ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM RADIOTERAPIA CONCEITO: É o tratamento realizado através de radiações ionizantes no combate aos agentes neoplásicos com objetivo de atingir células malignas, impedindo sua multiplicação por mitose e/ou determinando a morte celular. OBJETIVOS: Destruir as células tumorais da região comprometida, agindo de forma a alterar ou danificar a molécula de DNA; Não comprometer tecidos normais; Reduzir ao máximo o risco de complicações. FINALIDADES DA RADIOTERAPIA: Curativa: É realizada com o intuito de tratar tumores radiossenssíveis. Pode ser classificada em: Curativa Adjuvante: Realiza-se a cirurgia e em seguida o tratamento radioterápico. Curativa Neo-Adjuvante: O cliente é submetido primeiramente a radioterapia para diminuir o tamanho do tumor e melhorar as condições cirúrgicas a seguir. Paliativo: É um tratamento a curto ou longo prazo, que busca a remissão de sintomas para diminuir o sangramento, aliviar a dor, obstruções e compressão neurológica. TIPOS DE RADIOTERAPIA: Teleterapia Braquiterapia Teleterapia Consiste na terapia à distância, ou seja, a fonte emissora de radiação fica a mais ou menos 1 metro do paciente. Nesta categoria, enquadram-se os feixes de raios-X, de raios gama, elétrons de alta energia e nêutrons. TIPOS DE RADIOTERAPIA: Teleterapia Os principais aparelhos utilizados são: - Raios X Superficial, Semi-Profundo ou de Ortovoltagem - Cobalto-60 - Aceleradores Lineares Estes aparelhos usam microondas para acelerar elétrons a grandes velocidades em um tubo com vácuo. Podem gerar fótons de energia muito maior que os do cobalto-60. Cobalto Acelerador Linear Comando do Acelerador Linear TIPOS DE RADIOTERAPIA: Braquiterapia É a terapia de curta distância onde, uma fonte encapsulada ou um grupo destas fontes são utilizadas para liberação de radiação beta ou gama a uma distância de poucos centímetros do volume tumoral. Braquiterapia Comando da Braquiterapia Microselectron-HDR Modalidades de Braquiterapia Modalidades de Braquiterapia • Intra-luminal Braquiterapia de Colo Uterino RADIOTOXIDADE: Os efeitos tóxicos do tratamento radioteráico vão depender: Localização do tumor; Energia utilizada; Volume do tecido irradiado; Dose total; Estado geral do cliente. O tempo de ocorrência podem ser classificadas em: Reações agudas: Aparecem durante ou até um mês após o término das aplicações. Reações intermediárias: Aparecem de um a três meses após o término do tratamento. Reações tardias: Surgem de três a seis meses ou anos após o fim do tratamento. EFEITOS COLATERAIS: Efeitos mais freqüentes: Fadiga; Ansiedade e Depressão Anorexia; Reações de pele. Efeitos colaterais na região do couro cabeludo: Alopécia Efeitos colaterais na região de cabeça e pescoço: Mucosa: Eritema e Mucosite. Glândulas Salivares: Alterações da característica da saliva, alterações no paladar. Dentes e Ossos: Cáries de irradiação e Osteorradionecrose de mandíbula EFEITOS COLATERAIS: Efeitos colaterais na região pélvica: Diarréia; Náuseas e/ou vômito; Cistite. Disfunção sexual: Diminuição da libido; Fibrose ou estenose vaginal; Esterilidade permanente. Impotência. DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM Mucosa Oral Alterada relacionado aos efeitos secantes da radiação de cabeça e pescoço, evidenciado por mucosa oral lesionada e língua saburrosa; Constipação percebida relacionado ao uso habitual de laxantes ou efeito colateral da morfina; Integridade da pele prejudicada aos efeitos da radiação sobre as células epiteliais e basais; Nutrição Desequilibrada: menos que as necessidades corporais relacionado a ingestão oral diminuida, a salivação diminuida, ao desconforto da boca, a disfagia a náusea/vômito e ao aumento do metabolismo. DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM Ansiedade relacionado a prescrição da radioterapia e ao conhecimento insuficiente sobre o procedimento e o local, os efeitos locais e sistêmicos da terapia e as medidas de autocuidado; Dor crônica relacionado aos efeitos do câncer sobre o órgão, evidenciado por relato de descrição de dor; Diarréia relacionado ao peristaltismo aumentado secundário a irradiação do abdome; Risco para padrão de sexualidade alterado relacionado a fadiga, fraqueza, a dor, as mudanças no autoconceito, ao pesar, a impotência e a dispareunia. ASSINTÊNCIA DE ENFERMAGEM NOS EFEITOS COLATERAIS MAIS COMUNS Ansiedade e Depressão; Fadiga - Orientações: Minimizar o seu desgaste físico e mental; Repousar