Infecção na Unidade de Terapia Intensiva: Principais Fatores

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Infecção na Unidade de Terapia Intensiva: Principais
Fatores Causadores
Autor:
Heitor González Júlio – Unidade de Terapia Intensiva Adulto
Orientador:
Dr. Renato Giuseppe Giovanni Terzi
Terzius Rua: Conceição, 233 - 8ª andar, sala 810. CEP: 13010-916 - Campinas SP Fone/Fax: ( 19 ) 3231-8232 | Fone: ( 19 ) 3233-2969 e-mail: [email protected].
Campinas, SP
2013
2
RESUMO
A assistência em Unidade de Terapia Intensiva é constantemente desafiada por infecções
relacionadas aos procedimentos invasivos, que resultam no aumento da morbimortalidade, no
tempo de internação e nos altos custos dos pacientes hospitalizados. O controle de infecções
em UTI é um assunto complexo e de extrema importância para o bom funcionamento da
unidade, evidenciando-se, portanto, a necessidade da proteção tanto individual quanto dos
pacientes, bem como a realização de técnicas e procedimentos adequadas a fim de evitar
qualquer prejuízo para o paciente, um outro fator não menos importante é a limpeza do
ambiente hospitalar. A associação de doenças, procedimentos invasivos e fatores iatrogênicos
por parte da equipe fazem com que os pacientes sejam mais acometidos de infecções. A
resposta imunológica do paciente em terapia intensiva frente ao processo infeccioso é
deficiente. A sua imunidade, mecanismos de defesa estão comprometidos tanto pela doença
motivadora da hospitalização quanto pelas intervenções necessárias para o diagnóstico e
tratamento. O objetivo deste estudo é expor os procedimentos e os fatores que propiciam a
maior incidência da infecção na UTI. Conclui-se que as superfícies inanimadas freqüentemente
tocadas e equipamentos próximos ao paciente na UTI, contaminam-se por bactérias assim
observa-se a necessidade de reforçar as mediadas de controle, redução e prevenção da
disseminação de microorganismos, alem de dedicar maior atenção à descontaminação de
superfície e equipamento na UTI. Procedimento simples como lavagem corretas das mãos
entre um paciente e outro contribui bastante para diminuir a disseminação de microorganismo
na UTI.
Palavras-chave: Infecção hospitalar, Prevenção e controle e Resistência bacteriana.
SUMMARY
Care in the Intensive Care Unit is constantly challenged by infections related to invasive
procedures, which result in increased morbidity and mortality, length of stay and higher costs in
hospitalized patients. Infection control in the ICU is a complex and extremely important for the
proper functioning of the unit, showing, therefore, the need for protection of both individual
patients and the completion of appropriate techniques and procedures to avoid any harm to the
patient, another factor no less important is the cleanliness of the hospital environment. The
association of diseases, invasive procedures and iatrogenic factors for the team cause patients
to be more affected infections. The immune response of the patient in intensive care against the
infectious process is deficient. Their immunity, defense mechanisms are compromised by
disease motivating both hospitalization as the interventions necessary for diagnosis and
treatment. The objective of this study is to describe the procedures and the factors that lead to a
higher incidence of infection in the ICU. We conclude that the inanimate surfaces frequently
touched and equipment near the patient in the ICU, contaminate themselves with bacteria so
there is a need to strengthen mediated control, reduce and prevent the spread of
microorganisms, besides devoting increasing attention to decontamination surface and
equipment in the ICU. Simple procedure to correct washing of hands between one patient and
another is enough to slow the spread of microorganism ICU.
Keywords: hospital infection. prevention and control Bacterial resistance.
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1. INTRODUÇÃO
A infecção hospitalar é um das grandes preocupações encontradas
dentro das unidades hospitalares, em especial nas Unidades de Terapia Intensiva
(UTI) são as mais freqüentes e importantes complicações ocorridas em pacientes
hospitalizados (ROCHA E LEME 2010).
