RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO 1. NOME DO MEDICAMENTO Epirrubicina Azevedos 2 mg/ml, concentrado para solução para perfusão 2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA 1 ml de solução injetável contém 2 mg de Cloridrato de Epirrubicina. 1 frasco para injetáveis de Epirrubicina Azevedos com 5 ml de concentrado para solução para perfusão contém 10 mg de Cloridrato de Epirrubicina 1 frasco para injetáveis de Epirrubicina Azevedos com 10 ml de concentrado para solução para perfusão contém 20 mg de Cloridrato de Epirrubicina 1 frasco para injetáveis de Epirrubicina Azevedos com 25 ml de concentrado para solução para perfusão contém 50 mg de Cloridrato de Epirrubicina 1 frasco para injetáveis de Epirrubicina Azevedos com 100 ml de concentrado para solução para perfusão contém 200 mg de Cloridrato de Epirrubicina Lista completa de excipientes, ver secção 6.1. 3. FORMA FARMACÊUTICA Concentrado para solução para perfusão 4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas A epirrubicina permitiu a obtenção de respostas terapêuticas significativas em várias doenças neoplásicas, entre as quais: - carcinoma da mama - carcinoma do ovário - carcinoma do pulmão - carcinoma do estômago - carcinoma das células de transição da bexiga - sarcomas ósseos e de tecidos moles - linfoma não Hodgkin e doença de Hodgkin A epirrubicina revelou também atividade antitumoral nos seguintes tumores: - carcinoma do esófago - carcinoma hepatocelular primário - carcinoma pancreático - carcinoma da cabeça e pescoço - leucemias agudas e mieloma múltiplo - carcinoma sigmo-retal 4.2 Posologia e modo de administração A epirrubicina é geralmente administrada por injeção intravenosa. No entanto, a administração intravesical tem-se revelado benéfica no tratamento do cancro vesical superficial, assim como na profilaxia da recorrência tumoral após resseção trans-uretral. A epirrubicina tem sido também utilizada por via intra-arterial numa tentativa de produzir uma atividade local intensa, com redução da toxicidade geral (ver 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização). Administração intravenosa (IV) A dose é habitualmente calculada com base na área de superfície corporal (mg/m2). A dose total de epirrubicina por ciclo a ser administrada poderá diferir de acordo com o regime específico de tratamento (ex. administrado como agente único ou em combinação com outros fármacos citotóxicos) e de acordo com a indicação terapêutica (ex. no tratamento do cancro do pulmão e da mama a epirrubicina é também utilizada em doses superiores às convencionais). Dose convencional Quando a epirrubicina é utilizada como agente único, a dose recomendada por ciclo nos adultos é de 60-90 mg/m2 de área de superfície corporal. A dose total por ciclo pode ser administrada numa ocasião única ou dividida em 2-3 dias sucessivos. Em condições de recuperação normal da toxicidade induzida pelo fármaco (particularmente depressão da medula óssea e estomatite), o ciclo de tratamento poderá ser repetido cada três semanas. Alta dose Cancro do pulmão A epirrubicina como agente único no tratamento de alta dose do cancro do pulmão deverá ser administrada de acordo com os seguintes regimes: - Carcinoma do pulmão de pequenas células (não tratado previamente): 120 mg/m2 no dia 1, todas as três semanas. - Carcinoma do pulmão de células não-pequenas (células escamosas, células grandes e adenocarcinoma, não tratado previamente): 135 mg/m2 no dia 1 ou 45 mg/m2 nos dias 1, 2, 3, todas as três semanas. Cancro da mama Doses até 135 mg/m2 como agente único e 120 mg/m2 em combinação, todas as 3-4 semanas revelaram-se eficazes e bem toleradas no tratamento do cancro da mama. No tratamento adjuvante dos doentes com cancro da mama em estadio precoce com nódulos linfáticos positivos, recomendam-se doses variando entre 100 mg/m2 e 120 mg/m2 todas as 3-4 semanas. Se a epirrubicina for utilizada em combinação com outros fármacos citotóxicos com toxicidades cruzadas potenciais, a dose recomendada por ciclo poderá necessitar de uma redução adequada. Insuficiência renal A insuficiência renal moderada não parece necessitar de redução das doses dada a quantidade reduzida de fármaco que é excretada por esta via. No entanto, recomenda-se a administração de doses iniciais inferiores em doentes com insuficiência renal grave (creatinina sérica> 5 mg/dl). Insuficiência hepática No entanto, como a principal via de eliminação da epirrubicina é o sistema hepatobiliar, a dose deverá ser reduzida nos doentes com limitação da função hepática, no sentido de evitar um aumento da toxicidade global. As linhas orientadoras habitualmente utilizadas para redução das doses nestas situações de limitação da função hepática baseiam-se nos níveis séricos de bilirrubina ou de AST da seguinte forma: Bilirrubina Sérica AST Redução da Dose 1,2 - 3,0 mg/100 mL 2 a 4 vezes > valor normal 3,1 - 5,0 mg/100 mL > a 4 vezes o valor normal 50% 75% Outras populações especiais Podem ser necessárias doses iniciais mais baixas ou intervalos aumentados entre os ciclos dos doentes previamente tratados com doses elevadas ou doentes com infiltração neoplásica da medula óssea (ver 4.4. Advertências e precauções especiais de utilização). Nos idosos têm sido usadas as doses iniciais e regimes normais. Administração intravesical Para o tratamento do carcinoma papilar de células de transição vesical da bexiga recomenda-se uma terapêutica de 8 instilações semanais de 50 mg (em 25-50 ml de soro fisiológico). No caso de existência de toxicidade local (cistite química), recomenda-se uma redução da dose para 30 mg. Em relação ao carcinoma-in-situ, dependendo da tolerabilidade individual do doente, a dose pode ser aumentada até 80 mg. Para profilaxia das recorrências após resseção transuretral de tumores superficiais, recomendam-se 4 administrações semanais de 50 mg seguido de 11 instilações mensais da mesma dose. Administração intra-arterial Nos doentes com carcinoma hepatocelular pode-se administrar uma perfusão na principal artéria hepática, em doses de 60 a 90 mg/m2, em intervalos de 3 semanas a 3 meses, ou em doses de 40 a 60 mg/m2, em ciclos de 4 semanas. 4.3 Contraindicações Hipersensibilidade à epirrubicina ou a qualquer um dos excipientes do medicamento, outras antraciclinas ou antracenedionas. Contraindicações ao uso intravenoso: - mielossupressão persistente; - insuficiência hepática grave; - arritmias graves e insuficiência miocárdica; - enfarte recente do miocárdio; - tratamento prévio com epirrubicina e/ou outras antraciclinas e antracenedionas até à dose cumulativa máxima (ver secção 4.4. Advertências e precauções especiais de utilização). Contraindicações ao uso intravesical: - tumores invasivos que penetraram a parede vesical; - infeções urinárias; - inflamação da bexiga. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização A epirrubicina deve ser administrada apenas sob supervisão de médicos qualificados com experiência em terapêutica citotóxica. Em particular, o tratamento com altas doses do fármaco requer uma especial atenção às complicações clínicas possíveis devidas a uma profunda mielossupressão. No entanto, foram administradas altas doses de epirrubicina a um grande número de doentes não tratados previamente (quer para a sua doença em estadio avançado, quer como terapêutica adjuvante), registando-se efeitos adversos que não são diferentes daqueles observados com as doses convencionais, à exceção do grau (gravidade) de neutropénia reversível (<500 neutrófilos/ml), a qual ocorreu na maioria dos doentes. Apenas alguns destes doentes necessitaram de hospitalização devido a complicações infeciosas graves. O tratamento inicial com epirrubicina deve ser precedido de uma monitorização basal cuidadosa de vários parâmetros laboratoriais, assim como da função cardíaca; durante cada ciclo de tratamento os doentes deverão ser cuidadosa e frequentemente monitorizados. Função cardíaca. A cardiotoxicidade é um risco do tratamento com antraciclinas, que se pode manifestar por acontecimentos adversos precoces (agudos) ou tardios. Acontecimentos adversos precoces (agudos). A cardiotoxicidade precoce da epirrubicina consiste sobretudo em taquicardia sinusal e/ou anomalias no ECG, tais como alterações da onda ST-T não específicas. Registaram-se ainda taquiarritmias, incluindo contrações ventriculares prematuras e taquicardia ventricular, bradicardia, bem como bloqueio aurículo-ventricular e bloqueio de ramo. Estes efeitos não são, normalmente, indicadores de desenvolvimento de cardiotoxicidade tardia, raramente tem relevância clínica e não são considerados como causas para a suspensão do tratamento com epirrubicina. Acontecimentos