FACULDADES UNIDAS DO NORTE DE MINAS – FUNORTE INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE LETIÉRE BORGES EXTRAÇÃO ATÍPICA DE INCISIVO INFERIOR: REVISÃO DE LITERATURA SANTA CRUZ DO SUL - RS 2013 LETIÉRE BORGES EXTRAÇÃO ATÍPICA DE INCISIVO INFERIOR: REVISÃO DE LITERATURA Monografia apresentada ao curso de Pós Graduação em Ortodontia das Faculdades Unidas do Norte de Minas para obtenção do título de especialista em ortodontia. Orientação: Prof. Corrêa Alonso Ms. SANTA CRUZ DO SUL - RS 2013 Luís Fernando LETIÉRE BORGES EXTRAÇÃO ATÍPICA DE INCISIVO INFERIOR: REVISÃO DE LITERATURA Monografia apresentada ao curso de Pós Graduação em Ortodontia das Faculdades Unidas do Norte de Minas para obtenção do título de especialista em ortodontia. Data da apresentação 11 de janeiro 2013. Resultado:__________________________. BANCA EXAMINADORA: Prof. Ms. Luís Fernando Corrêa Alonso ___________________________________ Prof. Dr.Mário Lania de Araújo __________________________________________ Prof. Dr. Ricardo Fidos Horliana _________________________________________ DEDICATÓRIA Dedico este trabalho às pessoas que mais amo nesta vida e que ocupam lugar especial em meu coração: minha família. AGRADECIMENTOS A DEUS, por ter me iluminado sempre no decorrer deste caminho, pela contínua proteção e por todas as bênçãos que me são concedidas. A minha família que sempre me apoiou, pai Omar Jandrey Borges, mãe Elenir Borges, irmãs, cunhados e meu afilhado Murilo, obrigado por existirem em minha vida, amo vocês. Ao professor e orientador, Luís Fernando Corrêa Alonso, pela amizade e cumplicidade. Por se fazer presente, mesmo estando distante. Muito obrigada por tudo. Aos demais professores do curso, pelos ensinamentos e pela amizade. Aos colegas do curso, pela convivência agradável e pelo companheirismo e amizade, mas agradeço, em especial, a minha colega e amiga Mônica Redin, sempre presente do início ao fim, demonstrando ser uma grande amiga em todas as horas. Aos funcionários do Instituto, pela ajuda e atenção. A todas as pessoas do meu convívio que acreditaram e contribuíram, mesmo que indiretamente, para a conclusão deste curso. LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – Tabela de Bolton....................................................................................13 FIGURA 2 – Fotos frontal e de perfil pré-tratamento..................................................21 FIGURA 3 – Modelos de gesso pré-tratamento.........................................................21 FIGURA 4 – Fotos frontal e de perfil pós- tratamento................................................22 FIGURA 5 – Modelos de gesso pós-tratamento.........................................................22 FIGURA 6 – Fotos intra-orais pré-tratamento...........................................................24 FIGURA 7 – Fotos extra-orais frontal, lateral e frontal sorrindo.................................24 FIGURA 8 – Modelos de gesso pré-tratamento.........................................................24 FIGURA 9 – Confecção Setup...................................................................................25 FIGURA 10 – Fotos frontal e lateral no início do tratamento......................................35 FIGURA 11 – Fotografias intra-bucais.......................................................................36 FIGURA 12 – Setup....................................................................................................36 FIGURA 13 – Fotografias intra-bucais com aparelho ortodôntico..............................36 FIGURA 14 – Fotografias intra-bucais/fechamento de espaço..................................36 FIGURA 15 – Fotografias extra-bucais pós-tratamento.............................................37 FIGURA 16 – Fotografias intra-bucais pós-tratamento..............................................37 FIGURA 17 – Fotografias intra-bucais pré-tratamento...............................................41 FIGURA 18 – Fotografias intra-bucais 5 anos após tratamento.................................42 FIGURA 19 – Fotos iniciais do paciente.....................................................................43 FIGURA 20 – Fotos intra-bucais antes do tratamento...............................................44 FIGURA 21 – Modelos de gesso demonstrando a discrepância de Bolton...............44 FIGURA 22 – Radiografias.........................................................................................45 FIGURA 23 – Setup diagnóstico................................................................................46 FIGURA 24 – Exodontia dente 41 e fechamento do espaço.....................................46 FIGURA 25 – Fotos pós-tratamento...........................................................................46 FIGURA 26 – Fotos intra-bucais pós-tratamento.......................................................47 FIGURA 27 – Foto oclusal pós-tratamento................................................................47 Figura 28 – Radiografias pós-tratamento...................................................................48 SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO.............................................................................................. 9 2. REVISÃO DE LITERATURA....................................................................... 11 3. PROPOSIÇÃO............................................................................................. 51 4. DISCUSSÃO................................................................................................ 52 5. CONCLUSÃO.............................................................................................. 54 RESUMO Esta revisão literária que teve como objetivo demonstrar as indicações, contra-indicações, vantagens, desvantagens e estabilidade do tratamento ortodôntico realizado com a extração de um ou mais incisivos inferiores permanentes. Esse procedimento é denominado de “extração assimétrica” ou “atípica”, não sendo considerada como primeira opção para o tratamento do apinhamento dentário nessa região. Entretanto, nesse trabalho de revisão de literatura foi relatado que, desde que bem indicado o procedimento de extração de incisivos permanentes inferiores poderá trazer benefícios para o paciente, mesmo não cumprindo os princípios ortodoxos vigentes para finalização, mas proporcionando estética, função saúde e estabilidade, pois através da confecção de um Setup ou montagem de diagnóstico teremos condições de avaliar o resultado final do tratamento antes mesmo da instalação do aparelho ortodôntico no paciente. Palavras chave: Setup; Extração de incisivo inferior; Distância intercaninos. ABSTRACT The main objective of this literary revision is to demonstrate the indications, contraindications, advantages, disadvantages and stability of the orthodontic treatment done through the extraction of an or more permanent inferior incisors. This procedure on denominated "asymmetrical extraction" or "atypical", not being considered as the first option for the dental crowding treatment in that area. However, in this literature revision it will be reported that, if well indicated, the procedure of permanent incisive inferior extraction can bring benefits for the patient, even not meeting the prevailing orthodox principles for completion, but providing aesthetics, health function and stability. By making a Setup or a diagnosis assembly we will be able to evaluate the outcome result of the treatment even before the installation of the orthodontic apparel for the patient. Keywords: Setup, inferior incisor extraction; intercanine width. 1. INTRODUÇÃO O objetivo do tratamento ortodôntico é a obtenção do equilíbrio e harmonia dos dentes com as bases ósseas e tecidos adjacentes e para isso, em alguns casos, necessita-se de extração dentária, porém esse assunto desde os primórdios sempre foi causa de polêmica, pois desde o início do século XX ocorreram períodos distintos entre extrair versus não extrair (CAPELLETTE; CAPELLETTE JR; MUNIZ, 1997). Segundo Braga et al., (2002) as extrações de incisivos inferiores permanentes apresentam diversas vantagens em relação a outras terapias, tais como a redução do tempo de tratamento, simplicidade da mecânica ortodôntica, a eliminação da necessidade de desgastes interproximais, diminuição do risco de recidiva e principalmente em situações em que o apinhamento esta localizado no dente a ser extraído, em casos da extração em casos de discrepância negativa de modelo, a confecção de modelos de estudo onde são feitas simulações/cortes para auxiliar no diagnóstico (Setup) é de extrema importância devido ao fato de que a extração de dentes anteriores é incomum e gera dúvidas quanto aos seus benefícios. O grande número de casos com apinhamentos dentários coloca os ortodontistas frente a um constante dilema: extração x não extração, esse embate secular travado por Angle e Case não mais procede em tempos atuais, pois hoje em a questão não é mais seguir uma corrente extracionista ou expansionista e sim decidir qual a melhor conduta a seguir levando-se em conta alguns aspectos como: discrepância total (discrepância de modelo, discrepância cefalométrica e curva de Spee), perfil facial, relação sagital das bases ósseas e padrão facial (LIMA; LACET; MARQUES, 2005). Para Carvalho (2005) a confecção de um Setup (modelo diagnóstico) é de extrema importância para ajudar na decisão de extrair um incisivo inferior, pois, nos mostra uma hipótese do resultado final predizendo assim, o sucesso no plano de tratamento proposto. Segundo Mazzottini, Capelozza Filho e Cardoso (2005) a extração de incisivos inferiores tem sido cada vez mais utilizada na Ortodontia contemporânea devido ao aumento de pacientes adultos no cotidiano da clínica, pois, esses pacientes encontram-se na maioria das vezes com dentição permanente onde a queixa estética é proporcional à ansiedade para o término do tratamento. O tratamento ortodôntico a ser realizado nesses pacientes não deve apresentar a característica de reestruturação, limitando-se à correção da queixa do paciente localizada, reduzindo assim, o tempo de tratamento. As extrações dentárias vieram pra facilitar a mecânica ortodôntica e para criar uma variedade de opções de tratamento e para estabelecer e praticar o melhor planejamento é necessário um diagnóstico completo e bem executado sendo possível através de radiografias periapical, panorâmica, oclusal, telerradiografia, fotografias e modelos, e a confecção de um Setup diagnóstico que é imprescindível nesses casos. Deve-se avaliar previamente a escolha da melhor opção de tratamento através da estabilidade necessária, oclusão final necessária e estética ao final do tratamento, diante disso a extração de um incisivo inferior permanente tornase uma opção de tratamento para os casos de más oclusões que não se enquadram nas formas convencionais de extrações, além de serem consideras mais estáveis a longo prazo (MATSUMOTO et al., 2010). Este trabalho tem como finalidade ressaltar as indicações, contra indicações, vantagens e desvantagens, limitações e estabilidade de resultados em casos ortodônticos tratados através de um ou mais extrações de incisivos permanentes inferiores. 