UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM MINHOCULTURA, UMA ATIVIDADE RENTÁVEL E ECOLÓGICA Por: Bento Kazama Orientador Prof. Nelson Magalhães Rio de Janeiro 2011 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM MINHOCULTURA, UMA ATIVIDADE RENTÁVEL E ECOLÓGICA Apresentação Candido de Mendes monografia como à requisito Universidade parcial para obtenção do grau de especialista em Engenharia de Produção. Por: Bento Kazama 3 AGRADECIMENTOS .... à minha esposa Sidéria, à minha filha Carla, agradeço pelo incentivo e apoio. 4 DEDICATÓRIA ..... ao meu pai (in memoriam) e à minha mãe pelo esforço e dedicação para que através dos estudos eu pudesse adquirir conhecimentos necessários para exercer a minha profissão. 5 RESUMO Esta monografia foi planejada e escrita com o objetivo de esclarecer ao máximo as dúvidas das pessoas que pretendem iniciar-se no ramo da minhocultura. Em nenhum momento tive a pretensão de esgotar os assuntos tratados nesta monografia, mesmo porque ainda há muito para se descobrir sobre este magnífico ser, a minhoca. No capítulo I será estudada a minhoca. Definição dentro da classe biológica em que está inserida, anatomia, reprodução, locomoção, as raças mais conhecidas no Brasil e o habitat. No capítulo II será estudado o minhocário, isto é, o local em que será desenvolvida a criação da minhoca. Veremos a descrição dos tipos mais facilmente encontrados, o planejamento e gerenciamento necessários, como escolher o local adequado para instalação, legalização do projeto, construção e manejo. No capítulo III será efetuada a explanação de como comercializar os produtos advindos da minhocultura, tais como, húmus, matrizes, minhocas para pesca e casulos. 6 METODOLOGIA A metodologia utilizada será pesquisa bibliográfica em “sites” especializados da internet, artigos de revistas, periódicos e livros de referência no assunto, tais como: - LONGO, ALCYR D., Minhoca - de fertilizadora do solo a fonte alimentar, Ícone Editora Ltda, 4ª Edição, 1995. - PEREIRA, JOSÉ EDUARDO, Manual Prático sobre Minhocultura, Editora Nobel, Edição 2000. - SOUZA, VALÉRIA COSTA ELLER DE, Minhocultura - Construção e Manejo do Minhocário, Coleta do Húmus e Comercialização, LK Editora, Edição 2008; e outros. Este estudo será apresentado em vários capítulos em que serão definidos ou apresentados detalhadamente cada um dos objetos que compõem a atividade minhocultura. Para facilitar o entendimento, em cada uma das definições ilustrados com fotos, desenhos ou tabelas. serão 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - Minhocas 10 CAPÍTULO II - Minhocários 30 CAPÍTULO III - Comercialização 45 CONCLUSÃO 48 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 49 ÍNDICE 50 INDICE DE FIGURAS 52 8 INTRODUÇÃO Sempre os agricultores foram excelentes observadores da natureza e desde muito tempo aprenderam a diferenciar, à sua maneira, os solos pobres dos solos férteis. Um dos elementos que ajudava nessa diferenciação era a presença de minhocas: sua existência nas áreas de cultivo era geralmente associada às melhores produções. As modernas técnicas intensivas de preparo e manejo do solo, infelizmente, promoveram o empobrecimento das terras, reduzindo seus teores de matérias orgânicas e, conseqüentemente, a população de minhocas nos campos. Verificamos que com o desgaste do atual modelo de produção agrícola apoiado no uso intensivo de insumos externos às propriedades rurais, surgiu a necessidade de uma nova forma de fazer agricultura, baseada em práticas que, além de técnica e economicamente viáveis, sejam adequadas do ponto de vista ambiental e incentivadoras da autonomia dos agricultores. Baseado neste contexto, a Agroecologia impulsionou a produção de adubos orgânicos de qualidade e as minhocas passaram a ser novamente reconhecidas e valorizadas como parte fundamental no processo de reciclagem dos nutrientes nas propriedades rurais, em especial aquelas que trabalham com a integração entre plantas e animais. Existem dezenas de benefícios em produzir e utilizar o húmus de minhoca ou vermicomposto. De uma forma geral, é possível produzir húmus com qualquer material que se decomponha; logo, qualquer resíduo orgânico 9 disponível na propriedade rural pode ser utilizado. O húmus de minhoca, que é simplesmente as excreções da minhoca, quando aplicado ao solo, atua de forma benéfica sobre suas características físicas, químicas e biológicas, favorecendo a sua conservação e auxiliando o desenvolvimento das plantas. A minhocultura é a criação racional de minhocas, sob condições controladas, com o objetivo de produzir húmus para adubação orgânica, minhocas para alimentação humana e de animais, como peixes, pássaros, rãs etc., e também para produzir ração farinha de minhoca. Embora seja uma atividade adaptada à pequena escala de produção, por sua simplicidade de manejo, a sua expansão na propriedade familiar, como fonte alternativa de renda, dependerá apenas do espaço físico do minhocário e da disponibilidade da matéria orgânica e mão-de- obra. 10 CAPÍTULO I MINHOCAS 1.1 - O QUE SÃO MINHOCAS? As Minhocas são anelídeos (Annelida - do latim annelus, pequeno anel + ida, sufixo plural), da classe Oligochaeta, vermes segmentados com o corpo formado por "anéis" - do filo Annelida (www.simbiotica.org). Existem milhares de espécies destes animais em praticamente todos os ecossistemas terrestres, marinhos e de água doce. Encontram-se anelídeos com tamanhos que variam de menos de um milímetro até mais de 3 metros (PEREIRA,2000). 1.2 - FORMAÇÃO DA CLASSE FILO ANNELIDA O filo Annelida é formada por três grandes classes: Polychaeta, Oligochaeta e Hirudinea, é constituído por organismos que apresentam corpo mais ou menos cilíndrico e alongado (LOPES, 2002). 1.2.1 - POLYCHAETA Polychaeta (poliquetos), do grego polys (muitos) e chaeta (pelo, cerda) é uma classe de anelídeo que inclui cerca de três mil e quinhentas espécies de vermes (PEREIRA, 2000). A grande maioria das espécies é típica de ambiente marinho, mas algumas formas ocupam ambientes de água doce ou salobra. 11 1.2.2 - OLIGOCHAETA Oligochaeta ou oligoqueta é uma super-classe de anelídeos segmentados que inclui a minhoca. O nome da classe deve-se ao fato de existirem, nos seus representantes, poucos apêndices ou cerdas no corpo. (oligos = pouco e chaete = cerdas), possuem clitelo, região espessada da epiderme, que produz o casulo onde os ovos são abrigados (LOPES, 2002). 1.2.3 - HIRUDINEA Hirudinea (antigamente chamados aquetas, ou seja sem cerdas, contrariamente às outras classes do seu filo) por exemplo os sanguessugas, são anelídeos que se alimentam de sangue de outros animais (hematófogo). São animais hermafroditos, não possuem cerdas e que possuem ventosas para sua fixação (PEREIRA, 2000). A classe Hirudinea é formada de organismos com o corpo de forma achatada dorsoventralmente e segmentado, porém a segmentação externa não corresponde à interna; a maior parte das estrias que limitam externamente os anéis são sulcos superficiais; os limites de cada segmento interno podem ser percebidos na face dorsal em virtude da existência das chamadas papilas segmentares (LOPES, 2002). 