinococcus, sendo que neste, menos de 50% dos vermes é eliminado. A niclosamida praticamente não é absorvida, e como exige contato com o parasita, tem que ser administrada com o animal em jejum. Praticamente não ocorrem efeitos tóxicos. Hoje, devido ao seu espectro reduzido, está praticamente fora de uso. 3. NITROSCANATO: Seu mecanismo de ação é desconhecido, atua bem contra tênias e nematódeos. Bem absorvido após administração oral, tem metabolismo hepático e excreção renal. Algumas enzimas hepáticas têm seu nível aumentado, o que provavelmente possa acelerar o metabolismo de outras drogas como por exemplo digitálicos e anticonvulsivantes. 22 IV. DROGAS CONTRA TREMATÓDEOS: 1. NITROXINIL: É um desacoplador de cadeia respiratória, atua principamente contra formas adultas de Fasciola sp., e em menor grau contra formas imaturas. As vias de administração são a oral, subcutânea e intramuscular, sendo as duas últimas mais eficientes. Tem metabolismo hepático e excreção renal. Quanto à toxicidade, determina aumento generalizado do metabolismo do hospedeiro (hipertermia, taquicardia e taquipnéia) e deixa resíduos na carne e no leite por períodos prolongados (30 dias de período de carência para o abate). 2. SALICILANILIDAS: A maioria das drogas do grupo são trematodicidas (closantel, rafoxanida) que atuam desacoplando a fosforilação oxidativa no parasito. Devido à sua elevada união às proteínas plasmáticas e vida média de eliminação prolongada, são fasciolicidas eficientes que atuam sobre todas as fases de desenvolvimento deste parasita 23 hematófago. O closantel pode ser considerado de amplo espectro e também pode ser utilizado no tratamento de hemoncose, bunostomose e “bernes nasais” em ovinos (Oestrus ovis). Droga bem absorvida e distribuída, com metabolismo hepático e excreção renal. Um pouco mais tóxica que o nitroxinil, pode determinar lesões oculares, inapetência e diarréia. Em doses terapêutica pode ser usada sem risco, mas possui baixo índice de segurança. Não deve ser administrada em vacas lactentes e o seu período de carência para abate é de 28 dias, mas por ser detectado no plasma por até 90 dias após tratamento, a contaminação dos tecidos com sangue pode ser um problema no que se refere a resíduos do fármaco. V. DROGAS CONTRA ECTOPARASITAS: 1. ORGANOFOSFORADOS: Atuam por inibição irreversível das acetilcolinesterases, determinando interferência na transmissão neuromuscular com conseqüente morte do parasita. Embora atinjam a uma ampla 24 variedade de parasitos, sua toxicidade fez com que os mesmos deixassem de ser usados na maioria dos casos, principalmente contra endoparasitas. Atualmente, ainda tem sido indicados para o tratamento de ectoparasitoses em geral (carrapatos, sarnas, piolhos, “bernes” e “miíases”) e da habronemose eqüina, embora não constituam a primeira escolha. Podem ser usados pela via intramuscular para o tratamento de endoparasitoses, ou tópica para ectoparasitoses. Quando usados topicamente, grande parte da droga é absorvida pela pele, podendo facilmente determinar intoxicações. Dentre os organofosforados mais utilizados pode-se citar o clorpirifós, diclorvós, triclorfon, malation, diazinon, entre outros. Os sinais clínicos manifestados na intoxicação por organofosforados relacionam-se com sua ação sobre o sistema nervoso autônomo (SNA). Podem ocorrer ataxia, cólica, diarréia, tremores musculares, sialorréia e broncoespasmo. O sinal patognomônico da intoxicação é a miose extrema. Nas intoxicações por organofosforados, o antídoto é a atropina e a pralidoxima (2-pam). A observação da pupila também é 25 útil no tratamento, pois a reversão da miose é um indicativo da eficiência do mesmo. 