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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
MINHOCULTURA, UMA ATIVIDADE RENTÁVEL E ECOLÓGICA
Por: Bento Kazama
Orientador
Prof. Nelson Magalhães
Rio de Janeiro
2011
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
MINHOCULTURA, UMA ATIVIDADE RENTÁVEL E ECOLÓGICA
Apresentação
Candido
de
Mendes
monografia
como
à
requisito
Universidade
parcial
para
obtenção do grau de especialista em Engenharia de
Produção.
Por: Bento Kazama
3
AGRADECIMENTOS
.... à minha esposa Sidéria, à minha
filha Carla, agradeço pelo incentivo e
apoio.
4
DEDICATÓRIA
..... ao meu pai (in memoriam) e à minha
mãe pelo esforço e dedicação para que
através dos estudos eu pudesse adquirir
conhecimentos necessários para exercer
a minha profissão.
5
RESUMO
Esta monografia foi planejada e escrita com o objetivo de esclarecer ao
máximo as dúvidas das pessoas que pretendem iniciar-se no ramo da
minhocultura.
Em nenhum momento tive a pretensão de esgotar os assuntos
tratados nesta monografia, mesmo porque ainda há muito para se descobrir
sobre este magnífico ser, a minhoca.
No capítulo I será estudada a minhoca. Definição dentro da classe
biológica em que está inserida, anatomia, reprodução, locomoção, as raças
mais conhecidas no Brasil e o habitat.
No capítulo II será estudado o minhocário, isto é, o local em que será
desenvolvida a criação da minhoca. Veremos a descrição dos tipos mais
facilmente encontrados, o planejamento e gerenciamento necessários, como
escolher o local adequado para instalação, legalização do projeto, construção e
manejo.
No capítulo III será efetuada a explanação de como comercializar os
produtos advindos da minhocultura, tais como, húmus, matrizes, minhocas
para pesca e casulos.
6
METODOLOGIA
A metodologia utilizada será pesquisa bibliográfica em “sites”
especializados da internet,
artigos de revistas,
periódicos e livros de
referência no assunto, tais como:
- LONGO, ALCYR D., Minhoca - de fertilizadora do solo a fonte alimentar,
Ícone Editora Ltda, 4ª Edição, 1995.
- PEREIRA, JOSÉ EDUARDO, Manual Prático sobre Minhocultura, Editora
Nobel, Edição 2000.
- SOUZA, VALÉRIA COSTA ELLER DE, Minhocultura - Construção e Manejo
do Minhocário, Coleta do Húmus e Comercialização, LK Editora, Edição 2008;
e outros.
Este estudo será apresentado em vários capítulos em que serão
definidos ou apresentados detalhadamente cada um dos objetos que
compõem a atividade minhocultura.
Para facilitar o entendimento, em cada uma das definições
ilustrados com fotos, desenhos ou tabelas.
serão
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
08
CAPÍTULO I - Minhocas
10
CAPÍTULO II - Minhocários
30
CAPÍTULO III - Comercialização
45
CONCLUSÃO
48
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
49
ÍNDICE
50
INDICE DE FIGURAS
52
8
INTRODUÇÃO
Sempre os agricultores foram excelentes observadores da natureza e
desde muito tempo aprenderam a diferenciar, à sua maneira, os solos pobres
dos solos férteis.
Um dos elementos que ajudava nessa diferenciação era a presença de
minhocas: sua existência nas áreas de cultivo era geralmente associada às
melhores produções.
As modernas técnicas intensivas de preparo e manejo do solo,
infelizmente, promoveram o empobrecimento das terras, reduzindo seus teores
de matérias orgânicas e, conseqüentemente, a população de minhocas nos
campos.
Verificamos que com o desgaste do atual modelo de produção agrícola
apoiado no uso intensivo de insumos externos às propriedades rurais, surgiu a
necessidade de uma nova forma de fazer agricultura, baseada em práticas
que, além de técnica e economicamente viáveis, sejam adequadas do ponto
de vista ambiental e incentivadoras da autonomia dos agricultores.
Baseado neste contexto, a Agroecologia impulsionou a produção de
adubos orgânicos de qualidade e as minhocas passaram a ser novamente
reconhecidas e valorizadas como parte fundamental no processo de
reciclagem dos nutrientes nas propriedades rurais, em especial aquelas que
trabalham com a integração entre plantas e animais.
Existem dezenas de benefícios em produzir e utilizar o húmus de
minhoca ou vermicomposto. De uma forma geral, é possível produzir húmus
com qualquer material que se decomponha; logo, qualquer resíduo orgânico
9
disponível na propriedade rural pode ser utilizado. O húmus de minhoca, que é
simplesmente as excreções da minhoca, quando aplicado ao solo, atua de
forma benéfica sobre suas características físicas, químicas e biológicas,
favorecendo a sua conservação e auxiliando o desenvolvimento das plantas.
A minhocultura é a criação racional de minhocas, sob condições
controladas, com o objetivo de produzir húmus para adubação orgânica,
minhocas para alimentação humana e de animais, como peixes, pássaros, rãs
etc., e também para produzir ração farinha de minhoca. Embora seja uma
atividade adaptada à pequena escala de produção, por sua simplicidade de
manejo, a sua expansão na propriedade familiar, como fonte alternativa de
renda, dependerá apenas do espaço físico do minhocário e da disponibilidade
da matéria orgânica e mão-de- obra.
10
CAPÍTULO I
MINHOCAS
1.1 - O QUE SÃO MINHOCAS?
As Minhocas são anelídeos (Annelida - do latim annelus, pequeno anel +
ida, sufixo plural), da classe Oligochaeta, vermes segmentados com o corpo
formado por "anéis" - do filo Annelida (www.simbiotica.org).
Existem milhares de espécies destes animais em praticamente todos os
ecossistemas terrestres, marinhos e de água doce. Encontram-se anelídeos
com tamanhos que variam de menos de um milímetro até mais de 3 metros
(PEREIRA,2000).
1.2 - FORMAÇÃO DA CLASSE FILO ANNELIDA
O filo Annelida é formada por três grandes classes: Polychaeta,
Oligochaeta e Hirudinea, é constituído por organismos que apresentam corpo
mais ou menos cilíndrico e alongado (LOPES, 2002).
1.2.1 - POLYCHAETA
Polychaeta (poliquetos), do grego polys (muitos) e chaeta (pelo,
cerda) é uma classe de anelídeo que inclui cerca de três mil e quinhentas
espécies de vermes (PEREIRA, 2000). A grande maioria das espécies é típica
de ambiente marinho, mas algumas formas ocupam ambientes de água doce
ou salobra.
11
1.2.2 - OLIGOCHAETA
Oligochaeta ou oligoqueta é uma super-classe de anelídeos
segmentados que inclui a minhoca. O nome da classe deve-se ao fato de
existirem, nos seus representantes, poucos apêndices ou cerdas no corpo.
(oligos = pouco e chaete = cerdas), possuem clitelo, região espessada da
epiderme, que produz o casulo onde os ovos são abrigados (LOPES, 2002).
1.2.3 - HIRUDINEA
Hirudinea (antigamente chamados aquetas, ou seja sem cerdas,
contrariamente às outras classes do seu filo) por exemplo os sanguessugas,
são anelídeos que se alimentam de sangue de outros animais (hematófogo).
São animais hermafroditos, não possuem cerdas e que possuem ventosas
para sua fixação (PEREIRA, 2000).
A classe Hirudinea é formada de organismos com o corpo de
forma achatada dorsoventralmente e segmentado, porém a segmentação
externa não corresponde à interna; a maior parte das estrias que limitam
externamente os anéis são sulcos superficiais; os limites de cada segmento
interno podem ser percebidos na face dorsal em virtude da existência das
chamadas papilas segmentares (LOPES, 2002).
