concepcoes de gramatica e o ensino de lingua portuguesa

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UNIVERSIDADE
CONCEP90ES
DE GRAMATICA
TUIUTI
E
DO PARANA
0 ENSINO DE liNGUA
PORTUGUESA
Monografia apresentada ao curso de P6s-Gradua~ao em
Literatura Brasileira e Lingua Portuguesa da Universidade
Tuiuti do Parana, como requisito para a obtenc;ao do grau
de Especialista.
Orientadora:
GLAIR
ProF
PICOLO
Evanilda
COIMBRA
CURITIBA
2000
Maria
Tome
Valenc;a
SUMARIO
...i
RESUMO ...
INTRODU<;:AO ..
.
I
CAPiTULO I ....
A GRAMATICA SOB TRES VIs6ES DIFERENTES
CAPiTULO II.. ..
3
.
o ENSINO DA GRAMATICA-
6
UMA PERSPECTIVA HISTORICA
6
CAPiTULO III....
o ENSINO DA GRAMA TICA - CRiTICAS E SOLu<;:6ES METODOLOG ICAS
CAPiTULO IV....
9
.
17
OS CONHECIMENTOS fMPLiclTO E EXPLiclTO NO DOMiNIO DO PORTUGUES .. 17
CAPiTULO V..
.
SOBRE A RELA<;:AO DOS CONHECIMENTOS
DE PORTUGUES...
CAPiTULO VI...
19
IMPLiCITO E EXPJiCITO NAS AULAS
.
19
..........................................................................
27
COMO DEVE SER TRABALHADA A LiNGUA PORTUGUESA NA ESCOLA: ALGUNS
ENCAMINHAMENTOS....
.
27
CONCLUSAO ....
.
REFERENCIAS BlBLlOGMFICAS
32
34
RESUMO
o presente trabalho tern par finalidade realizar urna analise te6rica sabre as
dificuldades do ensino da Lingua Portuguesa em sala de aula no que tange a
concep980 gramatical. Seu objetivo e tra9ar um quadro da discrepancia que versa
sabre a tematica, bern como tecer considera90es a respeito do ensina da lingua
centrad a na gramatica normativa que auxiliem 0 professor a urna tamada de
decisao quanta a sua aplica~o. 0 eixo da pesquisa converge para 0 desvendar
do processo de aquisi9ao da linguagem em sala de aula por um conjunto de
regras lingu[sticas, tendo par pressuposto basico a vi sao te6rica de educadores
comprometidos com a questao educacional, au seja, qual a melhor forma de
aquisic;ao da linguagem padrao e sua real necessidade no processo de
comunica9ao. A forma metodol6gica de atua9ao do educador baseada nos
principios tradicionais
necessita
de nova 6tica sabre seu sujeito de trabalho,
0
aluno, e do enfoque dos valores reais da escola. 0 estudo da realidade do falar
brasileiro em contraste a Lingua Portuguesa escrita emprestou ao trabalho melhor
compreensao tematic8.
INTRODUI;Ao
Inconformada
Portuguesa
enorme
-
de
ouvir
justific8veis
vontade
em relag80
esse assunto
ensina
da lingua
tradicional
par que passam
da
riquissima
aos falantes
e
gramatical,
e regras
Portuguesa
urn verdadeiro
as professores
abordarei,
gramatica
teorias
em
ao ensina
respectivamente,
nomenclaturas,
aos professores,
nossa
e ensinada
como ela
-
Lingua
e com uma
e escritores
da
que me propus
a
tao polemico.
Visto as dificuldades
aprendizado
a
criticas
de fazer valer uma Qutra postura
Hngua, principal mente
estudar
inumeras
pela maneira
nas
escolas.
gramaticais
suplicio
0
ao ensina
positiv~s
critica,
excessive
transformou
aos alunos
que naD veern resultados
e alunos
com uma analise
usa
e
0
de
as aulas
de Lingua
e uma constante
frustrac;:ao
de aprendizagem
por parte
dos estudantes.
Muito
tem
se discutido
a respeito
quase
nada ha de novo no ensino
abolir
par completo
retirar a gramatica
0 ensino
tradicional
desse
efetivo
gramatical
das escolas
discrepantes
sobre
melhar aproveitamento
0
tema,
maiaria das pessoas
mundo",
distarcida
nao sei
u
portugues",
de que ensinar
que a unica
e indiscutivel
ladas as regras
impastas
pretende
acreditam
naa apenas
com
sugestoes
desmistificar
afirma: UPortugues
Uneste pais todo mundo
uma lingua
seja ensinar
maneira
de se atingir
pela gramatica.
outros
ou
querem
que
mastrar
as
para
urn
Portuguesa.
de Portugues,
passui quando
pouco
radicals
0 nivel do ensino.
mas contribuir
das aulas de Lingua
Esta e a func;ao do professor
entretanto,
Alguns
nas escolas,
e baixar
Cam base na que fai dita, este trabalha
vis6es
assunto,
da lingua.
essa ideia que a
e a lingua
mais dificil do
fala errado",
a escrever
esses
essa visi30
e a falar 'certa',
abjetivos
e segulndo
e
o resultado
que tentarei
mostrar,
sao as falhas mais correntes
aulas de Portugues,
oficial da lingua,
da lingua
diversos
inseridos.
sem desmerecer
dos falantes
modos
de
se
em
as valiosas
no caso a gramatica,
de urn modo geral,
comunicativo
baseada
varios estudiosos
no ensino da gramatica
contribuic;:oes
pode oferecer
a firn de que se possa
na linguagem
expressar,
oral e escrita,
conforrne
da lingua,
e, conseqOenternente,
aos estudiosos
melhorar
e falantes
a desempenho
levando-os
a arnbiente
nas
que urn registro
em
a discernir
que
as
estejam
CAPiTULO
A GRAMATICA
Segundo
POSSENTI'
SOB TRES VISOES
"0
termo gramatica
devem ser seguidas par aquetes que
Usual mente,
tais regras
descriC;8o de dados
descrito
e,
concordancia,
DIFERENTES
design a urn conjunto
que, em varios
capitulos
nos compendios,
da gramatica,
regemcia e COlOC8g80dos pronomes
esclarece
ainda
conjunto
de regras
misturadas
deixam
evidente
segundo
certa teori8 e metoda.
de leis que regem a
nao importa
positiva ou negativa
da
lingua
se
Nesse casa, par gramatica
emprego
0
pode
encontra
estruturac;ao real de enunciados
da expressao
ser definida
que 0
sabre
urn conjunto
par fatantes.
implica
uma
por parte da comunidade
urn
que ana lisa
S9 entende
regra
como
nos dados
produzidos
de determinada
lingOistica
a
atonos.
que a gramatica
que urn estudioso
que
querem 'falar e escrever corretamente'~
sao expostas
prescritivas
de regras
ao mesmo tempo, prescrito. Ressaltam-se as capitulos
POSSENTI2
lorma,
I
Dessa
avalia9iio
que fale esta
lingua.
Apesar
da existencia
favor de urna terceira:
lalanle
de lalo aprendeu
alguem lala ou escreve
testemunha
lPOSSENTI.
!
Idem,
p.
70.
isso,
dessas
duas
vis5es
a de que a gramatica
de gramatic8,
designa
0
ele argumenta
conjunto
de regras
e do qual lanc;a mao ao lalar e a escrever.
segue
porque
regras de uma
usualmente
Sirio. 0 tcxto em sala dcaola:
Gramalica
nao
gramatica.
se "inventam"
e polilica.