2. IMIDINAS (AMITRAZ): Possui atividade agonista adrenérgica, através da inibição da monoamino oxidase (MAO) e outras enzimas. Causa depressão do sistema nervoso do parasito. Exclusivo para ectoparasitos (sarna, piolho, carrapato), constituindo a primeira escolha para o tratamento da sarna demodécica (Demodex). Possui baixa toxicidade, exceto para eqüinos, onde sérios efeitos colaterais podem ocorrer, incluindo o íleo paralítico. Não há antídoto específico, devendo ser feito tratamento sintomático. Seu efeito sedativo em cães pode ser evitado com o uso de ioimbina IV ou de tolazolina . O efeito residual é de sete a nove dias. 3. CARBAMATOS: Também são inibidores reversíveis das colinesterases, só que menos tóxicos que os organofosforados, apresentando a mesma sintomatologia produzida por eles. 26 4. PIRETRÓIDES: Agem inibindo o transporte de sódio e potássio no sistema nervoso do parasito. Pouco tóxicos em relação aos demais. Ocorrem principalmente reações de hipersensibilidade e alterações na musculatura da região bucal (o animal fica “lambendo” constantemente). Não há antídoto específico, devendo-se fazer um tratamento sintomático, utilizando-se principalmente anti-histamínicos e corticóides. São exemplos de piretróides a flumetrina, a permetrina, cipermetrina, a deltametrina, entre outras. 5. MONOSSULFETO DE TETRAETIURAN (MONOSSULFIRAN): Após sua absorção pela pele, o monossulfiran chega ao fígado e é metabolizado em carburato. Portanto, tem um efeito indireto. Indicado no combate a sarnas, pulgas, piolhos e carrapatos. 27 6. IMIDACLOPRID: Pertence à classe de inseticidas cloronicotinil nitroguanidina, e atua bloqueando os receptores nicotínicos da junção pós-sináptica dos neurônios de artrópodes, interrompendo os impulsos nervosos. Possui efeito adulticida e larvicida contra pulgas. Utilizado na formulação Spot- on, distribui-se por toda a pele do hospedeiro, atingindo eficácia máxima em até 24 horas garantindo eliminação das pulgas antes do início da fase de postura. As descamações cutâneas dos animais tratados caem no ambiente passando então a exercer efeito larvicida, principalmente nos locais de repouso (casinhas, cestos, etc.). Praticamente não possui toxicidade para mamíferos em doses terapêuticas. 7. FIPRONIL: Pertence à classe dos fenilpirazoles, e atua como antagonista no receptor do GABA, inibindo o fluxo celular dos íons cloro e, portanto, afetando o principal mecanismo neuromodulador dos artrópodes, aumentando a atividade elétrica do neurônio e matando o 28 parasito por hiperexcitação. Possui ação eficaz contra pulgas (adulticida e larvicida), e efeito moderado contra carrapatos. Encontrado na formulação tópica (spray e top-spot/spot-on). Na formulação spot-on ocorre difusão passiva do princípio ativo através das secreções sebáceas presentes nos pêlos e na pele. A distribuição do fipronil pela epiderme e unidades pilossebáceas permite seu armazenamento nas glândulas sebáceas e gradual liberação via dutos foliculares. Os pêlos dos animais tratados, ao caírem no ambiente, exercem controle das formas imaturas de pulgas. Apresenta toxicidade muito baixa, podendo inclusive ser utilizado em filhotes. 8. LUFENURON: Pertence à classe das benzoilfeniluréias, que são inibidoras da síntese de quitina nas formas jovens de pulgas e em outros artrópodes como baratas, moscas, cupins e carrapatos. O lufenuron atua principalmente contra as pulgas. 29 Administrado por via oral junto à refeição e absorvido no trato gastrintestinal, atingindo a circulação em poucas horas. É distribuído e armazenado no tecido adiposo, mantendo assim as concentrações plasmáticas. As pulgas adultas ingerem o princípio ativo por meio do repasto sangüíneo, sendo excretado junto às fezes que servirão de alimento às larvas do ambiente, atingindo-as. Como inibe a síntese de quitina, os ovos ficam impedidos de eclodir e as larvas de realizar as mudas. Lufenuron não é adulticida, portanto o tratamento exclusivo com esta droga não é eficaz nos casos de dermatite alérgica por picada de pulga. Neste caso estes animais estarão expostos às pulgas do ambiente de infestações pré-tratamento (o tratamento é a longo prazo). Praticamente não é tóxico para mamíferos, já que estes não dependem da formação de quitina. 9.NITENPYRAM: Promove uma rápida e praticamente completa eliminação das pulgas adultas no hospedeiro, atuando no bloqueio dos seus receptores nicotínicos da acetilcolina, provocando sua paralisia e 30 morte, não interferindo com a acetilcolinesterase. Estudos demonstram uma taxa de mortalidade das pulgas de até 100%, efeito que já pode ser visualizado 30 a 60 minutos após a administração da droga. Utilizada por via oral, é rapidamente absorvida obtendo concentrações sanguíneas máximas entre 15 minutos e uma hora após administração. Mais de 90% da droga é eliminada íntegra através da urina, dentro de 24 horas em cães e 72 horas em gatos. O nitempyram