Segundo Oliveira e Maruyama (2008), há muito tempo tem sido
motivo de preocupação entre os órgãos governamentais e, embora a sua
regulamentação tenha ocorrido na década de 80, a problemática no país continua
ainda sendo negligenciado.
De acordo com Machado et. al (2001), no Brasil, estima-se que 5% a
15% dos pacientes internados irão contrair algum tipo de infecção hospitalar e
aproximadamente de 25% a 40% deles receberão antibiótico para tratamento ou
profilaxia da infecção. Uma infecção cresce, em média, de 5 a 10 dias no período de
internação. No Brasil, os problemas relacionados com as infecções hospitalares vêm
crescendo cada vez mais, é a principal causa de morbidade, mortalidade e aumento
da permanência hospitalar dos pacientes, resultando, em um aumento do estresse e
sofrimento ao paciente (SANTOS 2009).
Os custos de um paciente com infecção são três vezes maiores do
que o de um paciente sem infecção, e os índices de infecção hospitalar permanecem
muito altos (SANTOS 2009).
A preocupação em manter o controle das infecções hospitalares no
Brasil surgiu na década de 60, surgindo também às primeiras publicações e relatos
relacionados ao tema. Em 1963, no Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre - RS
começou a implantação da primeira Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
(CCIH) brasileira, e outras comissões multidisciplinares, começaram a surgir a partir
da década de 70 (ROCHA E LEME 2010).
São vários fatores que elevam os números de casos de infecção na
UTI.
Podemos
citar
aqueles
relacionados
ao
paciente
como:
transplantes,
imunodepressão, queimaduras, etc., e aqueles relacionados aos procedimentos e
técnicas aos quais os pacientes estão expostos (LICHY E MARQUES 2002)
Segundo Pinheiro et. al (2008), a incidência de infecções
hospitalares varia de acordo com as características de cada UTI, (infra-estrutura, tipo
de patologia atendidas, educação continuada
e recursos humanos), Diante disso
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podemos questionar: qual a importância da equipe multidisciplinar no controle da
infecção hospitalar, principalmente dentro da UTI onde a complexidade do paciente
assistido pode influenciar diretamente na instalação do processo infeccioso.
O controle de infecções em UTI é um assunto complexo e de
extrema importância para o bom funcionamento da unidade, evidenciando-se,
portanto, a necessidade da proteção tanto individual quanto dos pacientes, bem como
a realização de técnicas e procedimentos adequadas a fim de evitar qualquer prejuízo
para o paciente, um outro fator não menos importante é a limpeza do ambiente
hospitalar (PINHEIRO ET. AL 2008).
Outro fator de extrema relevância é a infecção relacionada à
assistência hospitalar afeta um número grande de pacientes, aumentando o tempo de
internação, o risco de mortalidade e os custos socioeconômicos, cerca de 30% dos
casos de infecções relacionadas à assistência são considerados preveníveis, medidas
simples, como a lavagem correta das mãos pelos profissionais de saúde é a mais
efetiva delas. São as mãos que transportam o maior número de microorganismos aos
pacientes, por meio contato direto ou através de objetos (MARTINEZ, CAMPOS E
NOGUEIRA 2008). O objetivo deste estudo é expor os procedimentos e os fatores que
propiciam a maior incidência da infecção na UTI.
2. METODOLOGIA
Trata-se
de
um
estudo
exploratório
descritivo
através
de
levantamento bibliográfico. A busca abrangeu artigos publicados à partir da base de
dados da área da saúde BIREME e SCIELO, utilizando os seguintes descritores:
Resistência
bacteriana,
Infecção
hospitalar,
Prevenção
e
controle.
Para
o
aprofundamento teórico, buscou-se o embasamento em fontes complementares como
livros técnicos, revistas e site na internet.
3. REVISÃO DA LITERATURA
A Portaria n. 2.616, de 12/5/1998, define Infecção Hospitalar (IH)
como toda infecção adquirida durante a internação do paciente, podendo se
5
manifestar durante a internação ou após a alta e quando puder ser relacionada à
internação ou procedimentos hospitalares.