Sao Paulo:
Sempre
0 fato mesmo
regras
Alica,
1997,
para
p. 47.
em
que 0
que
de ele falar
construir
express6es. Pelo conhecimento nao consciente de tais regras, a talante sabe sua
lingua, pelo menos urna de suas variedades.
a conjunto de regras linguisticas
que
um talante conhece constitui sua gramc:ttica,seu repert6rio lingufstico.
Baseados na primeira defini9iio de POSSENTI', podemos conciuir que aquela
vale para as chamadas gramaticas narmativas. Seu usa na escola objetiva levar
0
aluno ao dominio da lingua padrao. Ha urn carater ideol6gico presente nessa
definic;ao; geralmente quem fala e escreve bem domina os setores econ6micos e
sociais. Transforma-se a gramatica em um padrao escolhido, entre varios, e obrigaS8
a respeito as regras, conforme um criteria de avaliaC;8osocial. Nesse casa,
segundo
MURRIE': ...compartimentalizam-se
as
diferentes
linguisticas em certas ou erradas, repudiando 0 'erro' e valorizando
manifesta90es
0
'acerto' ".
Por outro lado, a segunda definic;ao, que define a gramatica como um
conjunto de regras seguidas, orienta a trabalho dos IingGistas, cuja preocupa9iio
descrever as IInguas como sao faladas. Nessa perspectiva,
0
que vale
e
e como os
falantes se expressam e nao como se deveriam expressar. Dessa forma, nenhum
modo de se expressar
deseritiva ainda
e
e
ruim ou errado. Para MURRIE, 0 ensina da gramatica
paueo explorado na eseala. Quando se propoe a ensina da
gramatica como pesquisa, esbarra-se diretarnente na sua abardagem descritiva.
Assim,
0
que ha nessa gramatiea sao diversas manifestac;oes lingufsticas que
variam de acardo com as condir;6es de uso. Ela procura verificar as regularidades
nas variac;oes,cansiderando a "norma" como uma das possibilidades. Esses autores
acreditam que, numa abordagem descritiva, a estudo da gramatica transforma aquila
antes considerado "errado" naquilo que e diferente, verifica toda a potencialidade do
JpOSSENTI,
Sirio. 0 tCKto em sala de aula: gramittica e politica. Sao Paulo: Alica, 1997.
4MURR1E,
Zuleika de Felice. 0 cnsino de porlugucs. Sao Paulo: Contexto, 1994, p.70.
UnovoD, assimila
os
mecanismos
sistematicos
da
variante,
ana lisa-os
comparativamente, relacionando-os, estabelecendo identidades e diferen9as.
Pela terceira defini,80 (aquela defendida por Possenti), que diz ser a
gramatica um conjunto de regras internalizadas, admite-se a hipotese de que, para
produzir express6es lingi.Jisticas,uma pessoa nao fala nem por imitac;ao nem por
invenyao, mas uacionando"urn conhecimento implidta adquirida na comunidade em
que vive; esse conhecimento
e a gramatica.
Em outras palavras, se urn falante se
expressa adequadamente e de maneira compreensivel, e que ele e as pessoas com
as quais convive devem dominar as mesmas "regras". Em complementa as ideias
de POSSENTI, MURRIE diz que 0 que devemos compreender e que, nesse caso, ha
uma diferenc;a fundamental: saber as regras, usa-las, nao significa saber falar sobre
elas; uma estrategia de ensina seria levar as alunos a conhecerem a gramatica "da
cabe98", a compreender os processos de pensamento articulados pela linguagem,
para depois descreve-Ios e sistematizt3-los.
Assim, por essas tres defini,oes de gramatica, ampliam-se as possibilidades
de trabalho com a lingua em sala de aula. Alem do metodo utilizado, propoe-se a
recuperar nos alunos sua gramatica interiorizada, descreve-Ia e reconhecer outras
maneiras de analise linguistica, inclusive a tradicional.
CAPiTULO n
a
ENSINO DA GRAMATICA - UMA PERSPECTIVA HISTORICA
"A materia-prima
considerada
do ensina
gramatical
culta e de boa qualidade.
S8 concentra
A norma
na observayao
deve ser preseJada
da escrita
do 'mau
usa' "
(MURRIE)'
Na AntigGidade
pelos
fil61ogos
estabelecer
Classica,
helenistas
e explicar
essa
possuiam
a lingua
ideia ja era difundida.
duas
dos autares
As gramaticas
finalidades:
combinavam
classicos
com 0 desejo
grego da corruP9ao par parte dos ignorantes e iletrados. Desde
linguistica
grega
S8
interessQu
sobretudo
pela
lingua
escritas
a inten<;8o
0
escrita.
de
de preservar
0
inicio, a cullura
Segundo
afirma
MURRIE, 0 termo gramatica, aplicado pelos gregos ao estudo da lingua, deriva da
palavra
"arte de escrever"
.. Conforme
as autares,
naD S8
entre os sons e as latras que os representavam,
diferen98
entre a lingua falada
como dependente
e derivada
e a escrita,
da escrita.
fazia
vista que
a tendemcia
distin9ao
S8
era sempre
Esse pensamento
guarda
consciente
percebia
considerar
algumas
alguma
a fala
cren<;as
da pratica do ensina de gramatica ate hoje.
Entretanto, se a lala e realmente dependente e derivada da escrita, como
explicar
que
analfabetos
'MURRIE,
os povos
dos paises
Zul,;b
do
Fcl;"
nativos
que
considerados
0 "";"0
nao
possuem
civilizados
de POrtub'U'S.
lingua
escrita,
se comunicam,
S'o P,ulo: CO",O.,IO,
ou mesmo,
expressam
1994, p. 71[
os
as seus
anseios, trocam ideias?! Portanto, foi
0
homem quem criou a lingua
submeteu-se a imposi<;Eiode regras gramaticais ja existentes?
teria estabelecido
Segundo
gradual
E[
falada ou
nesse caso, quem
estas regras antes da propria tala?
COUTINHO·
e lentamente.
"a cria
(... ) come90u
0
da linguagem
0 homem
pelo genero
primitivo
humano
a se exprimir
se operau
por interjei90es,
indicativas dos sentimentos que the despertava a visao das coisas concretas, e pela
imita<;eodos ruidos dos seres ou animais que se lhe deparavam, numa palavra, pela
onomatopeia ".
Com base no que foi dito aqui, destaquemos
ZABORONSKI,
os gritos dos outros seres e
que nos escreveu
0
"0 homem imita os seus proprios gritos, imita
citado por COUTINHO:
as rufdos da natureza (...). Depois, reproduz suas
imita<;oes mais au menos adequadas a
um fim determinado de expresseo. 0
material de linguagem foi assim constitufdo
n
Apesar
•
disso, ate os an os de 1970, estudos
e pesquisas
sobre
0 ensino
da
Lingua Portuguesa foram subsidiarios da area de conhecimento denominada
Didatica
Assim,
anos
analisada
a pradu9iio
intelectual
sobre 0 ensino
do Portugues
ate
os
de 1970, aparecem as mesmas caracterlsticas da produ<;ao na area da
didatica, a que se vinculavam os estudos e pesquisas sabre esse ensino: de urn
lado, propostas de natureza normativa, prescritiva, conjunto de normas, recursos e
procedimentos que deveriam informar e orientar a pratica dos professores; de outro,
pesquisas, quase sempre experimentais, que procuravam intelVir no processo de
ensino, para verificar como melhor prescrever-Ihe as normas e os procedimentos.
6
COUTrNHO,
Ismael de Lima. Pontos de gramatica
hist6rica.
Rio de Janeiro:
A Noite,
Entretanto,
segunda
metade
pesquisas sabre
ja nos anos de 1960,
da decada
0
seguinte,
comegaram
resultariam
a surgir tendemcias que, na
novos
rum as aos estudos e
en sino do Portugues na escola. As normas e prescri90es que,
ate entaa, pareciam garantir a sucesso desse ensine desmoronavam.
