LEVANTAMENTO E MODELAGEM PARAMÉTRICA DE EDIFÍCIO

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LEVANTAMENTO E MODELAGEM PARAMÉTRICA DE EDIFÍCIO
José Henrique Fadel Gobbo, Eduardo Carvalho Witt, Gisele Pinna Braga
Universidade Positivo, Universidade Federal do Paraná
[email protected], [email protected], [email protected]
1. INTRODUÇÃO
As atuais possibilidades tecnológicas de
geração paramétrica da forma abrem espaço
para estudos sobre um novo tipo de
arquitetura. Como colocado no livro de
Khabazi (2009) são tempos de algoritmos e
scripts capazes de quebrar limites; um
catálogo de multiplicidade que combina
criatividade e ambição. Nasce daí uma
proposta de levantamento de um conjunto de
edifícios existentes, adotados como objeto
de estudo e subsequente modelagem
paramétrica generativa, a fim de se obter
intervenção na forma do edifício de modo a
melhorar as condições de conforto sonoro de
cada unidade habitacional.
A pesquisa busca alcançar a melhor
geometria paramétrica para esta questão,
através de estudos e testes em softwares.
Tem como objetivo gerar alternativas para
um projeto arquitetônico mais objetivamente
relacionado com seu contexto de inserção.
2. PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS
O processo de parametrização se
inicia com dados externos combinados com
fórmulas matemáticas, que por meio de
algoritmos transformam informações em
modelos
digitais.
Essas
geometrias
posteriormente podem ser transformadas em
produto real, podendo ser executadas com
diferentes materiais e estruturas, dependendo
da tecnologia de fabricação.
Inicialmente foi escolhido um
conjunto de edifícios habitacionais adotado
como objeto de estudo, pesquisou-se sobre
suas principais deficiências que poderiam
ser requalificadas através da modelagem
paramétrica.
Este conjunto localiza-se entre as
ruas Maurício Nunes Garcia e José Ananias
Muad que acabam perpendicularmente a Av.
Comendador Franco, no bairro Jardim
Botânico, em Curitiba.
Adotada uma base de informações
referentes ao local de inserção dos edifícios
e as necessidades de seu tipo de uso, em
entrevista com as pessoas que os utilizam e
estudos na região, evidenciou-se a principal
carência em termos arquitetônicos do objetomodelo construído: o conforto acústico.
Implantado próximo a uma avenida
de ligação intermunicipal, em nível mais
baixo, o edifício não possui nenhum tipo de
controle acústico. Considerando seu uso –
habitação – a pesquisa identificou irritação
sonora com o ruído de automóveis ao longo
do dia, observado que é uma área de tráfego
intenso.
Os testes de parametrização foram
feitos utilizando o software de modelagem
tridimensional, Rhinoceros, agregado a um
“plug-in” responsável por receber, gerar e
gerenciar informações: Grasshopper.
As geometrias foram criadas
parametricamente através de dados inseridos
nestes programas (medidas, coeficientes,
fórmulas matemáticas, dentre outros) de
modo a permitir sua transformação com a
alteração dos parâmetros, o que possibilitou
a simulação de diferentes situações
volumétricas.
Buscando uma solução que não
descaracterizasse o projeto existente e ao
mesmo tempo fosse uma proposta que
pudesse ser facilmente aplicada em outros
casos, optou-se pelo desenvolvimento de um
elemento arquitetônico agregado à geometria
existente do edifício. Assim desenvolveu-se
um anteparo de placas de vidro que
absorvessem o som. O algoritmo
paramétrico foi desenvolvido incluindo-se
no software os dados de poluição sonora do
local e dinâmicas de absorção sonora
segundo os enunciados de Souza et. al.
(2003). Obteve-se assim o dimensionamento
ideal dos elementos propostos.
Figura 1: Representação gráfica do algoritmo
desenvolvido para a modelagem dos edifícios e
dimensionamento das placas.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Esta proposta de projeto paramétrico
resultou na criação de um anteparo em vidro
que não alterou o que já está construído,
criando uma base geométrica apenas
exterior,
pretendendo
requalificar
e
revitalizar o conjunto de edifícios.
Através de lâminas, de formato circular,
foi possível reduzir o impacto do som direto
em cada abertura (janela). As placas
sobrepostas em camadas estão localizadas
dependendo da necessidade de absorção
sonora, com base em coeficientes numéricos
referentes às condições ambientes.
O material translúcido não afeta a visual
das aberturas, o distanciamento entre as
camadas de lâminas de vidro não
interrompem a ventilação e, o edifício então,
possui uma nova forma, protegida
acusticamente contra o ruído da região onde
está implantado, sem modificação no que já
estava construído anteriormente. As imagens
a seguir ilustram o antes e o depois da
intervenção proposta.
Figura 1: edifícios sem a intervenção paramétrica
Figura 2: edifícios com anteparos paramétricos
propostos
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por ser resultado da compilação de
informações numéricas e objetivas, a
geometria produzida resulta mais justa e
compatível com o contexto do projeto.
Nasce uma geometria alcançada através
de parâmetros ambientais e de problemática
existente, acústica. O modelo resultante,
passa a ser reflexo de condições do seu
entorno e de seu uso, tendo um “porquê” a
cada parte de sua forma, e não mais um
simples desejo compositivo, e ainda sem
afetar o objeto já construído.
REFERÊNCIAS
KHABAZI, M. “Algorithmic Modelling
With Grasshopper.” Disponível em:
http://issuu.com/pabloherrera/docs/algor
ithmicmodelling
SOUZA, L. C. L., ALMEIDA, M. G.;
BRAGANÇA, L. “Bê-A-Bá da Acústica
Arquitetônica: ouvindo a Arquitetura”,
Bauru: 2003.
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