De acordo com Vilela (2009), um terço das infecções hospitalares
poderia ser evitado com programas de controle de infecção efetivos, contendo quatro
itens principais: programa de vigilância, um profissional de controle de IH para cada
250 leitos, pelo menos um epidemiologista treinado e treinamento para cirurgiões
sobre risco de infecção em sítio cirúrgico.
De acordo com Pereira et. al (2000), a UTI é o local onde se
concentra pacientes clínicos ou cirúrgicos da mais alta complexidade, necessitando de
monitorização e suporte ventilatório e controle de suas funções vitais pelo alto grau de
complexidade que o paciente pode apresentar, este perfil de paciente apresenta
doenças ou condições clínicas predisponentes a infecções.
Muitos deles já chegam à UTI com algum tipo de infecção de origem
comunitária isto é, já presente ou incubada na época da admissão hospitalar, ou
nosocomial, definida pelo aparecimento após quarenta e oito (48) horas de internação
e, a absoluta maioria, é submetida a procedimentos invasivos ou imunossupressivos
com finalidades diagnostica e terapêutica (PEREIRA ET. AL 2000).
Segundo o autor citado, a associação de doenças, procedimentos
invasivos e fatores iatrogênicos por parte da equipe fazem com que os pacientes
sejam mais acometidos de infecções. A resposta imunológica do paciente em terapia
intensiva frente ao processo infeccioso é deficiente. A sua imunidade, mecanismos de
defesa estão comprometidos tanto pela doença motivadora da hospitalização quanto
pelas intervenções necessárias para o diagnóstico e tratamento.
Para Devid (1998), as principais causas das infecções são as
condições clinicas do paciente, doenças de base números elevados de procedimentos
invasivos e falhas nas medidas e controle e prevenções das infecções; urinárias,
pneumonias, feridas cirúrgicas, e os métodos invasivos, como os cateteres, a
ventilação mecânica e cateteres intravasculares são responsáveis por grande número
das infecções.
Infecção urinária: Consideram-se infecções urinárias as infecções
nosocomiais, ou seja, adquiridas no ambiente hospitalar, é uma das doenças mais
freqüentes na UTI acometem 2% dos pacientes internados, sendo responsáveis por
35% a 45% das infecções hospitalares. Aproximadamente 80% dos pacientes que
contraem infecção urinária fazem uso de cateteres urinários, mesmo com emprego de
técnica adequada de inserção do cateter vesical e uso de sistema de drenagem
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fechado, a colonização da urina na bexiga irá ocorrer em torno de 50% dos pacientes
após 10 a 14 dias de cateterização (ANVISA 2000).
Segundo Lichy e Marques (2002), o índice de mortalidade em
decorrência do uso de cateter vesical é de 3,03%, índice este associado a
permanência do paciente por mais de 10 dias na UTI.
A maioria das infecções urinárias é causada por bactérias, porém
fungos e vírus, agentes mais raros, aparecem em situações especiais. As
enterobactérias (Escherichia coli, Staphylococcus saprophiticus, Proteus sp, Klebsiella
sp), são os microorganismos mais comum na UTI e podem atingir o trato urinário por
via retrógrada (ascendente), hematogênica ou linfática. A manipulação urológica
através do cateterismo, endoscópios ou cirurgia podem levar os microorganismos para
o interior do trato urinário e, neste caso, a fisiopatogenia e a flora responsável são
muito diferentes (LOPES E TAVARES 2005).
Segundo Angelino (2010), grande parte das infecções urinárias é
assintomática, os sintomas mais freqüentes são dores pélvicas ou hipogástrica, dor no
flanco, disúria, náusea, vômito e febre.
Pneumonia: é a infecção hospitalar que mais comumente acomete
pacientes internados em UTI, podendo ser de origem comunitária ou nosocomial,
associada a ventilação mecânica, é definida como infecção do trato respiratório
inferior, com envolvimento do parênquima pulmonar, adquirida em ambiente hospitalar, após 48 a 72 horas de hospitalização (CARRILHO 2004).