12 2. REVISÃO DE LITERATURA Bolton, W; Washington, S. (1958), pesquisaram os efeitos da interação das discrepâncias no tamanho dentário para planejar com a intenção de determinar a proporção total do diâmetro dos dentes inferiores em relação aos superiores, para avaliar relações de sobremordida e sobressaliência obtidas no final do tratamento, os efeitos das extrações consideradas na oclusão e relações incisais, e a identificação de desajustes oclusais produzidos pelas incompatibilidades do tamanho dentário interarcos. Para realizar a análise inicialmente soma-se o maior diâmetro mésio-distal dos 12 dentes inferiores então divide-se esse valor pela soma do maior diâmetro mésio-distal dos 12 dentes superiores e então multiplica-se por 100. A proporção segundo Bolton é de 91,3mm, relação ideal de sobremordida e sobressaliência, como também de oclusão posterior, o que indica harmonia perfeita entre os arcos dentários; se a proporção exceder esse valor a discrepância se deve a excesso e material dentário inferior e se for menor a discrepância ocorrerá devido à quantidade excessiva de material dentário superior. Para Bolton é aceitável um desvio padrão em torno de 1,91mm para mais ou para menos. Uma proporção similar conhecida como proporção anterior também poderá ser utilizada para os seis dentes anterior, caninos e incisivos. Considera-se uma proporção anterior 67,2mm com um desvio padrão de 1,65mm, acarretará em uma relação ideal de sobremordida e sobressaliência, se a angulação dos incisivos estiver correta e se a espessura labiolingual das bordas incisais não for excessiva. Se essa proporção exceder 77,2mm, haverá excesso de material dentário inferior, caso for menor, haverá excesso de material dentário superior. Para saber a quantidade de excesso de material dentário existente deve-se utilizar uma tabela preconizada por Bolton ou tabela de discrepância do tamanho dental, onde com o valor da discrepância, obtemse o valor que seria desejado, e com a diferença entre o valor da discrepância real (do paciente) e o desejado (obtido da tabela figura 1) é o resultado da quantidade excessiva de material dentário. 13 TABELAS DE BOLTON DISCREPÂNCIA ENTRE OS ARCOS 12 mand. 12 max. = mm ____________ X 100 % = mm Max. 85 86 87 88 89 90 91 92 93 Mand. 77,6 78,5 79,4 80,3 81,3 82,1 83,1 84,0 84,9 Max. 94 95 96 97 98 99 100 101 102 média = 91,3 % D. P. = 1,91 Mand. 85,8 86,7 87,6 88,6 89,5 90,4 91,3 92,2 93,1 Max. 103 104 105 106 107 108 109 110 Mand. 94,0 95,0 95,9 96,8 97,8 98,6 99,5 100,4 DISCREPÂNCIA ANTERIOR 6 mand. 6 max. Max. 40,0 40,5 41,0 41,5 42,0 42,5 43,0 43,5 44,0 44,5 45,0 = mm _____________ X 100% = mm Mand. 30,9 31,3 31,7 32,0 32,4 32,8 33,2 33,6 34,0 34,4 34,7 Figura 1 - Tabela de Bolton Fonte: BOLTON, 1958 Max. 45,5 46,0 46,5 47,0 47,5 48,0 48,5 49,0 49,5 50,0 média = 77,2 % D. P. = 1,65 Mand. 35,1 35,5 35,9 36,3 36,7 37,1 37,4 37,8 38,2 38,6 Max. 50,5 51,0 51,5 52,0 52,5 53,0 53,5 54,0 54,5 55,0 Mand. 39,0 39,4 39,8 40,1 40,5 40,9 41,3 41,7 42,1 42,5 14 Segundo Bahreman (1977), a filosofia das extrações em conjunto com o tratamento ortodôntico não é nova, sabe-se que para o estabelecimento de uma oclusão funcional normal e equilibrada é necessário muitas vezes à extração de um ou mais dentes, porém o autor cita a extração de um incisivo inferior no tratamento ortodôntico como uma terapia incomum utilizadas em alguns casos selecionados, entre as indicações, encontram-se as maloclusões Classe I com apinhamento severo ântero-inferior. Deve-se avaliar também outros fatores como as condições clínicas locais, perfil facial e discrepância entre os arcos, e situações onde a extração de quatro pré-molares prejudicaria o perfil facial. O autor contra-indica a extração de um incisivo inferior nos casos que necessitem extração superior e inferior. O tratamento em um menor período de tempo seria uma de suas vantagens, pois a mecanoterapia geralmente é simplificada, além de manter a largura intercaninos, diminuição do tempo de uso da contenção, e geralmente, sem problemas de ancoragem. Para Tuverson (1980), extrações de incisivos inferiores estão contra-indicadas quando o diagnóstico através do Setup dos modelos de estudo demonstrar que poderá ser criado um excessivo trespasse vertical (overbite), não sendo possível corrigir por meio da movimentação dentária e/ou redução de esmalte mesiodistal dos dentes ântero-superiores; como também, está contra-indicada em pacientes com predisposição a doenças periodontais. De acordo com o autor apesar do fechamento de espaço ser um procedimento simples, exige paralelismo das raízes, caso contrário ocorrerá um espaço visível no local da extração, o que poderá em alguns casos ocorrer mesmo obtendo paralelismo entre as raízes. Kokich & Shapiro (1984), relataram que a extração de incisivos inferiores permanentes é uma técnica muito bem aceita especialmente nos casos em que há discrepância dentária negativa na região anterior inferior, podendo proporcionar excelentes resultados estéticos e funcionais com o mínimo de manipulação ortodôntica. Para os autores alguns princípios devem ser avaliados na decisão da extração de um incisivo inferior tais como: tamanho da discrepância deverá ser maior que 3mm do formato das coroas dos incisivos superiores e inferiores, já que em dentes com formatos triangulares poderão ser realizados desgastes interproximais, a espessura do esmalte nas coroas dos incisivos superiores, a largura da raiz dos incisivos superiores e inferiores e a estabilidade no tratamento. Para os autores, a extração de um incisivo inferior em uma mal oclusão Classe I, 15 sem discrepância de Bolton, diminui as chances de se obter overjet e overbite adequados. Devido a menor necessidade de redução da movimentação dentária, a extração de um incisivo inferior é altamente benéfica em casos selecionados criteriosamente. Drace (1985), fez um estudo sobre a extração de um incisivo inferior, utilizou em sua pesquisa 16 pacientes portadores de mal oclusão Classe I com apinhamento ântero-inferior onde apenas o arco inferior foi tratado com a extração de um incisivo inferior, e outros 16 pacientes foram tratados com outras extrações dentárias. O método de estudo realizado foi através de telerradiografias e modelos de gesso, obtidos no início do tratamento e durante a fase de contenção. O autor concluiu que ocorreu aumento no trespasse horizontal e vertical nos casos tratados com extração de um incisivo inferior além de recidiva pós tratamento. Joondeph & Riedel (1985), relataram e sugeriram que em casos de grande apinhamento inferior, a remoção de um ou mais incisivos inferiores fosse uma alternativa lógica para aumentar a estabilidade da região ântero-inferior sem a necessidade de contenção permanente, podendo-se extrair até dois incisivos inferiores para manter a forma do arco sem alterar a largura intercaninos. Para os autores o apinhamento extremo e/ou protrusão, principalmente se acompanhado de perda de tecido gengival ou de tábua óssea vestibular na região das raízes dos incisivos inferiores seriam as principais alterações para indicar a extração de incisivos inferiores. Riedel, Little e Bui (1992), afirmaram que a extração de incisivos para resolver problemas de apinhamentos não era uma idéia nova, avaliaram 42 modelos de gesso de pacientes, modelos esses realizados antes do tratamento, após o tratamento e após 10 anos do tratamento, os pacientes foram tratados com aparelho Edgewise com extração de um ou dois incisivos inferiores, foi observado que 7 dos 24 pacientes pertencentes ao grupo de extração de um incisivo inferior e 10 dos 18 pacientes do grupo de extração de dois incisivos demonstraram alinhamento inaceitável do incisivo inferior no estágio pós-tratamento, resultado esse, considerado favorável quando comparados com os casos de extrações de prémolares, pois nesses casos o alinhamento inaceitável foi de setenta por cento após o tratamento. Nos casos com extração de incisivos, observou-se que a largura intercanino diminuiu durante o tratamento e continuou a diminuir após o término do tratamento na maioria dos casos, porém a sobremordida e sobressaliência 16 permaneceram aceitáveis, pois, esses achados sugerem que quando nos deparamos com um caso de apinhamento significativo, pode-se tratar tanto com extração de pré-molares como de incisivos, porém a extração de um ou mais incisivos proporcionará maior estabilidade, isso não significa que todos os casos de apinhamentos devam ser tratados com extração de incisivos, pelo contrário, deve-se realizar uma criteriosa avaliação do caso, quando for decidido por essa opção. Os autores concluíram que extrações de incisivos inferiores eles apresentavam menos apinhamento, dez anos pós-contenção, do que aqueles casos que possuíam as mesmas indicações e foram tratados com extração de pré-molares. Valinoti (1994), relatou em um artigo, que a extração de incisivo inferior permanente não deveria ser considerado um fato isolado e sim deveria ser integrado as requisitos totais da maloclusão, pois, promove equilíbrio oclusal, estético e funcional dos arcos entre si e estruturas adjacentes. Os casos com extração de um incisivo inferior geram menos recidiva após a contenção, isso ocorre provavelmente pelo fato dos dentes próximos a extração permanecerem próximas de suas posições originais onde a musculatura pressiona menos, ocorrendo assim, melhor estabilidade dentária nessa região. Após o tratamento deverá ser encontrada uma articulação de seis dentes superiores com cinco dentes inferiores, os caninos terminarão em chave de oclusão, ou, os caninos superiores irão desocluir com os primeiros pré-molares inferiores; as vertentes distais dos caninos superiores irão desocluir com as vertentes mesio-oclusais dos primeiros pré-molares inferiores, e para que isso ocorra critérios de seleção dos casos deverão ser criteriosamente avaliados. Foi relatado também, que pouca atenção é dada a outras alternativas de tratamento, geralmente a tendência de tratamento oscila entre a não extração e a extração de quatro pré-molares. A indicação da extração de um incisivo inferior é feita em casos selecionados cuidadosamente e em adultos, especialmente nos casos em que o espaço e a estética facial não necessitam de grande movimentação dentária. O autor conclui que quatro extrações de pré-molares vão continuar a ser o tratamento ideal para muitas más oclusões com maiores exigências de espaço e a necessidade de melhoria da estética facial. No entanto, com gerenciamento e seleção cuidadosa, há casos que podem ser tratados com sucesso com uma extração de incisivo inferior. Segundo Ramos et al., (1996), com freqüência descobre-se nas últimas fases do tratamento ortodôntico que o caso poderá não ser finalizado adequadamente 17 devido ao tamanho dos dentes superiores não ser compatível com o tamanho dos inferiores, ou seja, os dentes superiores e inferiores não apresentam uma proporção adequada para permitir uma boa relação vertical e horizontal (sobremordida e sobressaliência). Quando os comprimentos mesiodistais dos incisivos superiores são maiores que os correspondentes inferiores, terá tendência a maior sobremordida e sobressaliência; se forem os dentes inferiores maiores que os dentes superiores, haverá tendência para mordida topo-a-topo, além de presença de diastemas superiores que mantém a relação vertical e horizontal entre os arcos, ou ainda um pouco de apinhamento no arco inferior para acomodação do excesso de massa dentaria. Como citam alguns autores, na pratica diária essas situações são resolvidas através de desgaste do excesso de material dentário, ou, restaurando a falta de material dentário com material resinoso. Pode ocorrer associação da necessidade de solucionar um apinhamento no segmento ântero-inferior com uma eventual discrepância de tamanhos dentários, mediante a extração de um incisivo inferior, devido a esses fatores os autores sugerem a utilização de análise de discrepância dentária para o melhor planejamento do caso, obtendo assim um diagnóstico mais completo o que servirá para um bom processo durante a finalização do caso. Canut (1997), avaliou 26 pacientes pós tratamento ortodôntico e avaliou os efeitos do tratamento realizado com extração de um incisivo inferior e de quatro prémolares medindo os modelos iniciais, finais e de cinco a oito anos pós contenção. Como resultado final obteve melhor estabilidade do alinhamento nos casos tratados com extração de um incisivo inferior do que nos tratados com extração de quatro pré-molares, porém, relatou que em todos os casos deve-se realizar montagem de diagnóstico em modelos para determinar as reais possibilidades oclusais. A extração de um incisivo inferior é considerada uma alternativa terapêutica limitada a determinadas situações oclusais, não sendo essa uma proposta padrão para tratar a maioria das maloclusões, porém em certas situações clínicas, a terapêutica deve ser ajustada às necessidades de cada paciente. As indicações para extração de um incisivo inferior se resumem em quatro situações clinicas: anomalias de número de dentes anteriores, anomalias de tamanho de dentes, irrupção ectópica de incisivos e maloclusão