O INDIVIDUALISMO MODERNO NA PERSPECTIVA DA TEORIA DA AÇÃO COMUNICATIVA DE HABERMAS Paulo Roberto da Rocha Co-autor: Prof. Dr. Arlei de Espíndola Co-autor: Prof. Dr. Charles Feudhaus Mestrando em Filosofia Universidade Estadual de Londrina Em seu artigo “Ética Iluminista e Ética Discursiva”, Sergio Paulo Rouanet (cf. ROUANET, P. S., “Mal-estar na Modernidade”, 2003) propõe uma reconstrução do pensamento moral Iluminista à luz da teoria ética de Habermas. A Moral habermaseana, segundo ele, tem raízes nas relações sociais espontâneas onde a cultura, a sociedade e a personalidade são seus componentes estruturais. O ponto de partida é a suspensão da crença do que se havia afirmado, até que se conclua, por consenso, o processo de discussão discursiva, podendo chegar a confirmação ou negação da verdade, e a justificação ou refutação da norma. O trabalho traz a hipótese de utilizar a teoria para uma reformulação plausível da filosofia moral da Ilustração, no que tange uma das principais características de sua ética, a saber, o individualismo. Apesar da Ética Discursiva não aceitar o individualismo, devido a sua incompatibilidade com a teoria, oferece um caminho para preservar suas consequências mais valiosas: O direito a felicidade e o julgamento moral autônomo. O individuo só existe em interação, pressupondo neste caso o reconhecimento da dignidade e integridade de cada participante. Os direitos da comunidade, segundo Habermas, não podem cancelar os direitos do indivíduo, se afastando, com isso, dos modelos propostos por Kant e Rousseau. O que era inquestionável se torna hipotético e as certezas culturais problemáticas. O olhar discursivo não é mais individual, mas intersubjetivo. Não há rigorismo na ética discursiva. É uma ética da responsabilidade e não da convicção. A ética iluminista apontou o caminho. A liberdade moral, hoje em dia, depende da manutenção da moralidade subjetiva e objetiva, sem uma absorver a outra. O que se pretende mostrar, portanto, são as implicações da ética discursiva na sociedade contemporânea quando se propõe a salvar os elementos positivos do individualismo iluminista. Palavras chaves: autonomia, felicidade e individualismo.