É considerada precoce quando ocorre até o quarto dia e, tardia,
quando tem início a partir do quinto dia; essa classificação tem grande importância
para a diferenciação do agente etiológico e para a decisão quanto à terapêutica a ser
instituída. Quando se faz o diagnóstico de pneumonia simplesmente com base em
critérios clínicos, pode ocorrer grande probabilidade de risco, da utilização inadequada
de antimicrobianos, devido a esse fato, faz-se necessário a realização de técnicas
mais sensíveis e específicas, tais como as culturas quantitativas para uma precisão no
diagnostico (CARRILHO 2004).
De acordo com Devid (1998) a pneumonia nosocomial aumenta a
mortalidade (36% a 80%), principalmente quando é bacteriêmica, a pneumonia
nosocomial, em geral no paciente adulto, ocorre em 7 a 90/1000 e 7 a 46/1000
internações, respectivamente, e tem mortalidade de 6% a 58%.
Segundo Angelino (2010), a pneumonia associada a ventilação
mecânica é conseqüência da falta de equilíbrio entre os mecanismos de defesa do
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individuo e o agente microbiano, devido ao tamanho do inoculo ou virulência do
microorganismo. Há quatro vias relacionadas a patogênese da pneumonia associada a
ventilação mecânica:
•
Aspiração do conteúdo orofaríngeo;
•
Contaminação do equipamento respiratório;
•
Transmissão de uma pessoa para outra;
•
E a disseminação hematogênica.
A pneumonia associada a ventilação mecânica também pode ser
adquirida através de outros focos extrapulmonares como infecções pélvicas, feridas
cirúrgicas e infecções a partir de cateteres vasculares. (ANGELINO 2010).
Segundo Fortuna et. al (2002) as manifestações clínicas associada a
ventilação mecânica podem ser:
Dispnéia, astenia, febre, tosse, expectoração,
emagrecimento, hemoptise e dor torácica.
Oliveira e Soares (2012) acreditam que o conhecimento técnico junto
com à disponibilidade para o cuidar resultaria em cuidado humanizado, com maior
satisfação dos clientes. O processo de humanização é uma experiência que envolve
as pessoas que estão trabalhando, o ambiente e o cliente. A interação entre estes
componentes determina a qualidade do atendimento para o paciente.
Ferida cirúrgica: pode ser classificada em superficial, profunda e de
órgão ou cavidade, conforme definição.
Superficial: é aquela que ocorre nos primeiros trinta dias do pósoperatório e envolve unicamente pele e/ou tecido celular subcutâneo.
Profunda: apresenta-se dentro dos primeiros trinta dias e, em caso
de colocação de prótese, pode manifestar-se até um ano após o procedimento,
podendo envolver tecidos moles e mais profundos, fáscia e músculos.
Cavidade ou órgão: inclui qualquer sítio anatômico relacionado com
o procedimento, exceto a área da incisão cirúrgica.
A infecção da ferida operatória é um risco inerente ao ato cirúrgico,
sendo também sua complicação mais comum. Quase toda infecção de ferida cirúrgica
é adquirida durante o ato cirúrgico, e a manifestação da infecção da ferida operatória
se dá, em média, quatro a seis dias após o procedimento, observando-se edema,
eritema e dor no sítio da incisão com drenagem de secreção de aspecto purulento
(MAIA 2009).
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Métodos invasivos: (Cateteres), são indispensáveis na prática da
medicina moderna, particularmente em UTI sendo, no entanto, importante fonte de
infecção da corrente sangüínea primária, causa mais freqüente de morbimortalidade
(LICHY E MARQUES 2002).
A etiologia da infecção por cateteres e proveniente da via de acesso,
pelo tempo de permanência do cateter, pelas mãos dos trabalhadores da saúde, pela
flora da pele ou pela contaminação de uma outra parte anatômica. A colonização do
sítio de inserção ou do canhão são as principais fontes. (LICHY E MARQUES 2002).