tipo classe III moderada. Uma indicação adicional citada pelo autor, ocorre em casos de perda de tecido gengival ou tábua alveolar externa de um incisivo inferior. É importante que o ortodontista, além do setup, considere também 18 outros critérios como: a avaliação criteriosa da discrepância do arco dentário, verificação da largura intercaninos e o efeito da extração de um incisivo sobre esta, já que a estabilidade do tratamento será melhor, caso a largura inicial for mantida e obtenção de overjet e overbite adequados. Uma das desvantagens da extração de um incisivo inferior está relacionada à finalização devido à ausência da linha média inferior, o que deve ser relato ao paciente no início do tratamento; outra desvantagem citada é a ocorrência no aumento do overjet e overbite ocorrendo assim uma pequena possibilidade e mesialização dos caninos inferiores, podendo comprometer os movimentos de lateralidade; perda antiestética da papila onde os incisivos possuem forma triangular, onde o tratamento correto nesses casos seria através de stripping dos incisivos inferiores e para finalizar, a possibilidade de reabertura de espaço através de diastema anterior o que pode ser evitado através do monitoramento do paralelismo radicular ao final do tratamento. As principais vantagens são: redução considerável do tempo de trabalho, devido ao fato do dente a ser extraído estar próximo ao local do problema, mecânica simplificada, necessitando pouca preocupação com ancoragem. Após todas essas constatações, decidiu-se avaliar o alinhamento anterior de pacientes tratados ortodonticamente sem contenção há vários anos, esse resultado definiria se existia alguma melhora na estabilidade nos casos tratados com extração de um incisivo inferior. Concluiu-se através da pesquisa clínica que seria conveniente a extração de um incisivo inferior no lugar dos pré-molares. Para evitar recidiva deve-se extrair o incisivo mais mal posicionado do arco fazendo com que a correção concentre-se em uma região mais específica da dentadura. Segundo Cappellette et al., (1997), relataram em caso clínico que extrações dentárias com finalidade ortodôntica sempre foram motivo de polêmica entre os ortodontistas, pois nota-se que, desde o início do século, ocorreram períodos distintos entre extração versus não extração. A tendência do diagnóstico ortodôntico leva a um planejamento que permita a extração de dentes permanentes, quando necessário, corrigindo assim a mal oclusão. Para os autores, o fato da região entre os incisivos inferiores ser a área mais comum a ocorrer apinhamentos, sugere-se a extração de um incisivo em casos bem indicados. As vantagens ao extrair um incisivo inferior em relação ao tratamento convencional estão relacionadas à: relação intercanino não será expandida, permite-se relação normal de tamanho de dentes ântero-inferiores reduz o tempo de tratamento, a mecanoterapia torna-se 19 simplificada, redução do tempo no uso da contenção e na maioria dos casos não necessita de ancoragem. As indicações para a extração de um incisivo inferior são: má oclusão Classe I com grave apinhamento ântero-inferior, boa intercuspidação posterior, estética facial favorável, dentição maxilar normal, discrepância de Bolton maior que 5mm, problemas periodontais resultante do apinhamento, perda de incisivo tanto central quanto lateral inferior, má formação ou patologia que envolva os incisivos inferiores.Como desvantagens o autor cita o comprometimento da linha media e problemas periodontais que poderão surgir nos dentes adjacentes à extração, poderá ocorrer overjet e overbite indesejados. Os autores contra-indicam as extrações dos incisivos inferiores quando existir mordida profunda com padrão horizontal de crescimento, casos em que necessite a extração dos primeiros prémolares superiores e caninos em boa relação, também é contra-indicado em casos de mínimo apinhamento, nos casos com apinhamento nos arcos superior e inferior com discrepância de tamanho ósteo-dentário na região dos incisivos, discrepância de Bolton devido a incisivos inferiores diminuídos e/ ou incisivos superiores maiores. Os autores concluem relatando que desde que bem planejada e executada, a extração de um incisivo inferior pode ser considerada uma alternativa simples e eficaz de solucionar alguns problemas de apinhamento ântero-inferior sem causar grandes alterações oclusais e de perfil no paciente. Faerovig & Zachrisson (1999), realizaram um estudo onde indicaram a extração de um incisivo permanente inferior em pacientes com leve a moderada Classe III, reduzida sobremordida e sobressaliência e apinhamento relativamente pequeno dos incisivos inferiores, excessos na largura mésio-distal dos dentes ântero-inferiores e em casos onde os incisivos inferiores possuírem forma triangular. Os autores avaliaram 36 casos, constituído de 21 pacientes gênero feminino e 15 pacientes gênero masculino com idade média de 27,8 anos. Em 19 pacientes foi utilizado aparelhos fixos de Edgewise de 0,018 polegadas para o tratamento, em ambos os arcos, em 17 pacientes esse mesmo aparelho fixo foi utilizado apenas no arco mandibular, o tempo médio de tratamento foi de 18 meses, após o tratamento a sobremordida aumentou 0,6mm e overjet 1mm, não houve perda da papila interdental, portanto, houve melhora da oclusão anterior e o resultado estético foi em geral satisfatório. Os autores concluíram que a exodontia de um incisivo inferior poderia ter resultados satisfatórios em pacientes adultos em suave classe III e trespasse vertical reduzido, ampla largura intercanino, apinhamento leve e excesso 20 de tamanho dentário inferior, em contra partida, relatam que o tratamento se torna mais difícil necessitando assim, mais tempo de tratamento do que o esperado. Segundo Kokich Jr. (2000), relatou um caso tratado ortodonticamente com extração de um incisivo inferior sem discrepância de tamanho dentário inferior, o paciente era do gênero masculino, 34 anos e 6 meses de idade, sua queixa principal era a aparência de seu sorriso e especificamente com o alinhamento dos seus dentes anteriores inferiores. O paciente era portador de má oclusão Classe I com 5,0 mm da sobremordida e overjet de 75%, linha média deslocada 2,0 mm para o lado direito, na análise de Bolton observou-se 1.0 mm de excesso na região da maxila anterior, radiograficamente constatou-se fratura e cárie no incisivo lateral direito inferior (Figuras 2 e 3). Os objetivos do tratamento eram a estética facial mantendo o apoio do lábio superior, para manter o perfil facial, manter a classe em relação molar, melhorar a classe em relação canina e reduzir o overjet e overbite, eliminar a deficiência do comprimento do arco, melhora no overjet bucal do primeiro molar esquerdo e por fim eliminar o comprimento do arco, manter uma suave curva de Spee e alinhamento dos incisivos inferiores. Optou-se por extração do incisivo mandibular fraturado, para avaliar o caso o autor construiu um modelo com cera de diagnóstico que mostrou que 5,0 mm de esmalte deveria ser removido na região interproximal dos 6 dentes anteriores mandibulares para produzir satisfatória overbite e overjet. Após o tratamento o autor concluiu que a má oclusão classe I com significativo excesso dental mandibular freqüentemente pode ser tratado extraindose um incisivo, porém a extração de um incisivo inferior em uma má oclusão classe I com nenhuma discrepância de Bolton diminui as chances de obtenção de overjet e overbite adequada, portanto, este seria considerado um tratamento não convencional a menos que fosse inevitável ou outras alternativas exorbitantes, a remoção de 5,0 mm de estrutura dental apresenta uma situação de tratamento muito mais difícil, e portanto, a decisão de extrair deve ser confirmada com um Setup de diagnóstico que simula o eventual resultado do tratamento (Figuras de 4 e 5). 21 Figura 2 - Fotos frontal e perfil pré-tratamento. Fonte: KOKICH JR., 2000. Figura 3 – Modelos de gesso pré-tratamento . Fonte: KOKICH JR., 2000. 22 Figura 4 – Fotos frontais e de perfil pós-tratamento. Fonte KOKICH JR, 2000. Figura 5 – Modelos de gesso pós-tratamento Lorsiripat & Kitsahawong (2001), relataram que o mais importante não é a evolução do tratamento ortodôntico realizado com a extração de um incisivo inferior e sim a estabilidade após o tratamento, pois um plano de tratamento mal executado certamente prejudicará a estabilidade. As situações clínicas quando indicado a extração de um incisivo são: anomalias de número e tamanho dos dentes, incisivos 23 inferiores com envolvimentos patológicos, irrupção ectópica dos incisivos inferiores, Classe I com apinhamento ântero-inferior e biprotrusão, Classe I com apinhamento ântero-inferior, porém boa oclusão posterior, Classe I com mordida cruzada anterior, Classe III moderada, incisivo com retração gengival, Classe I com biprotrusão ou Classe II com protração maxilar e apinhamento ântero-inferior onde será necessário extrair tanto um incisivo inferior quanto dois pré-molares superiores. Braga et al., (2002), estudaram e relataram a confecção e a utilização do Setup ou montagem de diagnóstico, um importante recurso utilizado no planejamento ortodôntico, pois consiste no reposicionamento dos dentes, previamente removidos dos modelos de estudo confeccionados em gesso. Quando corretamente confeccionado, o Setup auxilia de forma positiva no momento de decidir por extrações, aos desgastes interproximais, ao grau de ancoragem necessária, entre outros, pois é capaz de simular os resultados antes mesmo do início do tratamento indicando a melhor opção na decisão do planejamento de um tratamento, sendo considerado um recurso de extrema importância, principalmente nos casos onde houver a necessidade de extração de um incisivo inferior, onde há presença de discrepância negativa de modelo, não deixando dúvidas ao profissional quanto as seus benefícios. A obtenção do setup inicia através de uma adequada moldagem dos arcos do paciente, reproduzindo a anatomia da arcada corretamente em modelos de gesso, após os modelos são recortados corretamente e polidos permitindo assim a análise e características da maloclusão como a forma dos arcos dentários, simetrias ântero-posteriores e transversais, mal posicionamentos dos dentes, inclinações axiais, classificação da maloclusão, curva de Spee, sobremordida e sobressaliência; Os modelos ainda podem ser utilizados para determinar discrepâncias do arco dentário como também de Bolton. Os autores concluíram com os estudos realizados utilizando tal técnica, que quando corretamente aplicada é uma benéfica técnica utilizada tanto para o profissional quanto para o paciente, diminuindo o tempo do tratamento e muitas vezes simplificando a mecanoterapia, e que o Setup possui extrema importância para o auxilio do diagnóstico, devido ao fato de simular os resultados antes mesmo do inicio do tratamento ortodôntico, pois, proporciona de forma antecipada a visualização tridimensional da dentição ao final do tratamento corretivo. O Setup permite avaliar diversas opções de tratamento para um mesmo paciente, pois pode ser realizada diferentes montagens, isso possibilita que o profissional analise o melhor plano de 24 tratamento, podendo levar em consideração ainda a saúde bucal, estética, função e estabilidade oclusal (Figuras 6 a 9). Figura 6 – Fotos intra-orais evidenciando a relação de classe I de Angle com apinhamento ânteroinferior apresentada pela paciente. Fonte: BRAGA et al., 2002. Figura 7 – Fotos extra-orais de frente, perfil e de frente sorrindo, respectivamente. Fonte: BRAGA et al., 2002. Figura 8 – Fotos do modelo de gesso evidenciando a forma das arcadas e assimetria de molares e caninos. 