1.3 - ANATOMIA DOS ANELÍDEOS A grande diferença entre os vermes anelídeos e os outros vermes estudados é a organização do corpo nos primeiros, em segmentos ou anéis, que se repetem no sentido do comprimento do animal. Cada um dos segmentos ou anéis que constituem o corpo dos anelídeos é chamado 12 metâmero. A metamerização geralmente se evidencia tanto nos aspectos internos como no externos, incluindo músculos, nervos, sistemas circulatórios, excretor e reprodutor. 1.3.1 - ANATOMIA DAS OLIGOQUETAS Os animais anelídeos da classe Oligoquetas que incluem as minhocas, estão distribuídas pelos solos úmidos de todo o mundo, algumas de apenas centímetros e outras com um a dois metros de comprimento, caso da minhocuçu. (www.saberweb.com.br) Elas são animais subterrâneos e vivem enterradas, escavam galerias e canais, buscando abrigo e restos vegetais, seu principal alimento, ingerido com grandes quantidades de terra. Elas são, portanto, animais detritívoros, pois se alimentam de detritos de várias origens, que compõem o húmus (www.saberweb.com.br). As minhocas possuem o corpo cilíndrico, alongado, com a boca e o ânus, em extremidades opostas; e um anel mais claro, o clitelo, mais próximo da região anterior (www.saberweb.com.br). Passando o dedo na sua região ventral, de trás para a frente, sentimos que a pele do animal é áspera, devido à presença de fileiras de microscópicas cerdas de quitina. As minhocas fixam as pontas das cerdas no solo, facilitando o seu arrastamento, quando contrai a forte musculatura da parede do corpo. A epiderme das minhocas é coberta por uma fina cutícula de quitina e produz bastante muco, o que as torna viscosas, diminuindo o atrito com o solo e facilitando o arrastamento. O muco ainda protege a pele quando em contato com substâncias tóxicas ou nocivas e garante a umidade 13 indispensável para as trocas dos gases respiratórios em toda a superfície do corpo. Esta é a chamada respiração cutânea (www.saberweb.com.br) O tubo digestivo dos anelídeos é completo: iniciado pela boca; depois a faringe, que se comunica com o esôfago; depois o intestino e depois o intestino terminal que geralmente é curto. O sistema digestivo da minhoca é completo, isto é, possui duas aberturas. a boca e o ânus. A boca, localizada no primeiro segmento da região anterior, abre-se sob um lábio musculoso, o prostômio, à boca segue-se uma faringe curta, ligada à parede do corpo por muitos feixes musculares. Após a faringe encontra-se a moela que é uma porção dilatada do tubo digestivo; a moela é muito musculosa e sua função é, graças às contrações de suas paredes, triturar o alimento que por ali passa. A dieta alimentar da minhoca consiste em detritos vegetais em decomposição e pequenos microorganismos. 0 alimento juntamente com a terra é ingerido graças à sucção provocada pela contração dos músculos da faringe. Na moela, ocorre a digestão mecânica do alimento. As contrações da moela atritam partículas de terra contra o alimento, o qual, dessa forma, fica finamente fragmentado. Após a triturarão na moela, o alimento passa para o intestino, onde enzimas digestivas são secretadas . A digestão ocorre extracelularmente. Após a digestão extracelular, o alimento é absorvido. No intestino, mais ou menos na altura do trigésimo segmento, existem duas expansões laterais: os cecos intestinais. No intestino, na porção que continua por trás dos cecos, existe uma prega longitudinal interna, o tiflossole . Ambas as estruturas, cecos e tiflossole, têm o mesmo significado funcional: aumentar a superfície de contato com o alimento digerido, fornecendo assim uma maior superfície de absorção. Os restos não aproveitados são eliminados pelo ânus. O sistema excretor dos anelídeos é constituído por metanefrídeos, distribuídos aos pares em cada segmento; estes canais começam dentro de uma câmara celômica. 14 O sistema circulatório da minhoca é totalmente separado da cavidade do corpo e composto por dois grandes vasos que percorrem o animal no sentido do comprimento; um sobre o intestino, o vaso dorsal que é contrátil e um abaixo do intestino, o vaso ventral. Existe também um vaso longitudinal menor que estes dois, que corre ventralmente ao sistema nervoso e é chamado de vaso subneural. Os vasos longitudinais ligam-se entre si através de 4 grandes vasos circulares situados um antes, um sobre e dois depois da moela. Esses vasos circulares possuem elevada capacidade de contração e funcionam como coração que impulsionam o sangue pelo sistema circulatório. O sangue apresenta coloração vermelha devido a presença da hemoglobina. Dependendo da espécie, os oligoquetas têm 2 a 3 pares de corações aórticos. O sistema nervoso é constituído por uma cadeia nervosa ganglionar e ventral formada por um anel nervoso anterior e um par de gânglios nervosos para cada segmento do corpo de onde partem ramificações nervosas para as diferentes partes do organismo. O sistema nervoso é ganglionar e não comporta sistema sensorial. Por isso, os oligoquetas não têm antenas, olhos ou tentáculos. No entanto, há células receptoras que conseguem detectar a luz ou ausência dela. O sistema sensorial é pouco desenvolvido; raramente são encontrados órgãos visuais; na maioria dos representantes existem apenas células sensoriais difusas. A respiração dos vermes segmentados é branquial ou cutânea; as brânquias são órgãos de forma variável, servindo para retirar o oxigênio e eliminar o gás carbônico nos anelídeos de vida aquática; nos de vida terrestre 15 as trocas gasosas com o meio são feitas a partir da epiderme que necessita estar úmida pela ação do muco para permitir a respiração . Figura 1 - Anatomia da Minhoca Fonte: www.saberweb.com.br 1.4 - REPRODUÇÃO As minhocas são hermafroditas, isto é, possuem órgãos reprodutores masculinos e femininos em um mesmo indivíduo. Só que elas não podem se autofecundar, necessitando da presença de um parceiro para a reprodução (PEREIRA, 2000). 16 1.4.1 - ANATOMIA DOS APARELHOS REPRODUTORES Externamente podemos notar na face inferior, 3 pares de orifícios nos segmentos de números 6, 7 e 8. Cada orifício abre-se, internamente, para um receptáculo seminal. Na região do clitelo existe um par de orifícios, os poros genitais femininos. Cada um deles abre-se, internamente, para um oviduto em forma de funil. Na altura do 189 segmento existe ainda um par de orifícios. Cada orifício é abertura do duto deferente. O aparelho reprodutor feminino é composto por um par de ovários. Próximo aos ovários existem dois ovidutos em forma de funil, que abremúse no par de orifícios do clitelo. Fazem parte também do aparelho reprodutor feminino os 3 pares de receptáculos seminais, que se abrem nos segmentos de números 6, 7 e 8. O aparelho reprodutor masculino é composto por 2 pares de testículos, cada par situado nos segmentos de números 10 e 15. Próximo a cada testículo existe um funil espermático. Os dois funis espermáticos de cada lado unem-se, formando dois ducos deferentes cada um deles, desembocando no poro genital masculino do 18 metâmero. Cada testículo com seu respectivo funil espermático esta contido no interior de uma vesícula seminal. Existe também um par de glândulas prostáticas que desembocam, cada uma em um duto deferente. 