UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE MORFOLOGIA DISCIPLINA: MORFOLOGIA VIII CURSO: ENFERMAGEM ROTEIRO DE ESTUDO Abdome Peritônio É uma membrana serosa transparente, contínua, brilhante. Reveste grande parte da cavidade abdominopélvica e recobre grande parte de suas vísceras, estando com elas relacionadas de três formas diferentes. Peritônio parietal: lâmina que reveste a face interna da membrana abdominopélvica. É sensível a pressão, à dor, ao calor, ao frio, e à laceração. Quando agredido provoca sensação de dor com característica bem localizada. Peritônio visceral: lâmina que reveste grande número de vísceras da cavidade abdominopélvica, como o estômago e parte livre do intestino delgado. É insensível à pressão, ao calor, ao frio e à laceração, sendo estimulado por distensão e irritação química. A dor produzida é mal localizada e referida à região mediana dos dermátomos correspondentes (epigástrio, mesogástrio, hipogástrio). Cavidade peritoneal: situada no interior da cavidade abdominal e parte superior da pélvica, entre as lâminas do peritônio. Trata-se de um espaço virtual, que contém uma fina película de líquido peritoneal, que lubrifica sua superfície e permite o deslizamento entre as vísceras. É completamente fechada nos homens, mas nas mulheres há comunicação com o exterior através das tubas uterinas, cavidade uterina e vagina. Denominação das vísceras abdominais de acordo com relações de revestimento peritoneal De acordo com o revestimento peritoneal, os órgãos abdominais podem ser classificados em: Órgãos intraperitoneais: órgãos completamente envolvidos por peritônio visceral. Eles foram invaginados para o saco peritoneal fechado, mas sem atingir o interior da cavidade peritoneal propriamente dita. Ex: estômago, jejuno, íleo, colón transverso, colón sigmoide e baço. Órgãos extraperitoneais (retroperitoneais ou subperitoneais): localizam-se posterior ou inferiormente ao peritônio parietal, sendo apenas parcialmente cobertos pelo revestimento peritoneal, em geral apenas uma de suas faces. Ex: rim. Esses ainda podem ser classificados em: o Primários: desenvolvem-se como mencionado acima, como por exemplo os rins. o Secundários: desenvolvem-se como intraperitoneais, mas tornam-se retroperitoneais durante o desenvolvimento como os colóns ascendente e descendente. Reflexões peritoneais Reflexões peritoneais apresentam duas camadas, formam ligamentos que ligam dois órgãos adjacentes, podem com isso levar estruturas neurovasculares responsáveis pela irrigação, drenagem e controle neural das mesmas, quando reunidos chamam-se omentos. Existem dois na cavidade abdominal: Omento menor: reflexão peritoneal fixa a curvatura menor do estômago e a parte oral do duodeno ao fígado (ligamentos hepatogástrico e hepatoduodenal). PROF. CARLOS CHAGAS ACADÊMICO: DANIEL MÄHLMANN UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE MORFOLOGIA DISCIPLINA: MORFOLOGIA VIII CURSO: ENFERMAGEM Omento maior: reflexão peritoneal proeminente que possui quatro camadas e pende como um avental da curvatura maior do estômago e da parte oral do duodeno. Após descer, dobra-se anteriormente e fixa-se à superfície anterior do colón transverso. Figura 7 – Vista anterior da parte inferior do abdome, exibindo o omento maior. Copyright © Sobotta, Vol. 2, 21ª edição, 2000 Durante a formação embrionária das vísceras, a projeção anterior de um órgão causa a sua invaginação no peritônio, formando os mesos, que são constituídos por uma lâmina dupla de peritônio. Os mesos marcam a continuidade entre os peritônios visceral e parietal e contém estruturas neurovasculares que comunicam um órgão intraperitoneal à parede posterior do abdome. Os mesos existentes são: Mesoesôfago: comunica o esôfago à parede posterior do abdome Mesogástrio: comunica o estômago à parede posterior do abdome Mesentério: comunica o intestino delgado à parede posterior do abdome Mesoapêndice: comunica o apêndice vermiforme à parede posterior do abdome PROF. CARLOS CHAGAS ACADÊMICO: DANIEL MÄHLMANN UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE MORFOLOGIA DISCIPLINA: MORFOLOGIA VIII CURSO: ENFERMAGEM Mesocolo transverso: comunica o colo transverso do intestino grosso à parede posterior do abdome. Divide a cavidade abdominal em andar supramesocólico e andar inframesocólico. Mesocolo sigmoide: comunica o colo sigmoide do intestino grosso à parede posterior do abdome. Figura 8 – Vista anterior da parte inferior do abdome, com o omento maior e o colo transverso rebatidos para cima, e o intestino delgado rebatido para a direita para melhor visualização dos mesos. Copyright © Sobotta, Vol. 2, 21ª edição, 2000 Um ligamento peritoneal consiste em uma dupla camada de peritônio que une um órgão a outro ou à parede abdominal, podendo formar parte de um omento. Ligamentos do Fígado: o Ligamento falciforme: liga o fígado à parede abdominal anterior. o Ligamento hepatogástrico: liga o fígado ao estômago. (omento menor) o Ligamento hepatoduodenal: liga o fígado à porção proximal do duodeno. (omento menor) Ligamentos do estômago: o Ligamento gastrofrênico: liga o estômago ao diafragma. (omento maior) o Ligamento gastrocólico: liga o estômago ao colo transverso. (omento maior) PROF. CARLOS CHAGAS ACADÊMICO: DANIEL MÄHLMANN UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE MORFOLOGIA DISCIPLINA: MORFOLOGIA VIII CURSO: ENFERMAGEM o Ligamento gastroesplênico: liga o estômago ao baço. (omento maior) Figura 9 – Vista anterior do abdome, mostrando partes dos omento maior e menor, com seus respectivos ligamentos associados. O fígado e a vesícula biliar foram rebatidos superiormente, e a parte central do omento maior foi seccionada para mostrar a relação com o colo transverso. Copyright © Moore, 4ª edição, 2007 PROF. CARLOS CHAGAS ACADÊMICO: DANIEL MÄHLMANN