De acordo com Lichy e Marques (2002), a troca dos cateteres
periféricos a cada 48-72 horas, se faz necessário, pois reduz o risco de colonização e
flebite, para os cateteres centrais, esta troca rotineira não é benéfica à troca do
sistema de infusão deve ser realizada a cada 72 horas, exceto quando forem feito a
infusão de sangue e derivados, emulsões lipídicas e outras soluções que favoreçam
crescimento microbiano, quando os cateteres são inseridos usando mecanismos para
segurança do profissional e do paciente como máscara, gorro, luvas estéreis, a
diferença de casos é significante.
Ventilação mecânica: é a administração de oxigênio em pacientes
impossibilitados de respirar ou quando essa atividade é realizada de forma exaustiva
pelo mesmo, é um método usual na (UTI) sendo utilizada em pacientes com
insuficiência respiratória ou qualquer etiologia, dando suporte ao tratamento da
patologia-base pelo tempo que for necessário para reversão do quadro, portanto não
constitui um procedimento curativo, pode ser classificada em ventilação invasiva e não
invasiva (SEMELTZER E BARE 2005).
Para Lichy e Marquez (2002), os pacientes submetidos a este
procedimento estão de 6 a 21 vezes mais propensos a desenvolverem algum tipo de
patologia respiratória. A ocorrência de infecção pulmonar faz aumentar o índice de
morbimortalidade independente da patologia do paciente. Para pacientes sob
ventilação invasiva, o risco de desenvolver infecção cresce em 1% a cada dia de
internação.
A ventilação mecânica Invasiva trata-se de um procedimento que traz
significativas repercussões sobre os vários órgãos e sistemas do paciente submetido à
mesma, bem como está diretamente relacionada a complicações freqüentes, algumas
podendo ser potencialmente fatais, as sinusites, bronqueolites, broncopneumonias.
traqueobronquite e pneumonia, são as complicações mais comumente relacionadas à
ventilação mecânica (CINTRA, 2008).
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Baixa imunidade: A terapia nutricional é peça fundamental nos
cuidados dispensados ao paciente crítico, devido às evidências científicas que
comprovam que o estado nutricional interfere diretamente na sua evolução clínica.
A desnutrição progressiva de muitos pacientes sob cuidados
intensivos, secundária a suspensão da dieta sólida e ao aumento das demandas
metabólicas decorrentes de fatores como lesões teciduais, déficits de perfusão, febre e
taquicardia resultam em diminuição da massa muscular e é predisponente para a
aquisição de infecções hospitalares (SANTOS ET. AL 2010).
Segundo Ferreira (2007), o paciente crítico, após a agressão, sofre
uma série de alterações hormonais visando manter a homeostase hemodinâmica.
Fatores inerentes ao tratamento, como ventilação mecânica, uso de sedativos e
fármacos vasoativos, tornam o suporte nutricional um desafio aos profissionais
envolvidos. A via de administração da terapia nutricional, o tipo e a quantidade de
dieta ofertada devem ser criteriosamente avaliados para diminuir o aparecimento de
complicações.
4. SEPSE E CHOQUE SÉTICO NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
A sepse é uma causa importante de hospitalização, e a principal
causa de morte em Unidades de Terapia Intensiva, trata-se de uma síndrome de
resposta inflamatória, motivada por um agente agressor, associada à infecção sistêmica. Os sinais e sintomas apresentam de forma diversificada, sobretudo em
pacientes graves cujas doenças são complexas e com freqüência já estão em uso de
antimicrobianos (BOECHAT E BOECHAT, 2010).
5. PATÓGENOS
INTENSIVA
MAIS
COMUM
NA
UNIDADE
DE
TERAPIA
Segundo Maciel e Cândido (2010) as Infecções tende a disseminar
através de vários mecanismos como: as mãos, secreção salivar, fluidos corpóreos, ar
e materiais contaminados, como por exemplo, equipamentos e instrumentos utilizados
em procedimentos médicos. Muitos destes procedimentos são invasivos e nem
sempre as técnicas são realizadas de modo a evitar a contaminação, elevando a sim o
risco de infecção do paciente.