adversos tardios. A cardiotoxicidade tardia desenvolve-se, normalmente, no final do tratamento com epirrubicina ou nos 2 a 3 meses após a finalização do tratamento, havendo registos de casos que surgiram vários meses ou mesmo anos após o tratamento ter terminado. A cardiomiopatia tardia manifesta-se por uma diminuição da fração de ejeção ventricular esquerda (LVEF) e/ou sinais e sintomas de insuficiência cardíaca congestiva (ICC), tais como dispneia, edema pulmonar, edema de decúbito, cardiomegalia e hepatomegalia, oligúria, ascite, efusão pleural e taquicardia. A ICC é a forma mais grave de cardiomiopatia induzida pelas antraciclinas e representa a toxicidade cumulativa limitativa da dose do fármaco. A função cardíaca deve ser avaliada antes de se iniciar o tratamento com epirrubicina e deve ser monitorizada durante o tratamento para minimizar o risco de incorrer em insuficiência cardíaca grave. Este risco pode diminuir através da monitorização regular da LVEF durante o tratamento, juntamente com a suspensão da epirrubicina ao primeiro sinal de insuficiência cardíaca. O método quantitativo apropriado para a avaliação sistemática da função cardíaca (avaliação da LVEF) inclui a angiografia por radionuclídeos (ARN) ou a ecocardiografia (ECO). Recomenda-se a avaliação inicial da função cardíaca com um ECG e uma ARN ou ECO, sobretudo em doentes com fatores de risco que podem aumentar a cardiotoxicidade. Devem realizar-se determinações repetidas de ARN ou ECO para a LVEF, especialmente no caso de doses elevadas cumulativas de antraciclinas. A técnica de avaliação deve ser consistente ao longo de toda a monitorização. Uma vez que existe o risco de cardiomiopatia, a dose cumulativa de 900 a 1000 mg/m2 de epirrubicina só deve ser excedida com extrema precaução. Os fatores de risco da toxicidade cardíaca incluem doença cardiovascular ativa ou latente, radioterapia anterior ou concomitante da área mediastinal / pericárdica, tratamento anterior com outras antraciclinas ou antracenedionas e administração concomitante de fármacos com capacidade para suprimir a contractilidade cardíaca. A função cardiaca deve ser cuidadosamente monitorizada em doentes a quem são administradas elevadas doses cumulativas e com outros fatores de risco presentes. No entanto, a cardiotoxicidade com a epirrubicina pode ocorrer com doses cumulativas mais baixas, quer estejam ou não presentes outros fatores de risco. É provável que a toxicidade da epirrubicina e outras antraciclinas ou antracenedionas seja aditiva. Toxicidade hematológica Tal como com outros agentes citotóxicos, a epirrubicina pode provocar mielosupressão. Deve-se avaliar os perfis hematológicos antes e durante cada ciclo de tratamento com epirrubicina, incluindo contagens diferenciais de leucócitos. As principais manifestações da toxicidade hematológica da epirrubicina são leucopenia reversível e/ou granulocitopenia (neutropenia) dependentes da dose e são os efeitos mais comuns de toxicidade aguda limitante da dose deste fármaco. A leucopenia e a neutropenia são geralmente mais graves nos esquemas de altas doses; atingem os seus valores mais baixos entre os dias 10 e 14 após a administração do fármaco; as contagens de leucócitos/ neutrófilos regressam, na maioria dos casos, aos valores normais à volta do dia 21. Pode também ocorrer trombocitopenia e anemia. As consequências clínicas da mielosupressão grave incluem febre, infeções, sépsis/ septicémia, choque séptico, hemorragia, hipóxia tecidular ou morte. Leucemia secundária. Registou-se leucemia secundária com ou sem fase pré-leucémica em doentes tratados com antraciclinas. A leucemia secundária é mais frequente quando estes últimos fármacos são administrados em combinação com agentes antineoplásicos que danifiquem o ADN, quando os doentes foram tratados intensamente com fármacos citotóxicos ou quando se escalonaram as doses de antraciclinas. Estas leucemias podem ter um período de latência de 1 a 3 anos. Carcinogénese e mutagénese, efeito sobre a fertilidade (ver 4.6 Gravidez e aleitamento) A epirrubicina foi mutagénica, clastogénica e carcinogénica em animais, e pode induzir alterações nos cromossomas dos espermatozoides humanos. Os homens sujeitos a tratamento com epirrubicina devem utilizar métodos contracetivos eficazes. Nas mulheres em período pré-menopausa, a epirrubicina