1.4.2 - ACASALAMENTO Para iniciar o acasalamento, as minhocas se unem em sentido contrário, e segregam um muco viscoso que irá envolvê-las em mantê-las em perfeita união (PEREIRA, 2000). 17 A partir daí, há a liberação de sêmen dos poros genitais masculinos de um indivíduo para os receptáculos seminais do outro, onde eles ficam armazenados. O acasalamento dura em torno de 30 minutos (PEREIRA, 2000). Separadas após o acasalamento, o clitelo (o que só os indivíduos adultos possuem) de cada minhoca segrega um muco gelatinoso na forma de um anel em cujo interior os óvulos penetram. A seguir por movimentos corporais a minhoca faz com que esse anel deslize no sentido da sua cabeça. O anel, ao passar pelas espermatecas, recebe o sêmen com os espermatozóides, ocorrendo no seu interior a fecundação dos óvulos (PEREIRA, 2000). Ao sair pela cabeça da minhoca, o anel se fecha na forma de um casulo, contendo em seu interior de três a oito ovos. Em torno de 15 a 20 dias de incubação saem de cada casulo de duas a quatro minhocas jovens. Com 40 a 60 dias de vida, elas atingem a maturidade sexual, podendo acasalar-se. Calcula-se que duas minhocas no fim de um ano possam propagar-se em mais de três mil descendentes (PEREIRA, 2000). Figura 2 - Formação de Casulo Fonte: Longo, 1995 18 Figura 3 - Cópula da Minhoca Fonte: SOUZA, 2008 Figura 4 - Casulos Fonte: SOUZA, 2008 O conhecimento dos casulos pode colaborar fundamentalmente no levantamento ecológico de espécies de minhocas numa determinada região, especialmente quando as populações não são tão numerosas. Além da presença de pedotúbulos (túneis formados no solo pela ação de raízes e de criaturas edáficas, incluindo as minhocas) e da deposição de coprólitos (grânulos enrijecidos de massa fecal) de minhocas, a observação dos casulos, embora não seja conclusiva, pode também ser indicativa de existência de uma espécie de minhoca (www.zoonews.com.br). Nas minhoculturas que lidam com associação de espécies, a identificação precisa dos casulos das minhocas criadas conjuntamente é importante para se avaliar o potencial reprodutivo. Identificando e quantificando casulos semelhantes, se pode tomar decisões com brevidade relativas ao uso de um determinado tipo de substrato, à estação do ano, à densidade populacional e à umidade para se assegurar a reprodução sempre em níveis incrementados. Na escassez de artigos científicos e de qualquer outra literatura que propusessem um agrupamento dos casulos de minhocas do grupo megadrili (grupo de famílias de minhocas compridas e de habitat terrestre) segundo os aspectos com que são gerados, a proposta de classificação será a seguinte, em relação aos parâmetros: 19 Pigmentação - Nesse parâmetro, embora a coloração do casulo se escureça com o decorrer da incubação, em que transcorre o desenvolvimento embrionário, propõe-se considerar sua pigmentação próximo de sua postura: esbranquiçado, amarelado, esverdeado, ou amarronzado (www.zoonews.com.br). Número de afilamentos - A formação de todo casulo resulta no fechamento de ambas as bordas da cápsula que envolve o corpo da minhoca, ao se livrar dela pela cabeça: a primeira ponta formada é, geralmente, menos protuberante que a outra, quando a minhoca definitivamente deixa o casulo. Esse processo gera duas extremidades aparentes ou não, com ou sem afilamentos, dependendo da espécie de minhoca. Nesse parâmetro, propõe-se considerar a quantidade de afilamentos aparentes do casulo: acúspide (quando não há afilamentos), unicúspide (quando há um afilamento) e bicúspide (quando há dois afilamentos) (www.zoonews.com.br). Formato - Ainda que a textura e a umidade do substrato onde os casulos foram produzidos possam alterar o seu formato, o aspecto das ootecas é uma característica constante e peculiar de cada espécie de minhoca. Nesse parâmetro, propõe-se considerar os formatos de casulo cilíndrico (forma roliça com o diâmetro semelhante em toda a sua extensão), esférico (forma arredondada) e oval (forma elíptica, semelhante à do ovo) (www.zoonews.com.br). Tamanho - Via de regra, o tamanho do casulo está relacionado diretamente à dimensão da espécie da minhoca: há uma relação quase invariável entre o peso de minhocas adultas e o peso de casulos entre as espécies do anelídeo da ordem de 0,98. Embora haja espécies como Amynthas gracilis e Perionyx excavatus, por exemplo, que produzem casulos menores que os de espécies menos compridas que elas, como a Eisenia fetida e Eisenia andrei, quanto maior a espécie, maior será o casulo gerado. Desconsideram-se, entretanto, os casulos gerados por espécimes jovens, e, 20 portanto, menores, embora já púberes, e os indivíduos sobreviventes em condições precárias. Nesse parâmetro, propõe-se ponderar a maior medida do casulo para enquadrá-lo em cinco divisões de tamanho: muito pequeno (menor que 2mm), pequeno (entre 2mm e 5mm), médio (entre 5mm e 20mm), grande (entre 20mm e 70mm) e muito grande (maior que 70mm) (www.zoonews.com.br). 1.5 - LOCOMOÇÃO A locomoção da minhoca faz-se através da contração dos músculos circulares e longitudinais e graças à presença do fluido celomático, que preenche os metâmeros. e serve de esqueleto hidrostático. Auxiliando os movimentos da minhoca existe, ao lado de cada metâmero (com exceção do primeiro e do último) um par de cerdas quitinosas . Essas cerdas, quando o segmento esta distendido, são recolhidas. No entanto, quando o segmento esta contraído, as cerdas eriçam-se. Como o deslocamento é efetuado graças as distensões e contrações que se propagam do primeiro ao último segmento, as cerdas eriçam-se e recolhem-se alternadamente, apoiando-se as saliências do terreno e auxiliando a locomoção. 1.6 - RAÇAS MAIS CONHECIDAS NO BRASIL Entre milhares de raças existentes no mundo, estas são as mais conhecidas no Brasil: Minhoca do brejo (Pheretima hawayana) - Tem 45 a 170 mm e faz parte do grupo das puladeiras. É avermelhada (www.agrov.com). 21 Pheretima, encontrada facilmente na terra em lugares úmidos, observando externamente um animal adulto, podemos perceber que seu corpo é formado por 85 a 95 segmentos, todos aproximadamente do mesmo tamanho. Se numerarmos os segmentos a partir da região anterior, notaremos que, ocupando os segmentos de número 14,15 e 16, existe uma região mais dilatada e mais clara que o resto do corpo, o clitelo. A face superior do animal é normalmente mais escura que a face inferior. No primeiro segmento localizase a boca e, no último, abre-se o ânus (www.agrov.com). Minhoca da noite (Lumbricus terrestris) - Mede 90 a 300mm e é muito encontrada nos pomares. É avermelhada (www.agrov.com). Embora esta não é a minhoca mais abundante, nem mesmo na sua área de distribuição natural, é uma espécie de minhoca muito visível e familiar no jardim e nos solos agrícolas da zona temperada, e é frequentemente visto na superfície, ao contrário da maioria outras minhocas. Criodrilus lacuum - Habita solos encharcados. Do grupo das minhocas vermelhas (www.agrov.com). Vermelha da Califórnia (Eisenia phoetida) - Conhecida também como minhoca dos montes de esterco, é de origem européia e se adapta facilmente ao canteiro, sendo muito prolífera, isto é, se reproduz rapidamente (www.agrov.com). Ela tem uma capacidade de, muito rapidamente, transformar o alimento em que vive em húmus, por esse motivo é a espécie mais usada na criação de minhocas para a produção de vermicompostos. Seu comprimento varia de 60 a 120 mm, possui cerca de 3 a 6 mm de diâmetro e tem de 80 a 120 anéis. O seu peso fica em torno de 0,73 a 1 grama (www.agrov.com). 