Per isse, no
final dos anos de 1970 e inicio dos de 1980, 0 ensino do Portugues come90u a ser
questionado: nao mais normas, prescriy6es,
instruy6es, cujo fracasso se reconhecia.
Multiplicaram-se os estudos sobre a falencia do processo de alfabetiza9iio, as
"deficiencias" de expressao oral e escrita de crian9as e jovens.
S6 a partir de 1980,
portanto, as ciencias IingGisticas passaram
a oferecer
caminhos de entendimento e explica,ao da crise e do fracasso do ensino de
Portugues, com propostas de solU9iio. Tais entendimentos, explica90es e solU90es
estariio sendo abordadas no decorrer deste trabalho.
CAPiTULO ill
o ENSINO DA GRAMATICA -
CRiTICAS E SOLUi;OES METODOLOGICAS
Atualmente, tem-se buscado construir a aula nao apenas em funyao de seu
objeto - a linguagem -, mas tambem em func;aDdas condi<;oes historicas, sociais,
institucionais que a ela
S8
imp6em.
Nota-se, portanto, que 0 saber socialmente reconhecido
melhor S8 puder transmiti-Io com palavras, rnais
e 0 escolar.
prestigia 58 tern. Analisando
ultima afirmaC;3o, perguntamo-nos: 0 que as escolas, ou mais
aulas de Lingua Portuguesa, tem feito para melhorar
alunos? A res posta infelizmente
naD e das
Quanta
0
esta
precisamente as
desempenho lingUistico dos
mais animadoras. Centeudes gramaticais
irrelevantes ocupam grande parte das aulas, desestimulando
0
alune a aprender seu
idioma e, 0 que e pior, fazendo-o achar sua lingua "chata" e dificil. Ai nos, frustrados
professores de Portugues, perguntamo-nos tambem:
0
que e ensinar lingua
materna? Em que medida e em que sentido podemos ensina-Ia a pessoas que a
utilizam com todo 0 dominic necessaria para
vida cotidiana?
E
ensinar a norma culta?
E
S8
expressar e
S8
comunicar na sua
ensinar a lingua escrita?
E
ensinar a
falante a perceber as diferentes niveis, registros ou usos da linguagem que ele como falante natural da lingua
portuguesa - pode dominar? E todos esses
questionamentos "esbarram" no peso da tradiyao, pela imposig8o dos programas a
cumprir ou pelas justificativas te6ricas do ensino tradicional da gramatica.
10
Tais ideias
escolas.
Muito
pelo
e e sempre
gramatical
objetivo
nao significam
do trabalho
contra rio, urn trabalho
sera necessario.
e ensinar
da escola
seja aprendido.
a expulsao
Qualquer
bern contextualizado
Bern por
0 Portugues
isso, argumentj
padrao
Dutra hip6tese
e
com a gramatica
ou criar condil'oes
urn equivoco
de
POSSENTI
nas
analise
que
0
para que ele
de carater
politico
e
pedagogico.
A tese de Que naD S8 deve ensinar au exigir 0 domfnic da lingua padrao par
parte dos alunos que conhec;am e usem Qutros dialetos baseia-S8 no preconceito de
que seria dificil
da capacidade
aprender
0
dos falantes
As razoes par que
naD S8
portugues
quanto
padrao.
Isso
e falso,
tanto do ponto de vista
do grau de complexidade
aprende,
au
S8
aprende e
naD S8
de urn dialeto
usa, 0
padrao.
dialeto padrao
saO de Dutra ordem. Em geral, tern a ver com valores sociais dominantes e
estrah~gias
escolares
discutiveis.
As
valores e naD pode ser neg ado; nao
razoes principais sao:
e
necessaria mente uma 56 ideologia. Nao
0
padrao tern muitos
verdade que ele desculturaliza, que veicula
e verdade
que
e muito dificil; ele parece
ser
porque a nao-padrao as alunos ja sabem. Falar em nao ensinar a padrao equivale a
eliminar a disciplina de Portugues das escolas.
Mas, se 0 trabalho
gramatical
e
importante,
por
que, entao,
criticam-se
prescric;oes normativas da gramittica estabelecidas par suas regras? A questao
as
e
que quando as aulas de Portugues se propoem unicamente ao dominio do seu nivel
culto, surge urna desconexao entre a ensino da lingua e
0
en sino metalinguistica (ou
ensine gramatical). Ha, assim, dois aspectos a considerar: ensinar propriamente
lingua, ista
e,
tarnar
0
a
alune capaz de interagir na comunica<;:8o em diversas
situa90es de vida; ou ensinar
0
discurso da lingua, as defini90es de dicionarios e
II
gramaticas,
au seja, a metalinguagem.
pensarmos
na hip6tese
o
que percebemos
resultado,
alias,
nassos alunos
reconhecer
ate agora
muito
naD
que,
talvez
repetitivos
E
dos varios
refiexo
considerarmos
S8
as
0
professores
Equal
importam?
fracasso
0 espa,o
de
na escola,
revelado
par
texto. Temas
de Portugues
e a sintaxe segundo
gramaticos.
realmente
na prodU';ao
t
par comodismo,
e que
do que tem prevalecido
e principalmente,
suas aulas para a morfologia
autonomo
e
animador
na interpretac;ao
Nac 13,pais, de
Qual nos paraee mais 16gico?
situ8c;oes concretas
de que as
de
estendam
c6pia fiel dos exemplos
dado
ao trabalho
autentico
e
dos alunos para com a escrita e leitura reais?
hara, com certeza,
de questionarmos:
0
que temas
feito para corrigir
essa
distoryao?
Para LUFT',
para a formayao
a teoria gramatical
de falantes
e escreventes
que seja, par mais que 0 professor
fica muito aquem
boas
notas
consegue
de sua teoria
nas
estender
avalia<;5es
Para
explicar
seguinte
Tomemos
melhor
pergunta:
7LUfT,
Celso Pedro.
S PERINI,
0
esta
a
e capaz
de PERINI"
Li%'Ua e liberdade.
Mario A. Sorrendo
sempre
nao se sai do lugar;
tiram-se
a mesma
vamos
lingua
"- Me empresta
esta seja a forma adequada
Sao Paulo: Atica,
a granultica.
1998.
Sao Paulo: Alien,
isolados,
de textos.
de caloca-Ias
falado,
pratico
da gramatica
gramaticais
produyiio
sendo
Sera que falamos
informal,
Conclusao:
proveito
Por mais rica e detalhada
a teoria artificial
conteudos
se nao se
que
alguns exemplos
que, numa situayiio
natural.
de
nao traz nenhum
habilidosos.
S8 esforc8,
tal conhecimento
usaber" regras gramaticais
na escola
1997, p. 33
Qual
mas
0
nao
valor
se
de se
em pratica?
raciocinar
com
que escrevemos
base
na
e Ie mas?
ele ai um minuto."
de falar. Qualquer
Digamos
pessoa
12
poderia utilizar uma frase como essa,
frase faz parte do repertorio
informal.
Por outro lado, se f6ssemos
teriamos:
alguem
Empreste-mo
expressar-s8
verbal mente
Imaginemos
confeitaria
outra
situagiio
encomendando
que eu mora
e multo
S8
imaginarmos
encontrar
•
S8
mas domingo
falando,
urn pouco,
por
eu
pessoa
PERINI':
uma
senhora
esta
na
naD posso vim aqui, porque 0 bairro
Conforme
acharemos
porque
que uma
longo e saito alto.
esta
argumenta
perfeitamente
cheia
de
tra90S
0
carro. Ai eu busco
0 autor aeirna citado,
natural;
que
escrita,
nao
porem,
costumamos
tais como:
pra (em vez de para);
•
infinito vim (em vez de vir);
•
a constru9ao
•
a regencia
•
as express6es
0 bairro que eu moro (em vez de 0 bairro onde/em
que eu moro);
vai no jogo (em vez de vai ao jogo);
fazer eles (em vez de faze-los)
e busco
busco ... );
a forma tiver (em vez de estiver).