pode provocar amenorreia ou menopausa prematura. Gastrointestinais A epirrubicina pode provocar vómitos. A mucosite/ estomatite surge geralmente logo após a administração do fármaco; caso sejam graves, podem progredir em alguns dias para ulcerações da mucosa. A maioria dos doentes recupera deste acontecimento adverso durante a terceira semana de tratamento. Função hepática A principal via de eliminacão da epirrubicina é o sistema hepatobiliar. Deve-se avaliar a bilirrubina sérica total e a concentração de AST antes e durante o tratamento com epirrubicina. Os doentes com bilirrubina ou AST elevados podem apresentar uma depuração mais lenta do fármaco, com o aumento da toxicidade global. Recomenda-se para estes doentes a administração de doses mais baixas (ver 4.2 Posologia e modo de administração). Não se deve administrar epirrubicina a doentes com insuficiência hepática grave (ver 4.3 Contraindicações). Função renal Deve-se avaliar a concentração sérica da creatinina antes e durante o tratamento. E necessário o ajuste posológico em doentes com creatinina sérica> 5 mg/dl (ver 4.2 Posologia e modo de administração). Efeitos no local de injeção Pode surgir fleboesclerose em resultado de uma injeção numa veia de pequeno calibre ou de injeções repetidas na mesma veia. O risco de flebite /tromboflebite no local de injeção pode ser minimizado utilizando as técnicas de administração recomendadas (ver 4.2 Posologia e modo de administração e 6.6 Instruções de utilização e manipulação). Extravasão A extravasão da epirrubicina durante a injeção intravenosa pode provocar dor local, lesões tecidulares graves (vesicação, celulite grave) e necrose. Caso surjam sinais ou sintomas de extravasão durante a administração intravenosa de epirrubicina, deve-se suspender imediatamente a perfusão do medicamento. Outros Tal como com outros agentes citotóxicos, registaram-se simultaneamente fenómenos de tromboflebite e tromboembolismo, incluindo embolismo pulmonar (em alguns casos fatal), com a administração de epirrubicina. A epirrubicina pode induzir hiperuricémia como consequência do extenso catabolismo de purinas que acompanha a lise rápida das células neoplásicas, induzida pelo fármaco (síndrome da lise do tumor). Deve-se avaliar os níveis sanguíneos de ácido úrico, potássio, fosfato de cálcio e creatinina após o tratamento inicial. A hidratação, alcalinização da urina, e a profilaxia com alopurinol para prevenir a hiperuricémia podem minimizar potenciais complicações da syndrome da lise do tumor. Via intravesical A administração da epirrubicina por via intravesical pode originar sintomas de cistite química (tais como disúria, poliúria, noctúria, tenesmo, hematúria, mal estar da bexiga, necrose da parede da bexiga) e constrição da bexiga. É necessário tomar particular atenção para problemas de cateterização (exemplo: obstrução ureteral devido a tumores massivos intravesicais). Via intra-arterial A administração intra-arterial da epirrubicina (embolizacão transcatéter arterial) pode ser utilizada para o tratamento localizado ou regional do carcinoma hepatocelular primário ou metastases hepáticas. A administração intra-arterial pode originar (juntamente com a toxicidade sistémica qualitativamente semelhante a observada após administração intravenosa de epirrubicina) úlceras gastroduodenais (provavelmente devido ao refluxo dos fármacos para a artéria gástrica) e o estrangulamento dos ductos biliares devido à colangite esclerosante induzida pelo fármaco. Esta via de administração pode provocar a expansão da necrose ao tecido perfundido. 4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação A epirrubicina é usada principalmente em combinação com outros fármacos citotóxicos, podendo ocorrer toxicidade aditiva, especialmente no que respeita à medula óssea, efeitos hematológicos e gastrointestinais (ver 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização). Além disso, o uso concomitante de epirrubicina e de outros fármacos citotóxicos que têm sido descritos como potencialmente cardiotóxicos, bem como o uso concomitante de outros compostos cardioactivos (ex.: Bloqueadores dos canais de cálcio), requer uma monitorização cuidadosa da função cardíaca durante o tratamento. A cimetidina aumenta a AUC da epirrubicina em 50%, pelo que se deve suspender a sua administração durante o tratamento com epirrubicina. 