22 As condições ideais para o desenvolvimento dessa minhoca em cativeiro são: pH próximo ao neutro (7,0), umidade do ar em torno de 70 a 80%, e temperatura de 15 a 23ºC (www.agrov.com). Figura 5 - Vermelha da Califórnia Fonte: www.ruralnews.com.br Eisenia lucens - É encontrada com mais freqüência nos solos de pastagem próximos a rios e lagos. Avermelhada (www.agrov.com). Figura 6 - Eisenia Lucens Fonte: calphotos.berkeley.edu Minhoca do campo (Allolobophora caliginosa) - Mede entre 60 e 170mm. Não é muito boa reprodutora, mas se adapta bem às condições brasileiras. 23 Trabalha a cerca de 25 cm da superfície e se dá melhor em pastagens. É cinzenta (www.agrov.com) . Minhocuçu (Rhinodrilus alatus e Glossoscolex spp) - Pode chegar a mais de 1 metro de comprimento, e diâmetro de até 5 cm. Não dá para confundir com uma cobra porque não tem cabeça com formato pronunciado nem rasteja como ela. Apesar do tamanho, fica bem próxima da superfície, logo abaixo das raízes das gramíneas. É importante para o solo porque produz grande volume de húmus (www.agrov.com). Figura 7 - Minhocuçu Fonte: www.hypescience.com Pálida (Octolasium lacteum) - Seu comprimento varia entre 30 e 180 mm e vive cerca de 25 cm da superfície. Exige pouca quantidade de matéria orgânica para sobreviver, mas prefere as baixadas, que são mais úmidas (www.agrov.com) . Microscolex phosphoreus - É branca e mais parece um fio de cabelo. Trabalha só à noite porque age na primeira camada do solo, quase na superfície (www.agrov.com) . Gigante Africana (Eudrilus eugeniase) - É nativa da África Ocidental e é muito utilizada para o comércio de iscas para pesca, por possuir um porte maior (SOUZA, 2008). 24 Figura 8 - Gigante Africana Fonte: Souza, 2008 Essa espécie é exigente quanto à temperatura interna do canteiro, que deve ficar em torno de 20 a 25ºC, e a sua reprodução e crescimento podem ser comprometidos quando esses índices estão abaixo ou acima dessa faixa, podendo causar a morte das minhocas. O pH deve estar próximo a 7 (neutro) e a umidade do ar em torno de 70 a 85% (SOUZA, 2008). Seu comprimento pode variar de 200 a 350 mm, possui cerca de 5 a 9mm de diâmetro, e tem 80 segmentos no nascimento e cerca de 280 na sua fase adulta. O seu peso varia de 2,40 a 3,70 gramas (SOUZA, 2008). A gigante africana é mais espessa na extremidade anterior, mas seu corpo se afina até chegar a cauda (SOUZA, 2008). 1.7 - HABITAT Em relação ao habitat dos anelídeos podem ser aquáticos, marinhos ou de água doce e terrestres vivendo em lugares sombrios, debaixo de pedras e folhas ou escavando galerias no solo, onde passam a viver. 25 O habitat natural ideal para as minhocas é, em geral, aquele representado pelos solos úmidos (20% a 25%), porosos, fofos, nitrogenados, ligeiramente alcalinos, que contenham suficientes reservas de nutrientes formados pela decomposição de vegetais ou de outros materiais (LONGO, 1995). Em certos ambientes, tidos como altamente poluídos, proibitivos para a sobrevivência da maioria dos organismos complexos, encontram-se certos representantes de anelídeos: "Tubifex", que, incrivelmente, resistem a saturação de DDT de até 100 mg/kg. Essas minúsculas formas de anelídeos, de aparência filamentar e avermelhadas, ainda suportam a presença do vinhoto das destilarias de açúcar, ou os elevados teores de ácido sulfúrico registrados nos despejos industriais dos estabelecimento têxteis. Fixam-se nas partículas mecânicas (no substrato) do fundo; como gramíneas com o enraizamento de baixo para cima, agitam seus corpos separando ínfimas quantidades de oxigênio, com o que se satisfazem. Bastam-lhes acanhadas presenças de 3 ml/l de O2 para que vivam e proliferem. Até o interior das fossas sépticas lhes é favorável (LONGO, 1995). A ausência de luz azul é ideal para as minhocas. São, conforme já mencionado, lucífugas, tolerando apenas a luz vermelha (LONGO, 1995). Aquelas que nos interessam para fins comerciais, preferem temperaturas ambientais entre 12 e 18ºC. Entretanto há espécies que se adaptam a gradientes entre 12º e 25ºC (LONGO, 1995). Segundo as estimativas (LONGO, 1995), existem fabulosas colônias de seres num metro quadrado de solo natural agricultável, que podem ser assim distribuídos: 26 Protozoários Nematóides Ácaros Colêmbolos Centopéias Formigas Larvas de insetos Minhocas adultas Minhocas jovens Moluscos Total aproximado 1.500.000.000 21.000.000 100.000 50.000 2.500 250 250 800 20.000 50 1.521.173.850 Figura 9 - Estimativa de Colônia de Seres num metro quadrado. Fonte: LONGO, 1995 Quando chove muito o solo fica encharcado e as minhocas fogem para a superfície. Não é a presença excessiva de água que as amedronta e as impele para cima. A falta de oxigênio e a saturação de dióxido de carbono (CO2) são os fatores principais (LONGO, 1995). Os milhões de microrganismos conviventes no subsolo consomem rapidamente todo o oxigênio disponível nos seu interstícios porosos. Exalam CO2, que não consegue dissipar-se no espaço exterior devido à camada líquida que o retém. No risco de morrerem pela falta de oxigênio, as minhocas sobem rapidamente à procura de espaços respiráveis. Aí são capturadas às centenas pelas aves ou por outros predadores que as aguardam atentamente (LONGO, 1995). Grandes quantidades também perecem nessas circunstâncias ao se exporem à radiação solar que as dessecam rapidamente. Mesmo na ocorrência de chuvas passageiras, a impregnação superficial do solo pelas águas caídas já caracteriza situações insuportáveis para as minhocas, obrigando-as a subirem para a camada exterior 27 Enfatizamos esses detalhes que deverão ser levados em conta na construção e nos manejos zootécnicos dos minhocários Para a plena continuidade de uma população de anelídeos, num determinado volume espacial, a água (teor de umidade) representa muito mais do que a temperatura. O controle da umidificação é imperativo, pois que sendo insuficiente ou opostamente , excessivo, promove a debandada dos animais. Carentes de quantidades à altura de usa demanda fisiológica, reduzem a movimentação, desaceleram o metabolismo e arrefecem os instintos reprodutivos. Excessos trazem os resultados perigosos conforme expusemos nos parágrafos anteriores. Quando o frio se manifesta mais rigoroso, elas se aprofundam em busca de solos mais aquecidos, o que também lhes reduz a capacidade reprodutiva e afasta-as das faixas