9 PERINI,
0 mesma
gramaticais,
ate espantosQ,
estranho,
longe, e meu marido vai no jogo e vai levar
em textos escritos,
a preposigiio
Serla
oral
e diz: • - Voce pode fazer eles pra sabado?
voce tiver de acordo."
a pessoa
choca
forma?
apresentada
salgadinhos
A festa val ser no domingo,
eles no sabado,
desta
Esse tipo de
na linguagem
com os preceitos
Nao serla bastante
ou de vestido
[ncultas.
pelo menos
falar de acordo
par urn minuto?
praticar esporte de terno e gravata
a forma
naD apenas as pessoas
de todos as brasileiros,
Mario A. Sofrcndo
a gramatica.
Sao Paulo: Alica,
1997, p.34
eles (em vez de eu os
\3
Como vimos, as diferen98s
principais
que enfrentamos
isso ocorre?
Segundo
que aparece
PERINI,
nos textos
aprendemos
"Portugues";
htl duas
e outra
falada,
e
lingua
ea
mesma
esta
profundas,
desprezada,
nunca chega a domina-Ia
Par causa
dessas
nessa discussao,
grame.tica
nao
u
conflitantes,
para
chegam
nada~;
Ainda sobre
delas.
alguns
pura e simples
os argumentos
serve
portugues"
razao a nenhuma
que
mas nao a
a comunicar;80.
0 nome de
que reeebe
mas
e
que
a lingua
que
se essas
"sem
dos
de PERINI,
Para ele,
mal colocados;
adotada
e
organiza9ao
seus objetivos
seriamente
16gica"".
primeiro
e que
estao
inadequada;
Analisaremos
problema
que
t
terceiro,
a
e
existem,
segundo,
propria
(os objetivos
e,
que a
possivel
nao se deve dar integral
porque
ensino da gramatica
cada um desses defeitos
ele aponta
muitos professores
10PERINI, Mario A. Para uma nova ~alllatica
e
0
e
nao
pais
reagem
uns sustentam
controversias
u •••
e seus
Qutros
gramatica
muita coisa errada no ensino da gramatica.
primeiro,
alunos
aos dois extremos:
outros,
argumento
0
Entretanto,
professores,
do ensina gramaticaL
defeitos:
colocados)
que falamos,
dificultando
Portugues
0
satisfatoriamente.
diferen98s
sao favoriweis a eliminaty30
o
E por que
A lingua
materna.
no Brasil: urna escrita,
muito
escritos.
e simples:
obra, a resposta
e avos
urna das dificuldades
textos
a nossa
sao bastante
linguas
desejamos
Aquela tern de ser aprendida na escola, e a maior parte da popula98o
brasileiros.
aprender
nao
pais, irmaos
As diferenyas
Em Qutras palavras,
Elas constituem
quando
na referida
escritos
com nossos
que escrevemos.
sao muitas.
na escola,
he.
tern tres
a metodologia
materia
carece
de
detalhadamente.
da gramatica
dizem que 0 estudo da gramatica
do POnUb'lJes. Sao Paulo: Atica, 1997, p,34
e um
sao
dos
mal
instrumentos que levarao
comprovade
0
aluno a ler e a escrever melhor. arar ja ficou provado e
que ninguem fala ou escreve mether, isto e, com maior cJareza,
f1uencia, concisao, apenas pelo dominic da gramatica. Esse pensamento e
defendido quando nao se quer abrir mao da gramatica no currlculo. Alem do mais,
esta e apresentada ao aluno de maneira fragrnentada, uma vez que ha, para cada
ana escolar, urn programa estabelecide, farmada par certas unidades, per exemplo,
classes de palavras, estrutura de orac;6es e, no ano seguinte, emprego da crase,
concordancia verbal. Desse modo,
ele tera que esperar completar toda a
aprendizagem gramatical para, entao, poder comec;ar a se expressar? Com base
nisso, concluidamos: se e precise saber gramatica para escrever bern, espera-se
que saibam gramatica todos que escrevem bem. Entretanto, sabemos que isso e
uma inverdade; mesmo que saibamos todas as regras gramaticais, nao estamos
seguros de que falaremos au escreveremos adequadamente, conforme a linguagem
padrao. E
0
mais grave: quando defendemos essa ideia diante de nossos alunos,
estamos prometendo "uma mercadoria que nao podemos entregar", 0 que
certamente resultara em frustrac;aoneles e descredito em n6s.
A segunda falha apontada pelo autor em questao diz respeito
o
a
metodologia.
professor explica ao aluno, por exemplo, que a futuro do subjuntivo do verbo ver
e
quando eu vir e que as formas do imperativo afirmativo do verdo ser nas segundas
pessoas do singular e do plural sao se e sede, respectivamente. Pon3m, 0 aluno
sabe que praticamente ninguem fala assim. Ou seja,
0
que
0
professor esta
explicando nao bate com a realidade. E se algum aluno questiomi-Io, a resposta
certamente sera que
e assim que e 0
certo. Nao se deu nenhum motivo racional, e
sim uma ordem. Esta situac;aofaz com que 0 aluno veja a estudo da gramatica como
uma serie de ordens a serem obedecidas. Temos consciencia de que nao existem
explicac;6es 16gicas, plausiveis para certos fatos gramaticais. Somos obrigados a
impor as regras de forma ditatorial, e
0
aluno tera que aceitar, slbmeter-se mesma
sem saber a razao.
o ultimo aspecto levantado por PERINI refere-se a organizayao logica da
materia, isto e, a propria gramatica da uma defini<;aoe depois nao a respelta, e pior,
as vezes a contradiz, delxando muito a desejar. Pela definiryao de adjetlvo, por
exemplo, bonito e caro sao classificados como tal. No entanto, no perfodo: "0 bonito
sai caro~,bonito deixa de ser adjetivo para ser classificado como substantivo e caro,
por sua vez, passa a ser considerado um adverbio. Nestas circunstancias, 0 aluno,
que pretendia utilizar a gramatica para aprender a escrever
melhor, vai
desacreditando na materia e esta passa a ser urn suplicio para ele.
Dessa maneira, como par em pratica aquilo que esta disciplina nos ensina? E
necessario muito born senso e mesmo assim nao temos garantia de chegar a
alguma conclusao. Ai entendermos facilmente por que a maloria dos alunos fala que
"odeia" portUgU8S.
Para que possamos ser mais coerentes ao ensinarmos essa materia,
precisamos redefinir seus objetivos e recanhecer que simpiesmente estudar
gramatica nao e
0
unico meia de aprender a ter a escrever methor. E segundo
PERINI, aprendemos a escrever escrevendo, lendo, relendo e escrevendo
navamente. 0 conhecimento da lingua
urn saber maior sabre
0
e importante na medida em que se adquire
mundo. E de que maneira isso e possive!? Quanta mais
soubermos suas tecnicas, mais facilidade teremos de entender
dizer.
