Alterações no cromossomo 22 em indivíduos com fissuras

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56º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010
Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
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Alterações no cromossomo 22 em indivíduos com
fissuras labiopalatinas e anomalias congênitas
Sandri, RMCS1,2; Rodrigues, RM1; Kamiya TY1; Ribeiro-Bicudo, LA1, 2
Laboratório de Genética e Citogenética Humana, Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, Universidade de São Paulo
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação – Área de Concentração: Fissuras Orofaciais e Anomalias Relacionadas, Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, Universidade de São Paulo
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Palavras-chave: cromossomo 22, citogenética, anomalias cromossômicas, anomalias congênitas, síndromes de microdeleção.
Anomalias cromossômicas constituem uma das mais frequentes causas de déficit de crescimento, atraso mental,
perda fetal e malformações, tais como, anomalias craniofaciais, cardíacas, esqueléticas e acometimento de outros
órgãos internos. O cromossomo 22, segundo menor cromossomo humano, primeiro a ser totalmente sequenciado,
tem cerca de 56 Mb, compreende aproximadamente 500 a 800 genes e representa cerca de 2% do total de DNA nas
células. Muitas condições genéticas estão relacionadas a alterações nos genes do cromossomo 22, como a Síndrome
de deleção 22q11, cuja região deletada compreende o gene TBX1 e COMT, possíveis responsáveis pelos sinais
clínicos da síndrome como anomalias cardíacas, fissura de palato, características faciais distintivas, insuficiência
velofaríngea, fala hipernasal, distúrbios de comportamento, dificuldade de aprendizado, entre outros. A Síndrome
de duplicação 22q11, tem sido caracterizada como uma entidade clínica diferente, apresentando um amplo
espectro clínico, desde fenótipo moderado a aparentemente normal. A síndrome de deleção 22q13.3, é causada
pela deleção do braço q ou por um cromossomo em anel, e na maioria dos casos há deleção dos genes ARSA e
SHANK3, responsáveis por sinais clínicos como atraso mental e no desenvolvimento. A Síndrome do olho de gato
é uma desordem rara, devida, na maioria dos casos, a uma inversão no cromossomo 22, causando coloboma de
íris, atresia anal, atraso no desenvolvimento, anomalias cardíacas, problemas renais, entre outros. A Síndrome de
Emanuel, causada por um cromossomo extra, devido a uma translocação entre os cromossomos 11 e 22, causa
anomalias congênitas e atraso mental. Alguns tipos de neoplasias, como a leucemia mielóide crônica, estão
associados à translocação 9;22, que funde partes dos genes ABL e BCR, produzindo uma proteína que tem papel
fundamental na patogênese dessa neoplasia. O objetivo desse trabalho foi identificar alterações cromossômicas em
indivíduos com fissuras labiopalatinas associadas a outras anomalias congênitas, por meio de estudo citogenético
com bandas G, em uma amostra de 1812 indivíduos avaliados pelo Serviço de Genética Clínica e atendidos pelo
Laboratório de Citogenética Humana do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC-USP/Bauru).
Foram identificados 17 indivíduos com alterações envolvendo o cromossomo 22, sendo 4 translocações envolvendo
os cromossomos 9, 11, 14 e 15; 11 cromossomos derivativos envolvendo os cromossomos 8, 9 e 11; 1 duplicação
e 1 deleção, em 2 casos as alterações eram de origem paterna e 6 de origem materna. Anomalias envolvendo
o cromossomo 22 estão associadas a quadros malformativos e este pode apresentar alterações menores em
genes es­pecíficos detectadas somente por técnicas moleculares. As consequências fenotípicas de uma anomalia
cromossômica dependem de sua natureza específica, do desequilíbrio resultante das partes do genoma envolvidas,
de alterações de genes específicos e da probabilidade de sua transmissão para as gerações futuras.
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