Boletim especial funpar/hc março 2014 Edição 01 maio de 2014 Sinditest investigativo Pacientes são prejudicados por falta de equipamentos no banco de sangue do HC/UFPR! Há anos o Hospital de Clínicas da UFPR vem sofrendo com o declínio de investimentos e mais recentemente sob a administração do diretor Flávio Tomasich, o Banco de Sangue está sendo um dos setores claramente afetados. Servidores que trabalham no setor denunciam que desde o início deste ano o hospital deixou de comprar filtros para bolsas de sangue, necessários para o atendimento a pacientes com leucemia, anemia, insuficiência renal e para pacientes que precisem de transplante de medula óssea ou de transplante de órgãos. A justificativa para a suspensão da compra do material acompanha o discurso recorrente dos administradores públicos de “cortes de gastos”, ao mesmo tempo em que o povo brasileiro paga pesados impostos para manter as engrenagens da máquina pública. Os filtros para as bolsas de sangue são utilizados para filtrar hemácias e garantir um tratamento adequado e mais seguro aos pacientes, uma vez que o sangue filtrado diminui a possibilidade de reações negativas ao sangue transfundido. Uma servidora, que está há 12 anos no HC e que prefere não ser identificada temendo represálias, denuncia que os efeitos dos “cortes de gastos” influenciam diretamente os pacientes, e eles sofrem na pele esse descaso: “Não temos mais filtros de hemácias para todos os pacientes hematológicos o que está provocando naqueles que têm que receber várias transfusões reações transfusionais – que podem ser febre, diarréia, dor abdominal, vômito, náuseas, reação alérgica, hiportemia, etc. Isso acaba, e com muita frequência, prejudicando o paciente. O custo está em maior evidência do que a vida do paciente”. Sinditest investigativo Sem o necessário não dá pra trabalhar! Falta de material básico é rotina no HC! Além dos filtros de sangue, que é o caso mais agravante, a servidora denuncia a falta corriqueira de alguns materiais básicos para realizar procedimentos no Banco de Sangue. “Não temos mais o antígeno anti-CDE para identificarmos as bolsas Rh negativas realmente como negativas e evitarmos uma sensibilização dos pacientes com este fenótipo. Às vezes faltam reagentes e ficamos desesperados tentando emprestar de outros bancos de sangue para não interrompermos o atendimento no hospital. Estes dias atrás faltaram bolsas de sangue para coletar sangue de doadores, ficamos com o estoque baixíssimo e tivemos que encaminhar estes doadores para outros serviços”. A missão do Hospital de Clínicas da UFPR é de manter serviços de excelência, de alta complexidade, com procedimentos especializados, no entanto, a atual Direção parece reproduzir a lógica em que a economia fala mais alto. Outra grave denuncia apontada no Banco de Sangue é a falta de equipo de bolsas para bomba infusora, utilizada para a administração do sangue para bebês e crianças pequenas, cujo material também está com a compra suspensa sob a alegação de corte de gastos. Por conta de todos esses problemas os serviços mais prejudicados nesse momento são a UTI neonatal, a UTI pediátrica, o TMO (pacientes inter- “Não temos mais filtros de hemácias para todos os pacientes hematológicos o que está provocando naqueles que têm que receber várias transfusões reações transfusionais – que podem ser febre, diarréia, dor abdominal, vômito, náuseas, reação alérgica, hiportemia, etc. Isso acaba, e com muita frequência, prejudicando o paciente. O custo está em maior evidência do que a vida do paciente”, relata uma servidora que prefere não ser identificada. A falta de materiais afeta sobretudo os setores da UTI neonatal, UTI pediátrica, TMO e Hematologia do HC! Os pacientes é que sofrem com o atendimento que a cada dia fica mais precário e cai no colo dos trabalhadores do HC toda essa situação desoladora! nados e ambulatório) e a Hematologia (pacientes internados e ambulatório). Os problemas enfrentados dentro do Hospital de Clínicas por falta de material, falta de estrutura e condições necessárias para atender a população infelizmente fazem parte do cotidiano da instituição. Além de haver déficit de servidores as condições de trabalho causam adoecimentos dos trabalhadores. Uma das motivações da greve dos servidores técnico-administrativos federais que ocorre nesse momento é lutar em defesa da saúde pública e que garanta atendimento de qualidade. O Sinditest já encaminhou esta denúncia ao Ministério Público para que providências cabíveis sejam tomadas. Vale ressaltar que o HC está sendo assediado pela política do Governo Federal de sucateamento dos serviços públicos de saúde. Os hospitais universitários estão sendo a porta de entrada do plano de privatizações por meio da EBSERH e a Direção do HC está cumprindo o papel de propagandear, executar e abraçar essa política. www.sinditest.org.br