SEXUALIDADE Sexualidade inclui todos os sentimentos e ações associados com amar alguém. Isto inclui mãos dadas, olhares especiais, abraços, beijos, etc. Não é apenas o ato sexual. Esta seção aborda efeitos colaterais de diferentes tratamentos que afetam a vida sexual e maneiras de aliviar alguns problemas comuns. É importante que você converse com o médico(a) ou enfermeiro(a) sobre suas dúvidas ou preocupações, e mais importante de tudo com seu parceiro(a). Lembre-se que carinho, proximidade física e apoio emocional são tão necessários quanto qualquer outra interação humana. Tratamentos de câncer frequentemente afetam a habilidade de homens e mulheres gerarem filhos. Quimioterapia, radioterapia e algumas cirurgias podem afetar o sistema reprodutivo e causar infertilidade. Em mulheres, o tratamento pode causar menopausa precoce. É difícil prever o desfecho em diferentes pessoas. Algumas pessoas continuam férteis após o tratamento, e outras não. Quimioterapia e radioterapia podem causar problemas congênitos a crianças concebidas durante o tratamento ou até mesmo várias semanas após o tratamento. Evite gravidez durante quimioterapia e radioterapia. Descubra se existe um período de tempo que você deva esperar após o seu tratamento para tentar engravidar. Fale com seu médico sobre suas expectativas e planos de ter filhos. Faça isso antes do tratamento começar. O quê o paciente pode fazer: Note que seu desejo sexual pode diminuir devido ao medo de ter câncer ou até mesmo em função do tratamento. A quimioterapia pode causar um grande cansaço ou fazer com que você não se sinta bem. A Radioterapia na área pélvica ou genital pode causar dor durante o ato sexual. Tratamento hormonal ou remoção de testículos ou ovários causam alteração dos níveis hormonais. Todos esses fatores afetam o desejo sexual. Converse com seu parceiro (a) sobre seus sentimentos e preocupações. Espere até você se sentir preparado para atividade sexual. Evite sexo se sua contagem de leucócitos estiver muito abaixo dos valores de referência. Faça isso para evitar infecção. Pergunte a seu médico se isso representa risco para você. Entenda que você não pode transmitir câncer ao seu parceiro. Tente outras formas de atividade sexual com as quais você se sinta confortável, tais como estímulo manual ou estímulo oral genital. Homens: Antes de quimioterapia ou radioterapia na região genital, converse com seu médico sobre armazenar esperma em um banco de esperma. Em 40% a 60% dos homens , algum grau de impotência pode se desenvolver lentamente em 1 ou mais anos após a radioterapia na região genital. A impotência geralmente não ocorre logo após o tratamento. Isto difere da cirurgia de próstata, cujos efeitos adversos são observados logo após a cirurgia, e podem melhorar com o passar do tempo. Homens que passaram por tratamento de câncer de próstata, testículo, bexiga, câncer colo retal e até mesmo câncer de cabeça e pescoço, frequentemente reportam problemas de ereção após o tratamento. Pergunte a seu médico se você deve realizar exames para monitorar seus níveis de testosterona. Pergunte se terapia de reposição hormonal poderia te ajudar. Pergunte sobre outros medicamentos e tratamentos que podem ser úteis no seu caso também. Radioterapia na região genital pode causar dor durante a ejaculação por um curto período de tempo. Além disso também pode reduzir a a quantidade de sêmene e causar irritação na pele. Homens que tiveram câncer de testículo e sofreram remoção de linfonodos podem tsêmen reduzido ou ausente no orgasmo. (Isto é chamado de “ejaculação seca”). O sêmen pode retornar após meses ou anos, ou não retornar. O sêmen não é necessário para a sua satisfação ou a da sua parceira (o). Para homens que tiveram câncer de próstata, sangue no sêmen não é incomum durante diagnostico ou tratamento, especialmente se foi feita uma biópsia. Você não deve se alarmar, porém deve informar o médico sobre isso. Algumas vezes pode ocorrer micção acidental durante o sexo. Não há motivo para preocupação, urina é geralmente estéril e não representa risco para parceira (o). Mulheres: Dor durante o ato sexual é muito comum após cirurgias para tratamento de câncer ginecológico porque a cirurgia pode encurtar ou estreitar a vagina. Pergunte ao cirurgião sobre a extensão de sua cirurgia. Para ajuda-la em relação a isso: Use posições que lhe dêem controle sobre profundidade e força da penetração. Se for necessária uma cirurgia vaginal, converse com seu médico (a) ou enfermeiro (a) sobre o uso de dilatadores vaginais após a cirurgia. Cirurgia, radioterapia ou terapia hormonal podem causar ressecamento. Neste caso um gel a base de água e sem perfume (como K-Y®) pode ser utilizado. Mostre ao seu parceiro posições nas quais você se sente confortável. Quimioterapia pode reduzir a espessura da parede vaginal. Pequenos sangramentos após o sexo não são motivo para grandes preocupações, mas utilizar um lubrificante a base de agua pode reduzir esse problema. Evite o uso de contraceptivos em gel, filmes ou espuma que contenham produtos químicos que possam irritar a vagina. Quimioterapia pode diminuir o desejo sexual e dificultar o orgasmo. Isto geralmente melhora após o término do tratamento. Ardência durante o sexo pode indicar uma infecção por fungo. Informe o seu médico se isso ocorrer. A quimioterapia pode interromper sua menstruação por algum tempo, porém seus ovários podem não ter perdido completamente a função. Existe a possibilidade de gravidez, mesmo se você estiver sem menstruar por vários meses. Fale com seu médico sobre contraceptivos, pois as drogas da quimioterapia podem prejudicar o feto. Quimioterapia, radioterapia e cirurgia de remoção dos ovários podem causar menopausa precoce, converse com seu médico sobre isso. Pergunte ao seu médico sobre a possibilidade de congelar óvulos, pois existe chance de infertilidade após o tratamento. Se você tem ostomia: Esvazie a bolsa de coleta antes da atividade sexual. Insira a bolsa de coleta em um cinto de suporte. Tente posições diferente se houver fricção. Para mulheres, tente usar uma lingerie que cubra a bolsa de coleta, mas que não cubra a área genital. O quê o parceiro (a) pode fazer: Procure saber como o câncer e o tratamento podem afetar seu relacionamento sexual. A quimioterapia pode causar efeitos colaterais como fadiga, e cirurgias e radioterapia podem alterar permanentemente a estrutura e função dos genitais. Pesquise sobre quais mudanças são esperadas se seu parceiro (a) está tomando hormônios, pois isto pode afetar a função e desejo sexual. Seja paciente durante quimioterapia ou radioterapia. Espere por momentos em que seu parceiro se sinta pronto para atividade sexual. Ofereça proximidade física quando a energia do paciente estiver baixa. A intimidade pode ser alcançada sem sexo, ereções, ou orgasmos. Bondade, carinho e respeito são muito importantes caminho para alcançar este objetivo. É normal se lamentar sobre perdas e mudanças na imagem corporal, que afetam tanto você quanto seu parceiro(a). Considere a falar com um profissional de saúde mental, se você tiver dificuldades em seu relacionamento. Se você tem medo de machucar o seu parceiro, converse sobre isso com seu parceiro, e com o médico ou enfermeiro. Ligue para o médico se o paciente: Apresentar dor nova ou mais intensa. Apresentar sangramento. Tiver mudança na função erétil ou na quantidade de sêmen. Tiver problemas sexuais ou questões referentes à atividade sexual.