10
De acordo com Devid (1998) os patógenos mais comuns encontrados
e envolvidos nas infecções do pacientes atendido na UTI são Escherichia coli,
Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus. Enterococcus spp,
Escherichia coli: são microrganismos procariotas, unicelulares foi
descrita pela primeira vez em 1885 por Theodor Escherich, um bacteriologista alemão,
que a designou como bacterium coli commune. O nome “Escherichia coli”, refere-se a
um grupo de bactérias constituído por diferentes estirpes que têm em comum várias
características (género: Escherichia; espécie: coli) (VELOSO 2006).
Segundo Veloso (2006) é um microrganismo relativamente pequeno
e simples. A sua dimensão típica é de 0,5 µm de diâmetro e 1,5 µm de comprimento,
apresentando uma forma de bastonete.
Pseudomonas aeruginosa: é um importante patógeno humano que
está
frequentemente
associado
a
infecções
dentro
da
UTI
acometendo,
principalmente, pacientes imunossuprimidos, pertence à família Pseudomonadaceae e
apresenta-se na forma de bastonetes de 0,5 a 0,8 µm de largura por 1,5 a 3,0 µm de
comprimento. É um bacilo Gram negativo, aeróbio, não-esporulado, não-fermentador
de glicose e móvel devido à presença de um flagelo polar, elas podem se visualizadas
ao microscópio como isoladas, aos pares ou em cadeias curtas (FERREIRA E LALA
2010).
De acordo com o mesmo autor, Luke, em 1862, descreve pela
primeira vez o micro-organismo com a observação de pus de cor azul esverdeada
presente em algumas infecções purulentas, sendo a principal causa de infecções na
UTI, As fontes de maior contaminação são os aparelhos de respiração, sistemas de
hemodiálise, pias e artefatos de limpeza. a taxa de colonização em paciente que utiliza
o mecanismo artificial de respiração pode exceder 50%, sendo a causa mais
importantes de óbito dentro da UTI.
Está diretamente ligada a infecções do trato urinário, peritonites em
pacientes submetidos a diálise peritoneal, a disseminação desta bactérias é facilitada
pela sua natureza ubíqua, o controle da infecções por pseudomonas aeruginosa exige
o uso prudente de antimicrobianos e a pratica da higienização das mãos diária, as
técnicas das limpezas do ambiente e dos equipamentos médicos (FERREIRA E LALA
2010).
Staphylococcus aureus: é um importante patógeno devido à sua
virulência, resistência aos antimicrobianos e associação a várias doenças, incluindo
enfermidades sistêmicas potencialmente fatais, infecções cutâneas, infecções
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oportunistas e intoxicação alimentar, se tornando ao longo dos anos cada vez mais
freqüente nas infecções na UTI (CRUVINEL, SILVEIRA E SOARES 2011).
São encontradas nas regiões da nasofaringe, fossas nasais, podendo
causar infecções simples na pele até uma infecção de caráter mais grave profunda em
pacientes debilitados por doenças crônicas, traumas físicos, queimaduras e
imunossupressoras, esta é uma das razões pelas quais as infecções estafilocócicas
severas são mais freqüentemente adquiridas na UTI. Indivíduos que carream o
staphylococcus aureus e não apresentam sintomatologia são conhecidos como
portadores são ou assintomáticos, sendo considerada uma das principais fontes de
transmissão tanto da infecção nosocomial, quanto da comunidade (CRUVINEL,
SILVEIRA E SOARES 2011)
No Brasil, o número de infecções hospitalares causadas por
Staphylococcus aureus corresponde de 40% a 80%, principalmente na UTI (VILELA
2009)
Enterococcus: são bactérias comensal presentes na microbiótica do
homem, porém podem comporta-se como agente infeccioso principalmente em
pacientes cujos fatores de riscos estão presentes, são patógenos oportunista
reconhecido, como causa importante de infecção na UTI. A terapêutica desta infecção
tem se mostrando limitada, uma vez que os enterococcus vêm adquirindo resistência a
vários antimicrobianos. (FURTADO ET. AL 2005).