1.3 - ANATOMIA DOS ANELÍDEOS
A grande diferença entre os vermes anelídeos e os outros vermes
estudados é a organização do corpo nos primeiros, em segmentos ou anéis,
que se repetem no sentido do comprimento do animal. Cada um dos
segmentos ou anéis que constituem o corpo dos anelídeos é chamado
12
metâmero. A metamerização
geralmente se evidencia tanto nos aspectos
internos como no externos, incluindo músculos, nervos, sistemas circulatórios,
excretor e reprodutor.
1.3.1 - ANATOMIA DAS OLIGOQUETAS
Os animais anelídeos da classe Oligoquetas que incluem as
minhocas, estão distribuídas pelos solos úmidos de todo o mundo, algumas de
apenas centímetros e outras com um a dois metros de comprimento, caso da
minhocuçu. (www.saberweb.com.br)
Elas são animais subterrâneos e vivem enterradas, escavam
galerias e canais, buscando abrigo e restos vegetais, seu principal alimento,
ingerido com grandes quantidades de terra. Elas são, portanto, animais
detritívoros, pois se alimentam de detritos de várias origens, que compõem o
húmus (www.saberweb.com.br).
As minhocas possuem o corpo cilíndrico, alongado, com a boca e
o ânus, em extremidades opostas; e um anel mais claro, o clitelo, mais próximo
da região anterior (www.saberweb.com.br).
Passando o dedo na sua região ventral, de trás para a frente,
sentimos que a pele do animal é áspera, devido à presença de fileiras de
microscópicas cerdas de quitina. As minhocas fixam as pontas das cerdas no
solo, facilitando o seu arrastamento, quando contrai a forte musculatura da
parede do corpo.
A epiderme das minhocas é coberta por uma fina cutícula de
quitina e produz bastante muco, o que as torna viscosas, diminuindo o atrito
com o solo e facilitando o arrastamento. O muco ainda protege a pele quando
em contato com substâncias tóxicas ou nocivas e garante a umidade
13
indispensável para as trocas dos gases respiratórios em toda a superfície do
corpo. Esta é a chamada respiração cutânea (www.saberweb.com.br)
O tubo digestivo dos anelídeos é completo: iniciado pela boca;
depois a faringe, que se comunica com o esôfago; depois o intestino e depois
o intestino terminal que geralmente é curto. O sistema digestivo da minhoca é
completo, isto é, possui duas aberturas. a boca e o ânus. A boca, localizada no
primeiro segmento da região anterior, abre-se sob um lábio musculoso, o
prostômio, à boca segue-se uma faringe curta, ligada à parede do corpo por
muitos feixes musculares. Após a faringe encontra-se a moela que é uma
porção dilatada do tubo digestivo; a moela é muito musculosa e sua função é,
graças às contrações de suas paredes, triturar o alimento que por ali passa. A
dieta alimentar da minhoca consiste em detritos vegetais em decomposição e
pequenos microorganismos. 0 alimento juntamente com a terra é ingerido
graças à sucção provocada pela contração dos músculos da faringe. Na
moela, ocorre a digestão mecânica do alimento. As contrações da moela
atritam partículas de terra contra o alimento, o qual, dessa forma, fica
finamente fragmentado. Após a triturarão na moela, o alimento passa para o
intestino, onde enzimas digestivas são secretadas . A digestão ocorre
extracelularmente. Após a digestão extracelular, o alimento é absorvido.
No intestino, mais ou menos na altura do trigésimo segmento,
existem duas expansões laterais: os cecos intestinais. No intestino, na porção
que continua por trás dos cecos, existe uma prega longitudinal interna, o
tiflossole . Ambas as estruturas, cecos e tiflossole, têm o mesmo significado
funcional: aumentar a superfície de contato com o alimento digerido,
fornecendo assim uma maior superfície de absorção. Os restos não
aproveitados são eliminados pelo ânus.
O
sistema
excretor
dos
anelídeos
é
constituído
por
metanefrídeos, distribuídos aos pares em cada segmento; estes canais
começam dentro de uma câmara celômica.
14
O sistema circulatório da minhoca é totalmente separado da
cavidade do corpo e composto por dois grandes vasos que percorrem o animal
no sentido do comprimento; um sobre o intestino, o vaso dorsal que é contrátil
e um abaixo do intestino, o vaso ventral. Existe também um vaso longitudinal
menor que estes dois, que corre ventralmente ao sistema nervoso e é
chamado de vaso subneural. Os vasos longitudinais ligam-se entre si através
de 4 grandes vasos circulares situados um antes, um sobre e dois depois da
moela. Esses vasos circulares possuem elevada capacidade de contração e
funcionam como coração que impulsionam o sangue pelo sistema circulatório.
O sangue apresenta coloração vermelha devido a presença da
hemoglobina. Dependendo da espécie, os oligoquetas têm 2 a 3 pares de
corações aórticos.
O sistema nervoso é constituído por uma cadeia nervosa
ganglionar e ventral formada por um anel nervoso anterior e um par de
gânglios nervosos para cada segmento do corpo de onde partem ramificações
nervosas para as diferentes partes do organismo.
O sistema nervoso é ganglionar e não comporta sistema
sensorial. Por isso, os oligoquetas não têm antenas, olhos ou tentáculos. No
entanto, há células receptoras que conseguem detectar a luz ou ausência dela.
O sistema sensorial é pouco desenvolvido; raramente são
encontrados órgãos visuais; na maioria dos representantes existem apenas
células sensoriais difusas.
A respiração dos vermes segmentados é branquial ou cutânea; as
brânquias são órgãos de forma variável, servindo para retirar o oxigênio e
eliminar o gás carbônico nos anelídeos de vida aquática; nos de vida terrestre
15
as trocas gasosas com o meio são feitas a partir da epiderme que necessita
estar úmida pela ação do muco para permitir a respiração .
Figura 1 - Anatomia da Minhoca
Fonte: www.saberweb.com.br
1.4 - REPRODUÇÃO
As minhocas são hermafroditas, isto é, possuem órgãos reprodutores
masculinos e femininos em um mesmo indivíduo. Só que elas não podem se
autofecundar, necessitando da presença de um parceiro para a reprodução
(PEREIRA, 2000).
16
1.4.1 - ANATOMIA DOS APARELHOS REPRODUTORES
Externamente podemos notar na face inferior, 3 pares de orifícios
nos segmentos de números 6, 7 e 8. Cada orifício abre-se, internamente, para
um receptáculo seminal. Na região do clitelo existe um par de orifícios, os
poros genitais femininos. Cada um deles abre-se, internamente, para um
oviduto em forma de funil. Na altura do 189 segmento existe ainda um par de
orifícios. Cada orifício é abertura do duto deferente.
O aparelho reprodutor feminino é composto por um par de
ovários. Próximo aos ovários existem dois ovidutos em forma de funil, que
abremúse no par de orifícios do clitelo. Fazem parte também do aparelho
reprodutor feminino os 3 pares de receptáculos seminais, que se abrem nos
segmentos de números 6, 7 e 8.
O aparelho reprodutor masculino é composto por 2 pares de
testículos, cada par situado nos segmentos de números 10 e 15. Próximo a
cada testículo existe um funil espermático. Os dois funis espermáticos de cada
lado unem-se, formando dois ducos deferentes cada um deles, desembocando
no poro genital masculino do 18 metâmero. Cada testículo com seu respectivo
funil espermático esta contido no interior de uma vesícula seminal. Existe
também um par de glândulas prostáticas que desembocam, cada uma em um
duto deferente.
1.4.2 - ACASALAMENTO
Para iniciar o acasalamento, as minhocas se unem em sentido
contrário, e segregam um muco viscoso que irá envolvê-las em mantê-las em
perfeita união (PEREIRA, 2000).