4.6 Gravidez e aleitamento Dados experimentais em animais sugerem que a epirrubicina pode prejudicar os fetos, quando administrada a grávidas. Caso a epirrubicina seja utilizada durante a gravidez, ou caso a doente engravide durante o tratamento, esta deve ser informada do perigo potencial sobre o feto. Não existem estudos em mulheres grávidas. A epirrubicina só deve ser utilizada durante a gravidez caso o potencial benefício do tratamento justifique o potencial risco para o feto. Não se sabe se a epirrubicina é excretada no leite humano. Uma vez que muitos fármacos o são, incluindo outras antraciclinas, e uma vez que a epirrubicina pode potencialmente provocar reações adversas graves nos lactentes, as mães devem suspender o aleitamento antes de iniciar o tratamento. 4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas Não existem relatos de reações adversas relacionadas com os efeitos da Epirrubicina sobre a capacidade de conduzir ou utilizar máquinas. 4.8 Efeitos indesejáveis Ensaios clínicos: Realizou-se um elevado número de ensaios clínicos com a epirrubicina, administrada tanto em doses convencionais como em doses altas, em diferentes indicações. Ocorreram efeitos adversos graves relacionados com o fármaco durante os ensaios clínicos. Hematológicos Endócrinos Gerais Gastrointestinais Cardiovasculares Oculares Pele Fígado Outros leucopenia, neutropenia, anemia, trombocitopenia amenorreia, rubor Mal-estar/ astenia, febre náuseas/ vómitos, mucosite/ estomatite, diarreia, anorexia reduções assintomáticas da fração ejetada pelo ventrículo esquerdo, falha cardíaca congestiva conjuntivite/ queratite. alopécia, toxicidade local, exantema/ prurido, alterações da pele alterações nos níveis de transaminases infeção, leucemia linfocítica aguda, leucemia mielógena aguda Vigilância pós-comercialização: Gastrointestinais Cutâneas Reações hipersensibilidade Vasculares Urológicos 4.9 dor ou sensação de queimadura, eritema, erosões, ulcerações, hemorragia, desidratação, hiperpigmentação da mucosa oral rubor, hiperpigmentação da pele e unhas, fotosensibilidade, hipersensibilidade à radiação como consequência do tratamento com epirrubicina (“radiation recall reaction”). de urticária, anafilaxia, febre, arrepios, choque flebite, tromboflebite coloração vermelha da urina durante 1 a 2 dias após a administração Sobredosagem Doses únicas muito elevadas de epirrubicina causaram degeneração miocárdica aguda em 24 horas e mielossupressão grave em 10-14 dias. O tratamento visará o suporte do doente durante este período, devendo ser utilizadas medidas como transfusões sanguíneas e cuidados de enfermagem descontaminantes. Têm sido observados casos tardios de insuficiência cardíaca com as antraciclinas até 6 meses após a sobredosagem. Os doentes devem ser observados cuidadosamente e tratados segundo as diretrizes convencionais no caso de aparecimento de sinais de insuficiência cardíaca. 5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas Grupo farmacoterapêutico: 16.1.6 – Medicamentos antineoplásicos e imunomoduladores. Citotóxicos. Citotóxicos que se intercalam no ADN., código ATC: L01D B03 Embora se saiba que as antraciclinas podem interferir com várias funções bioquímicas e biológicas das células eucariotas, os mecanismos precisos das propriedades citotóxicas e/ou antiproliferativas não foram completamente elucidados. Os estudos de culturas celulares revelaram uma rápida penetração celular, com localização do fármaco principalmente no núcleo. A nível molecular, a epirrubicina pode formar um complexo com o ADN por intercalação dos seus anéis planares entre os pares de bases nucleotídicas, com inibição subsequente dos ácidos nucleicos (ADN e ARN) e síntese proteica. Adicionalmente, tal intercalação pode ativar a clivagem do ADN pela topoisomerase-II, causando graves alterações na estrutura terciária do ADN. Tal como se observa com a doxorrubicina, também a epirrubicina pode ser envolvida nas reações de oxidação/ redução com geração de radicais livres altamente reativos e tóxicos. A atividade antiproliferativa e citotóxica da doxorrubicina pode resultar de qualquer dos mecanismos mencionados, podendo ainda existir outros. A epirrubicina revelou-se eficaz contra um largo espectro de tumores experimentais, incluindo as leucemias L 1210 e P 388, o sarcoma SA 180 (formas sólida e ascítica), o melanoma B 16, o carcinoma mamário, o carcinoma do pulmão de Lewis e o carcinoma do cólon 38. A epirrubicina revelou também atividade contra tumores humanos transplantados para o ratinho sem timo (melanoma, carcinomas mamário, do pulmão, prostático e do ovário). 