25 Fonte: BRAGA et al., 2002. Figura 9 - Setup diagnóstico simulando a extração do dente 41(incisivo central inferior direito). Fonte: BRAGA et al., 2002. Marchioro, Bellato e Hahn (2002), avaliaram a incomum extração de um incisivo inferior como alternativa de tratamento em casos de apinhamento dentário e que quando corretamente indicada, esta extração possibilita uma melhora na função oclusal e na estética, com um mínimo de manipulação ortodôntica. Através de um caso clínico onde foi realizada a extração de um incisivo inferior, os autores obtiveram resultados satisfatórios tanto no aspecto facial quanto oclusal. O paciente tratado era do gênero masculino, baquicefálico, portador da maloclusão Classe I com overbite e overjet nulos, grande desgastes dos bordos incisais dos incisivos centrais superiores e apinhamento ântero-inferior, com discrepância de modelo de menos quatro milímetros. Após criteriosa avaliação e diagnóstico, decidiu-se por extrair o incisivo central inferior direito, o tratamento foi realizado em doze meses, utilizaram barra lingual para contenção, que foi colada de forma individualizada de canino a canino inferior. Durante o tratamento o paciente foi encaminhado para realização de restauração dos bordos incisais dos incisivos centrais superiores melhorando assim a estética. Os autores concluíram que o tratamento com extração de um incisivo inferior pode ser uma boa opção em casos específicos como em situações onde situações clínicas e radiográficas contra indicarem a projeção dos 26 dentes anteriores, expansões dos arcos dentários, desgastes interproximais ou extrações de pré-molares. Silva Filho, Zinsly e Cavassan (2002), estudaram amplamente na literatura os conceitos, necessidades e oportunidade de tratamento desde o apinhamento primário até apinhamento da dentadura permanente e relataram que a redução da massa dentária através de extrações dentárias é considerado um recurso amplamente utilizado na Ortodontia, após um acurado planejamento, a fim de compatibilizar o arco dentário com o osso alveolar existente. Para os autores, uma extração bem indicada, irá contribuir para o alinhamento dentário, além de favorecer a relação intercaninos devolvendo a relação cúspide/ameia pela vestibular e cúspide/fossa por lingual, relação essa tão desejada. Relatam que a seleção dos dentes a serem extraídos dependem de diversos fatores, tais como: dimensão do problema, quantidade de discrepância do modelo, presença de protrusão dentária elevada, relação sagital entre os arcos, perfil facial, condições de saúde bucal e expectativa do paciente e que as indicações das extrações de incisivos inferiores maturidade oclusal (dentes permanentes em boca), quando tiver apinhamento ântero-inferior significante e boa intercuspidação dos dentes posteriores, nos casos de excesso de massa dentária na região ântero-inferior ou deficiência de massa dentária na região ântero-superior. Ao extrair um incisivo a geometria interarcos será alterada na região ântero-inferior, isso fundamenta-se ao fato de que o tamanho mesiodistal dos dentes anteriores é o que determina a quantidade de trespasse vertical e horizontal entre os incisivos. A principal vantagem na extração de incisivos inferiores está relacionada ao fato de se corrigir a discrepância dental, ou seja, quando não existir a indicação de retração anterior, em contra partida está contraindicada em casos de dentadura mista. A extração mais comumente realizada no segmento anterior é de incisivos, havendo casos relatados com extração de dois incisivos inferiores e até mesmo três. O planejamento visando extração no segmento anterior está baseado exclusivamente na condição morfológica presente durante o diagnóstico e planejamento, sem previsão de estabilidade do caso, justificando a indicação de contenção após finalização do caso. A extração de um incisivo inferior elimina em média 5mm de massa dentária, tal situação pode ser desejada no planejamento da finalização quando existe excesso de massa dentária inferior ou deficiência de massa dentária superior, ou ainda, nos em casos que necessitarem 27 de mecânica compensatória para corrigir a relação de topo dos incisivos. Os autores relatam ainda que, quando a desproporção não for conveniente, pode-se optar por redução da massa dentária através de desgastes interproximais. Os autores Floriach e Andrade (2004), relataram que, em meados do século XX as extrações dentárias começaram a ser aceitas e utilizadas na Ortodontia, consideradas extrações heterodoxas, as mais comumente encontradas foram as de incisivos inferiores permanentes, incisivos laterais superiores permanentes, caninos superiores permanentes e assimétricas de pré-molares. Consideraram satisfatória a estabilidade a longo prazo nos casos tratados com extrações de incisivos inferiores, de forma geral, o resultado estético foi considerado satisfatório pelos pacientes, porém relatam alguns fatores que devem ser considerados quando se tratar de extrações heterodoxas como idade cronológica, comprometimento da sanidade dento-alveolar, harmonia, equilíbrio, e estabilidade dos arcos dentários ao optar-se por extrações heterodoxas. Rizatto et al., (2004) relataram que atualmente as extrações para fins de tratamento ortodôntico estão sendo melhor aceitas, pois é considerado um recurso utilizado para solucionar determinados problemas de maloclusão, desde que corretamente indicada. O tratamento ortodôntico deve ser avaliado caso a caso individualmente, devido às características inerentes a cada paciente, deve-se levar em conta nessa avaliação alguns aspectos durante a execução do plano de tratamento como magnitude da discrepância dente-osso e da discrepância cefalométrica, relação sagital entre arcos, padrão de crescimento, condições dos dentes, perfil facial, saúde periodontal, agenesias, processos patológicos como reabsorção radicular interna ou externa, traumatismo severo impossibilitando a permanência do dente na cavidade bucal, objetivos a serem atingidos e a própria experiência do profissional. Antigamente considerava-se que o tratamento ortodôntico que envolvia a extração de um incisivo inferior permanente comprometeria a estabilidade de uma adequada oclusão dentária, porém atualmente essa é uma opção bastante viável e tem se tornado cada vez mais comum no tratamento ortodôntico, a técnica de extração de incisivos inferiores vem sendo bastante empregada em casos de apinhamento ântero-inferiores, devido ao fato da menor movimentação dentária e dos excelentes resultados obtidos e atualmente essa técnica não está mais sendo considerada comprometedora e sim benéfica em casos bem selecionados. A maioria dos efeitos indesejáveis são controlados durante 28 a mecanoterapia através da obtenção de uma adequada intercuspidação tanto anterior quando posterior, deve-se lembrar que a extração de incisivos inferiores geralmente altera a geometria da relação inter-arcos na região anterior, o que irá determinar a quantidade de trespasse horizontal e vertical entre incisivos, porém em situações clínicas onde a discrepância de Bolton for menor que 6 a 5mm, poderá ocorrer problemas durante o movimento de lateralidade na desoclusão dos dentes anteriores, isso se deve a redução da distância inter-caninos inferior, entretanto, uma forma de solucionar esse problema é através de desgastes interproximais dos dentes ântero-inferiores, aumento do torque lingual nos caninos superiores e redução nos caninos inferiores e pode-se também obter guia em grupo durante a desoclusão mediante aos movimentos funcionais. A extração de um ou dois incisivos inferiores é umas das melhores alternativas, se não única, que irá garantir estabilidade a longo prazo no segmento ântero-inferior, evitando-se assim apinhamento dentário e recidivas, em algumas situações a extração de dois incisivos inferiores irá manter a forma da arca sem aumentar a distância inter-canino, porém essa situação deverá ser considerada nos casos de apinhamento excessivo associado a perda de tecido gengival e ósseo recobrindo a face vestibular das raízes dos incisivos inferiores. Existem vários motivos para extrair incisivos inferiores, como os casos com tendência a Classe III com sobremordida leve, apinhamento nos segmento ântero-inferior onde os incisivos encontram-se bastante deslocados do contorno do arco, incisivos com grandes restaurações ou com tratamento endodôntico, apinhamento tardio severo dos incisivos inferiores, tamanho excessivo dos dentes da região ântero-inferior e boa intercuspidação dos segmentos posteriores. Os autores concluíram que, a extração de incisivos inferiores permanente em casos bem selecionados é uma excelente opção de tratamento e não constitui uma abordagem padrão para tratamento simétrico da maioria das maloclusões, porém em algumas situações os objetivos terapêuticos serão atingidos de forma plena e ajustados conforme as características individuais de cada paciente. Carvalho (2005) relatou em seu trabalho que a extração de um incisivo inferior não é bem aceita pelos pacientes, pais e até mesmo entre os ortodontistas, devido ao fato de não ser um tratamento utilizado rotineiramente. A realização de um Setup para diagnóstico ajuda tanto na decisão da exodontia de um incisivo inferior, demonstrando que a extração trará uma oclusão aceitável, como também para demonstrar o resultado final aos pais, predizendo o sucesso no plano de tratamento 29 proposto. Quando bem indicada a extração de um incisivo inferior, esse procedimento torná-se um excelente recurso e em alguns casos único, para um bom relacionamento oclusal, contribuindo para a harmonia facial. Para a confecção do Setup deve-se inicialmente numerar os dentes evitando assim que sejam confundidos após serem removidos dos modelos, então, deve-se marcar a linha média em ambos os modelos para a remoção dos dentes, deve-se iniciar fazendo um túnel na altura das raízes dos incisivos com broca esférica n. 6 e através desse túnel passa-se uma serra presa ao arco em ambos os lados, os dentes devem ser serrados tanto no sentido horizontal quanto vertical acompanhando-se a anatomia das raízes sem tocar no ponto de contato evitando-se assim de alterar suas dimensões mésio-distais, então os dentes deverão ser soltos com uma leve pressão dos dedos, evitando assim que se perca material no sentido mésio-distal, após os dentes serem removidos, as raízes são trabalhadas e recebem uma forma mais natural através do desgaste do gesso com fresa em forma de pêra, evitando-se dessa forma interferências quando reposicionar os dentes, deve-se fazer retenções tanto nas bases dos modelos quanto nas porções apicais das raízes, essas retenções deverão ser preenchidas com cera utilidade, pois essa será a primeira forma de sustentação dos dentes removidos, a montagem do Setup inicia pelos dentes incisivos inferiores, e então são montados caninos e outros dentes conforme o plano de tratamento, após montados os dentes e a oclusão ser considerada a melhor possível, deve-se adicionar cera n. 7 fixando os dentes em suas posições definitivas e para finalizar deve-se realizar escultura da gengiva. Existem poucos relatos na literatura sobre extração de incisivos inferiores, isso se deve ao fato de ser um procedimento reservado para casos atípicos necessitando de um plano de tratamento bem executado para que não existam erros na escolha da técnica. A confecção do Setup é essencial para o planejamento da extração de um incisivo inferior, pois através dele visualizamos antes mesmo do inicio do tratamento qual o dente a ser extraído, quantidade e direção de movimento de cada dente. O objetivo do Setup é verificar a oclusão final antes do início do tratamento ortodôntico, sendo que o resultado obtido com o Setup além de auxiliar o Ortodontista demonstrará ao paciente de uma forma mais compreensível o tratamento que será realizado. A autora relata caso clinico de paciente gênero, 23 anos e 2 meses, com queixa principal de mordida cruzada anterior, ao exame clínico e análise cefalométrica, foi verificado padrão braquifacial com tendência a Classe III. Após avaliar idade, analise 30 cefalométrica, clínica, de modelos e Setup optou-se por extrair um incisivo inferior. Lima, Lacet, Marques (2005), publicaram um artigo sobre extração de incisivo inferior onde relataram que a melhor indicação para esse tipo de tratamento é a mal oclusão Classe I com apinhamento ântero-inferior próximo ao tamanho de um incisivo inferior, presença de dentição normal e perfeita intercuspidação. Outra indicação relatada foram os casos de Classe II, onde a discrepância de modelos deve ser menor que o tamanho do incisivo, necessitando do espaço remanescente para correção da chave de canino. Pode-se