superficiais mais ricas de nutrientes. Ambientes nitrogenados são muito favoráveis a esses oligoquetas. A pronunciada acidez dos solos mais profundos é um fator bloqueante ao aprofundamento de certas espécies como Pheretima e Lumbricus (LONGO, 1995). A maioria das minhocas cultiváveis prefere meio ambiente com pH (potencial hidrogeniônico) entre 5,5 e 7,5. Daí conclui-se: nem os solos predominantemente ácidos e nem aqueles marcadamente básicos correspondem às demandas ambientais das minhocas. Entretanto cumpre ressaltar que um ligeiro teor alcalino tem colaborado no aumento da população dos criatórios e das áreas inoculadas com as minhocas (LONGO, 1995). É interessante ressaltar que a participação do esterco animal traduz-se na maior presença de anelídeos. Experimentos conduziram à redução de 13% 28 no número e 12% no peso das minhocas quando da ausência de adubo animal nas pastagens (LONGO, 1995). Inversamente, com calagem moderada promoveu-se aumento de até 7 vezes mais minhocas nos solos anteriormente analisados e tidos como ácidos (LONGO, 1995). Fertilizantes orgânicos, esterco animal, farinha de peixe, calagem moderada e alimento à base de vegetais decompostos foram os ingredientes que se traduziram nos primeiros resultados auspiciosos, nos primórdios de nossos estudos ao nível de campo (LONGO, 1995). 29 CAPÍTULO II MINHOCÁRIOS 2.1 - O QUE SÃO MINHOCÁRIOS ? Minhocários são construções sob os mais diversos formatos e tamanhos, devidamente projetadas e construídas para criar um ambiente propício para criação das minhocas. Podem ser construídos em diversos tipos e tamanhos, dependendo apenas do objetivo pelo qual se deseja construir um minhocário: para fins comerciais através da produção e vendas dos húmus, minhocas e casulos; produção de húmus para consumo próprio; criação das minhocas como um hobby ou para realizar pequenas experiências educativas em escolas. (VIEIRA, 1998). 2.1.1 - OS TIPOS DE MINHOCÁRIOS MAIS CONHECIDOS Existem vários tipos de minhocários, conforme exemplos a seguir: Canteiro no chão (figura 9); Canteiro de tijolos; Sistema de montes com o piso em terra batida ou cimentado; Canteiros de madeira; Canteiros de bambu; Caixas de madeira; Colchões (figura 10); Caixa box(figura 11); Canteiro suspenso; Caixas de amianto; Tonéis de 200 litros cortados longitudinalmente, com furos na parte inferior; e Garrafa PET (para realizar pequenas experiências educativas em escolas). Os Minhocários de canteiros são os mais comuns devido serem fáceis de construir e tem baixo custo. Os canteiros podem ter comprimentos variados, dependendo do tamanho da criação. O usual é construir canteiros de 10 m de comprimento, com 1 m de largura e 50 cm de altura. Existem dois tipos de canteiros: canteiro simples e canteiros duplo ou de parede germinada (dois canteiros dispostos um ao lado do outro). 30 O canteiro duplo ou de parede germinada é muito usado por minhocultores em todo País, e pode ter o piso cimentado ou não. A escolha desse tipo de canteiro é aconselhável se o criador for produzir húmus, pela grande capacidade de produção. Também é usado quando se dispõem de grandes áreas na propriedade. Figura 10 - Canteiro no chão tipo duplo Fonte: Souza, 2008 Figura 11 - Sistema de Criação em Canteiro de Colchões Fonte: Souza, 2008 31 Figura 12 - Sistema de Criação em Caixa Box Fonte: Souza, 2008 2.2 - PLANEJAMENTO E GERENCIAMENTO DO PROJETO Para a construção do minhocário deve ser feito o gerenciamento do projeto, observando os investimentos, acompanhando todas as etapas de produção e verificando o retorno do que foi investido. As construções dos minhocários devem ser dimensionadas e o projeto de ampliação das estruturas produtivas deve estar previsto à medida que a produção aumentar, para evitar problemas de movimentação de máquinas entre os canteiros. O planejamento do minhocário é de suma importância para esta atividade tenha sucesso. Nesta etapa, observam-se vários pontos importantes para se executar passo a passo o processo de criação. 2.3 - ESCOLHA DO LOCAL PARA CONSTRUÇÃO A área deve ser, se possível plana, com terrenos menos acidentados, evitando baixadas pela possibilidade de encharcamento: deve também ser protegida de ventos e da insolação direta. 32 Na escolha do local, deve-se verificar a facilidade de se obter mão de obra disponível, não sendo necessário que seja especializada, pois basta um treinamento para pegar a rotina e o ciclo do minhocário. O local deve ser amplo e de fácil acesso, facilitando o manejo e o escoamento da produção, e também prevendo futuras ampliações. A área escolhida deve ser próxima à da matéria-prima. Antes da implantação do minhocário, deve-se verificar se existem predadores no local; se for detectada a presença de inimigos naturais das minhocas, proceder ao seu controle. Deve existir água em abundância e de boa qualidade, sendo a água doce a ideal para as minhocas. O pH da água deve ficar em torno de 6 a 8 ou, de preferência, 7, isto é, neutro. Se o pH estiver fora desse índice, é recomendada a sua correção, pois é prejudicial às minhocas. O pH é a medida de íons de hidrogênio e existem vários métodos para medi-lo. O mais prático e barato é o papel tornassol, que verifica se o PH está ácido, neutro ou básico (SOUZA, 2008). A dureza da água ou DH (Deutsch Hardness) é importante, pois pode fazer mal às minhocas; essa dureza é a medida de sais minerais, principalmente, os de cálcio e magnésio. Tanto a água mole quanto a água dura podem causar problemas na mucosidade da pele da minhoca (SOUZA, 2008). Existem estojos especiais para se medir a dureza da água e são compostos por um reagente que é pingado em uma amostra da água que vai 33 ser analisada; depois, observa-se se há mudança de cor, constatando o grau de dureza dessa água. A densidade da água tem também a sua importância, pois revela o grau de salinidade e está diretamente relacionada ao pH. O densímetro é um aparelho que mede esse fator. As minhocas podem se acostumar às temperaturas dentro dos canteiros. Na natureza, elas se adaptam às oscilações de temperatura, mas é importante lembrar que mudanças bruscas de temperatura podem causar danos e morte de muitas minhocas. Para medir a temperatura, usam-se termômetros. Quanto a oxigenação, as minhocas dependem de oxigênio para a sua respiração, e quanto menor é a quantidade de oxigênio na água, maior é a de gás carbônico, sendo bastante nocivo para as minhocas. A quantidade de oxigênio vai depender de vários fatores, como a composição e grau de impureza da água. Quanto mais quente a água, menor é o teor de oxigênio. A água doce a 20ºC contém mais 20% de oxigênio do que a água do mar (SOUZA, 2008). 2.4 - LEGALIZAÇÃO DO PROJETO Se a intenção do minhocultor for a produção e comercialização de húmus, minhocas e casulos, deve conhecer a legislação do seu estado. Para se conhecer a legislação e obter informações sobre os aspectos legais quanto às posturas municipais locais, deve-se procurar os órgãos competentes. 