PRÉ-RELATÓRIO – TP1 – INTRODUÇÃO DE PLASMÍDEOS EM BACTÉRIAS POR CONJUGAÇÃO TRIPARENTAL E ELECTROTRANSFORMAÇÃO INTRODUÇÃO A actividade a realizar em laboratório tem como objectivo primordial a introdução de plasmídeos recombinados em bactérias. As bactérias em estudo serão a Sphingomonas elodea ΔGelE (SpLM21-4), na qual será introduzido o plasmídeo pHA010-3, contendo o gene gele, e a Pseudomonas aeruginosa, na qual será introduzido um plasmídeo recombinado contendo o gene pgmG, hospedado numa estirpe mutante para a actividade de PGM dessa mesma bactéria. Estes dois processos visam avaliar a reposição do fenótipo mucoso dos respectivos mutantes através, quer da electrotransformação, quer da conjugação triparental. ELECTROTRANSFORMAÇÃO Neste primeiro processo, também designado de complementação homóloga, submetem-se as células a um campo de alta voltagem num espaço curto de tempo, permitindo uma electropermeabilização reversível das membranas das células, facilitando assim a entrada de macromoléculas, como por exemplo, DNA plasmídico. Este campo tem de ser muito superior ao utilizado em células de mamíferos e protoplastos de plantas devido às dimensões das bactérias. A electrotransformação permite o uso, com idêntica eficiência de transformação, quer de células frescas, quer após congelação. Existem assim dois conceitos de interesse inerentes a esta técnica: a eficiência de electrotransformação (nº de transformantes / μg DNA) e a frequência de electrotransformação (nº de transformantes / nº de células viáveis após electrotransformação), que naturalmente são dependentes de condições experimentais como fase da curva em que as células são recolhidas, a concentração das células, as variáveis associadas ao aparelho de electroporação (intensidade do campo eléctrico e duração do pulso), a dimensão do DNA a introduzir e o sistema de modificaçãorestrição da estirpe hospedeira. Para permitir a viabilidade das células, é necessário que se mantenham as mesmas em meio não selectivo durante o tempo de uma geração. Isto possibilita a síntese de proteínas codificadas pelos genes relacionados com as marcas selectivas associadas ao plasmídeo, o que faz com que seja possível distinguir as células que o têm das que não têm, através da resistência a antibióticos. 1 CONJUGAÇÃO TRIPARENTAL O segundo processo de introdução de plasmídeos é chamado de conjugação triparental e devido à produção de alginato por parte das células da estirpe Pseudomonas aeruginosa 8858, que possuem uma mutação no gene algC, que codifica para a actividade de fosfoglucomutase/ fosfomanomutase, é esperado o fenómeno de complementação heteróloga através da reposição do fenótipo mucoso. A conjugação triparental prevê que exista contacto directo entre as células envolvidas, neste caso um dador (Escherichia Coli), um receptor (Pseudomonas aeruginosa) e um ajudante, de modo a que os plasmídeos sejam transferidos de uma estirpe para outra. Todo este processo é possível graças à mobilização dos plasmídeos, bem como à síntese de estruturas auxiliares que possibilitam o contacto directo, sendo estas propriedades concedidas, respectivamente, pelo gene mob e tra. Os plasmídeos inerentes a esta actividade (pMMB66(HE), o pLC100 e o ppNZ49) apresentam o gene que lhes confere mobilidade (mob), mas não são autotransmissíveis, isto é, não possuem o gene tra, sendo assim necessário recorrer a um plasmídeo ajudante, plasmídeo esse que se encontra na bactéria Escherichia Coli e que media a transferência de plasmídeos mobilizáveis por conjugação. O plasmídeo referido é denominado pRK2013. Acerca da técnica acima descrita, é importante referir que Escherichia Coli não cresce em meio PIA, e que a Pseudomonas aeruginosa tem uma resistência inerente à ampicilina. Deste modo, as culturas serão criadas num meio que contém carbenicilina de maneira a selecionar os transconjugantes de Pseudomonas aeruginosa que contêm os plasmídeos de interesse. Serão também adicionados antibióticos aos vários meios de cultura que se irão preparar, de modo a observar e selecionar as estirpes que conseguiram efectuar a conjugação de maneira satisfatória. Documento realizado por: Ricardo Ferreira 69407 Guilherme Freches 69569 João Belo 69606 Para a disciplina de Engenharia Genética no ano lectivo de 2012/2012 2