17
A partir daí, há a liberação de sêmen dos poros genitais
masculinos de um indivíduo para os receptáculos seminais do outro, onde eles
ficam armazenados. O acasalamento dura em torno de 30 minutos (PEREIRA,
2000).
Separadas após o acasalamento, o clitelo (o que só os indivíduos
adultos possuem) de cada minhoca segrega um muco gelatinoso na forma de
um anel em cujo interior os óvulos penetram. A seguir por movimentos
corporais a minhoca faz com que esse anel deslize no sentido da sua cabeça.
O anel, ao passar pelas espermatecas, recebe o sêmen com os
espermatozóides, ocorrendo no seu interior a fecundação dos óvulos
(PEREIRA, 2000).
Ao sair pela cabeça da minhoca, o anel se fecha na forma de um
casulo, contendo em seu interior de três a oito ovos. Em torno de 15 a 20 dias
de incubação saem de cada casulo de duas a quatro minhocas jovens. Com 40
a 60 dias de vida, elas atingem a maturidade sexual, podendo acasalar-se.
Calcula-se que duas minhocas no fim de um ano possam propagar-se em mais
de três mil descendentes (PEREIRA, 2000).
Figura 2 - Formação de Casulo
Fonte: Longo, 1995
18
Figura 3 - Cópula da Minhoca
Fonte: SOUZA, 2008
Figura 4 - Casulos
Fonte: SOUZA, 2008
O conhecimento dos casulos pode colaborar fundamentalmente
no levantamento ecológico de espécies de minhocas numa determinada
região, especialmente quando as populações não são tão numerosas. Além
da presença de pedotúbulos (túneis formados no solo pela ação de raízes e de
criaturas edáficas, incluindo as minhocas) e da deposição de coprólitos
(grânulos enrijecidos de massa fecal) de minhocas, a observação dos casulos,
embora não seja conclusiva, pode também ser indicativa de existência de uma
espécie de minhoca (www.zoonews.com.br).
Nas minhoculturas que lidam com associação de espécies, a
identificação precisa dos casulos das minhocas criadas conjuntamente é
importante para se avaliar o potencial reprodutivo.
Identificando e
quantificando casulos semelhantes, se pode tomar decisões com brevidade
relativas ao uso de um determinado tipo de substrato, à estação do ano, à
densidade populacional e à umidade para se assegurar a reprodução sempre
em níveis incrementados. Na escassez de artigos científicos e de qualquer
outra literatura que propusessem um agrupamento dos casulos de minhocas
do grupo megadrili (grupo de famílias de minhocas compridas e de habitat
terrestre) segundo os aspectos com que são gerados, a proposta de
classificação será a seguinte, em relação aos parâmetros:
19
Pigmentação - Nesse parâmetro, embora a coloração do casulo
se escureça
com
o
decorrer da
incubação,
em
que
transcorre
o
desenvolvimento embrionário, propõe-se considerar sua pigmentação próximo
de sua postura: esbranquiçado, amarelado, esverdeado, ou amarronzado
(www.zoonews.com.br).
Número de afilamentos - A formação de todo casulo resulta no
fechamento de ambas as bordas da cápsula que envolve o corpo da minhoca,
ao se livrar dela pela cabeça: a primeira ponta formada é, geralmente, menos
protuberante que a outra, quando a minhoca definitivamente deixa o casulo.
Esse processo gera duas extremidades aparentes ou não, com ou sem
afilamentos, dependendo da espécie de minhoca. Nesse parâmetro, propõe-se
considerar a quantidade de afilamentos aparentes do casulo: acúspide
(quando não há afilamentos), unicúspide (quando há um afilamento) e
bicúspide (quando há dois afilamentos) (www.zoonews.com.br).
Formato - Ainda que a textura e a umidade do substrato onde os
casulos foram produzidos possam alterar o seu formato, o aspecto das ootecas
é uma característica constante e peculiar de cada espécie de minhoca. Nesse
parâmetro, propõe-se considerar os formatos de casulo cilíndrico (forma roliça
com o diâmetro semelhante em toda a sua extensão), esférico (forma
arredondada)
e
oval
(forma
elíptica,
semelhante
à
do
ovo)
(www.zoonews.com.br).
Tamanho - Via de regra, o tamanho do casulo está relacionado
diretamente à dimensão da espécie da minhoca: há uma relação quase
invariável entre o peso de minhocas adultas e o peso de casulos entre as
espécies do anelídeo da ordem de 0,98. Embora haja espécies como
Amynthas gracilis e Perionyx excavatus, por exemplo, que produzem casulos
menores que os de espécies menos compridas que elas, como a Eisenia fetida
e Eisenia andrei, quanto maior a espécie, maior será o casulo gerado.
Desconsideram-se, entretanto, os casulos gerados por espécimes jovens, e,
20
portanto, menores, embora já púberes, e os indivíduos sobreviventes em
condições precárias. Nesse parâmetro, propõe-se ponderar a maior medida do
casulo para enquadrá-lo em cinco divisões de tamanho: muito pequeno (menor
que 2mm), pequeno (entre 2mm e 5mm), médio (entre 5mm e 20mm), grande
(entre
20mm
e
70mm)
e
muito
grande
(maior
que
70mm)
(www.zoonews.com.br).
1.5 - LOCOMOÇÃO
A locomoção da minhoca faz-se através da contração dos músculos
circulares e longitudinais e graças à presença do fluido celomático, que
preenche os metâmeros. e serve de esqueleto hidrostático.
Auxiliando os movimentos da minhoca existe, ao lado de cada metâmero
(com exceção do primeiro e do último) um par de cerdas quitinosas . Essas
cerdas, quando o segmento esta distendido, são recolhidas. No entanto,
quando o segmento esta contraído, as cerdas eriçam-se. Como o
deslocamento é efetuado graças as distensões e contrações que se propagam
do primeiro ao último segmento, as cerdas eriçam-se e recolhem-se
alternadamente, apoiando-se as saliências do terreno e auxiliando a
locomoção.
1.6 - RAÇAS MAIS CONHECIDAS NO BRASIL
Entre milhares de raças existentes no mundo, estas são as mais
conhecidas no Brasil:
Minhoca do brejo (Pheretima hawayana) - Tem 45 a 170 mm e faz parte
do grupo das puladeiras. É avermelhada (www.agrov.com).
21
Pheretima, encontrada facilmente na terra em lugares
úmidos,
observando externamente um animal adulto, podemos perceber que seu corpo
é formado por 85 a 95 segmentos, todos aproximadamente do mesmo
tamanho. Se numerarmos os segmentos a partir da região anterior, notaremos
que, ocupando os segmentos de número 14,15 e 16, existe uma região mais
dilatada e mais clara que o resto do corpo, o clitelo. A face superior do animal
é normalmente mais escura que a face inferior. No primeiro segmento localizase a boca e, no último, abre-se o ânus (www.agrov.com).
Minhoca da noite (Lumbricus terrestris) - Mede 90 a 300mm e é muito
encontrada nos pomares. É avermelhada (www.agrov.com).
Embora esta não é a minhoca mais abundante, nem mesmo na sua área
de distribuição natural, é uma espécie de minhoca muito visível e familiar no
jardim e nos solos agrícolas da zona temperada, e é frequentemente visto na
superfície, ao contrário da maioria outras minhocas.
Criodrilus lacuum - Habita solos encharcados. Do grupo das minhocas
vermelhas (www.agrov.com).
Vermelha da Califórnia (Eisenia phoetida) - Conhecida também como
minhoca dos montes de esterco, é de origem européia e se adapta facilmente
ao canteiro, sendo muito prolífera, isto é, se reproduz rapidamente
(www.agrov.com).
Ela tem uma capacidade de, muito rapidamente, transformar o alimento
em que vive em húmus, por esse motivo é a espécie mais usada na criação de
minhocas para a produção de vermicompostos.