demonstrou ser uma droga segura e efetiva para cães e gatos acima de quatro meses de idade, e graças ao seu efeito imediato (apesar de não ser contínuo), tem sido utilizado com sucesso associado ao lufenuron no controle das pulgas nestes animais. VI. DROGAS CONTRA PROTOZOÁRIOS: 1. ACETURATO DE DIAMINAZENO: Causa interferência na síntese de DNA do parasito. Esterilizantes nas grandes babésias (B. bigemina, B. caballi, B. canis) 31 e cura clínica nas pequenas (B. bovis). Droga muito tóxica, provocando alterações no SNC (salivação, tremores musculares, emese, diarréia, degeneração hepática, renal cardíaca e muscular). Entretanto, é muito eficaz, sendo a droga de escolha na babesiose canina. Nas intoxicações, usar atropina como antídoto. 2. IMIDOCARB: Além de atuar contra babésias, apresenta ainda efeito contra Ehrlichia spp. e Anaplasma sp.. Provoca vacuolização do citoplasma do parasita, redução dos ribossomas e dilatação da cisterna do núcleo. Não é recomendado o seu uso em quadros clínicos avançados pelo perigo de intoxicação, que se caracteriza por descarga nasal serosa, salivação excessiva, diarréia e dispnéia (efeitos colinérgicos). À necrópsia, são constatadas hiperemia, hepatomegalia, congestão e edema pulmonar, hidrotórax, hidropericárdio, hidroperitônio. As lesões microscópicas são de necrose aguda dos túbulos renais e dos hepatócitos. Por não ser totalmente metabolizado, possui eliminação lenta e níveis sanguíneos prolongados, sendo de grande utilidade na profilaxia da 32 babesiose e anaplasmose quando se torna necessária a introdução de animais susceptíveis em área de risco (zonas infestadas por carrapatos, exposições, feiras, etc.) , graças ao seu longo período de ação. Na profilaxia usar metade da dose terapêutica. 3. PRIMAQUINA: Interrupção da função mitocondrial do parasita. Primariamente utilizado como um antimalárico, é indicado em medicina veterinária para o tratamento das babesioses felinas. Via oral é a de mais fácil administração, apesar de ser bastante irritante ao trata gastrintestinal, sendo comum a ocorrência de vômitos. 4. TETRACICLINAS: As tetraciclinas são as drogas de escolha para o tratamento de erliquioses e anaplasmoses. São bacteriostáticas, interferem na síntese protêica das células do parasita em crescimento rápido e em reprodução, ligando-se à sub-unidade 50S dos ribossomas. Seja por via oral ou parenteral, são bem absorvidas e amplamente distribuídas pelo organismo. Sofre metabolização hepática e eliminação na urina, 33 fezes e leite. Deve ser observado um período mínimo de sete dias de carência para os animais de produção. 5. METRONIDAZOL: Provoca uma interrupção na síntese de DNA nos parasitas. Atua principalmente contra Trichomonas sp., Giardia sp., Histomonas meleagrides (“Doença da cabeça negra dos perus”) e tem alguma atividade contra bactérias anaeróbicas. Droga bem absorvida por via oral e de ampla distribuição pelo organismo, eliminada na urina. Não é muito tóxico para cães, mas pode provocar distúrbios neurológicos (tremor, fraqueza, ataxia). Não recomendado durante prenhez ou lactação. 6. PIRIMETAMINA: Mecanismo de ação igual ao do trimetoprim, ou seja, inibição da tetraidrofolase-redutase. Em humanos, é usada para o tratamento da malária. Em medicina veterinária, é usada apenas para o tratamento da toxoplasmose, associado à sulfonamidas. Droga muito pouco palatável, geralmente necessita-se forçar a ingestão. A 34 absorção é razoável e o metabolismo e eliminação são similares ao das sulfas. Em relação ao trimetoprim, é mais tóxica e menos eficiente. Pode determinar deficiência de ácido fólico também no hospedeiro, levando a anorexia e depressão da medula. Estes sinais são facilmente reversíveis com a administração de ácido fólico. 