lançar mão da extração de um incisivo inferior nos casos de Classe III leve a moderada com overjet e overbite diminuídos. Extração de um incisivo inferior como nos casos de anomalia de número dos dentes anteriores, alterações de tamanho dentário e incisivos ectópicos. Casos de overjet excessivo é contra-indicado a extração de um incisivo, como também nos casos de apinhamento biomaxilar sem discrepância de tamanho dentário na região anterior, Classe I de canino com necessidade de extração dos primeiros pré-molares superiores, discrepância de Bolton com incisivos inferiores diminuídos ou superiores aumentados, e em casos com overbite profundo e padrão de crescimento horizontal. Portanto, a extração de um incisivo inferior poderá ser realizada em casos de classe I, II e III porém, em situações bem selecionadas e planejadas com o auxilio de discrepância de modelos, cefalométrica e curva de Spee. A avaliação anatômica da coroa dos incisivos inferiores é de fundamental importância, pois apinhamentos leves a moderados em incisivos com formato da coroa clinica triangular podem ser resolvidos apenas com desgastes interproximais, favorecendo assim a estética através da preservação das papilas interdentais. O Setup do caso é fundamental, ele permite a visualização da posição final do dentes antes mesmo do tratamento, e determina, por exemplo, a quantidade de desgaste interproximal necessário para a correta intercuspidação. Também relataram sobre a importância de manter a distância intercaninos normal, o que com a extração de um incisivo torna-se vantagiosa quando comparada com a extração de pré-molares devido a estabilidade pós-tratamento. Deve-se avaliar alguns aspectos para definir qual incisivo deverá ser extraído, como a quantidade de deficiência de espaço, discrepância de Bolton, relação da linha media inferior e superior, saúde periodontal, indicação do incisivo mais ectópico, porém o mais indicado é o incisivo central inferior, sendo que, a melhor época para esse tipo de tratamento, apartir do momento que houver mínimo potencial de crescimento, não alterando assim a relação incisal estabelecida 31 precocemente. Ao finalizar o caso ocorrerá articulação de seis dentes superiores com cinco inferiores, o que torna-se plenamente possível alcançar excelente relação incisal controlando o overbite e reduzindo o overjet por meio de desgastes interproximais dos incisivos superiores, entretanto, deve-se avaliar algumas características importantes em relação ao stripping superior antes de decidir pela extração de um incisivo inferior, pois incisivos superiores com tendência de forma triangular de sua coroa anatômica, são mais favoráveis ao desgaste interproximal, deve avaliar também em uma radiografia periapical a largura da raiz, pois se for aumentada na porção cervical não permitirá grande redução da coroa, devido ao risco da proximidade radicular, deve-se avaliar radiograficamente também a quantidade de esmalte interproximal, prevenindo assim a exposição dentinária. Deve avaliar também inclinação dos incisivos, pois se os inferiores estiverem lingualizados, permite-se uma projeção para diminuição do overjet, porém, se os incisivos superiores estiverem verticalizados é um indício de que não deve-se lançar mão da redução de seu diâmetro mesiodistal, devido ao fato de que resultaria em incisivos ainda mais retro-inclinados. Existe uma forte relação entre a estabilidade na correção de apinhamentos e a distância intercaninos, isso se deve ao fato de que o tratamento com extração de um incisivo inferior mantém essa distância ou até mesmo poderá diminuí-la, antecipando um futuro decréscimo natural, o que traria melhor estabilidade no resultado final do tratamento. Um dos efeitos indesejáveis na extração do incisivo inferior é a perda da papila interdental, o aumento do overjet e overbite acima do aceitável, insatisfatória oclusão posterior e recorrência no apinhamento dos dentes remanescentes, em relação à possibilidade de abertura de espaço ocasionando um diastema anterior poderá ser resolvido através do paralelismo entre as raízes ao final do tratamento, deve-se relatar ao paciente sobre a inconveniência a curto prazo, ocasionada pela extração do incisivo e ausência de linha media inferior que ocorrerá no final do tratamento. Segundo os autores, as principais vantagens do tratamento ortodôntico com a extração de um incisivo inferior é a redução considerável do tempo de tratamento devido ao fato de que o dente a ser removido estar próximo ao local do problema, simplicidade da mecânica e pouca necessidade de preocupação com ancoragem e manutenção da distância intercaninos. Para Mazzotini, Capelozza Filho, Cardoso (2005), extrações são cada vez mais utilizadas no cotidiano da clínica ortodôntica devido a diversos fatores, as 32 extrações de incisivos inferiores conhecidas como extrações atípicas ou assimétricas, não são consideradas primeira opção de tratamento para apinhamento dentário, porém por quando bem indicada, poderá trazer benefícios mesmo que não cumprindo os princípios ortodoxos vigentes para finalização. Relataram no artigo o correto procedimento cirúrgico a ser adotado ao extrair um incisivo inferior permanente para fins ortodônticos devido ao fato de ser considerado anacrônica a discussão acerca desse procedimento, pela falsa impressão de simplicidade na execução do mesmo. A anatomia dos incisivos que são normalmente uni radiculares, favorece a fragilidade óssea na região anterior da sínfise mandibular, região essa que na maioria das vezes é negligenciada no procedimento cirúrgico, a extração de um incisivo inferior permanente é uma manobra bastante importante, pois, é necessário a preservação da integridade do osso alveolar e periodonto na região da extração devido à movimentação de dentes na região. Os pacientes submetidos a tal procedimento encontram-se geralmente na dentadura permanente madura, onde a queixa estética é proporcional à ansiedade para o término do tratamento, sendo assim o tratamento é feito através de uma correção localizada reduzindo assim o tempo de tratamento, em relação à estabilidade. A extração de um incisivo inferior deve ser conservador, evitando-se ao máximo uma fratura da tábua óssea alveolar, evitando-se assim prejuízos para a posterior movimentação dentária, pois, o ortodontista depende de um procedimento cirúrgico bem executado, onde seja possível movimentação ortodôntica imediatamente após a realização da extração. Os autores concluíram que o tratamento ortodôntico com indicação de extração no segmento anterior dependerá da interação do ortodontista com o cirurgião, obtendo-se assim melhores resultados, pois qualquer seqüela causada por um procedimento cirúrgico mal executado colocará em risco o sucesso do tratamento ortodôntico. Simplício et al., (2005) relataram que extrações de incisivos inferiores tem sido cada dia mais utilizada na Ortodontia Contemporânea, isso deve-se ao fato do constante aumento do número de pacientes adultos que procuram o tratamento Ortodôntico, geralmente a indicação desse procedimento ocorre em pacientes com dentição permanente madura e quando a queixa estética é exatamente proporcional à ansiedade do término do tratamento, limitando a correção da queixa do paciente, diminuindo assim o tempo de tratamento. Deve-se fazer um preciso diagnóstico quando existir a possibilidade de realizar o tratamento ortodôntico com a extração de 33 um incisivo inferior, além de uma minuciosa análise da oclusão e do tamanho dentário, discrepância de Bolton, montagem de diagnóstico em modelos, combinado com análise de perfil facial. Para se ter êxito no tratamento ortodôntico e considerálo bem sucedido devemos ter a análise de todos esses elementos de diagnóstico e de um correto plano de tratamento. A montagem de diagnóstico de modelos e o oclusograma permitem a visualização do resultado antes mesmo do inicio do tratamento. Deve-se realizar cuidadosa análise das relações anteriores e posteriores, às condições clínicas e radiográficas de todos os dentes envolvidos auxiliando qual o melhor dente a ser extraído, evitando-se extração de dentes hígidos e sadios optando-se quando possível por dentes endodonticamente tratados, com comprometimento periodontal ou restaurados. As situações para indicação da extração de um incisivo inferior são: Classe III suave, moderado apinhamento ântero - inferior e um incisivo excluído do arco, dentes com tratamentos endodonticos ou restaurados, incisivos inferiores com problemas periodontais, apinhamento tardio dos incisivos inferiores, boa oclusão dos dentes posteriores, excesso de massa dental na largura dos dentes ântero-inferiores, paciente adulto, casos em que os incisivos laterais superiores forem menores que o normal, incisivo supranumerário e irrupção ectópica de incisivos. Os autores estudaram casos tratados com extração de um incisivo inferior e concluíram que a técnica utilizada mostrou-se efetiva, resultando em uma oclusão funcional e estética, manteve-se a interdigitação dos dentes posteriores, melhora da sobremordida e das condições periodontais dos incisivos e caninos. Através do tratamento manteve-se sem alterações o perfil facial, o que era um dos propósitos do tratamento e como esperado, o tempo do tratamento foi reduzido. Souza, Ritter e Locks (2005), revisaram a literatura a respeito da etiologia do apinhamento dos incisivos inferiores, indicação de extração, contra-indicações e estabilidade pós tratamento, a extração de incisivos inferiores é uma modalidade de tratamento que ainda é muito discutida e até desconhecida por muitos cirurgiões dentistas. As principais indicações para extrair um incisivo inferior são nos casos de severo apinhamento no arco inferior, nos casos de leve ou moderada maloclusão Classe III com diminuição da sobressaliência e sobremordida, nesses casos a extração de um incisivo inferior resultará no sucesso do tratamento. Algumas desvantagens referem-se que em um curto espaço de tempo o paciente terá uma estética deficiente, e a sobremordida e sobressaliência poderão se encontrar 34 acentuadas. Com esse estudo, os autores, concluíram que o tratamento com extração de incisivo inferior possui indicação específica, e cada caso deverá ser avaliado individualmente para obter um resultado adequado. Segundo Pinto et al., (2006), a extração de um incisivo inferior como modalidade de tratamento sempre foi considerado um assunto polêmico, e mesmo com resultados favoráveis ainda hoje não é bem aceito e alguns efeitos indesejáveis vem sendo relatados como overjet e overbite aumentado, recidiva do espaço da extração, oclusão insatisfatória, recorrência de apinhamento entre incisivos remanescentes e perda da papila interdental na região da exodontia. É necessário realizar um criterioso setup diagnóstico para cada caso, esse procedimento servirá como um importante auxiliar na confirmação do resultado esperado; um setup corretamente confeccionado, auxiliará na tomada de decisões quanto as extrações, aos desgastes interproximais, ao grau de ancoragem necessária, entre outros, e indicará a melhor opção ao decidir o planejamento de tratamento, devido ao fato de permitir a avaliação das limitações do caso antes de ser tratado. O Setup juntamente com uma boa radiografia interproximal fornecerá ao ortodontista a quantidade de esmalte mesiodistal a ser removido dos incisivos superiores quando necessário. Caso clínico de uma paciente adulta, 19 anos e 10 meses gênero feminino, bom estado de saúde geral, fonação e deglutição normais, simetria facial, terço inferior proporcional, bom selamento labial, perfil levemente convexo, com leve projeção do lábio inferior; a paciente era portadora de dois implantes de níquel-titânio na região dos incisivos centrais superiores, apinhamento ântero-inferior, relação molar Classe I de Angle com tendência a Classe III e overjet e overbite próximos a zero demonstrado através da mordida em topo anterior, linha média inferior desviada aproximadamente 1mm para o lado esquerdo, e discrepância dentária igual a -6mm (Figuras 10 e 11). Os objetivos do o tratamento são: correção de pequenas alterações na arcada superior, eliminação do apinhamento ântero-inferior, promover