34 Antes de iniciar a construção do minhocário no local escolhido, é necessário providenciar o enquadramento como produtor rural, que é feito no próprio sindicato rural patronal. O certificado de produtor rural serve para obtenção da inscrição estadual. Deverá ser obtida a nota fiscal de produtor apresentando a inscrição estadual e o CPF. A seguir, o produtor deve providenciar junto à prefeitura o alvará de localização, que é obtido após a vistoria e fiscalização sanitária. Esses são alguns procedimentos necessários para a implantação da atividade de minhocultura, porém cada lugar tem a sua disposição legal. 2.5 - CONSTRUÇÃO E MANEJO DO MINHOCÁRIO 2.5.1 - CONSTRUÇÃO Como temos vários tipos de minhocários, descreverei a construção e manuseio do minhocário mais facilmente encontrado nos sítios de minhocultura: canteiro de tijolos simples com piso de cimentado. .No local escolhido devem ser inicialmente executados a terraplanagem e depois construídos canteiros com bordas de tijolos empilhados unidos com cimento, com altura de 0,4 m, largura de 1m e comprimento de 10 m mais ou menos dependendo do espaço disponível. No mesmo local poderão ser construídos vários canteiros em paralelo, mantendo um espaço livre entre eles para circulação e movimentação de carrinhos e maquinários. 35 Construir o piso de cimento no interior do canteiro com uma pequena declividade de 2% (do centro para as laterais) e orifícios (drenos) nas laterais a cada 2 m para facilitar o sistema de drenagem (PEREIRA, 2000). Os canteiros devem ser construídos de forma a aproveitar o sol da manhã, com exposição para a face Norte, protegidos das correntes de ar frio dos Sul. Se este fator não for observado poderá ocorrer um comprometimento na atividade das minhocas e consequentemente uma diminuição na produção de húmus (PEREIRA, 2000). Toda matéria orgânica de origem animal ou vegetal que tenha passado por um processo de compostagem constitui-se em fonte de matéria prima para o enchimento dos canteiros. Compostagem tem como objetivo acelerar a decomposição da matéria orgânica pela ação bacteriana. O processo consiste em formar uma pilha de esterco de gado, que é um material rico em nitrogênio. A velocidade de fermentação da pilha depende do tamanho, da aeração, do formato e do esterco utilizado, bem como das regras, que discutiremos a seguir. Pilhas pequenas, dentro de 20 a 40 dias já estarão compostadas. O tamanho da pilha a ser compostada poderá ser de 1,5 m de altura por 2 a 4 m de comprimento por 2 m de largura (PEREIRA,2000). Cada camada de esterco, após formada, que deverá ter em torno de 10 cm de altura, deverá ser molhada até que a pilha esteja completa. Feito isso, seguiremos a prática de umedecer e revolver a pilha a cada 15 dias, com isso teremos uma melhor e mais rápida compostagem (PEREIRA, 2000). O hábito de molhar o esterco fresco (verde) para retirar a acidez da urina é contra-indicado; ele deve ser colocado para compostar o mais breve possível, evitando assim perdas de nitrogênio e outros minerais. 36 Neste item procuramos dar ênfase ao esterco de gado, devido à facilidade para a sua aquisição, mas podemos também utilizar outros tipos de esterco, como o de cavalo, e o de porco, entre outros. Além do esterco de gado, temos outras opções para usar como alimento para minhocas, tais como bagacilho de cana, palha, leucena (leguminosa com alta capacidade de fixação biológica de nitrogênio e grande quantidade de massa verde), talos de plantas e folhas e cascas de frutas (PEREIRA, 2000). Podemos usar a mistura de esterco mais palha mais leucena ou outras culturas citadas anteriormente na proporção 1:1:1. O enriquecimento com leucenas permitirá a obtenção de material 30% mais rico em nitrogênio, sendo que as outras culturas (talos de plantas, folhas, cascas de frutas) são ricas em carbono (PEREIRA, 2000). Então, além de termos um material mais rico em nitrogênio, devido ao uso da leucena, consequentemente menos fibroso, utilizaremos menor volume de esterco. Isso nos dá uma economia de esterco em torno de 60%. A formação de pilha seguirá os mesmos princípios de tamanho, altura e largura, bem como o tempo de compostagem e as regras já citadas anteriormente. No final do processo de compostagem, quando a temperatura da pilha esfriar, teremos uma relação de carbono/nitrogênio em torno de 20/1. Nessas condições, podemos encher o canteiro. Na figura 12 mostramos a Tabela de Relação Carbono / Nitrogênio de algumas fontes alimentares das minhocas. 37 TABELA DE RELAÇÃO CARBONO/NITROGÊNIO (de algumas fontes alimentares das minhocas) Material C/N N% P2O5 (%) K2O(%) Aveia - casca 63/1 0,74 0,14 0,52 Bagacilho de cana 44/1 1,08 0,09 0,10 Banana - folhas 19/1 2,59 0,18 - Capim gordura 81/1 0,62 0,16 0,32 Centeio - palhas 100/1 0,48 0,24 1,02 Mandioca - folhas 12/1 4,36 0,71 - Milho - palha 112/1 0,49 0,39 1,65 Serragem de madeira 800/1 0,05 0,09 0,18 7/1 6,57 0,55 1,55 Torta de soja FIGURA 13 - Tabela Relação Carbono/Nitrogênio Fonte: PEREIRA, 2000, Página 53 Inicialmente reúna todos os materiais necessários para colocação do substrato, a compostagem no canteiro: calcário; carrinho de mão; enxada; luvas e pá. Primeiramente distribua uma pequena quantidade de calcário uniformemente no fundo do canteiro. O calcário é colocado com o objetivo de evitar a presença de sanguessugas, que são predadores das minhocas. Coloque o substrato no canteiro de modo que a altura seja de no mínimo 30 cm, fornecendo a alimentação suficiente para a cultura. Para não compactar o substrato, é recomendado que a altura máxima seja de 40 cm. Após o enchimento dos canteiros, podemos colocar as matrizes (minhocas) espalhados sobre o substrato. As matrizes de minhocas são vendidas por minhocultores especializados e no Brasil existem duas espécies 38 que são comercialmente criadas em cativeiro e poderão ser adquiridos com maior facilidade: vermelha da califórnia (Eisenia foetida) e o gigante africana (Eudrilus eugeniae). A quantidade recomendada para iniciantes é de 1 a 2 litros, aproximadamente 1500 a 3000 minhocas para cada metro quadrado de canteiro. A população máxima admitida por metro quadrado de canteiro é de 5 litros, pois se ultrapassar esse limite pode ocorrer a fuga das minhocas em decorrência do superpovoamento. Após a colocação das matrizes, os canteiros deverão ser cobertos com varas atravessadas a cada 50 cm. Canas de bambu facilitam e uniformizam essa providência. Sobre elas posicionar e fixar uma manta de sacos abertos, daqueles usados para o transporte de farinha de trigo, farelo ou açúcar. Os sacos, presos aos canteiros ou canas, garantirão uma primeira cobertura, a alguns centímetros acima dos substratos, broqueando eventuais correntes de ar, sem, contudo, impedir a aeração conveniente. Se bem posicionado e fixados, as regas poderão ser efetuadas sem removê-los. A umidade relativa do ar interior manter-se-á uniforme e a luz prejudicial não atuará diretamente na superfície dos substratos. Numa opção mais segura, pode-se proteger os canteiros com coberturas que podem ser feitas de telhas, de sapé, de palhas, lonas ou plásticos, evitando assim a incidência direta do sol, os efeitos da chuva e o ataque dos pássaros. Tal cobertura não eliminará a luminosidade. Assim, deve-se sobrepor aos sacos uma camada de capim seco ou folhas dispersas de tal forma que permitam a penetração de água durante as regas diárias. 