7. ANTICOCCIDIANOS: Visam principalmente o combate aos protozoários do gênero Eimeria spp., Isospora spp. e Cryptosporidium spp., responsáveis por significativas perdas econômicas na avicultura, suinocultura, e na cunicultura. Usados tanto de forma preventiva, como curativa, associadas à ração ou à água, paralelamente a um adequado manejo (boa higiene do ambiente, menor densidade animal). Atualmente os tipos de programas de controle usados em frangos de corte são os de droga única por toda a vida da ave (“full time”) ou então um programa alternado combinando ionóforos e anticoccidianos químicos: • Só um ionóforo; • Só um químico; 35 • Ionóforo – químico; • Químico – ionóforo; • Ionóforo – outro ionóforo; • Químico – outro químico; Os ionóforos são drogas que causam desequilíbrio iônico alterando a permeabilidade da membrana do coccídio, permitindo a entrada de água na célula até sua ruptura. Estas drogas inibem bactérias celulolíticas gram-positivas do trato gastrintestinal dos animais e podem alterar um pouco a digestibilidade da fibra ingerida no alimento. As mais utilizados são a monenzima, a lasalocida, maduramicina, salinomicina, senduramicina, narasina. Acredita-se que os ionóforos apresentem leves diferenças em sua atividade contra espécies distintas. Por exemplo, a senduramicina é mais eficiente do que a maduramicina contra Eimeria acervulina e E. maxima, mas menos eficaz contra a E. tenella. Dentre os químicos, têm-se a sulfonamida (grupo das sulfas – competem com o ácido p-aminobenzólico por um local enzimático crítico), o amprólio (antagonista competitivo da tiamina ou vitamina 36 B1, que é de elevada necessidade nos coccídios na sua etapa e divisão), a nicarbazina , a robenidina (impede diferenciação de merozoítos para formar um esquizonte maduro, iniciando processo degenerativo), clopidol (coccidiostático que mantém esporozoíto na célula por até sessenta dias), halofunginona, o diclazuril e o toltrazuril. Em suínos têm-se utilizado o toltrazuril em dose única, como medida preventiva em leitões. 37 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOOTH, N.H.; McDONALD, L.M. Farmacologia e terapêutica em veterinária. 6.ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1992. 997p. BORDIN, . L.; MACIEL, A. E. B. Bolus intra-rumenal de ivermectin: um novo conceito no controle parasitário de bovinos. A Hora Veterinária, Porto Alegre, n.92, p.18-22, 1996. BRODY, T.M.; LARNER, T.M.; MINNEMAN, K.P.; NEU, H.C. Farmacologia humana - da molecular à clínica. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1997. 833p. GOODMAN, L. S.; GILMAN, A. As Bases farmacológicas da terapêutica. 8.ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1991. 1232P. GUYTON, A. C. Tratado de fisiologia médica. 8.ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1997. 926p. HOFMANN, J.; RAETHER, W.; EHRLICH, K. Flow cytometric analysis of Eimeria tenella sporozoites exposed to nigericin, monensin and lasalocid in vitro. Journal of Protozoology Research, Lawrence, v. 3, n. 2, p. 46-51, 1993. KATZUNG, B. G. Farmacologia básica e clínica. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1994. 992p. LACZAY, P.; VARGA, I.; MORA, Z.; LEHEL, J.; ROMVARY, A.; SEMJEN, G.; FEKETE, J. Potentiation of ionophorous anticoccidials with dihydroquinolines: Reduction of adverse interactions with antimicrobials. International Journal of Parasitology, v.24, n. 3, p. 421-423, 1994. 38 LANUSSE, C. E. Farmacologia dos compostos anti-helmínticos. In: PADILHA, T. Controle dos nematódeos gastrintestinais em ruminantes. Coronel Pacheco: Embrapa, 1996. p. 1-52. LEHNINGER, A. L.; NELSON, D.L.; COX, M.M. Princípios de bioquímica. 2.ed. São Paulo: Sarvier, 1996. 839p. LINDSAY, D. S.; RIPPEY, N. S.; TOIVIO-KINNUCAN, M. A.; BLAGBURN, B.L. Ultrastructural effects of diclazuril against Toxoplasma gondii and investigation of a diclazuril-resistant mutant. Journal of Parasitology, Winston-Salem, v. 81, n. 3, p. 459-466, 1995. PEREIRA, M. C.; SANTOS, A. P. Ctenocephalides felis felis: biologia, ecologia e controle integrado. Clínica Veterinária , Milan, n.17, p.31-36, 1998. RANG, H.P.; DALE, M.M.; RITTER, J.M. Farmacologia. 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1997. 692 p. SILVA, P. Farmacologia. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1994. 1450p. SPINOSA, H.S.; GORNIAK, S.L.; BERNARDI, M.M. Farmacologia aplicada à medicina veterinária. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1999. 454P. STRYER, L. Bioquímica. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996. 1000p. SWENSON, M.T.; REECE, W.O. DUKES: Fisiologia dos animais domésticos. 11.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996. 856 p. VALLE, L.B.S. et al., Farmacologia integrada: fundamentos farmacológicos da terapêutica. Rio de Janeiro: Atheneu, 1991. V.2. 1093p. 39 40