5.2 Propriedades farmacocinéticas Absorção A epirrubicina não é absorvida a partir do trato gastrointestinal. Como o fármaco é extremamente irritante para os tecidos, a sua administração tem de ser efetuada por via intravenosa. A administração intravesical tem-se revelado possível; a passagem da epirrubicina para a circulação sistémica é mínima com esta via de administração. Distribuição Após a administraçao IV, a epirrubicina é rápida e amplamente distribuída pelos compartimentos extravasculares, o que se evidencia por uma semivida de distribuição muito rápida e um volume de distribuição no estado de equilíbrio excedendo os 40 L/kg. No entanto, apesar do grande volume de distribuição, a epirrubicina não atravessa a barreira hemato-encefálica em quantidades detetáveis. Metabolismo A epirrubicina é metabolizada principalmente pelo fígado. Os principais metabolitos identificados correspondem ao epirrubicinol (13-OH epirrubicina), o qual possui algum grau de atividade antitumoral, além de glucoronidos da epirrubicina e do epirrubicinol. Os níveis plasmáticos do principal metabolito, o epirrubicinol, são inferiores aos do fármaco não metabolizado. Do ponto de vista metabólico, a 4-O-glucoronidação distingue a epirrubicina da doxorrubicina, podendo ser responsável pela sua reduzida toxicidade. Excreção Nos doentes com funções hepática e renal normais, os níveis plasmáticos de epirrubicina após administração IV de 60-150 mg/m2 seguem um padrão decrescente triexponencial, com uma fase terminal lenta (t1/2)) de 30 a 40 horas. Estas doses encontram-se dentro dos limites de linearidade farmacocinética. A semivida terminal do epirrubicinol é semelhante a da epirrubicina. A depuração plasmática encontra-se dentro do intervalo de 0,9 a 1,4 l/min. A epirrubicina é eliminada principalmente através do fígado; cerca de 38% da dose administrada é recuperada na bílis de 24 horas sob a forma de epirrubicina (cerca de 19%), epirrubicinol e outros metabolitos. Ao longo do mesmo período, apenas 9 a 12% da dose é excretada na urina, também sob a forma de fármaco inalterado ou metabolitos. Ás 72 horas, os números são de cerca de 43% na bílis e de cerca de 16% na urina. 5.3 Dados de segurança pré-clínica A LD50 da epirrubicina é de 29,3 e 14,2 mg/kg para os ratinhos e para os ratos, respetivamente, e de cerca de 2,0 mg/kg para os cães. Os órgãos alvo principais após uma dose única são o sistema hemolinfopoiético e, especialmente nos cães, o trato G.I.. Os efeitos tóxicos após administrações múltiplas de epirrubicina foram investigados em ratos, coelhos e cães. Os órgãos alvo principais nestas espécies animais foram o sistema hemolinfopoiético, o trato G.I., o rim, o fígado e os órgãos reprodutores masculinos e femininos. Em relação ao coração, estudos sub agudos e de cardiotoxicidade sugerem que a epirrubicina foi cardiotóxica em todas as espécies laboratoriais estudadas. Tal como outras antraciclinas e fármacos citotóxicos, a epirrubicina revelou-se carcinogénica nos ratos. Foram identificados genotoxicidade na maioria dos testes efetuados in vitro ou in vivo, toxicidade para os órgãos reprodutores e embriotoxicidade nos ratos. Não se observaram malformações nos ratos e nos coelhos; no entanto, a epirrubicina, como as outras antraciclinas e fármacos citotóxicos, deverá ser considerada potencialmente teratogénica. Não se registaram efeitos importantes nos ratos tratados com epirrubicina durante os períodos peri- e pós-natais em doses até 0,15 mg/kg/dia nos animais progenitores e até 0,50 mg/kg/dia na descendência. Desconhece-se se o composto é excretado no leite materno. Um estudo de segurança local efetuado em ratinhos e em ratos demonstrou que o extravasamento do fármaco causa necrose tecidular. Os estudos animais sugerem que a epirrubicina tem um melhor índice terapêutico e menores toxicidades sistémica e cardíaca em comparação com a doxorrubicina. 