condições de higiene bucal e estética satisfatória, manutenção da harmonia facial e tônus muscular, compensação do excesso de massa dentária inferior através da extração de um incisivo inferior, e reestabelecimento da função mastigatória normal através de uma oclusão mutuamente protegida. Após um estudo cuidadoso do caso e após foi confeccionado um setup utilizado como guia durante o planejamento e nos permitir uma visão bastante próxima do resultado final do tratamento (Figura 12). O dente extraído após um minucioso estudo do caso foi o incisivo central inferior 35 esquerdo devido à sua posição desfavorável e a discrepância de Bolton observada, após foi instalado aparelho fixo tipo Edgwise 0,22” em ambas as arcadas, após remoção do dente foi realizado o alinhamento e nivelamento, sendo que o intervalo de ativação do aparelho foi de três semanas (Figuras 13 a 16). Após o tratamento concluiu-se que a discrepância dentária e o apinhamento existente no arco inferior haviam sido eliminados, o overbite e overjet foram normalizados, foi encontrado ainda aparência saudável dos tecidos periodontais, utilizou-se contenção em ambos os arcos e após um ano optou-se pelo uso da contenção apenas no período da noite. Após dois anos de uso da contenção removeu-se o uso completo da contenção superior e inferior, porém a paciente foi orientada a retornar para consultas e avaliação de seis em seis meses. Os autores relataram que a confecção do setup foi de fundamental importância auxiliando tanto no diagnóstico como no planejamento do caso, o formato retangular dos incisivos inferiores juntamente com a utilização de forças leves e torques adequados foram essenciais para o adequado posicionamento dos incisivos remanescentes ocorrendo mínimo de reabsorção dentária e preservação da papila interdentária na região da extração. Segundo os autores o tratamento ortodôntico com extração de um incisivo inferior poderá ser uma boa opção de tratamento nos casos com reduzido overjet e overbite, presença de Discrepância de Bolton e leve tendência a classe III. 36 FIGURA 10 – Fotografias de frente e de perfil na fase inicial do tratamento (observar a projeção do lábio inferior). Fonte: PINTO et al., 2006 FIGURA 11 - Fotografias intrabucais: lateral direita, frente e lateral esquerda. Fonte: PINTO et al,.2006 FIGURA 12 - Setup executado no intuito de servir como guia no planejamento do caso clínico Fonte: PINTO et al,. 2006. FIGURA 13 - Fotografias intrabucais mostrando o aparelho montado: lateral direita, frente e lateral esquerda. Fonte: PINTO et al., 2006. 37 FIGURA 14 - Fotografias intrabucais mostrando o fechamento do espaço na região do incisivo extraído e a mecânica de Classe III com elásticos: lateral direita, frente e lateral esquerda. Fonte: PINTO et al., 2006. FIGURA 15 - Fotografia da paciente ao final do tratamento. Fonte: PINTO et al., 2006. 38 FIGURA 16 - Fotografias intrabucais ao final do tratamento: lateral direita, frente e lateral esquerda. Fonte: PINTO et al., 2006. Martins et al., (2007) relataram que a utilização de extrações no tratamento ortodôntico foi utilizada até o final do século XIX, segundo os autores, nesse momento Angle iniciou seus estudos onde relatava que em uma oclusão normal seria possível manter todos os dentes, pois considerava que essa oclusão requeria todos os dentes na boca, ocupando assim corretamente suas posições, ocorrendo um melhor equilíbrio, harmonia e melhor proporção bucal com as outras estruturas. Tweed relatou que em seus casos clínicos tratados sem exodontia ocorreu mais de 80% de insucesso nos casos, com esses resultados negativos, ele passou a utilizar extrações de pré-molares em seus casos clínicos, ocorrendo alinhamento dentário no osso basal sem ocorrer protrusão, pois segundo ele, quando se tem discrepância entre as bases ósseas ou também entre as estruturas óssea e dentária, deve indicar extrações para o correto posicionamento dos incisivos no osso basal obtendo-se então melhora da estética facial. Os casos que apresentam maior quantidade de apinhamento são, na maioria das vezes, tratados com as extrações dentárias, enquanto que, aqueles com baixo índice de irregularidade dos incisivos apresentam tratamento mais conservador, sem extrações, em alguns casos apenas pequenos desgastes interproximais são realizados. As extrações dentárias estão indicadas em diversos tipos de má oclusão, dentre estas podemos citar os casos clínicos possuem apinhamentos moderados a severos. Simplício et al. (2007) descreveu a confecção de um Setup onde situou os objetivos, indicações, vantagens e desvantagens do uso dessa técnica. O Setup é confeccionado através da duplicação dos modelos de estudo iniciais do paciente, esse método é considerado atualmente o mais seguro e eficiente para o Ortodontista avaliar a possibilidade de atingir os objetivos do tratamento principalmente nos casos que requerem extrações dentárias, pois através dele, o profissional poderá tentar diferentes combinações de extrações dentárias visualizando o resultado final 39 antes mesmo de instalar o aparelho ortodôntico, não causando nenhum tipo de dano ao paciente, o Setup pode ser confeccionado para diagnóstico e planejamento em qualquer tipo de tratamento, até mesmo nos casos sem extrações dentárias, pois ajudará o ortodontista a decidir a melhor forma de tratamento, possibilitando modificações como, desgastes interproximais, ajustes oclusais, restaurações, disjunção assim como a combinação de duas ou mais alternativas, além de auxiliar na escolha da mecânica a ser utilizada, ancoragem necessária, necessidade de redirecionamento do crescimento, quantidade necessária de expansão/disjunção e retração dentária e sua repercussão no perfil do paciente. O Setup poderá ser confeccionado antes, durante ou depois do tratamento ortodôntico, porém sua maior utilização é antes do tratamento servindo de guia para a escolha do melhor método a ser utilizado, ou até mesmo na fase intermediária testando as outras opções de tratamento. A finalidade do Setup é obter de forma tridimensional uma representação da oclusão do paciente no final do tratamento, buscando estética, função e estabilidade, e para alcançar esses objetivos propostos deve-se buscar atingir o maior número possível dos princípios de uma oclusão normal como: chave de oclusão tanto de molares quanto de caninos, manutenção da distância intermolar e intercaninos original, forma de arco ideal, estabelecimento de pontos de contatos corretos, sobressaliência e sobremordida normal, linha média coincidentes e corrigidas, corretas inclinações e angulações axiais, relações normais do plano inclinados oclusais, ausência de rotações, adequadas curva de Wilson e de Spee, porém deve-se salientar que nem todos esses objetivos serão atingidos devido as necessidades individuais de casa paciente. O autor relatou a seqüência para confecção do setup: duplicação dos modelos iniciais de estudo; identificação de todos os dentes na superfície lingual; fazer um registro do incisivo inferior mais projetado em relação a base do modelo com silicona de adição contornando com cera 7 ou fio de latão; transferência para ficha pautada a referência do incisivo mais projetado; reprodução da forma do arco contornando as cúspides vestibulares dos dentes posteriores e incisais dos anteriores com fio de latão, ou utilizar compasso de pontas secas para medir a distância intermolares e intercaninos; anotar na ficha pautada nome e idade do paciente, quantidade planejada de retração do incisivo inferior feita através da análise cefalométrica individualizada, distância intermolares e intercaninos, quantidade prevista de crescimento mandibular e necessidade ou não de extrações dentarias, caso positivo mencionar os dentes a serem extraídos; 40 assinalar a linha média em ambos os modelos através com uma serra em espiral formando um sulco que deverá ser preenchido com cera azul, deve-se marcar a linha média óssea através da projeção da rafe palatina situada na região anterior do modelo, então articula-se os modelos e transfere-se a linha sagital mediana superior para a base do modelo inferior, então confecciona-se sulcos com a serra em espiral que é preenchido com cera rosa, caso elas coincidirem preencher somente com cera azul. Confeccionar de ambos os lados na base do modelo superior sulcos que coincidam com aos longos eixos das cúspides mesiovestibulares dos primeiros molares permanentes superiores e no modelo inferior incidam com as direções dos sulcos ocluso-vestibulares dos primeiros molares permanentes inferiores, devendo ser preenchidos com cera azul, essas marcações são importantes para a avaliação da ancoragem requerida; na região retromolar deve-se fixar cera 7 evitando-se assim desvios no sentido transversal e manter a dimensão vertical; para representar o crescimento mandibular deve-se adicionar cera 7 na porção posterior da base do modelo inferior, coloca-se uma lâmina de cera para cada milímetro de estimativa de crescimento do pogônio duro; fazer um orifício com broca número 6 no modelo de gesso na região da linha médio no sentido vestíbulo-lingual abaixo do ápice dos incisivos inferiores, essas também podem ser feitas na região entre molares e pré-molares em ambos os lados, possibilitando assim a remoção dos dentes utilizando serra espiral que deverá ser introduzida através do orifício devendo fixá-la apartir da linha média e posicioná-la de forma horizontal abaixo dos ápices dos dentes e iniciar o corte; após a remoção dos dentes, fazer cortes verticais na região mesial e distal de cada dentes até o ponto de contato, separando-os com uma leve pressão digital individualmente; casos planejados com desgastes interproximais, esses devem ser confeccionados reembasamento dos dentes no modelo de gesso; previamente a fase de após separação de todos os dentes, deve-se reembasá-los novamente no modelo, nesse momento não deve-se incluir o(s) dente a ser extraído(os), deve-se arredondar a região correspondentes as raízes dos dentes com brocas ou disco de carburudum, facilitando sua fixação no arco e manipulação da coroa, deve-se fazer sulcos de retenção na base do modelo e na porção radiculares dos dentes para melhor fixação, então deve iniciar a reposição dos dentes pelos incisivo inferior através do auxilio de referência obtida na ficha pautada contendo a marcação milimetrada na borda, que deverá ser recortada, então utiliza-se a placa de Schumtz para fornecer a orientação com qualidade de 41 inclinação do incisivo inferior na base do modelo e estabelecimento de uma linha média; deve-se fazer o reposicionamento dos dentes de anterior para posterior tanto no arco superior quanto no arco inferior, reposicionando dos incisivos centrais, lateral, caninos, pré-molares e molares sucessivamente, repetindo-se esse mesmo processo no arco oposto, nos caninos e pré-molares deve-se cuidar para manter as distâncias transversais anteriormente obtidas, o que deverá ser feito com o auxílio da reprodução da forma do arco; para finalizar o Setup com um aspecto estético, deve-se reconstruir o rebordo alveolar, contorno gengival, freios e bridas com cera 7, finalizando com polimento com algodão embebido em sabonete liquido e seco com uma toalha limpa e seca. Os autores concluíram que o Setup é um excelente meio de diagnóstico e planejamento, pois nos proporciona a visualização da oclusão do paciente ao final do tratamento, fornecendo mais segurança na execução do tratamento proposto, O Setup deve ser confeccionado principalmente em casos de agenesias, desgastes interproximais, extrações assimétricas ou não, permitindo assim decidir pela técnica mais segura. Para Kittleson (2008) a melhor indicação para extração de um incisivo inferior é a combinação de apinhamento inferior moderado com discrepância de tamanho dentário, quando se tem de 2 a 3mm no máximo de apinhamento, deve-se tratar com desgastes interproximais, porém, não deve-se realizar grandes desgastes na região de contatos interproximais. Sempre que for considerada a extração de um incisivo inferior, deve-se avaliar a idade do paciente, pois deve-se tratar com extração de um incisivo inferior pacientes adultos, posição dentária, quantidade de espaço requerido, condição gengival e largura do incisivo lateral e central, pois, além disso, a quantidade de apinhamento poderá indicar o dente a ser extraído e que deverá ser o mais distante da posição ideal (Figuras 17 e 18). 