após as aplicações; Dormir as horas necessárias para sentir-se disposto; Manter uma boa alimentação e hidratação; Continuar com atividade de trabalho e lazer. ASSINTÊNCIA DE ENFERMAGEM NOS EFEITOS COLATERAIS MAIS COMUNS Reação de pele; As áreas que estão mais sujeitas aos efeitos: • Áreas aonde há atrito: sulcos mamários e região interglútea. • Áreas aonde a epiderme é fina: face, axilas, região inguinal e períneo. • Áreas de incisões cirúrgicas ou traumas anteriores. • Área de inflamação. ASSINTÊNCIA DE ENFERMAGEM NOS EFEITOS COLATERAIS MAIS COMUNS Reações de pele - Orientações: Banho morno, secar sem esfregar, recomenda-se o uso de sabonete neutro e manter a pele do campo de tratamento hidratada; Não esfregar o local; Não usar sutiã, lycra ou roupa sintética; Não fazer a barba com gilete; Não expor a área de tratamento ao sol; Não usar roupas de cor escura; Evitar extremos de calor e frio; Não usar loções, cremes, talcos, desodorantes ou álcool; Ingesta hídrica de 2 a 3 l/dia. ASSINTÊNCIA DE ENFERMAGEM NOS EFEITOS COLATERAIS MAIS COMUNS Anorexia - Orientações: Variar o ambiente; Comer com a família e os amigos; Tentar novos alimentos e receitas; Comer lanches com alto teor calórico; Tomar vitaminas ricas em proteínas; Nutrição e ingestão hídrica adequada; Fracionar as refeições, evitar líquidos com as refeições; Encaminhá-lo ao serviço de nutrição e dietética, s/n. Couro Cabeludo Alopécia – Orientações: • O grau e extensão da queda do cabelo; • Utilizar shampoos suaves ; • Evitar o uso de secadores, escovação e tintura; • Aconselhar o uso de pirucas, lenços e bonés; ASSINTÊNCIA DE ENFERMAGEM NOS EFEITOS COLATERAIS ESPECÍCOS DAS REGIÕES IRRADIADAS Cabeça e Pescoço – Orientações: Monitorar as condições nutricionais; Estimular a ingesta hídrica de 2 a 3 l/dia; Higiene oral e escovação dos dentes após cada refeição; Evitar alimentos muito açucarados; Usar um analgésico tópico antes de comer; Não usar cigarros, bebidas alcoólicas e alimentos secos e duros; Evitar sucos e frutas ácidos; Evitar uso de alimentos muito quentes ou frios; Usar bicarbonato de sódio e nistatina 6x dia; Encaminhar nutricionista; Uso de sonda naso-enteral se necessário; Monitorar a cavidade oral semanalmente; Retirar próteses dentárias móveis, se existentes. ASSINTÊNCIA DE ENFERMAGEM NOS EFEITOS COLATERAIS ESPECÍCOS DAS REGIÕES IRRADIADAS Região abdominal e pélvica Náuseas e Vômitos – Orientações: • Evoluir na dieta conforme a tolerância • Beber refrescos suaves; • Evitar alimentos gordurosos, doces e encorpados; • Tentar alimentos secos; • Tentar alimentos de fácil digestão; • Fazer refeições pequenas e freqüentes; • Evitar odor de alimentos; • Fazer o uso de antiemético 30 minutos antes das refeições, conforme prescrição médica; • Investigar a freqüência do vômito, a quantidade e as características afim de previnir a piora do estado geral e o desequilíbrio hidroeletrolítico. ASSINTÊNCIA DE ENFERMAGEM NOS EFEITOS COLATERAIS ESPECÍCOS DAS REGIÕES IRRADIADAS Constipação Intestinal • • • • Beber quantidades adequadas de líquidos; Comer alimentos ricos em fribra; Fazer exercício regularmente, se possível; Evitar alimentos concentrados. Diarréia – Orientações: • Orientar a manutenção de bom estado nutricional e hidratação; • Conhecer a intensidade, características e freqüência das eliminações; • Investigar a presença de gases, dor e distensão abdominal; • Estar atento para o estado emocional, sinais de desidratação e fadiga; ASSINTÊNCIA DE ENFERMAGEM NOS EFEITOS COLATERAIS ESPECÍCOS DAS REGIÕES IRRADIADAS Diarréia – Orientações: • Ingerir dieta pobre em resíduos, hipercalórica e hiperprotéica, rica em potássio; • Beber líquidos que forneçam eletrólitos; • Evitar derivados do leite; • Evitar alimentos gordurosos que produzam gases; • Lavar a região perianal após cada episódio de diarréia e secar com toalha macia; • Fazer o uso de antidiarréico conforme prescrição médico. ASSINTÊNCIA DE ENFERMAGEM NOS EFEITOS COLATERAIS ESPECÍCOS DAS REGIÕES IRRADIADAS Disfunção Sexual – Orientações: A escolha de um método anticoncepcional efetivo durante o tratamento e até 2 anos após; A diminuição da libido é temporário e se normaliza de 2 a 3 semanas após o término do tratamento; Atividade sexual pode continuar durante o tratamento; Utilizar lubrificantes vaginais; • Na presença de sangramento, inflamação e ulceração da mucosa vaginal, evitar relação sexual; Observar sinais de infecção, afim de que se faça um tratamento precoce.