Seu comprimento varia de 60 a 120 mm, possui cerca de 3 a 6 mm de
diâmetro e tem de 80 a 120 anéis. O seu peso fica em torno de 0,73 a 1 grama
(www.agrov.com).
22
As condições ideais para o desenvolvimento dessa minhoca em cativeiro
são: pH próximo ao neutro (7,0), umidade do ar em torno de 70 a 80%, e
temperatura de 15 a 23ºC (www.agrov.com).
Figura 5 - Vermelha da Califórnia
Fonte: www.ruralnews.com.br
Eisenia lucens - É encontrada com mais freqüência nos solos de
pastagem próximos a rios e lagos. Avermelhada (www.agrov.com).
Figura 6 - Eisenia Lucens
Fonte: calphotos.berkeley.edu
Minhoca do campo (Allolobophora caliginosa) - Mede entre 60 e 170mm.
Não é muito boa reprodutora, mas se adapta bem às condições brasileiras.
23
Trabalha a cerca de 25 cm da superfície e se dá melhor em pastagens. É
cinzenta (www.agrov.com) .
Minhocuçu (Rhinodrilus alatus e Glossoscolex spp) - Pode chegar a mais
de 1 metro de comprimento, e diâmetro de até 5 cm. Não dá para confundir
com uma cobra porque não tem cabeça com formato pronunciado nem rasteja
como ela. Apesar do tamanho, fica bem próxima da superfície, logo abaixo das
raízes das gramíneas. É importante para o solo porque produz grande volume
de húmus (www.agrov.com).
Figura 7 - Minhocuçu
Fonte: www.hypescience.com
Pálida (Octolasium lacteum) - Seu comprimento varia entre 30 e 180 mm
e vive cerca de 25 cm da superfície. Exige pouca quantidade de matéria
orgânica para sobreviver, mas prefere as baixadas, que são mais úmidas
(www.agrov.com) .
Microscolex phosphoreus - É branca e mais parece um fio de cabelo.
Trabalha só à noite porque age na primeira camada do solo, quase na
superfície (www.agrov.com) .
Gigante Africana (Eudrilus eugeniase) - É nativa da África Ocidental e é
muito utilizada para o comércio de iscas para pesca, por possuir um porte
maior (SOUZA, 2008).
24
Figura 8 - Gigante Africana
Fonte: Souza, 2008
Essa espécie é exigente quanto à temperatura interna do canteiro, que
deve ficar em torno de 20 a 25ºC, e a sua reprodução e crescimento podem
ser comprometidos quando esses índices estão abaixo ou acima dessa faixa,
podendo causar a morte das minhocas. O pH deve estar próximo a 7 (neutro) e
a umidade do ar em torno de 70 a 85% (SOUZA, 2008).
Seu comprimento pode variar de 200 a 350 mm, possui cerca de 5 a
9mm de diâmetro, e tem 80 segmentos no nascimento e cerca de 280 na sua
fase adulta. O seu peso varia de 2,40 a 3,70 gramas (SOUZA, 2008).
A gigante africana é mais espessa na extremidade anterior, mas seu
corpo se afina até chegar a cauda (SOUZA, 2008).
1.7 - HABITAT
Em relação ao habitat dos anelídeos podem ser aquáticos, marinhos ou
de água doce e terrestres vivendo em lugares sombrios, debaixo de pedras e
folhas ou escavando galerias no solo, onde passam a viver.
25
O habitat natural ideal para as minhocas é, em geral, aquele
representado pelos solos úmidos (20% a 25%), porosos, fofos, nitrogenados,
ligeiramente alcalinos, que contenham suficientes reservas de nutrientes
formados pela decomposição de vegetais ou de outros materiais (LONGO,
1995).
Em certos ambientes, tidos como altamente poluídos, proibitivos para a
sobrevivência da maioria dos organismos complexos, encontram-se certos
representantes de anelídeos: "Tubifex", que, incrivelmente, resistem a
saturação de DDT de até 100 mg/kg. Essas minúsculas formas de anelídeos,
de aparência filamentar e avermelhadas, ainda suportam a presença do
vinhoto das destilarias de açúcar, ou os elevados teores de ácido sulfúrico
registrados nos despejos industriais dos estabelecimento têxteis. Fixam-se nas
partículas mecânicas (no substrato) do fundo; como gramíneas com o
enraizamento de baixo para cima, agitam seus corpos separando ínfimas
quantidades de oxigênio, com o que se satisfazem. Bastam-lhes acanhadas
presenças de 3 ml/l de O2 para que vivam e proliferem. Até o interior das
fossas sépticas lhes é favorável (LONGO, 1995).
A ausência de luz azul é ideal para as minhocas. São, conforme já
mencionado, lucífugas, tolerando apenas a luz vermelha (LONGO, 1995).
Aquelas que nos interessam para fins comerciais, preferem temperaturas
ambientais entre 12 e 18ºC. Entretanto há espécies que se adaptam a
gradientes entre 12º e 25ºC (LONGO, 1995).
Segundo as estimativas (LONGO, 1995), existem fabulosas colônias de
seres num metro quadrado de solo natural agricultável, que podem ser assim
distribuídos:
26
Protozoários
Nematóides
Ácaros
Colêmbolos
Centopéias
Formigas
Larvas de insetos
Minhocas adultas
Minhocas jovens
Moluscos
Total aproximado
1.500.000.000
21.000.000
100.000
50.000
2.500
250
250
800
20.000
50
1.521.173.850
Figura 9 - Estimativa de Colônia de Seres num
metro quadrado.
Fonte: LONGO, 1995
Quando chove muito o solo fica encharcado e as minhocas fogem para a
superfície. Não é a presença excessiva de água que as amedronta e as impele
para cima. A falta de oxigênio e a saturação de dióxido de carbono (CO2) são
os fatores principais (LONGO, 1995).
Os milhões de microrganismos conviventes no subsolo consomem
rapidamente todo o oxigênio disponível nos seu interstícios porosos. Exalam
CO2, que não consegue dissipar-se no espaço exterior devido à camada
líquida que o retém. No risco de morrerem pela falta de oxigênio, as minhocas
sobem rapidamente à procura de espaços respiráveis. Aí são capturadas às
centenas pelas aves ou por outros predadores que as aguardam atentamente
(LONGO, 1995).
Grandes quantidades também perecem nessas circunstâncias ao se
exporem à radiação solar que as dessecam rapidamente.
Mesmo na ocorrência de chuvas passageiras, a impregnação superficial
do solo pelas águas caídas já caracteriza situações insuportáveis para as
minhocas, obrigando-as a subirem para a camada exterior
27
Enfatizamos esses detalhes que deverão ser levados em conta na
construção e nos manejos zootécnicos dos minhocários
Para a plena continuidade de uma população de anelídeos, num
determinado volume espacial, a água (teor de umidade) representa muito mais
do que a temperatura.
O controle da umidificação é imperativo, pois que
sendo insuficiente ou opostamente , excessivo, promove a debandada dos
animais. Carentes de quantidades à altura de usa demanda fisiológica,
reduzem a movimentação, desaceleram o metabolismo e arrefecem os
instintos reprodutivos. Excessos trazem os resultados perigosos conforme
expusemos nos parágrafos anteriores.
Quando o frio se manifesta mais rigoroso, elas se aprofundam em busca
de solos mais aquecidos, o que também lhes reduz a capacidade reprodutiva e
afasta-as das faixas superficiais mais ricas de nutrientes.
Ambientes nitrogenados são muito favoráveis a esses oligoquetas. A
pronunciada acidez dos solos mais profundos é um fator bloqueante ao
aprofundamento de certas espécies como Pheretima e Lumbricus (LONGO,
1995).