6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1 Lista dos excipientes Cloreto de sódio, solução de lactato de sódio, ácido clorídrico e água para injetáveis 6.2 Incompatibilidades A epirrubicina não deve ser misturada com outros fármacos. Deve ser evitado o contacto com soluções alcalinas, uma vez que estas podem levar à hidrólise da epirrubicina. A Epirrubicina Azevedos não deverá ser misturada com heparina, pois foi referido que estes fármacos são quimicamente incompatíveis (formam um precipitado). A Epirrubicina Azevedos não pode ser misturada com outros fármacos citotóxicos no mesmo frasco ou seringa, durante a administração de regimes quimioterápicos combinados. 6.3 Prazo de validade 3 anos 6.4 Precauções especiais de conservação Conservar na embalagem de origem Conservar no frigorífico (2ºC – 8ºC) 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente Frascos de vidro tipo I com tampas tipo I de clorobutil elástico e cápsula de alumínio com discos de polipropileno. 10 mg/5 ml: Embalagens com 1frasco para injetáveis contendo 5 ml de solução. 20 mg/10 ml: Embalagens com 1 frasco para injetáveis contendo 10 ml de solução. 50 mg/25 ml: Embalagens com 1 frascos para injetáveis contendo 25 ml de solução. 200 mg/100 ml: Embalagens com 1 frasco para injetáveis contendo 100 ml de solução É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. 6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento Administração intravenosa Recomenda-se a administração da epirrubicina através do tubo onde corre uma solução de perfusão IV (solução de cloreto de sódio a 0,9% ou solução de glucose a 5%), durante 3 a 20 minutos. Esta técnica destina-se a minimizar o risco de trombose ou de extravasão perivenosa, que podem originar celulite grave, vesicação e necrose tecidular e assegura a lavagem da veia após a administração. A injeção direta não é recomendada devido ao risco de extravasão, que pode ocorrer mesmo na presença de adequado retorno sanguíneo, por aspiração através da agulha (ver 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização). Administração intravesical A epirrubicina deve ser instilada utilizando um catéter. Quando a instilação estiver completa, o doente deve ser virado um quarto de volta de 15 em 15 minutos. De um modo geral, o líquido instilado deve ser retido na bexiga durante 1 hora. Para evitar diluições indevidas, o doente deve ser avisado para não beber qualquer líquido nas 12 horas que antecedem a instilação. Os doentes devem ser instruídos no sentido de esvaziar a bexiga no final da instilação. Precauções de manipulação Devido à natureza tóxica do fármaco são dadas as seguintes recomendações: - O pessoal deve ser treinado segundo as boas técnicas de manipulação; - As mulheres grávidas não deverão trabalhar com este fármaco; - O pessoal que manipula a Epirrubicina Azevedos deverá utilizar vestuário protetor: óculos de proteção, toucas, bata e luvas e máscaras descartáveis; - Deverá ser definida uma área para manipulação do fármaco (preferencialmente sob sistema de fluxo de ar laminar vertical). A superfície de trabalho deverá ser protegida por papel absorvente descartável com revestimento de plástico; - Todos os materiais utilizados para administração ou limpeza, incluindo luvas, deverão ser colocados em sacos de lixo de alto risco destinados a incineração a altas temperaturas. - O derramamento ou extravasamento deverá ser lavado com uma solução de hipoclorito de sódio diluída (1% de cloro ativo), preferencialmente embebendo toda a área, e depois lavando com água. - Todos os materiais de limpeza deverão ser eliminados da forma indicada previamente, - O contacto acidental com a pele ou com os olhos deverá ser tratado imediatamente através de lavagem abundante com água, com água e sabão, ou com uma solução de bicarbonato de sódio; deverão ser considerados cuidados médicos. - Lavar sempre as mãos após tirar as luvas. Os produtos não utilizados ou os resíduos devem ser eliminados de acordo com as exigências locais. 7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO Laboratórios Azevedos - Indústria Farmacêutica, S.A. Edifícios Azevedos - Estrada Nacional 117-Km2 Alfragide 2614-503 Amadora 8. NÚMERO (S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 5133566 – 1 unidade – 5 ml 5133574 – 1 unidade – 10 ml 5133608 – 1 unidade – 25 ml 5133616 – 1 unidade – 100 ml 9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO 2008/09/11 10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO 2009/04/20