De acordo com Vranjac (2005), as principais espécies de
enterococos que causam infecções no homem são Enterococcus faecalis (80 a 90%) e
Enterococcus faecium (5 a 15%), A aquisição da infecção por enterococcus
geralmente ocorre a partir da microbiota endógena após manipulação do trato
gastrointestinal, por transmissão cruzada através das mãos dos profissionais de saúde
e através de equipamentos/artigos médicos (termômetros, estetoscópios) e superfícies
(mesa, maçaneta, telefone, bandeja de medicação) contaminadas que servem como
fontes de transmissão.
Klebsiella : as espécies de Klebsiella spp. podem causar vários
tipos de infecções, principalmente hospitalares, e têm merecido destaque pelos seus
variados e emergentes mecanismos de resistência, se destaca entre os patógenos
causadores de infecções na UTI. Os fatores de riscos mais importantes encontrados
foram: ventilação mecânica, escores clínicos e cirurgia cardíaca. Este microorganismo
aumenta drasticamente no ambiente hospitalar e causa infecções em diferentes órgão
e sistemas como no trato urinário e Sistema Nervoso Central (ALMEIDA 2005).
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São encontrado em locais como água, solo, plantas e esgoto, sua
colonização em seres humanos provavelmente ocorre por contato com as diversas
fontes ambientais e pode ser encontrada colonizando a orofaringe e fezes de pessoas
sadias, já no organismo de pessoas imunocomprometidas esta bactéria encontra um
ambiente propício para seu crescimento, levando aos quadros de infecções graves
(OLIVEIRA ET. AL 2011).
6. CONCLUSÃO
Embora as principais causas de infecção hospitalar estejam
relacionadas com o doente suscetível à infecção e com os procedimentos, técnicas e
terapêuticos utilizados no tratamento, não podemos deixar de considerar a grande
parcela de responsabilidade da equipe multiprofissional, relacionada aos padrões de
assepsia, higiene e as técnicas empregadas na recuperação do paciente na UTI.
Verificamos que as Infecções podem ser agravadas através de
veículos como mãos, secreção salivar, fluidos corpóreos, ar e materiais contaminados,
como por exemplo, equipamentos e instrumentos utilizados em procedimentos
médicos, lembrando que muitos destes procedimentos são invasivos elevando o risco
da infecção.
Os patógenos mais comuns envolvidos nas infecções do pacientes
atendido na UTI são: Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus
aureus e Enterococcus spp, cada vez mais resistentes ao tipo de tratamento
disponível, com isso aumentando o tempo de internação, exigindo medicamentos de
custo mais alto e um aumento na morbidade e mortalidade.
Conclui-se que as superfícies inanimadas frequentemente tocadas e
equipamentos próximos ao paciente na UTI, contaminam-se por bactérias assim
observa-se a necessidade de reforçar as mediadas de controle, redução e prevenção
da
disseminação
de
microorganismos,
alem
de
dedicar
maior
atenção
à
descontaminação de superfície e equipamento na UTI. Procedimento simples como
lavagem corretas das mãos entre um paciente e outro contribui bastante para diminuir
a disseminação de microorganismo na UTI.
7. REFERÊNCIA
13
ALMEIDA; Marcelo Couto Luna de, Sepse de Origem Hospitalar por Klebsiella spp
em Unidade Neonatais: Evolução Clínica. Dissertação Apresentada à Faculdade de
Medicina da Universidade São Paulo para Obtenção do Titulo de Mestre em Ciências.
2005.
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Pneumonias
Nasocomiais
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http://www.webartigos.com/artigos/prevencao-das-principais-infeccoes-em-utipneumonias-nasocomiais-e-infeccoes-do-tratourinario/52580/#ixzz2FVjNosUf
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Título:
INFECÇÃO NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: PRINCIPAIS
AGENTES CAUSADORES
Assunto:
Autor:
Telefonica
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31/12/2012 06:42:00
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