39 Num canteiro bem conduzido, em torno de dois meses a população de minhocas deverá dobrar; nessa ocasião metade do canteiro, incluindo minhocas jovens e adultas, deverá ser transferida para outro canteiro. Uma vez multiplicadas as matrizes, podemos povoar o canteiro com um número maior de minhocas, 4 a 5 litros por metro quadrado. Com essa quantidade, em torno de 30 e 35 dias esse canteiro já terá produção de húmus (PEREIRA, 2000). 2.5.2 - MANEJO DO MINHOCÁRIO As práticas de manejo são feitas diariamente e em todo o minhocário. Essas atividades são muito importantes para o sucesso da criação, pois manterá as condições que as minhocas necessitam para permanecerem nos canteiros se reproduzindo e produzindo o húmus. O minhocário deve permanecer limpo, sem matos, entulhos, sujeiras, etc., para evitar a possível presença de predadores. Evite a fuga das minhocas dando alimento adequado, fazer a desdobra (colheita do húmus), cuidar para que não haja ataques de predadores, não deixar que ocorra a superpopulação, observar a umidade do substrato e usar saco-isca que são sacos perfurados cheios de alimentos para que as minhocas que, porventura, tentarem fugir possam entrar nos sacos-isca espalhados pelo lado de fora junto aos drenos dos canteiros (figura 13), permanecendo lá durante todo o ciclo de produção. 40 Figura 14 - Saco-Isca Fonte: Souza, 2008 Faça o teste de umidade do substrato: pegue uma pequena quantidade do substrato na palma da mão e aperte bem forte. Se o substrato estiver seco e não apresentar umidade, não está no ponto ideal. Se o substrato estiver úmido e escorrer água entre os dedos, está encharcado. Se o substrato estiver úmido e não escorrer água, é porque está no ponto ideal, isto é, cerca de 80% de umidade. De preferência, as regas devem ser feitas no final do dia, ao pôr-do-sol. Faça controle de predadores combatendo os inimigos naturais da minhoca, entre eles : sapos, rãs, ratos, aves em geral e centopéias, mas os que causam maiores problemas na criação de minhocas são as formigas carnívoras (lava-pés) e as sanguessugas. Dependendo do predador, os métodos de controle são diferentes. Algumas práticas são fáceis, como é o caso de usar a cobertura para a proteção contra pássaros, ou manter o minhocário cercado e coberto com telas, evitando o ataque das aves. Uma outra forma de controle é fazer sempre a limpeza do minhocário para que sapos, rãs, ratos, etc., não venha a se instalar dentro dele. 41 Quanto às centopéias antes de colocar as minhocas, recomendase adicionar água fervente na matéria orgânica que vai servir de abrigo e alimento para a criação. Se a incidência for alta, é preferível descartar esse material (SOUZA, 2008). Para combater o sanguessuga, antes da colocação do substrato, espalha-se calcário no fundo do canteiro. Caso esse procedimento não for suficiente, pode-se espalhar sobre a superfície do canteiro as sanguessugas maceradas (trituradas) misturadas com um pouco de água. As sanguessugas possuem um feromônio de alarme que faz com que fujam do local onde houve mortes de indivíduos da sua espécie. Para combater a formiga lava-pés pode-se colocar água fria no canteiro fazendo com que elas se mudem, ou espalhar cinzas do lado de fora dos canteiros. A colheita ou desdobra é a separação da minhoca do húmus. Ela pode ser manual, mecânica ou migratória. Existem outras técnicas mas, por causarem estresse às minhocas, são pouco eficientes. O tempo para realização da colheita do húmus depende da espécie escolhida e do número de minhocas que foram colocadas por metro quadrado de canteiro. As minhocas começam a comer de cima para baixo, facilitando a visualização do vermicomposto. Uma das maneiras para se observar o término da transformação desse alimento em húmus é que, estando pronto, ele tem uma coloração mais escura, com cheiro de terra fresca, tem uma textura porosa e macia, fica solto e não se fixa na mão. 42 A minhoca pode ser colhida todos os dias e o húmus somente quando as minhocas consumirem todo o alimento. A colheita manual pode ser feita através da catação ou peneiramento manual. A colheita através da catação é realizada quando se quer colher uma quantidade pequena de minhocas, não havendo necessidade de se colher todo o canteiro. Materiais necessários são: luvas e vasilha. Primeiramente retire a cobertura do canteiro e revolva o substrato de uma pequena área até que as minhocas apareçam. Usando-se luvas, catem as minhocas e coloquem no recipiente contendo pequena quantidade de substrato. A colheita através do peneiramento manual é feita quando o húmus estiver pronto. Nesta colheita, deve-se ter o cuidado redobrado , pois é uma técnica que pode causar estresse e matar muitas minhocas. Materiais necessários são: carrinho de mão; garfo de ponta arredondado; luvas; peneira e dois recipientes com substrato para acomodação das minhocas e dos casulos. Primeiramente retire a cobertura do canteiro e depois colha o húmus juntamente com as minhocas e os casulos e coloquem na peneira. Peneire e vá catando as minhocas e os casulos que surgem na superfície e coloquem nos recipientes. Os bagaços que são sobras de alimento não consumido devem retornar para o canteiro para ser processado novamente. A colheita mecânica é feita através de uma peneira cilíndrica giratória. Esse método de colheita é rápido e prático, levando o minhocultor a economizar o tempo e gastos com mão de obra. É composto por um cilindro interno de alumínio com vários pequenos orifícios por toda a sua extensão. Ao redor desse cilindro teremos outro de tamanho maior. 43 Um pequeno motor irá impulsionar o cilindro interno fazendo com que gire e dessa forma o húmus que será colocado no cilindro interno junto com as minhocas, passará para cilindro externo e as minhocas ficarão retidas no cilindro interno. Quando o cilindro externo estiver cheio de húmus, ele será descarregado e estará pronto para ser embalado. Já as minhocas serão separadas para venda ou recolocadas nos canteiros. A colheita migratória pode ser feita utilizando-se o saco-isca. A idéia é fazer com que as minhocas migrem de um canteiro que não tem mais alimento e vão em busca de novos alimentos. A colheita com saco-isca é efetuada com os mesmos sacos usados na proteção contra as fugas, e são colocados sobre o canteiro que já não tem mais alimento, espaçados a cada 2 metros de distância em ambos lados,. Espera-se cerca de três a quatro dias para que as minhocas subam para os sacos em busca de alimentação. Depois disso, recolhem-se as minhocas no saco-isca. 44 CAPÍTULO III COMERCIALIZAÇÃO 3.1 - PRODUTOS COMERCIALIZADOS Vários são os produtos comercializados com a criação da minhoca: húmus, casulo, matrizes, minhocas para a pesca, alimento para pássaros e aquários, congeladas, in natura e farinha de minhoca (SOUZA, 2008). 