0
que
0
outro quer
16
o professor
vai the ser
excec;oes.
deve selecionar
0
que realmente
e importante
para
0
utH e nao impor a sle que decore regras e regras desconexas
aluno,
0
que
e cheias
de
CAPiTULO
OS CONHECIMENTOs
IMPLiCITO
Como ja abordado,
saber
Portugues
facilidade
mediante
ate sem pensar
modo
consciente;
complexo.
fracassos
em produr;oes
Segundo
dizerem
PERINI",
por falarmos
e estarmos
a nossa
DO PORTUGUEs
as pessoas
primeiro,
segundo,
naD conhecemos
que
as repetidos
muito
Quvimos
para essa convicc;ao:
a uma reflex80
nos fazer acreditar
NO DOMiNIO
com muita frequemcia
contribuem
e de certa
conhecimento
E ExpLiclTO
e considerarem-no
fatares principais
IV
habituados
dois
com muita
a relacionar
pelo fata de 0 ensina
lingua.
naD
escolar
IS50 pode ser percebido
de texto, exercicios
e avaliar;oes
naD
fizeram reduzir essa baixa 8stima.
Entretanto,
0 referido
autor,
na obra
citada
completamente oposta: "nosso conhecimento
altarnente
complexo,
a qualquer
Para
apresentar
conhecimento,
que temos
adquirido
II
PERINI,
chamados
PERINI
e explicito.
Compara
capazes
0
segundo,
a gramillica.
0
defende
e
uma
posi~ao
ao mesma tempo
segura"
IS50 diz respeito
como lingua materna.
a tais ideias,
para isso, sem
Ja
por meio de estudos,
Mario A. Sorrcndo
exato e extremamente
Portugues
de implicito
Somas
necessarias
que ocorrem.
0
sua defesa
de andar.
articula~6es
fisicos
incrivelmente
pessoa que possua
aCima,
da lingua
de andar
contudo
chamado
0
todos
sabermos
explicar
conhecimento
a
tipos
de
habilidade
as musculos
e
as processos
explicito,
e sistematizada.
1997, p. 12
dois
primeiro
utilizando
de uma a~ao pensada
Sao Paulo: ;\tica,
distingue
e
aquele
18
o que ele quer diz8r e que possuimos um saber implicito altarnente complexo
e
eficiente e que temas muito poueD a aprender no que S8 refere a ac;ao em si.
Fazendo uma analogia ao nosso estudo, ensino e aprendizado de lingua
portuguesa, podemos notar
que qualquer falante de Portugues
possui urn
conhecimento implicito altarnente elaborado da lingua, muito embora nao seja capaz
de explicita-Io. E veremos que isso nao e consequencia de instrucao recebida na
escota,
mas 8im de um
processo natural adquirido no meio em que vivemos. Mesma
as pessoas que nunca estudararn gramatica
adequado da lingua. Esse dominic
uma constru9ao frasal foge
e que
possuem urn dolminiO perfeitamente
as faz perceber, intuitivamente, quando
a logicidade. Tudo provem
do uso que fazemos a todo
momento desse mecanismo complexo em nossas mentes, que
e
a conhecimento
impHdto.
Portanto, temos de ficar atentos para
0
fato de que se
0
aluno nao e capaz
de explicar sua lingua utitizando a teoria gramatical, nao significa que ele nao saiba
se comunicar; 0 que acontece
e que ele
conhecimento explicito dessa habilidade
apenas nao aprendeu a descreve-Ia, seu
e
deficiente, pois uma coisa
e
saber se
I
expressar, outra e estar apto a analisar uma lingua dominando conceitos e
metalinguagens 0 conhecimento explicito
nas aulas de lingua portuguesa nada
mais e do que a memoriza<;ao de uma serie de definic;oes, quase sempre confusas
e contradit6rias. E
0
objetivo da escola nao e este, mas sim fazer com que
0
aluno
atinja uma formac;ao gramatical inteligente, atraves de analise e compreensao do
funcionamento da lingua.
CAPiTULO V
SOBRE A RElA<;:AO DOS CONHECIMENTOS IMPliclTO
AULAS DE PORTUGUES
E ExpLiclTO NAS
Infelizmente, como sera reafirmado a seguir, esta rela9ao necessaria entre
conhecimento
implfcito (aquele que
aluno
0
ja traz com 81e)
0
e a conhecimento
explicito (aquele que dever;, ser sistematizado pela escola) nao tem ocorrido nas
praticas educacionais.
totalmente
0
Normalmente,
trabalha-se
0
segundo
desconsiderando
primeiro.
Oeste modo, as aulas de Portugues consistem numa simples exposi9aO de
conteudos dos livros didaticos referentes
A pesquisa realizada por NEVES
a gramatica.
12
confirma tal realidade. Para
S8
avaliar que
tipo de conteudo ocupa a maior parte das aulas de Lingua Portuguesa, essa autora
pediu a alguns
professores que formulassem
as
exercicios que mais usual mente
solicitavam que as alunos executassem. Oessa pesquisa constatou que exercfcios
gramaticais faziam parte de 100% das atividades em salas de aula.
Sao relacionados a seguir, por ordem decrescente de ocorrencia, as tipos de
exercicios formulados mais de uma vez em qualquer dos seis grupos pesquisados.
Os de pouca ocorrencia nao foram citados, para que se pudesse evitar excesso de
informa90es. Assim, conforme os dados que NEVES coletou, a realidade do
!2NEVES,
Maria Helena
de
Moura.
Gratlullica
na escola.
Silo
Paulo. Contexto,
1994.
20
trabalho de Portugues com os professores interrogados foi a seguinte:
Reconhecer
classes de palavras..
.
31,34%
Reconhecer func;6essintaticas..
....... 15,01 %
Reconhecer e c!assificar fum;oes sintaticas..
8,38%
Reconhecer
7,94%
e subclassificar
classes de palavras..
Usar determinadas classes no preenchimento de lacunas ...
Classificar verbos quanto
4,19%
a sua transitividade ..
3,31%
Fazer analise sintatica...
2,42%
Identificar acidentes do verbo...
2,20%
Classificar oragoes ..
..
Dividir periodo e classificar ora<;oes..
..
Substituir nome por pro nome pessoal em frases ..
..
Dar
0
plural de palavras ..
Flexionar verbos ...
............
Apassivar frases ...
1,32%
..
1,10%
1,32%
0,88%
..
Reconheeer elementos morfieos...
0,88%
..
ortografico ..
0,88%
..
0 numero de silabas de palavras ..
..
0,88%
0,88%
Reconhecer genera ..
correspondentes
..
..
Ampliar frases ..
Dar adjetivos
1,54%
1,10%
Separar silabas ..
Reconhecer
1,76%
..
I
Usar determinadas palavras em frases ..
Treinamento
1,76%
..
Acentuar e justificar 0 aeento ..
1,98%
.. ..... 0,66%
a substantivos
..
.........i..
..0,66%
Classificar termos...
.
0,44%
Classificar perfodos...
.
Completar lacunas com determinados termos da oragao
Construir
0,44%
[ ........... 0,44%
lrases na passiva..
..
0,44%
Fazer concordancia verbal
0,44%
Indicar e justificar a crase..
..0,44%
Mudar a posiyiio
do sujeito
Passar frases para 0 plural..
Fazer analise morfologica
Mudar
0
Substituir
...
..0,44%
tempo verbal..
locuyoes
adjetivas
Formar substantivos
........................
por adjetivos
derivados
Empregar
homolonos
Empregar
palavras
0,44%
de adjetivos
Empregar sinonimos e antonimos..
o,44%
.
0,44%
0,44%
polissemicas
Procurar palavras no dicionario..
0,44%
..
Separar silabas e classificar quanto ao numero de silabas.
Com
0
0,44%
0,44%
I
..
0,44%
resultado dessa pesquisa, constatou-se que os quatro exercicios mais
aplicados, relativos a classificagao das classes de palavras e das func;.oessintaticas,
sao responsaveis por 62,67% das ocorrencias; somando-se a esses os exercicios
que ficaram em quinto e sexto lugar, e que tambem se referem
a classes de
palavras e a ~analise sintatica~, respectivamente, chega-se a mais de 70%,
22
percentual que ainda
S8
eleva caso consideremos as que
S8
encontram nas
posigoes 9, 10,25 e 26, todos relativos a fungoes sintaticas.