A maioria das minhocas cultiváveis prefere meio ambiente com pH
(potencial hidrogeniônico) entre 5,5 e 7,5. Daí conclui-se: nem os solos
predominantemente
ácidos
e
nem
aqueles
marcadamente
básicos
correspondem às demandas ambientais das minhocas. Entretanto cumpre
ressaltar que um ligeiro teor alcalino tem colaborado no aumento da população
dos criatórios e das áreas inoculadas com as minhocas (LONGO, 1995).
É interessante ressaltar que a participação do esterco animal traduz-se
na maior presença de anelídeos. Experimentos conduziram à redução de 13%
28
no número e 12% no peso das minhocas quando da ausência de adubo animal
nas pastagens (LONGO, 1995).
Inversamente, com calagem moderada promoveu-se aumento de até 7
vezes mais minhocas nos solos anteriormente analisados e tidos como ácidos
(LONGO, 1995).
Fertilizantes orgânicos, esterco animal, farinha de peixe, calagem
moderada e alimento à base de vegetais decompostos foram os ingredientes
que se traduziram nos primeiros resultados auspiciosos, nos primórdios de
nossos estudos ao nível de campo (LONGO, 1995).
29
CAPÍTULO II
MINHOCÁRIOS
2.1 - O QUE SÃO MINHOCÁRIOS ?
Minhocários são construções sob os mais diversos formatos e tamanhos,
devidamente projetadas e construídas para criar um ambiente propício para
criação das minhocas. Podem ser construídos em diversos tipos e tamanhos,
dependendo apenas do objetivo pelo qual se deseja construir um minhocário:
para fins comerciais através da produção e vendas dos húmus, minhocas e
casulos; produção de húmus para consumo próprio; criação das minhocas
como um hobby ou para realizar pequenas experiências educativas em
escolas. (VIEIRA, 1998).
2.1.1 - OS TIPOS DE MINHOCÁRIOS MAIS CONHECIDOS
Existem vários tipos de minhocários, conforme exemplos a seguir:
Canteiro no chão (figura 9); Canteiro de tijolos; Sistema de montes com o piso
em terra batida ou cimentado; Canteiros de madeira; Canteiros de bambu;
Caixas de madeira; Colchões (figura 10); Caixa box(figura 11); Canteiro
suspenso; Caixas de amianto; Tonéis de 200 litros cortados longitudinalmente,
com furos na parte inferior; e Garrafa PET (para realizar pequenas
experiências educativas em escolas).
Os Minhocários de canteiros são os
mais comuns devido serem fáceis de construir e tem baixo custo.
Os canteiros podem ter comprimentos variados, dependendo do
tamanho da criação. O usual é construir canteiros de 10 m de comprimento,
com 1 m de largura e 50 cm de altura. Existem dois tipos de canteiros: canteiro
simples e canteiros duplo ou de parede germinada (dois canteiros dispostos
um ao lado do outro).
30
O canteiro duplo ou de parede germinada é muito usado por
minhocultores em todo País, e pode ter o piso cimentado ou não. A escolha
desse tipo de canteiro é aconselhável se o criador for produzir húmus, pela
grande capacidade de produção. Também é usado quando se dispõem de
grandes áreas na propriedade.
Figura 10 - Canteiro no chão tipo duplo
Fonte: Souza, 2008
Figura 11 - Sistema de Criação em Canteiro
de Colchões
Fonte: Souza, 2008
31
Figura 12 - Sistema de Criação em Caixa Box
Fonte: Souza, 2008
2.2 - PLANEJAMENTO E GERENCIAMENTO DO PROJETO
Para a construção do minhocário deve ser feito o gerenciamento do
projeto, observando os investimentos, acompanhando todas as etapas de
produção e verificando o retorno do que foi investido.
As construções dos minhocários devem ser dimensionadas e o projeto de
ampliação das estruturas produtivas deve estar previsto à medida que a
produção aumentar, para evitar problemas de movimentação de máquinas
entre os canteiros.
O planejamento do minhocário é de suma importância para esta atividade
tenha sucesso. Nesta etapa, observam-se vários pontos importantes para se
executar passo a passo o processo de criação.
2.3 - ESCOLHA DO LOCAL PARA CONSTRUÇÃO
A área deve ser, se possível plana, com terrenos menos acidentados,
evitando baixadas pela possibilidade de encharcamento: deve também ser
protegida de ventos e da insolação direta.
32
Na escolha do local, deve-se verificar a facilidade de se obter mão de
obra disponível, não sendo necessário que seja especializada, pois basta um
treinamento para pegar a rotina e o ciclo do minhocário.
O local deve ser amplo e de fácil acesso, facilitando o manejo e o
escoamento da produção, e também prevendo futuras ampliações.
A área escolhida deve ser próxima à da matéria-prima.
Antes da implantação do minhocário, deve-se verificar se existem
predadores no local; se for detectada a presença de inimigos naturais das
minhocas, proceder ao seu controle.
Deve existir água em abundância e de boa qualidade, sendo a água doce
a ideal para as minhocas.
O pH da água deve ficar em torno de 6 a 8 ou, de preferência, 7, isto é,
neutro. Se o pH estiver fora desse índice, é recomendada a sua correção, pois
é prejudicial às minhocas. O pH é a medida de íons de hidrogênio e existem
vários métodos para medi-lo. O mais prático e barato é o papel tornassol, que
verifica se o PH está ácido, neutro ou básico (SOUZA, 2008).
A dureza da água ou DH (Deutsch Hardness) é importante, pois pode
fazer mal às minhocas; essa dureza é a medida de sais minerais,
principalmente, os de cálcio e magnésio. Tanto a água mole quanto a água
dura podem causar problemas na mucosidade da pele da minhoca (SOUZA,
2008).
Existem estojos especiais para se medir a dureza da água e são
compostos por um reagente que é pingado em uma amostra da água que vai
33
ser analisada; depois, observa-se se há mudança de cor, constatando o grau
de dureza dessa água.
A densidade da água tem também a sua importância, pois revela o grau
de salinidade e está diretamente relacionada ao pH. O densímetro é um
aparelho que mede esse fator.
As minhocas podem se acostumar às temperaturas dentro dos canteiros.
Na natureza, elas se adaptam às oscilações de temperatura, mas é importante
lembrar que mudanças bruscas de temperatura podem causar danos e morte
de muitas minhocas. Para medir a temperatura, usam-se termômetros.
Quanto a oxigenação, as minhocas dependem de oxigênio para a sua
respiração, e quanto menor é a quantidade de oxigênio na água, maior é a de
gás carbônico, sendo bastante nocivo para as minhocas. A quantidade de
oxigênio vai depender de vários fatores, como a composição e grau de
impureza da água.
Quanto mais quente a água, menor é o teor de oxigênio. A água doce a
20ºC contém mais 20% de oxigênio do que a água do mar (SOUZA, 2008).
2.4 - LEGALIZAÇÃO DO PROJETO
Se a intenção do minhocultor for a produção e comercialização de húmus,
minhocas e casulos, deve conhecer a legislação do seu estado.
Para se conhecer a legislação e obter informações sobre os aspectos
legais quanto às posturas municipais locais, deve-se procurar os órgãos
competentes.
34
Antes de iniciar a construção do minhocário no local escolhido, é
necessário providenciar o enquadramento como produtor rural, que é feito no
próprio sindicato rural patronal.
O certificado de produtor rural serve para
obtenção da inscrição estadual.
Deverá ser obtida a nota fiscal de produtor apresentando a inscrição
estadual e o CPF.
A seguir, o produtor deve providenciar junto à prefeitura o alvará de
localização, que é obtido após a vistoria e fiscalização sanitária.
Esses são alguns procedimentos necessários para a implantação da
atividade de minhocultura, porém cada lugar tem a sua disposição legal.