42 Figura 17 - Fotografias intrabucais pré-tratamento ortodôntico. Fonte: KITTLESON, 2008. Figura 18 – Após 5 anos do tratamento ortodôntico. Fonte: KITTLESON, 2008. Para Taffarel et al., (2009) a montagem diagnóstica ou Setup é um importante recurso utilizado para o planejamento do tratamento ortodôntico auxiliando nas decisões quanto a extrações, pois através deles temos uma simulação do resultado final. É especialmente importante, nos casos tratados com extrações de incisivos inferiores com discrepância negativa de modelos, pois ajuda a determinar qual o incisivo a ser extraído, nos mostra a relação oclusal ao final do tratamento, assim como a quantidade de redução de esmalte interproximal nos incisivos superiores, prevendo o sucesso do planejamento, e permitindo antecipadamente mostrar ao paciente o fechamento do espaço na região da extração, assim como o desvio da linha média. As principais indicações de exodontia de um incisivo inferior para tratamento ortodôntico estão relacionadas aos casos de má oclusão Classe I de Angle, com boa intercuspidação posterior, apinhamento moderado na região anterior inferior, pequeno ou nenhum apinhamento no arco superior, sobremordida e sobressaliência moderados, pouco ou nenhum potencial de crescimento, ápices dos 43 incisivos inferiores próximos, discrepância de tamanho dentário maior que 3mm, Classe III de Angle com relação anterior de topo e perfil facial agradável. As vantagens da extração de um incisivo inferior são: mínima remoção da estrutura dentária, mecânica simplificada, menor número de dentes envolvidos no tratamento, menor tempo de tratamento, melhora no alinhamento e estética dos incisivos inferiores e boa função; porém existem alguns efeitos indesejáveis que poderão ocorrer como o aumento do overjet e overbite, oclusão insatisfatória, recidiva do espaço da extração, perda da papila gengival interdentária criando triângulos negros, recorrência de apinhamentos anteriores entre os incisivos remanescentes. Segue o relato de um caso clínico com extração de um incisivo inferior: paciente gênero masculino, 21 anos e um mês de idade, onde a queixa principal era a falta de alinhamento no arco dentário (Figura 19), o paciente possuía má oclusão Casse I dentária e esquelética , padrão facial mesofacial, perfil reto, incisivos tanto superiores quanto inferiores relativamente bem posicionados, dente 42 em linguoversão, dentes 11 e 21, 22, 32 e 43 em giroversão, overjet de 2mm, overbite de 30%, leve apinhamento no arco superior e acentuado apinhamento no arco inferior com discrepância de modelos de 8mm, discrepânica de Bolton inferior de 4mm, e desvio de 2mm da linha média inferior para a direita e moderada curva de Spee (Figura 20 a 22). Segundo o autor os objetivos do tratamento foram primeiramente eliminar o apinhamento ântero-inferior, melhorar a estética e facilitar a higiene através do alinhamento dos arcos, manter o perfil facial,e através de todos esses, manter a saúde periodontal e gengival. Através da realização do Setup do caso, foi indicado a extração do dente 41 possibilitando uma satisfatória intercuspidação dos dentes (Figura 23). Outras alternativas também foram avaliadas como a extração de quatro pré-molares o que comprometeria o perfil facial, outra opção foi o desgaste interproximal que foi considerado impossível devido ao grande desgaste que sofreriam os incisivos inferiores, pois possuíam discrepância de modelos de -8mm. O tratamento iniciou com a instalação do aparelho fixo prescrição Roth, foi realizada exodontia do dente 41, alinhamento e nivelamento, fechamento do espaço e finalização com coordenação dos arcos. Foi realizado aumento do dente 31 com resina para fechamento dos espaços e também para evitar a formação de triângulos negros (Figura 24). Ao final do tratamento utilizou-se contenção lingual inferior de canino a canino e contenção removível superior (Figuras 25 à 28). 44 FIGURA 19 - Fotos iniciais do paciente. Fonte: TAFFAREL et al.,2009. FIGURA 20 - Fotos intra- bucais antes do tratamento. Fonte: TAFFAREL, et al., 2009. FIGURA 21 - Modelos de gesso superior e inferior demonstrando a discrepância de Bolton de 4mm. Fonte: TAFFAREL, et al., 2009. 45 46 Figura 22 - Má oclusão de Classe I dentária e esquelética (ANB = 3º). Apinhamento inferior. Discrepância de tamanho dentário (Bolton) com excesso inferior de 4mm e desvio de 2mm da linha mediana inferior para a direita. Fonte: TAFFAREL et al., 2009. Figura 23 - O Setup diagnóstico com a extração do dente 41 e a intercuspidação satisfatória dos dentes. Fonte: TAFFAREL et al., 2009. FIGURA 24 - Exodontia do dente 41 e fechamento de espaço remanescente com aumento mesiodistal do dente 31 com resina composta, eliminando a possibilidade de formação de triângulo negro. 47 Fonte: TAFFAREL et al., 2009. FIGURA 25 - Fotos frontais e de perfil após tratamento ortodôntico. Fonte: TAFFAREL et al., 2009. Figura 26 - Vista intra bucal Classe I e correto posicionamento dos dentes pós tratamento. Fonte: TAFFAREL et al., 2009 Figura 27 - Vista oclusal após trtamento ortodôntico com extração de um incisivo inferior. Fonte: TAFFAREL et al., 2009. 48 Figura 28 - Resultado final com saúde gengival e periodontal. Radiograficamente, o paralelismo das raízes dos inferiores. Matsumoto et al., (2010), estudaram e relataram as indicações das extrações de incisivos inferiores em casos de mal oclusões Classe I de Angle com severa 49 discrepância, maior que 4,5mm de massa dentária anterior, mal oclusão Classe I, dentição superior normal com correta intercuspidação posterior e apinhamento ântero-inferior, com falta de espaço para um incisivo inferior aproximadamente; mordida cruzada anterior devido ao apinhamento e protrusão do incisivos inferiores; Fissura labiopalatina, após cirurgia mandibular não se estabeleceu sobremordida e sobressaliência adequadas, necessitando extração de um incisivo inferior, casos que deve-se evitar o aumento da largura intercaninos, mal oclusão com tendência a classe III e como alternativa não cirúrgica em classe III, classe III suave a moderada em adultos, com pequeno apinhamento e forma não triangular dos incisivos, mal oclusão classe III moderadas, relação topo-a-topo, mal oclusão Classe II esquelética e dentária, primeira divisão com protrusão maxilar e potrusão ou apinhamento dos incisivos inferiores, normalmente associada a extrações de pré-molares superiores, incisivo inferior mal formado ou comprometido periodontalmente. As contraindicações para a extração de um incisivo inferior são: casos que necessitam extrações em ambas arcadas com padrão de crescimento horizontal e sobremordida severa, apinhamento bimaxilar, sem presença de discrepância de volume dentário na região anterior, quando há discrepância de volume dentário anterior causada por incisivos inferiores estreitos e/ou superiores largos, sobressaliência acentuada, casos onde os incisivos inferiores possuem forma triangular e apinhamento menor que 3mm, casos que devem ser tratados com desgastes, sem extrações, evitando reabertura de espaços e perda da papila gengival intermediária entre os incisivos remanescentes, casos que o Setup demonstrar uma sobremordida excessiva, casos onde a inserção alta do freio labial inferior causará recessão gengival no incisivo que deverá ser movimentado para a região do freio. As desvantagens em relação a extração de um incisivo inferior são: tendência de reabrir o espaço no local da extração, em especial se o dente removido for um incisivo central inferior independente se do paralelismo das raízes adjacentes à região da extração. Poderá formar uma discrepância de volume dentário, especialmente se estiver associado extrações de pré-molares superiores; Diferença de cor entre incisivos laterais e caninos, o que poderá influenciar principalmente no sexo feminino; Aumento sobremordida e sobressaliência além do aceitável, oclusão insatisfatória parcialmente; recidiva do apinhamento com três incisivos; perda da papila na região da extração; e comprometimento da linha média. Pode-se criar um espaço triangular remanescente na região da extração, principalmente em pacientes com mais idade. 50 É necessário a confecção de um Setup ou uma montagem para diagnóstico possibilitando a visualização do resultado do tratamento ortodôntico em modelos de estudo, verificando assim a melhor opção de tratamento, podendo simular diferentes formas de tratamento, pois é considera a forma mais precisa para prever as relações interoclusais possíveis de serem atingidas. Após decidir pela exodontia de um incisivo deve-se definir qual deles será removido, para isso devem ser avaliados alguns fatores tais como: tipo de má oclusão e saúde dos tecidos periodontais devem influenciar na escolha do dentes a ser removido, pois se for diagnosticado anquilose, giroversão severa ou erupção ectópica muita distante de sua posição normal, torna-se a melhor escolha, já que a extraindo-se o incisivo em pior situação é a melhor maneira de prevenir recidiva, limitando assim a movimentação desnecessária de muitos dentes. A análise de Bolton irá nos auxiliar na quantidade da discrepância de volume dentário anterior bem como nas assimetrias de ambas arcadas, o que nos indicará a melhor opção de extração, se será a remoção do incisivo lateral mais largo ou do incisivo central mais estreito. Deve-se contra-indicar a remoção de um incisivo por causa da recessão gengival vestibular ou pela presença de defeitos ósseos na área ântero-inferior, pois o problema poderá permanecer, indica-se então, tratamento periodontal antes decidir qual a melhor opção de tratamento. Se o caso não apresentar discrepância de volume dentário anterior, é contra-indicado a extração de um incisivo inferior somente pelo problema periodontal existente. Assim como todo tratamento ortodôntico, quando optar-se por extrair um incisivo inferior, deve-se estabelecer guia de caninos ou função em grupo no lado de trabalho e ausência de interferências no lado de balanceio e durante a protrusão deverá ocorrer adequada desoclusão posterior. O posicionamento mais para mesial do caninos inferiores, será compensado através de ajuste da porção não funcional das pontas das cúspides dos caninos inferiores, ou também, por extrusão dos incisivos inferiores, mantendo assim os contatos funcionais em relação cêntrica. Com a correção do excesso dentário ântero-superior, se estabelece a desoclusão por guia de caninos, porém, caso isso não for possível, pode se produzir desoclusão em grupo ortodonticamente, associando o ajuste oclusal e eliminando todas as interferências em balanceio, pois, na oclusão de seis elementos superiores com cinco inferiores, os caninos terminarão em chave de oclusão, ou, os caninos superiores irão desocluir com os primeiros pré-molares inferiores; as vertentes distais dos caninos superiores irão desocluir com as vertentes mesio-oclusais dos 51 primeiros pré-molares inferiores. Segundo autor um dos maiores desafios da ortodontia está relacionado à estabilidade dos resultados de tratamento, pois, a extração de um incisivo inferior possui menor probabilidade de recidiva de apinhamento pós contenção, pois o incisivo está localizado mais próximo da área onde está o problema, o que necessita menor movimento e menor esforço sobre os demais dentes. A extração de um incisivo inferior pode fornecer maior estabilidade na região anterior, na ausência de contenção permanente, a longo prazo, casos com extração de um incisivo inferior tem demonstrado menor recidiva de apinhamento pós-contenção do que os casos tratados com extrações de pré-molares, isso ocorre devido aos seguintes fatores: conservação mais próxima da posição original dos dentes, onde a pressão muscular tem menor probabilidade de introduzir instabilidade e mínimo de esforço sobre a ancoragem adjacente, durante o fechamento do espaço, utilizando de forma integral ou a maior parte dele para correção do apinhamento anterior. 