Se formos distribuir esses
conteudos
par areas do programa de lingua
portuguesa, apontam-se ai as classes de palavras como independentes, pela alta
incidemcia
em que aparecern.
Os exercfcios
sabre classes
de palavras
e fungoes
sintaticas correspondem a 75,56% do total.
Quanta ao papel das definic;oes das entidades gramaticais, como, par
exemplo,
as classes
de palavras,
definic;oes, a necessidade
definir e
0
verificou-se a capacidade de os alunos formularem
de tal ocorrencia,
a
relac;ao das entidades
tear dessas definic;oes. Com isso, chegou-se
a
que conseguem
conclusao de que, no
ensina da Gramatica, a metade dos professores considera necessaria esse
aprendizado; da outra metade, 60% julgam que as definic;oes naD sao necessarias e
as restantes 40% (20% do total) acreditam que elas nao devem ser ensinadas aDs
alunos, mas alcanc;adas p~r eles pr6prios. As justificativas para a necessidade de
aponta-Ias sao:
• permitem reconhecer as classes gramaticais e os termos das ora¢es;
• desenvolvem a capacidade de sintese e de analise do processo
lingliistico;
• sao necessarias para 0 dominio da terminologia.
A respeito da analise realizada par NEVES",
BATISTA14 tambem oferece
contribui90es. Segundo ele, quando se ensina Portugues, ensina-se basicamente
gramatica. Embora em sala de aula
0
conteudo trabalhado envolva varios
conhecimentos, como conteudos gramaticais, elementos de teoria da comunicatyao,
I""'I£VES. Maria Helena de Moura. Gramiuica na escola. Sao Paulo: Contexto, 1994
14 SA TlST A. Anlonio Augusto G. Aula de ponugues.
Silo Palllo: M[lrtins Fomes, 1997
23
[eltura, escrita, vocabularia, linguagem oral, ele
disciplina gramatical
S8
direciona em duas vertentes: a
e 0 usa da lingua. As duas possuem,
no entanto,
diferentes
modos de articula<;iio e progressao, permitindo que a gramatical se destaque em
relac;ao a Dutra. Os mecanismos da repeti~o de uma masma organiz8980 discursiva
e da alternancia da prodw;:aodo discurso nas instancias da aula e do exerclcio
S8
concretizam pelo usa da lingua. Diferentemente ocorre com a gramatica normativa,
que progride pelo desenvolvimento da analise e da sintese, selecionando, fixando e
destacando os conteudos trabalhados anteriormente.
Os mecanismos de articula<;iiodo discurso reduzem, portanto, 0 conjunto de
habilidades, conteudos, conhecimentos e valores que perpassam a interlocu<;iio em
sala de aula a urn conjunto de saberes ligados a uma mesma origem: a disciplina
gramatical.
E ela 0 objeto privilegiado de ensino, e os demais sao 0 residuo
de todo
o trabalho discursivo, que tambem e transform ado e direcionado para 0 ensina de
aspectos da tradi<;iiogramatical. Com isso, nas diferentes atividades de produ<;iio, 0
professor ten de, ao corrigir os exercicios de estudo de texto, linguagem oral e
reda<;iio,a corrigir, antes de tudo, os usos da lingua feitos pelos alunos.
Como podemos perceber, as aulas de Portugues estao
fundamentadas,
excessivamente, em conhecimentos tecnicas, urn saber te6rica inutil, que nao condiz
com a realidade dos falantes da lingua, nem para a classe dita privilegiada, muito
menos para a popular, porque rompe com tudo que foi aprendido ate entao, com
sua mane ira natural de falar, bern como com as necessarias habilidades de ler e
escrever.
Conforme a pesquisa citada anteriormente, vimos que as aulas de Portugues
se resumem, essencialmente, nesta tradiyao gramatical que todos conhecemos,
24
cheia de contradil):oes
de seu
uso,
atividade
de
0
em relayao
professor
correc;ao.
desvalorizar
aD conhecimento
tende
a transformar
pratico do aluno.
qualquer
atividade
ate que a aula objetiva
Pareee
seus conhecimentos
como falantes
Lanyando
apenas
da lingua,
mao
de ensina
punir
pois sem
em
a aluno
isso ela
e
nao
aconteee.
Esses efeitos
de avaliayao
certamente
objeto de ens ina dado, previamente
com ao conhecimento
linguistico
utiliz8C;80 da gramatica
tambem
constituido,
intuitivQ
encontram
sua origem
e que esta em permanente
do aluno: a
grama.tica normativa.
na eseela impllea que a ensine
da lingua
que visa nao ao ensina de algo que as atunos
mas 0 esquecimento
daquilo
que ja
em
desuso.
arcaica
e praticamente
prescrig6es
gramaticais,
Dessa forma,
os discursos
regras
visa
processos
0 professor
de sua situa980
gramaticais
metodo
dissociadas
realidade
e
incompetente,
de se expressar
em
como
desconhecem,
de uma linguagem
fun980
das
regras
e
dos alunos.
a desenvolver
na tradiryao
do alune
a
as habilidades
a forma,
do ensino
e melhorar
de abstrair
0 dominio
do Portugues.
seu
de
Esse
desempenho
nos
e vestibulares.
de correyao
fatalmente
aprendendo
em que vive, dificultando,
a se julgar
capaz
e levado
concursos
que esta
trabalha
de uso para supervalorizar
a avalia9ao
Essas atividades
e,
da linguagem
que se acumulam
a facilitar
de sele~o,
que utiliza
Isto
pela substitui9ao
conflito
Assim,
S8 organize
urna pratica corretiva,
sabem
num
na escola
assim, sua
desconfiando
adequadamente.
levareo
como
0 aluno a enxergar
algo
aprendizagern.
de tudo que sabia,
sem
conex8o
a lingua
com
a
Pod em leva-Io ainda
nao acreditando
ser
25
Se formos analisar
de regras
e macetes
garantir a ale urn
reavaliariamos
0
escrever
sem arros, isto
e, com
centrado
de forma repetitiva,
e mais listas de
exercicios
au
essa mecanica
misterio
e, quanta
confundem,
porque
nossa aluno aprende,
sem,
0 quanta
contudo,
mais
de
centeuctos men cion ados
dos
de que as alunos
um ensino
atividade
0
podermos
de nassas aulas.
entaD, alguns
Convictos
U... ,
inutil
a memorizar,
resultado satisfat6rio de sua aprendizagem, certamente
Repensemos,
acompanha,
quanta de cullura
sao obrigados
conteudo
anterior.
come<;am
0
que
todos as aeantos,
na ortagrafia;
virgulas
palavras
e ineficaz.
com
alias,
pesquisa
macetes
da leitura
as professores
infindavel,
escolar.
pois os
Ai S8 iniciam
S au c; x au ch; j
55,
A crase tambem
ensinar
Ihes falta a pratica
e pontes,
um ensino,
em todo 0 seu percurso
completar
se tenta
na
naD sabem a Hngua, vista que naD conseguem
sa apresenta
e regras.
mais
e da escrita
listas
g; I
QU
como urn
as alunos
autenticas,
se
que as
ajudaria a intuir tais requisitos.