3.2 - COMPRADORES Como clientes ou compradores para as minhocas, podemos citar os proprietários de imóveis rurais como fazendas, sítios, chácaras, casas de campo, além de donos ou responsáveis por hortas, plantações independentes, jardins, parques públicos ou particulares (www.agrov.com) . Além disso, são esses mesmos os compradores para húmus, o melhor dos adubos orgânicos, para a aplicação nas mais diversas plantações. Outra categoria de ótimos compradores para as minhocas, é a dos pescadores, pois eles as consideram como as melhores iscas vivas para as suas pescarias, pois é a mais adequada para um grande número de espécies de peixes e, por essa razão, as utilizam em grande escala. (www.agrov.com) . 3.3 - FORMAS DE COMERCIALIZAÇÃO A comercialização do húmus é feita a granel ou em sacos de 10 a 50 kg, por tonelada, ou embalado em pequenas quantidades em sacos plásticos personalizados de 1, 2, 3, ou 5 kg, com cores e desenhos que possam atrair o consumidor e facilitar a identificação do produto. Existem empresas que prestam serviços nesta área de rotulagem, criação de logomarca, código de 45 barras, selo de qualidade, dando todo o suporte para a comercialização (SOUZA, 2008). O húmus tem prazo de validade, que deve constar no rótulo ou na embalagem do produto. Esse prazo de validade é muito relativo, vai de três a seis meses, desde que seja armazenado em lugar fresco e arejado, com reposição de água semanalmente, quando armazenado a granel. (SOUZA, 2008) As minhocas podem ser comercializados de várias formas: elas podem ser vendidas por litro, por unidade ou até mesmo por quilo, depende do local, da espécie de minhoca e do seu destino final. As minhocas para venda são embaladas e transportadas em diversos tipos de materiais, como: caixa de madeira, caixa e pote plástico, sacolas de TNT, lata de alumínio, saco de estopa e outros materiais. Esse material utilizado pode ser o mais diverso possível, porém sempre deve ser levada em consideração a distância a ser percorrida pelo produto (SOUZA, 2008). Todas as embalagens com minhocas vivas devem conter substrato para que elas tenham conforto necessário para chegarem ao seu destino em condições satisfatórias. As únicas embalagens que não vão com o alimento são as minhocas congeladas e de farinha de minhoca. O preço final do produto vai depender do local de venda, do tipo de cliente e do custo de produção. Por ser tratar ainda de um produto novo e pouco conhecido, o sucesso de sua comercialização irá depender diretamente da capacidade empresarial do criador, bem como das vantagens que seu produto oferece. 46 Além de um completo conhecimento técnico e de um sistema prático e eficiente de comercializar o produto, o criador deve fazer o máximo para diminuir os gastos com seu minhocário, gastos estes com mão de obra, material, matéria orgânica, distância a ser percorrida entre a propriedade e os pontos de venda, água, luz e outros. Tudo isso deve ser calculado para que a implantação do minhocário seja viável , atendendo às necessidades do produto e tendo preço compatível para competir no mercado. 47 CONCLUSÃO Como vimos, as minhocas são seres inofensivos que habitam o planeta Terra a milhões de anos e somente agora os seres humanos estão descobrindo que as minhocas são parceiras que não estão aqui somente para nos fornecer a isca para a pescaria do final da semana. As minhocas para sobreviver consomem alimentos orgânicos em decomposição de qualquer natureza, tais como: cascas de frutas, lixos orgânicos provenientes da limpeza do sítio ou da fazenda, esterco bovino, esterco de cavalo, esterco de galinha, bagacilho de cana hidrolizado, entre outros e não intencionalmente nos fornece o húmus que são adubos orgânicos de excelente qualidade sem nenhum ingrediente químico tóxico, que podem ser utilizados como fertilizantes em todos os tipos de plantações, de um simples vaso de plantas a grandes plantações de uva para propiciar uma melhora na qualidade e na produtividade dos vinhos. Tendo as minhocas como parceiras de investimento, já existem centenas de fazendas ou sítios que produzem o húmus, para comercialização. Inicialmente o lucro não é alto, porém, com o aumento gradativo das dimensões do minhocário e da produção, há centenas de produtores que sobrevivem somente com esta atividade. 48 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA - CALPHOTOS <http://calphotos.berkeley.edu> - acesso: 25/05/2011 - 11h50m - CATÁLOGO RURAL <http://www.agrov.com/animais/peq_ani/minhocas htm> - acesso: 16/02/2011 - 15h00m - HYPESCIENCE <http://www.hypescience.com.br> acesso: 14/06/2011 à 19h30m - LONGO, ALCYR D. - Minhoca - de Fertilizadora do Solo a Fonte Alimentar, Editora Ícone, 4ª Edição, 1995 a - LOPES, SÔNIA - BIO, Editora Saraiva, 5 Edição 2002. - PEREIRA, JOSÉ EDUARDO - Manual Prático Sobre Minhocultura, Editora Nobel, Edição 2000. - REDE SIMBIÓTICA DE BIOLOGIA E CONSERVAÇÃO, <http://www.simbiotica.org/anelida.htm> - acesso: 11/07/2011. - RURAL NEWS <http:/www.ruralnews.com.br > acesso 02/06/2011 às 14h15m. - SABER WEB <www.saberweb.com.br/zoologia/minhoca.htm > acesso: 16/06/2011 09h10m 49 - SOUZA, VALÉRIA COSTA ELLER DE. - Minhocultura - Construção e Manejo do Minhocário, Coleta do Húmus e Comercialização, LK Editora, Edição 2008. - SUA PESQUISA <www.suapesquisa.com/cienciastecnologia/anelideos.htm> acesso: 05/07/2011 às 09h50m. - VIEIRA, MÁRCIO INFANTE, - Minhocas e Minhocários, bons Lucros, Prata Editora e Distribuidora Ltda, Edição 1998. - ZOO NEWS <www.zoonews.com.br> acesso : 16/05/2011 às 15h16m. 50 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I MINHOCA 1.1 - O QUE SÃO MINHOCAS 10 1.2 - FORMAÇÃO DA CLASSE FILO ANNELIDA 10 1.2.1 - POLYCHAETA 10 1.2.2 - OLIGOCHAETA 11 1.2.3 - HIRUDINEA 11 1.3 – ANATOMIA DOS ANELÍDEOS 1.3.1 - ANATOMIA DAS OLIGOQUETAS 1.4 - REPRODUÇÃO 11 12 15 1.4.1 - ANATOMIA DOS APARELHOS REPRODUTORES 16 1.4.2 - ACASALAMENTO 16 1.5 - LOCOMOÇÃO 20 1.6 - RAÇAS MAIS CONHECIDAS NO BRASIL 20 1.7 - HABITAT 24 CAPÍTULO II MINHOCÁRIOS 2.1 - O QUE SÃO MINHOCÁRIOS 2.1.1 - OS TIPOS DE MINHOCÁRIOS MAIS CONHECIDOS 29 29 51 2.2 - PLANEJAMENTO E GERENCIAMENTO DO PROJETO 31 2.3 -ESCOLHA DO LOCAL PARA CONSTRUÇÃO 31 2.4 - LEGALIZAÇÃO DO PROJETO 33 2.5 - CONSTRUÇÃO E MANEJO DO MINHOCÁRIO 34 2.5.1 - CONSTRUÇÃO 34 2.5.2 - MANEJO DO MINHOCÁRIO 39 CAPÍTULO III COMERCIALIZAÇÃO 44 3.1 - PRODUTOS COMERCIALIZADOS 44 3.2 - COMPRADORES 44 3.3 - FORMAS DE COMERCIALIZAÇÃO 45 CONCLUSÃO 47 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 48 ÍNDICE 50 ÍNDICE DE FIGURAS 52 52 ÍNDICE DE FIGURAS FIGURA 1 - Anatomia da Minhoca 15 FIGURA 2 - Formação de Casulo 17 FIGURA 3 - Cópula da Minhoca 18 FIGURA 4 - Casulos 18 FIGURA 5 - Vermelha da Califórnia 22 FIGURA 6 - Eisenia Lucens 22 FIGURA 7 - Minhocuçu 23 FIGURA 8 - Gigante Africana 24 FIGURA 9 - Estimativa de Colônia de Seres num metro quadrado 26 FIGURA 10 - Canteiro de chão tipo duplo 30 FIGURA 11 - Sistema de criação em canteiro de colchões 30 FIGURA 12 - Sistema de criação em caixa box 31 FIGURA 13 - Tabela de relação Carbono / Nitrogênio 37 FIGURA 14 - Saco - Isca 40