52 3. PROPOSIÇÃO: Após revisão detalhada da literatura, propusemos avaliar os seguintes itens em relação há extrações atípicas de um ou mais incisivos inferiores: 1. Indicações; 2. Contra-indicações; 3. Vantagens; 4. Desvantagens; 5. Meios de diagnóstico; 53 4. DISCUSSÃO O tratamento ortodôntico envolvendo extração de incisivos inferiores permanentes era considerado como comprometedor para o estabelecimento de uma adequada oclusão dentária. No entanto, essas extrações demonstraram ser bastante viáveis e um ótimo recurso para um bom relacionamento oclusal, contribuindo assim para a harmonia facial (DACRE, 1985; JOONDEPH & RIEDEL, 1985; RAMOS et al., 1996; FAEROVIG & ZACHRISSON, 1999; KOKICH JR, 2000; RIZZATTO et al., 2004; SOUZA; RITTER; LOCKS, 2005; KITTLESON, 2008). Segundo Mazzotini et al.; (2005) e Souza, Ritter e Loocks (2005) desde que bem indicado, o procedimento de extração de incisivos pode trazer benefícios para o paciente, mesmo não cumprindo os princípios ortodoxos vigentes para finalização, e isto, segundo Cappellette, Cappellette Júnior e Muniz, (1997) pode levar a resultados estéticos e funcionais satisfatórios associado à uma mecanoterapia simplificada. Entre as principais vantagens da extração de incisivos inferiores em relação a outras terapias estão: a diminuição do tempo de tratamento, simplificação da mecânica ortodôntica, eliminação da necessidade de realização de desgastes interproximais, minimização do risco de recidiva, especialmente, nos casos em que se opta pela extração do incisivo mal posicionado (MARCHIORO, BELLATO e HAHN, 2002; MARTINS et al., 2007). Em pacientes adultos, o tratamento ortodôntico com extração de um incisivo inferior pode ser viável em casos de reduzido overjet, reduzido overbite (CANUT, 1997; MARCHIORO, BELLATO e HAHN, 2002) com discrepância de Bolton e leve tendência de relação molar de Classe III (KOKICH & SHAPIRO, 1984). Riedel, Little e Bui (1992) e Rizzatto et al., (2004) relataram alguns efeitos colaterais indesejáveis que poderão ocorrer quando se optar pela extração de um incisivo inferior, como o aumento da sobremordida e da sobressaliência, reabertura 54 dos espaços da extração, intercuspidação insatisfatória dos segmentos posteriores e perda da papila gengival interdentária na região dos incisivos inferiores. Existem grandes vantagens quando comparada a extração de um incisivo inferior à outras técnicas como: promovem um melhor alinhamento dos dentes da mandíbula melhorando a estética, função e higiene, proporcionam terapia rápida e geralmente simplificada ( BAHREMAN, 1977; PINTO et al., 2006; CANUT, 1997); produzem bons resultados estéticos e funcionais, com estabilidade (VALINOTI, 1994; TAFFAREL et al., 2009; FLORIACH e ANDRADE, 2004); No que diz respeito às desvantagens e contra-indicações da extração de um incisivo inferior relata-se: efeitos indesejáveis como a perda anti- estética da papila interdentária (FAEROVIG e ZACHRISON, 1999; LIMA et al., 2005); As contraindicações para este procedimento são em casos de mordida profunda com padrão horizontal de crescimento; de apinhamento mínimo e nos arcos superior e inferior com discrepância de tamanho ósteo-dentário na área de incisivos (CAPELLETTE et al., 1997; LORSIRIPAT & KITSAHAWONG, 2001; SIMPLÍCIO et al., 2005). A manutenção ou redução da distância intercaninos durante o tratamento não garante estabilidade total a longo prazo (CANUT, 1998). Também a falta de um plano de tratamento correto prejudica a estabilidade do caso (LORSIRIPAT e KITSAHAWONG, 2001). O Setup ou montagem de diagnóstico é especialmente importante, uma vez que a extração de dentes anteriores é incomum e gera algumas dúvidas quanto aos seus benefícios (CAPPELLETTE et al., 1997; BRAGA et al., 2002; SOUZA et al., 2005). O Setup é uma ferramenta indispensável para o planejamento de casos que serão tratados com extração de incisivo inferior, é um recurso valioso tanto para o ortodontista como para o paciente, pois através dele o resultado final do tratamento é visto antes mesmo do início do tratamento ortodôntico (CARVALHO, 2005; BRAGA et al., 2002, TUVERSON, 1980). 55 5. CONCLUSÃO Através do presente trabalho, concluiu-se que a extração de incisivos inferiores, quando corretamente indicada, é uma alternativa de tratamento bastante benéfica tanto para os pacientes quanto ao profissional, pois além de diminuição no tempo de tratamento à mecanoterapia, na maioria das vezes, é simplificada. 1- As indicações para a extração de um incisivo inferior se resumem a quatro situações clínicas: anomalias de número de dentes anteriores e tamanho dentário, irrupção ectópica de incisivos e maloclusão classe III moderada. Uma indicação adicional ocorre nos casos de perda de tecido gengival ou tábua alveolar externa na região do incisivo inferior. 2- As contra indicações ao tratamento ortodôntico com extração de incisivo inferior resumiram-se nas seguintes situações: casos que necessitem extrações em ambas as arcadas com padrão de crescimento horizontal e sobremordida severa, apinhamento bimaxilar sem presença de discrepância de volume dentário na região anterior, discrepância de volume dentário anterior causada por incisivos inferiores estreitos ou incisivos superiores largos, sobressaliência acentuada, casos onde os incisivos inferiores possuírem forma triangular e apinhamento menor de 3mm, quando o Setup demonstrar sobremordida excessiva e quando a inserção alta do freio labial inferior causará recessão gengival no incisivo que deverá ser movimentado para a região do freio. 3- As vantagens da extração de um incisivo inferior estão baseadas em evidências como: mínima remoção da estrutura dentária, mecânica simplificada, menor número de dentes envolvidos no tratamento, menor tempo de tratamento, melhora no alinhamento e estética dos incisivos inferiores, boa função e menor tempo de contenção. 4- As desvantagens da extração de incisivo inferior são: perda da papila interdental, aumento do overjet e overbite além do aceitável, insatisfatória oclusão 56 posterior, recorrência no apinhamento dos dentes remanescentes e possibilidade de abertura do espaço ocasionando diastema anterior. 5- Meios de diagnóstico: o Setup ou montagem de diagnóstico é um importante recurso utilizado no planejamento ortodôntico, pois auxilia de forma positiva no momento de decidir por extrações de incisivos inferiores, através dele pode-se simular o resultado antes mesmo do início do tratamento ortodôntico indicando assim a melhor opção na decisão do planejamento de um tratamento. O Setup é considerado um recurso de extrema importância na ortodontia. 57 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAHREMAN, A. A. Lower incisor extraction in orthodontic treatment. Am J Orthod, St. Louis, v. 72, p. 560-567, 1977. BOLTON, W; WASHINGTON, S. Disharmony In Tooth Size And Its Relation To The Analysis And Treatmente Of Malocclusion. Angle Orthodontics, v. 28, p. 112 - 130, july, 1958. BRAGA, C.P.; HAHN, L.; MARCHIORO, E.; BERTHOLD, T.B. “Set up” como auxiliar no diagnóstico de extração de incisivos inferiores. Ortodont Gaúcha, Porto Alegre, v. 6, n.2,, p.167-174, jul-dez, 2002. CANUT, J. Mandibular incisor extraction; indications and long-term evaluation. Eur J Orthod, London, v. 18, n. 5, p. 485-489, 1997. CAPPELLETTE, M. CAPPELLETTE JÚNIOR, M., MUNIZ, R. F. L. Extração de incisivo inferior permanente. Relato de caso clínico. Rev. Paul. Odontol, São Paulo, v. 19, n. 6, p. 29-32, nov-dez, 1997. CARVALHO, S. M. B. Setup: um valioso recurso na decisão da exodontia de incisivo inferior. Revista Científica do I.E.P.C., Cruzeiro/SP, v. 1, n. 1, p. 20-31, set./out./nov./dez. 2005. DRACE, J.T. The long-term effects of one lower incisor extraction. Eur J Orthod, Oxford, v.7, n.2, p. 136-144, May 1985. FAEROVIG, Espen; ZACHRISSON, Björn U. Efeitos da Extração de Incisivo Inferior na Oclusão Anterior em Adultos com Maloclusão Classe III e Trespasse Vertical Reduzida. Am J. Orthod. Dentofacial Orthop. Saint Louis, v.115, n.2, p.113-124, Fevereiro. 1999. 58 FLORIACH, J. R.O; ANDRADE, E.L; Análise das extrações heterodoxas no tratamento de algumas maloclusões dentárias. Ver. Paul. Odontol. v. 26, n.1, p. 4-8, jan-fev. 2004. JOONDEPH, D.R.; RIEDEL, R.A. Retention. In; GRABER, T.M.; SWAIN, B.F.(Ed.). Orthodontics; current principles and techniques. St. Louis; C. V. Mosby, 1985. p.857-898. KITTLESON, R. T. Entrevista. Rev Dent Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v.13, n. 6, p. 24-37, nov./dez. 2008. KOKICH JR., V. O. Treatment of a Class I malocclusion with a carious mandibular incisor and no Bolton discrepancy. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 118, n. 1, p. 107-113, July 2000. KOKICH, V.; SHAPIRO, P.A. Lower incisor extraction in orthodontic treatment. Angle Orthod, Appleton, v.54, n.2, p. 139-153, Apr.1984. LIMA, C.M.F.; LACET, E.; MARQUES, C.R. Mandibular incisor extraction: a therapeutic option. Rev. Dent. Press Ortodont. Ortop. Facial, Maringá, v. 10, n. 4, 2005. LORSIRIPAT, J.; KITSAHAWONG, S. Lower incisor extraction in orthodontic pratice: A review. KDJ. v.4, n.2, Jul-Dez., 2001. MARCHIORO, E. M.; BELLATO, A.; HAHN, L. Extracao de incisivo inferior na terapia ortodontica; relato de caso clinico. Ortodontia Gaucha, Porto Alegre, v. 6, n.1, p. 17-22, jan/jun.2002. MARTINS, P. P.; FREITAS, M. R.; FREITAS, K. M. S.; GONÇALVES CANUTO, L.F.; JANSON, G.; CASTANHA HENRIQUES.; PINZAN, A. Apinhamento anterossuperior – revisão e análise crítica da literatura. Rev Dent Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 12, n. 2, p. 105-114, mar./abr. 2007. 59 MATSUMOTO, M.A.N.; ROMANO, F.L.; FERREIRA, J.T.L; TANAKA, S.; MORIZONO, E.N. Extração de incisivo inferior: uma opção de tratamento ortodôntico. Dental Press J Orthod, Maringá, v. 15, n. 6, p. 143-161, nov-dec. 2010. MAZZOTINI, R.; CAPELOZZA FILHO, L.; CARDOSO, M. Técnica cirúrgica conservadora para extração no segmento de incisivos inferiores. Rev. Clin. Ortod. Dental Press, Maringá, v, 4, n.5, p. 27-36, out-nov, 2005. PINTO, M. R.; MOTTIN, L. P.; DERECH, C. D., SOUZA ARAÚJO, M.T. Extração de incisivo inferior: uma opção de tratamento. Rev Dent Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 11, n. 1, p. 114-121, jan./fev. 2006. RAMOS, A.L.; SUGUINO, R.; TERADA, H.H.; FURQUIM, L.Z.; SILVA FILHO, O.G. Considerações sobre analise da discrepância dentaria de Bolton e a finalização Ortodôntica. Rev. Dent Press Ortodont Ortop Facial, Maringá, v. 1, n. 2, p. 86-106, nov./dez. 1996. RIEDEL, R. A.; LITTLE, R.M.; BUI, T.D. Mandibular incisor extraction – post retention evaluation of stability and relapse. Angle Orthod, Appleton, v. 62, n.2, p.103-116, Summer 1992. RIZZATTO, S. M. D.; THIESEN, G.; NUNES DO REGO,M.V; MARCHIORO, E.N. A extração de incisivos permanentes com finalidade ortodôntica. R Clin Ortodon Dental Press, Maringá, v. 3, n. 2, p. 73-87, abr./maio 2004. SILVA FILHO, O. G.; ZINSLY, S. R.; CAVASSAN, A. O.; CAPELOZZA FILHO, L. Apinhamento: extração no segmento de incisivos inferiores como opção de tratamento. R Clin Ortodon Dental Press, Maringá, v.1, n. 2, p. 29-45, abr./maio 2002. SIMPLÍCIO, H.; SANTOS-PINTO, A.; GANDINI JR, L. G. Extração de incisivo inferior como alternativa no tratamento de apinhamentos dentários. R Clin Ortodon Dental Press, Maringá, v. 4, n. 3, p. 45-56, jun./jul. 2005. SIMPLÍCIO, H.; SANTOS-PINTO, A.; ARAÚJO, M. V. A.; RABELO CALDAS, S.G.F.; RIBEIRO, A.A. O setup ortodôntico como método auxiliar de diagnóstico e 60 planejamento. Rev Clin Ortodon Dental Press, Maringá, v. 6, n. 4, p. 25-33, ago./set. 2007. SOUZA, R. M.; RITTER, D. E.; LOCKS, A. Extração de incisivo inferior em ortodontia: bases científicas. J Bras Ortodon Ortop Facial, Curitiba, v. 10, n. 56, p. 196-201, mar./abr. 2005. TAFFAREL, I.P.; SIU LON, L.F.; SABATOSKI, M.A.; CAMARGO, E.S.; TANAKA, O. Os paradoxos no tratamento ortodôntico com a exodontia de um incisivo inferior em pacientes adultos. Rev. Clín. Ortodont. Dental Press, v.8, n.2, p. 47-59, abr./maio, 2009. TUVERSON, D.L. Anterior interocclusal relations. Part I. Am J Orthod, St. Louis, v. 78, n. 4, p. 361-370, Oct. 1980. VALINOTI, J.R. Mandibular incisor extraction therapy. Am J Orthod Dentofacial Orthop, Saint Louis, n.105, p.107-16, 1994.