Qutros
conteudos
aulas de Portugues
por
exemplo,
explicativas
que vimos,
sao aqueles
diferen<;as
e causais,
entre
caterva,
e an6malos
inconsistentes
coletivos
correntes
sintaticas,
arayoes
e classifica90es
que jamais
de verbos e pronomes
que ninguem
que tentam
funyoes
e adjuntos,
denomina90es
serem
nas
como,
restritivas
confusas
e
e
gramaticai.
listas de substantivos
cafila; combina90es
irregulares
da pesquisa,
que visam a reconhecer
complementos
os quais possuem
falhas na propria nomenclatura
Imensas
por meio
classifica-Ios
fala,
nem
0
atuno
do tipo: falar-me-ei,
mesmo
no tempo,
0
professor,
sem deixar
claro
usara,
como
fi-Io; verbos
e defini90es
que
0
tempo
gramatical
rnuitas vezes nao corresponde
tempo e a paciencia
ao tempo cronologico,
do aluno. Vejamos
No dia 15 de janeiro
tarn bam "gastam~
0
um exemplo:
de 1985, a pova
toma
as ruas para comemorar
0 fim da
ditadura.
Neste caso, vimos clararnente
intemparal.
Ai a impartancia
Verifica-se,
quanta
nossas
satisfatoria,
entao,
aulas
de aliar urna definigao
por algumas
tern de
sendo capaz
que a presente
questoes
caminhar
de interpretar
do indicativa
a outra
semantica
levantadas
para que
a conteudo
pesquisa,
se comunique
daquilo
que
Ie e
urn fata
grarnatical.
na referida
aluno
0
exprirne
0
de forma
construir
suas
pr6prias argumentayoes.
Como
maneira
de
foi
possivel
aprender
perceber,
uma lingua
alguns
par meio de exercfc1os; alias, muitos desses
os alunas,
menasprezar
a partir de agora.
estudiosos
a pratic8-la
sua capacidade.
defendem
num contexto
exercicios
que
a melhor
real, significativo,
citadas
E a par essa proposta
parecem
nao
imbecilizar
que nos guiaremas
CAPiTULO
COMO
DEVE SER TRABALHADA
A liNGUA
PORTUGUESA
ALGUNS ENCAMINHAMENTOS
Se
podemos
VI
a gramatica
perguntar
naD
mais
- par que
ocupar
a essencia
crian98 em idade escolar ja S8 comunica,
ja codifica
basicas
com que ela, desde
rodeia,
e aD seu mundo familiar.
as primeiras
mas par todo este grandioso
professor
infinitamente
de
Lingua
Portuguesa
vasto, curiosa,
Que material
didatico
r8strito
a
S8 toda
as mensagens?
amplia-Io,
fazendo
naD 56 par tudo que a
do qual fazemos
motiva-Ia
ironicamente,
lingua,
que atende as suas
Cabs a escola
series, tome interesse
universe
ensina,
a nossa
e decodifica
Bern, a crianya faz usa de um vocabulario
necessidades
do
e para que entaD ensinar
NA ESCOLA:
descobrir
parte.
este
Compete
novo
ao
mundo,
deslumbrante.
utilizar para trabalhar
este objetivo?
as chamados
livros
didaticos?
Se considerarmos as praticas normatmente propostas por livros
didaticos, toda a 1i9ao au unidade destes livros, organizados em unidades e,
em geral, sem unidade, iniciam-se par um texto para leitura. Como tais
leituras nao respondem a nenhum interesse mais imediato daqueles que
sabre 0 texto se debrU(;am, a rela9ao interlocutival a oearrer devera se
tegitimar fora deta propria. Ou seja, mesmo quando a leitura se inspira em
concep¢es
mais interessantes sobre textos e sobre a leitura, as rela90es
intertocutivas a se empreenderem em sala de aula nao respondem
necessidade do estabelecimento destas relaryoes. Oai, sua legitimidade se
estatuir e nao se constituir. Os atunos, teitores e portanto interlocutores, lE~em
para atender a legitimayao social da leitura externam~nte constituida fora do
processo em que estao, eles, leitores/alunos, eng'ajados. (grifos meus)
GERALD!."
a
15
GERALDl,
Joao Vandcrley
(org). 0 texto na sala de aula. Sao Paulo:
Alien.
1997, p. 168
e
Alem do mais, 0 texto
intitulado
"Entendimento
e a reflexao
seguido,
na maioria
do Texto", formado
do aluno, Complementando
das vezes,
por perguntas
a unidade,
paginas
de um questionario
que limitam
a imaginac;ao
e paginas
de exercicios
gramaticais.
o
caminho
simplesmente?
nao
seria
Faze-los
mundo de riquezas
despertar
ter pelo prazer
imensuraveis
nos
alunos
0 90sto
pela
de ler, pela curiosidade
leitura
pura
de explorar
e
este
em todos os aspectos?
A leitura deve ser trabalhada de tal forma que, a1E~mde
proporcionar ao educando 0 prazer de ler, colabore com os fins da
educa<;ao, quais sejam, compreender
e transformar a realidade,
assenhoreando-se do universo de significados que envolve 0 aluno. A
apropria<;ao do significado do mundo ao seu
redor da-se pela
apropriayao da palavra. A leitura facilita a interayao entre os seres
humanos, pela internaliza<;ao da cultura de seu Igrupo. BEL TRAN16
A
agrada.vel,
medida
que 0 aluno
aumentando
sem sentir a monotonia,
GERALDI
for valorizando
0 seu vocabulario
0 enfado
elucida
a leitura,
estars,
e se familiarizando
de forma
natural
com a norma
e
culta,
de uma aula tradicionaL
muito bem
0
absurdo
desses
procedimentos
didiiticos:
A escola poderia aprender muito com as
procedimentos
"pedag6gicos" de maes, babas e crian<;as. Duvido que alguem tenha
vista ou ouvido falar de urna mae que da exercicios do tipo completar
frases, dar listas de diminutiv~s, decorar
conjuga<;Oes verbais,
construir afirmativas, negativas, interrogativas, etc. Crian<;as de alguns
anos de idade utilizam-se, no entanto, de Itodas essas formas.
Perguntam, afirmam, exclamam, negam sempre que Ihes parecer
relevante ou tiverem oportunidade. Como aprenderam? Ouvindo,
dizendo e sendo corrigidas quando utilizam formas que os adultos nao
aceitam. Sen do
corrigidas: isso e importante. No processo de
aquisi<;ao fora da escola existe corre<fao. Mas nao existe reprova<;ao,
humilha<;ao, castigo, exercicios, etc. 1
E, em contato
16 ARLTRAN,
17
GERALD!,
com
a norma
cutta
da Hngua,
Jose 1,uiz 0 ensino de pOrlugues_ Sao Paulo: Moracs,
Joao Vanderley
ele absorvera
1989, p
(org). 0 leXlO na sala de aula. Sao Paulo: Atica,
172
1997, p. 37.
a forma
rna is
elegante,
natural
considerada
mais adequada
do seu humano
sem esforyo.
conhecedor
profundo
maior escritor,
Para
seguir
Machado
de se expressar,
E
exemplos.
de Assis
ignorava
0
professor
conduzir
os alunos
incondicional
necessario,
que tenha habilidade
tambem,
saiba cobrar
sem
MANGUEL18,
muito
da experiemcia
sem sacrificia,
de muita
No entanto,
leitura,
81e, 0 nossa
a este tipo de aprendizagem,
de leitura,
bem esse
pessoal
tanto arrogante
voce nao deve"
pois ~ninguem
fato:"A
leiam e que
de uma obra
sua vida foi
momentos
a produc;:ao de textos
depende
transform ada
e 0 que
de sua existencia
M
•
e urna decorremcia
0 aluno tera oportunidade
urn excelente
E
de punir com nota baixa.
dimensao
de cada urn, de quanta
escrita.
sobre as obras !idas. Constitui
em publico
amea98
sup6e-se
0 que nao tern"
dizer "esse e 0 livro que voce deve ler e esse
concepc;:ao,
tanto de forma oral quanta
de.
para exigir que seus alunos
Hi! obras certas para diferentes
A partir dessa
para falar
Homem
a gramatica.
imposic;ao, sem a tao conhecida
destaca
E um
por ela.
exemplo.
tendencia
e a mestre da Ifngua Gulta, citado pelos gramaticos.
que seja urn amante
tambem
e uma
uma forma de aprender
e urn otimo
dos classicos,
ja que
·treinamento~
e tambem
estara
garantindo
Para tanto, sera necessario
ordem
nos pensamentos,
natural,
de tecer comentarios
para adquirir
autoconfianya
naturalidade
para
enfrentar
situac;6es futuras.
e estrutura
gramaticaL
trabalhadas
de forma suave,
elementos
lingi.Hsticos
Nesse
Manguel,
Alberto.