2.5 - CONSTRUÇÃO E MANEJO DO MINHOCÁRIO
2.5.1 - CONSTRUÇÃO
Como temos vários tipos de minhocários, descreverei a
construção e manuseio do minhocário mais facilmente encontrado nos sítios
de minhocultura: canteiro de tijolos simples com piso de cimentado.
.No local escolhido devem ser inicialmente executados a
terraplanagem e depois construídos canteiros com bordas de tijolos
empilhados unidos com cimento, com altura de 0,4 m, largura de 1m e
comprimento de 10 m mais ou menos dependendo do espaço disponível. No
mesmo local poderão ser construídos vários canteiros em paralelo, mantendo
um espaço livre entre eles para circulação e movimentação de carrinhos e
maquinários.
35
Construir o piso de cimento no interior do canteiro com uma
pequena declividade de 2% (do centro para as laterais) e orifícios (drenos) nas
laterais a cada 2 m para facilitar o sistema de drenagem (PEREIRA, 2000).
Os canteiros devem ser construídos de forma a aproveitar o sol
da manhã, com exposição para a face Norte, protegidos das correntes de ar
frio dos Sul. Se este fator não for observado poderá ocorrer um
comprometimento na atividade das minhocas e consequentemente uma
diminuição na produção de húmus (PEREIRA, 2000).
Toda matéria orgânica de origem animal ou vegetal que tenha
passado por um processo de compostagem constitui-se em fonte de matéria
prima para o enchimento dos canteiros.
Compostagem tem como objetivo acelerar a decomposição da
matéria orgânica pela ação bacteriana. O processo consiste em formar uma
pilha de esterco de gado, que é um material rico em nitrogênio. A velocidade
de fermentação da pilha depende do tamanho, da aeração, do formato e do
esterco utilizado, bem como das regras, que discutiremos a seguir.
Pilhas pequenas, dentro de 20 a 40 dias já estarão compostadas.
O tamanho da pilha a ser compostada poderá ser de 1,5 m de altura por 2 a 4
m de comprimento por 2 m de largura (PEREIRA,2000).
Cada camada de esterco, após formada, que deverá ter em torno
de 10 cm de altura, deverá ser molhada até que a pilha esteja completa. Feito
isso, seguiremos a prática de umedecer e revolver a pilha a cada 15 dias, com
isso teremos uma melhor e mais rápida compostagem (PEREIRA, 2000).
O hábito de molhar o esterco fresco (verde) para retirar a acidez
da urina é contra-indicado; ele deve ser colocado para compostar o mais breve
possível, evitando assim perdas de nitrogênio e outros minerais.
36
Neste item procuramos dar ênfase ao esterco de gado, devido à
facilidade para a sua aquisição, mas podemos também utilizar outros tipos de
esterco, como o de cavalo, e o de porco, entre outros.
Além do esterco de gado, temos outras opções para usar como
alimento para minhocas, tais como bagacilho de cana, palha, leucena
(leguminosa com alta capacidade de fixação biológica de nitrogênio e grande
quantidade de massa verde), talos de plantas e folhas e cascas de frutas
(PEREIRA, 2000).
Podemos usar a mistura de esterco mais palha mais leucena ou
outras culturas citadas anteriormente na proporção 1:1:1. O enriquecimento
com leucenas permitirá a obtenção de material 30% mais rico em nitrogênio,
sendo que as outras culturas (talos de plantas, folhas, cascas de frutas) são
ricas em carbono (PEREIRA, 2000).
Então, além de termos um material mais rico em nitrogênio,
devido ao uso da leucena, consequentemente menos fibroso, utilizaremos
menor volume de esterco. Isso nos dá uma economia de esterco em torno de
60%.
A formação de pilha seguirá os mesmos princípios de tamanho,
altura e largura, bem como o tempo de compostagem e as regras já citadas
anteriormente.
No final do processo de compostagem, quando a temperatura da
pilha esfriar, teremos uma relação de carbono/nitrogênio em torno de 20/1.
Nessas condições, podemos encher o canteiro.
Na figura 12 mostramos a Tabela de Relação Carbono /
Nitrogênio de algumas fontes alimentares das minhocas.
37
TABELA DE RELAÇÃO CARBONO/NITROGÊNIO
(de algumas fontes alimentares das minhocas)
Material
C/N
N%
P2O5 (%)
K2O(%)
Aveia - casca
63/1
0,74
0,14
0,52
Bagacilho de cana
44/1
1,08
0,09
0,10
Banana - folhas
19/1
2,59
0,18
-
Capim gordura
81/1
0,62
0,16
0,32
Centeio - palhas
100/1
0,48
0,24
1,02
Mandioca - folhas
12/1
4,36
0,71
-
Milho - palha
112/1
0,49
0,39
1,65
Serragem de madeira
800/1
0,05
0,09
0,18
7/1
6,57
0,55
1,55
Torta de soja
FIGURA 13 - Tabela Relação Carbono/Nitrogênio
Fonte: PEREIRA, 2000, Página 53
Inicialmente reúna todos os materiais necessários para colocação
do substrato, a compostagem no canteiro: calcário; carrinho de mão; enxada;
luvas e pá.
Primeiramente distribua uma pequena quantidade de calcário
uniformemente no fundo do canteiro. O calcário é colocado com o objetivo de
evitar a presença de sanguessugas, que são predadores das minhocas.
Coloque o substrato no canteiro de modo que a altura seja de no
mínimo 30 cm, fornecendo a alimentação suficiente para a cultura. Para não
compactar o substrato, é recomendado que a altura máxima seja de 40 cm.
Após o enchimento dos canteiros, podemos colocar as matrizes
(minhocas) espalhados sobre o substrato. As matrizes de minhocas são
vendidas por minhocultores especializados e no Brasil existem duas espécies
38
que são comercialmente criadas em cativeiro e poderão ser adquiridos com
maior facilidade: vermelha da califórnia (Eisenia foetida) e o gigante africana
(Eudrilus eugeniae).
A quantidade recomendada para iniciantes é de 1 a 2 litros,
aproximadamente 1500 a 3000 minhocas para cada metro quadrado de
canteiro. A população máxima admitida por metro quadrado de canteiro é de 5
litros, pois se ultrapassar esse limite pode ocorrer a fuga das minhocas em
decorrência do superpovoamento.
Após a colocação das matrizes, os canteiros deverão ser
cobertos com varas atravessadas a cada 50 cm. Canas de bambu facilitam e
uniformizam essa providência.
Sobre elas posicionar e fixar uma manta de sacos abertos,
daqueles usados para o transporte de farinha de trigo, farelo ou açúcar. Os
sacos, presos aos canteiros ou canas, garantirão uma primeira cobertura, a
alguns centímetros acima dos substratos, broqueando eventuais correntes de
ar, sem, contudo, impedir a aeração conveniente. Se bem posicionado e
fixados, as regas poderão ser efetuadas sem removê-los. A umidade relativa
do ar interior manter-se-á uniforme e a luz prejudicial não atuará diretamente
na superfície dos substratos.
Numa opção mais segura, pode-se proteger os canteiros com
coberturas que podem ser feitas de telhas, de sapé, de palhas, lonas ou
plásticos, evitando assim a incidência direta do sol, os efeitos da chuva e o
ataque dos pássaros.
Tal cobertura não eliminará a luminosidade. Assim,
deve-se sobrepor aos sacos uma camada de capim seco ou folhas dispersas
de tal forma que permitam a penetração de água durante as regas diárias.
39
Num canteiro bem conduzido, em torno de dois meses a
população de minhocas deverá dobrar; nessa ocasião metade do canteiro,
incluindo minhocas jovens e adultas, deverá ser transferida para outro canteiro.
Uma vez multiplicadas as matrizes, podemos povoar o canteiro
com um número maior de minhocas, 4 a 5 litros por metro quadrado. Com essa
quantidade, em torno de 30 e 35 dias esse canteiro já terá produção de húmus
(PEREIRA, 2000).
2.5.2 - MANEJO DO MINHOCÁRIO
As práticas de manejo são feitas diariamente e em todo o
minhocário. Essas atividades são muito importantes para o sucesso da
criação, pois manterá as condições que as minhocas necessitam para
permanecerem nos canteiros se reproduzindo e produzindo o húmus.
O minhocário deve permanecer limpo, sem matos, entulhos,
sujeiras, etc., para evitar a possível presença de predadores.
Evite a fuga das minhocas dando alimento adequado, fazer a
desdobra (colheita do húmus), cuidar para que não haja ataques de
predadores, não deixar que ocorra a superpopulação, observar a umidade do
substrato e usar saco-isca que são sacos perfurados cheios de alimentos para
que as minhocas que, porventura, tentarem fugir possam entrar nos sacos-isca
espalhados pelo lado de fora junto aos drenos dos canteiros (figura 13),
permanecendo lá durante todo o ciclo de produção.
40
Figura 14 - Saco-Isca
Fonte: Souza, 2008
Faça o teste de umidade do substrato: pegue uma pequena
quantidade do substrato na palma da mão e aperte bem forte. Se o substrato
estiver seco e não apresentar umidade, não está no ponto ideal.
Se o
substrato estiver úmido e escorrer água entre os dedos, está encharcado. Se o
substrato estiver úmido e não escorrer água, é porque está no ponto ideal, isto
é, cerca de 80% de umidade. De preferência, as regas devem ser feitas no
final do dia, ao pôr-do-sol.
Faça controle de predadores combatendo os inimigos naturais da
minhoca, entre eles : sapos, rãs, ratos, aves em geral e centopéias, mas os
que causam maiores problemas na criação de minhocas são as formigas
carnívoras (lava-pés) e as sanguessugas.
Dependendo do predador, os métodos de controle são diferentes.
Algumas práticas são fáceis, como é o caso de usar a cobertura para a
proteção contra pássaros, ou manter o minhocário cercado e coberto com
telas, evitando o ataque das aves.
Uma outra forma de controle é fazer sempre a limpeza do
minhocário para que sapos, rãs, ratos, etc., não venha a se instalar dentro
dele.
41
Quanto às centopéias antes de colocar as minhocas, recomendase adicionar água fervente na matéria orgânica que vai servir de abrigo e
alimento para a criação. Se a incidência for alta, é preferível descartar esse
material (SOUZA, 2008).
Para combater o sanguessuga, antes da colocação do substrato,
espalha-se calcário no fundo do canteiro. Caso esse procedimento não for
suficiente, pode-se espalhar sobre a superfície do canteiro as sanguessugas
maceradas (trituradas) misturadas com um pouco de água. As sanguessugas
possuem um feromônio de alarme que faz com que fujam do local onde houve
mortes de indivíduos da sua espécie.
Para combater a formiga lava-pés pode-se colocar água fria no
canteiro fazendo com que elas se mudem, ou espalhar cinzas do lado de fora
dos canteiros.
A colheita ou desdobra é a separação da minhoca do húmus. Ela
pode ser manual, mecânica ou migratória. Existem outras técnicas mas, por
causarem estresse às minhocas, são pouco eficientes.
O tempo para realização da colheita do húmus depende da
espécie escolhida e do número de minhocas que foram colocadas por metro
quadrado de canteiro.
As minhocas começam a comer de cima para baixo, facilitando a
visualização do vermicomposto.
Uma das maneiras para se observar o término da transformação
desse alimento em húmus é que, estando pronto, ele tem uma coloração mais
escura, com cheiro de terra fresca, tem uma textura porosa e macia, fica solto
e não se fixa na mão.
42
A minhoca pode ser colhida todos os dias e o húmus somente
quando as minhocas consumirem todo o alimento.
A colheita manual pode ser feita através da catação ou
peneiramento manual. A colheita através da catação é realizada quando se
quer colher uma quantidade pequena de minhocas, não havendo necessidade
de se colher todo o canteiro. Materiais necessários são: luvas e vasilha.
Primeiramente retire a cobertura do canteiro e revolva o substrato
de uma pequena área até que as minhocas apareçam. Usando-se luvas,
catem as minhocas e coloquem no recipiente contendo pequena quantidade de
substrato.
A colheita através do peneiramento manual é feita quando o
húmus estiver pronto. Nesta colheita, deve-se ter o cuidado redobrado , pois é
uma técnica que pode causar estresse e matar muitas minhocas. Materiais
necessários são: carrinho de mão; garfo de ponta arredondado; luvas; peneira
e dois recipientes com substrato para acomodação das minhocas e dos
casulos.
Primeiramente retire a cobertura do canteiro e depois colha o
húmus juntamente com as minhocas e os casulos e coloquem na peneira.
Peneire e vá catando as minhocas e os casulos que surgem na superfície e
coloquem nos recipientes. Os bagaços que são sobras de alimento não
consumido devem retornar para o canteiro para ser processado novamente.
A colheita mecânica é feita através de uma peneira cilíndrica
giratória. Esse método de colheita é rápido e prático, levando o minhocultor a
economizar o tempo e gastos com mão de obra. É composto por um cilindro
interno de alumínio com vários pequenos orifícios por toda a sua extensão. Ao
redor desse cilindro teremos outro de tamanho maior.
43
Um pequeno motor irá impulsionar o cilindro interno fazendo com
que gire e dessa forma o húmus que será colocado no cilindro interno junto
com as minhocas, passará para cilindro externo e as minhocas ficarão retidas
no cilindro interno.
Quando o cilindro externo estiver cheio de húmus, ele será
descarregado e estará pronto para ser embalado. Já as minhocas serão
separadas para venda ou recolocadas nos canteiros.
A colheita migratória pode ser feita utilizando-se o saco-isca. A
idéia é fazer com que as minhocas migrem de um canteiro que não tem mais
alimento e vão em busca de novos alimentos.
A colheita com saco-isca é efetuada com os mesmos sacos
usados na proteção contra as fugas, e são colocados sobre o canteiro que já
não tem mais alimento, espaçados a cada 2 metros de distância em ambos
lados,. Espera-se cerca de três a quatro dias para que as minhocas subam
para os sacos em busca de alimentação. Depois disso, recolhem-se as
minhocas no saco-isca.
44
CAPÍTULO III
COMERCIALIZAÇÃO
3.1 - PRODUTOS COMERCIALIZADOS
Vários são os produtos comercializados com a criação da minhoca:
húmus, casulo, matrizes, minhocas para a pesca, alimento para pássaros e
aquários, congeladas, in natura e farinha de minhoca (SOUZA, 2008).
3.2 - COMPRADORES
Como clientes ou compradores para as minhocas, podemos citar os
proprietários de imóveis rurais como fazendas, sítios, chácaras, casas de
campo, além de donos ou responsáveis por hortas, plantações independentes,
jardins, parques públicos ou particulares (www.agrov.com) .
Além disso, são esses mesmos os compradores para húmus, o melhor dos
adubos orgânicos, para a aplicação nas mais diversas plantações. Outra
categoria de ótimos compradores para as minhocas, é a dos pescadores, pois
eles as consideram como as melhores iscas vivas para as suas pescarias, pois
é a mais adequada para um grande número de espécies de peixes e, por essa
razão, as utilizam em grande escala. (www.agrov.com) .
3.3 - FORMAS DE COMERCIALIZAÇÃO
A comercialização do húmus é feita a granel ou em sacos de 10 a 50 kg,
por tonelada, ou embalado em pequenas quantidades em sacos
plásticos
personalizados de 1, 2, 3, ou 5 kg, com cores e desenhos que possam atrair o
consumidor e facilitar a identificação do produto. Existem empresas que
prestam serviços nesta área de rotulagem, criação de logomarca, código de
45
barras, selo de qualidade, dando todo o suporte para a comercialização
(SOUZA, 2008).