Entrevista.
um texto nao
sem refen§ncia
papel de fazer a referencia
\R
senti do a coesao
pois
entre
entre dais elementos
VEJA. Sao Paulo: Abril,
organizac;ao
e a coerencia
e produto
si, a caesao
explicitadas
!7 de julho de 1999
de ideias
estarao
sendo
de uma justaposiyao
tern exatarnente
em urn texto:
de
esse
urn deles
para ser interpretado semanticamente exige a considera<;ao do outro. Da mesma
feita a coen§ncia na constru<;aodo texto se estabelece a partir da visao de mundo
do escritor,
e a consistencia
interna do texto, bern como a manuten<;aodo t6pico
discursivo procurando limitar os participantes no cene.riotextual.
Ah§m disso,
0
professor deve criar situa<;oes para que os alunos realizem
pesquisas sobre quest6es as mais variadas possiveis, pois, segundo DEMO, a base
da educa<;aoescolar e a pesquisa, nao a aula e diz mais:
A aula que apenas repassa conhecimento, au a escota que
samente se define como socializadora de conhecimento, nao sai do
ponto de partida, e, na pratica, atrapalha 0 a1uno, porque 0 deixa
como objeto de ensino e instruyao. Vira treinamento. E equivoco
fantastico imaginar
que 0 "contato pedag6gico" se estabele~a em
ambiente de repasse e c6pia, au na rela<;aa aviltrada de urn sujeita
copiado (professor, no funda tambem abjeto se apenas ensina a
r
copiar) diante de um cbjeto apenas receptiv~ (aluno), condenado a
escutar aulas, tamar notas, decorar, e fazer prova. A aula copiada nao
constr6i nada de distintivc, e por isso nao educa mais do que a fofaca,
a conversa fiada dos vizinhos, a bate-papa numa festa animada.19
Depois de terminadas as referidas pesquisas em datas predeterminadas,
estara preparado
0
clima para debates sobre
os temas propostos. Estando os
alunos realmente motivados, interessados, a aula f1uisem problemas, com ordem e
disciplina. A fim de que os alunos possam sustentar seus pontos de vista, a
argumenta<;ao estare. em pauta. Os que estiverem mais bern preparados
encontrarao argumentos mais convincentes para apresentar.
Todas essas praticas e Qutras que dependerao da criatividade do professor
estarao concorrenda para a aluno desenvolver a reflexao sobre causas e
conseqOencias dos problemas levantados. Analisar a questao sobre todos as
angulos, procurar possiveis solu<;oesfarao parte do contexto. E a sensa critico, tao
l~
DEMO,
Pedro. Eduear pelt! pesquisa.
Sao Paulo: Editora
Autores
Assoeiados,
1998. p. 7.
importante
para
0
exercicio
da cidadania,
estara
sendo
formado
sem
esforyo,
gradativamente.
Com respeito ao criterio para a escolha dos livros a serern lidos, a liberdade e
esseneial.
0
professor nao pode mais estar imbu[do do conceito de autoritarismo
tao comum - eu mando - e
"0
aluno obedeee"
agrada a alguns, pode desagradar
Se uma obra indicada pelo professor
a outros. Ninguem e obrigado a apreciar um livro
que Ihe e imposto. Torna-se muitas vezes uma tortura a obriga~iio de ler algo que
nao despertou interesse.
Enquanto um aluno da mesma classe se entusiasma
com
uma obra maehadiana,
outro tera interesse
Isso
em ler romance
de aventuras.
depende da bagagem de cada um; nao se trata, portanto, de se exeluir totalmente
leituras direcionadas,
Provavelmente,
estara selecionando
pais he. certos momentos em que elas sao imprescindiveis.
aquele
que estiver
lendo uma
algo mais profunda amanha.
obra mais superficial
hoje,
De modo geral, a importante e que
os alunos leiam, mergulhem no mundo dos livros. Quando ja tiverem adquirido este
habito, surgira urn dialogo
intercambio cultural.
natural com
0
professor,
com os colegas,
enfim,
um
CONCLUSAO
Embora a Gramatica
tenha side tao
duvida, uma duvida crucial:
paira uma
dura mente criticada nesta monografia,
ensina
0
gramatical
deve
ser totalmente
abolido?
Bern,
naD devemos
ser tao radicais nem tanto ao mar, nem tanto
U
a
terra-, A
SOlUg80 seria naD torna-Ia a (mica forma de S8 aprender a lingua, nem no Ensino
Fundamental nem no Ensino Media.
Sendo as aulas centradas em leitura,
lingu;stica
devera
com base
no texto,
ser considerada
como
apenas
Nunca,
simplesmente.
Os textos produzidos
para
0
para
anteriores,
para que
ministradas
pelos alunos
professor fazer urn levantamento,
realizados exercicios
em paginas
urn coadjuvante,
porem, serem
elementares.
produc;ao escrita e analise gramatical e
exposto
aulas
podem
de
S8
a Gramatica
evitem
Gramatica
as erras
pura
e
servir de ponto de partida
podem ser dadas as devidas explica90es
fixac;ao. Somente dessa forma
0
ensino gramatical
e
tera
sentido.
Sabemos que os professores que continuam insistindo las aulas tradicionais,
considerando
a Gramatica
seguros. Para assumirem
teriam que desenvolver
urn ponto vital,
uma outra
constantemente
os seus alunos a procederem
assim
agem
p~r se sentirem
postura, abrindo mao desse
tipo de apoio,
a pratica de leitura, para poderem
da mesma forma.
mais
motivar
33
Em geral,
tempo,
elaborar
0
professor
assoberbado
provas
que
Ie pouco
fica com
de multi pia escolha
corrigir os texlos produzidos
Libertado
desses
0
e quase
e depois
pelos alunos,
problemas,
nunca
trabalho
escreve
estafante
corrigi-Ias,
alem de se
cujos erros se repetem
ele nao 56 estara
muito mais atuante.
Deixara
Hder, consciente
uma influencia
benefica,
positiv8,
FaZ-S8 necessaria
que a cultura
aprenderam
e
de seu papel social
de um valor inestimavel
nos bancos
0
senso
concluam
naD S8
a
transformar numa
de fazer
para tornar-S8
urn
sabre as alunos
seguir 0 seu exemplo.
seus estudos
satisfa~am
convictos
somente
com
0
de
que
escolares.
A pratica da leitura e da
desenvolver
e que
ver obrigado
de regras,
e capaz de exercer
a tim de que estes possam
que as estudantes
de
sempre.
ira lse
de ser um mera repetidor
parte das massas que comp6em a sociedade de consumo
verdadeiro
falla
exercicios,
apta a guiar as seus alunos
para um mundo de preciosas descobertas, como tambem
pessoa
alegando
em preparar
critico
escrita
a,
pois, a chave
tao fundamental
formula magica para se expressar
nas
satisfatoriamente.
para alargar
sociedades
os horizontes,
democraticas
e a
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