O húmus tem prazo de validade, que deve constar no rótulo ou na
embalagem do produto. Esse prazo de validade é muito relativo, vai de três a
seis meses, desde que seja armazenado em lugar fresco e arejado, com
reposição de água semanalmente, quando armazenado a granel.
(SOUZA, 2008)
As minhocas podem ser comercializados de várias formas: elas podem
ser vendidas por litro, por unidade ou até mesmo por quilo, depende do local,
da espécie de minhoca e do seu destino final.
As minhocas para venda são embaladas e transportadas em diversos
tipos de materiais, como: caixa de madeira, caixa e pote plástico, sacolas de
TNT, lata de alumínio, saco de estopa e outros materiais. Esse material
utilizado pode ser o mais diverso possível, porém sempre deve ser levada em
consideração a distância a ser percorrida pelo produto (SOUZA, 2008).
Todas as embalagens com minhocas vivas devem conter substrato para
que elas tenham conforto necessário para chegarem ao seu destino em
condições satisfatórias. As únicas embalagens que não vão com o alimento
são as minhocas congeladas e de farinha de minhoca.
O preço final do produto vai depender do local de venda, do tipo de
cliente e do custo de produção.
Por ser tratar ainda de um produto novo e pouco conhecido, o sucesso de
sua comercialização irá depender diretamente da capacidade empresarial do
criador, bem como das vantagens que seu produto oferece.
46
Além de um completo conhecimento técnico e de um sistema prático e
eficiente de comercializar o produto, o criador deve fazer o máximo para
diminuir os gastos com seu minhocário, gastos estes com mão de obra,
material, matéria orgânica, distância a ser percorrida entre a propriedade e os
pontos de venda, água, luz e outros.
Tudo isso deve ser calculado para que a implantação do minhocário seja
viável , atendendo às necessidades do produto e tendo preço compatível para
competir no mercado.
47
CONCLUSÃO
Como vimos, as minhocas são seres inofensivos que habitam o
planeta Terra a milhões de anos e somente agora os seres humanos estão
descobrindo que as minhocas são parceiras que não estão aqui somente para
nos fornecer a isca para a pescaria do final da semana.
As minhocas para sobreviver consomem alimentos orgânicos em
decomposição de qualquer natureza, tais como: cascas de frutas, lixos
orgânicos provenientes da limpeza do sítio ou da fazenda, esterco bovino,
esterco de cavalo, esterco de galinha, bagacilho de cana hidrolizado, entre
outros e não intencionalmente nos fornece o húmus que são
adubos
orgânicos de excelente qualidade sem nenhum ingrediente químico tóxico, que
podem ser utilizados como fertilizantes em todos os tipos de plantações, de um
simples vaso de plantas
a grandes plantações de uva para propiciar uma
melhora na qualidade e na produtividade dos vinhos.
Tendo as minhocas como parceiras de investimento, já existem
centenas de fazendas ou sítios que produzem o húmus, para comercialização.
Inicialmente o lucro não é alto, porém, com o aumento gradativo das
dimensões do minhocário e da produção, há centenas de produtores que
sobrevivem somente com esta atividade.
48
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
- CALPHOTOS
<http://calphotos.berkeley.edu> - acesso: 25/05/2011 - 11h50m
- CATÁLOGO RURAL
<http://www.agrov.com/animais/peq_ani/minhocas htm> - acesso: 16/02/2011
- 15h00m
- HYPESCIENCE
<http://www.hypescience.com.br>
acesso: 14/06/2011 à 19h30m
- LONGO, ALCYR D. - Minhoca - de Fertilizadora do Solo a Fonte Alimentar,
Editora Ícone, 4ª Edição, 1995
a
- LOPES, SÔNIA - BIO, Editora Saraiva, 5 Edição 2002.
- PEREIRA, JOSÉ EDUARDO - Manual Prático Sobre Minhocultura, Editora
Nobel, Edição 2000.
- REDE SIMBIÓTICA DE BIOLOGIA E CONSERVAÇÃO,
<http://www.simbiotica.org/anelida.htm> - acesso: 11/07/2011.
- RURAL NEWS
<http:/www.ruralnews.com.br > acesso 02/06/2011 às 14h15m.
- SABER WEB
<www.saberweb.com.br/zoologia/minhoca.htm > acesso: 16/06/2011 09h10m
49
- SOUZA, VALÉRIA COSTA ELLER DE. - Minhocultura - Construção e Manejo
do Minhocário, Coleta do Húmus e Comercialização, LK Editora, Edição 2008.
- SUA PESQUISA
<www.suapesquisa.com/cienciastecnologia/anelideos.htm> acesso:
05/07/2011 às 09h50m.
- VIEIRA, MÁRCIO INFANTE, - Minhocas e Minhocários, bons Lucros,
Prata Editora e Distribuidora Ltda, Edição 1998.
- ZOO NEWS
<www.zoonews.com.br> acesso : 16/05/2011 às 15h16m.
50
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
2
AGRADECIMENTO
3
DEDICATÓRIA
4
RESUMO
5
METODOLOGIA
6
SUMÁRIO
7
INTRODUÇÃO
8
CAPÍTULO I
MINHOCA
1.1 - O QUE SÃO MINHOCAS
10
1.2 - FORMAÇÃO DA CLASSE FILO ANNELIDA
10
1.2.1 - POLYCHAETA
10
1.2.2 - OLIGOCHAETA
11
1.2.3 - HIRUDINEA
11
1.3 – ANATOMIA DOS ANELÍDEOS
1.3.1 - ANATOMIA DAS OLIGOQUETAS
1.4 - REPRODUÇÃO
11
12
15
1.4.1 - ANATOMIA DOS APARELHOS REPRODUTORES
16
1.4.2 - ACASALAMENTO
16
1.5 - LOCOMOÇÃO
20
1.6 - RAÇAS MAIS CONHECIDAS NO BRASIL
20
1.7 - HABITAT
24
CAPÍTULO II
MINHOCÁRIOS
2.1 - O QUE SÃO MINHOCÁRIOS
2.1.1 - OS TIPOS DE MINHOCÁRIOS MAIS CONHECIDOS
29
29
51
2.2 - PLANEJAMENTO E GERENCIAMENTO DO PROJETO
31
2.3 -ESCOLHA DO LOCAL PARA CONSTRUÇÃO
31
2.4 - LEGALIZAÇÃO DO PROJETO
33
2.5 - CONSTRUÇÃO E MANEJO DO MINHOCÁRIO
34
2.5.1 - CONSTRUÇÃO
34
2.5.2 - MANEJO DO MINHOCÁRIO
39
CAPÍTULO III
COMERCIALIZAÇÃO
44
3.1 - PRODUTOS COMERCIALIZADOS
44
3.2 - COMPRADORES
44
3.3 - FORMAS DE COMERCIALIZAÇÃO
45
CONCLUSÃO
47
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
48
ÍNDICE
50
ÍNDICE DE FIGURAS
52
52
ÍNDICE DE FIGURAS
FIGURA 1 - Anatomia da Minhoca
15
FIGURA 2 - Formação de Casulo
17
FIGURA 3 - Cópula da Minhoca
18
FIGURA 4 - Casulos
18
FIGURA 5 - Vermelha da Califórnia
22
FIGURA 6 - Eisenia Lucens
22
FIGURA 7 - Minhocuçu
23
FIGURA 8 - Gigante Africana
24
FIGURA 9 - Estimativa de Colônia de Seres num metro quadrado
26
FIGURA 10 - Canteiro de chão tipo duplo
30
FIGURA 11 - Sistema de criação em canteiro de colchões
30
FIGURA 12 - Sistema de criação em caixa box
31
FIGURA 13 - Tabela de relação Carbono / Nitrogênio
37
FIGURA 14 - Saco - Isca
40
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