Infectologista: Influenza A (H1N1) A influenza é uma infecção viral

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Infectologista: Influenza A (H1N1)
A influenza é uma infecção viral que afeta principalmente as vias aéreas superiores e,
ocasionalmente, as inferiores. São conhecidos três tipos de vírus da influenza: A, B e C. Esses
vírus são altamente transmissíveis de pessoa para pessoa.
Em março de 2009, um surto por um novo vírus Influenza A foi detectado no México e nos
Estados Unidos. Em abril desse mesmo ano, o Centro de Prevenção e Controle de Doenças
(CDC/EUA) identificou o agente etiológico, denominado vírus de Influenza Pandêmica (H1N1)
2009. Esse vírus rapidamente se disseminou no mundo, iniciando uma transmissão sustentada
em mais de uma região do planeta, fazendo com que a Organização Mundial da Saúde (OMS)
declarasse ocorrência de pandemia nível 6 (a mais alta pela classificação OMS) em 11 de junho
de 2009.
No Brasil, o primeiro caso de influenza A (H1N1) foi confirmado em 07 de maio de 2009, durante
a semana epidemiológica 17. No Rio Grande do Sul, o primeiro caso foi confirmado na semana
epidemiológica 18 em um residente no município de Santo Ângelo. Em Porto Alegre, o primeiro
caso confirmado laboratorialmente como influenza A (H1N1) foi notificado em 17 de junho de
2009.
Atualmente, há a preocupação global com a possibilidade de surgimento de um novo subtipo
pandêmico do vírus influenza. Não é possível prever quando e com qual frequência acontecerão
as próximas pandemias e nem as consequências exatas à saúde pública mundial.
A pandemia foi dividida em duas fases epidemiológicas e operacionais:
Fase de contenção (até 16 de julho de 2009): o vírus estava se disseminando no mundo e os
casos estavam relacionados às viagens internacionais ou contato com pessoas doentes que
realizaram viagens internacionais. Nesta fase, o objetivo das ações de vigilância foi reduzir a
disseminação do vírus no país.
Fase de mitigação (a partir de 16 de julho de 2009): iniciou com a declaração de transmissão
sustentada do vírus pandêmico em todo o território nacional. As ações visam reduzir a gravidade
e mortalidade pela doença, por meio do diagnóstico e tratamento dos casos que apresentam
risco para doença grave, óbito ou com algum sinal de agravamento. Essa fase continua até hoje.
A epidemiologia da pandemia indica que crianças e adultos jovens foram os mais atingidos. A
doença se apresentou com um amplo espectro clínico. Os sintomas mais comumente relatados
foram tosse, febre, calafrio, dor de garganta, dores musculares, mal-estar e cefaleia.
Aproximadamente, 10 a 30% dos pacientes necessitaram internação em unidades de terapia
intensiva (UTI). Estes pacientes apresentaram doença do trato respiratório inferior rapidamente
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progressiva, insuficiência respiratória e Síndrome de Angústia Respiratória Aguda (SARA) com
hipoxemia refratária .
Os fatores de risco para doença grave por Influenza A (H1N1), relatados até o momento,
incluem os seguintes grupos: recém-nascidos e crianças até dois anos; gestantes; pessoas de
qualquer idade com doença pulmonar, cardíaca, renal ou hepática crônica; diabetes mellitus;
algumas condições neurológicas; hemoglobinopatias ou imunossupressão (como infecção pelo
HIV, uso de medicação imunossupressora ou tratamento do câncer); crianças que recebem
terapia com aspirina; indivíduos obesos (IMC > 35) e populações de risco social e população
indígena.
Os profissionais da saúde devem estar atentos a estes fatores. Em torno de 50% de todos os
pacientes hospitalizados por influenza A (H1N1) no mundo, apresentaram um ou mais critérios
de risco para doença grave. Entretanto, 1/3 dos pacientes que internaram em UTI eram
previamente saudáveis.
O vírus é transmitido de pessoa para pessoa, principalmente por meio da tosse ou do espirro e
de contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas. No entanto, de acordo com a
Organização Mundial da Saúde (OMS), a principal forma de transmissão não é pelo ar, mas sim
pelo contato com superfícies contaminadas.
As recomendações para a prevenção do vírus influenza A (H1N1), bem como dos outros tipos
de vírus da gripe, são as mesmas: lavar as mãos constantemente, evitar pôr as mãos na boca e
nos olhos, evitar aglomerações em ambientes fechados, proteger a boca e o nariz ao tossir ou
espirrar, usar lenço descartável, limpar sempre as superfícies de mesas, telefones, maçanetas e
outros móveis e objetos de uso coletivo, bem como ficar atento ao surgimento de casos da
doença na comunidade, em ambientes de trabalho ou na escola.
O período de transmissibilidade da doença é diferente entre adultos e crianças. Nos adultos, o
período é de sete dias após o aparecimento dos sintomas, enquanto em crianças, este período
vai de dois dias antes até 14 dias após o início dos sintomas.
Os sintomas dos casos graves da gripe causada pelo vírus influenza A (H1N1) e que devem
ser encaminhados aos hospitais de referência são febre acima de 38ºC, tosse, dispneia
(dificuldade respiratória), acompanhada ou não de dor de garganta ou manifestações
gastrointestinais, como vômito e diarreia, mas estes são sintomas mais raros.
Com relação ao tratamento, a maioria dos casos de gripe A (H1N1) se apresenta de forma leve
e se cura com hidratação, boa alimentação e repouso. Em casos suspeitos, o primeiro
atendimento ao paciente deve ser feito na unidade de atenção primária (posto de saúde) mais
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próxima de sua residência ou pelo médico de confiança do paciente. Se for o caso, a unidade de
atenção primária ou o médico encaminha o paciente aos hospitais de referência.
Está indicado o uso do Oseltamivir para todas as pessoas que apresentarem a Síndrome
Respiratória Aguda Grave (SRAG): pessoa em qualquer idade com febre repentina acima de 38º,
tosse e grande dificuldade de respirar (dispneia) ou com outros sintomas, como dores no corpo e
nas articulações, podendo estar acompanhada de hipotensão. Esses são os indivíduos que
exigem hospitalização. Também está indicado para os casos de pessoas que apresentem
sintomas e façam parte do grupo de risco ou que apresentem fatores de risco para complicação
da doença, como as mulheres grávidas. A duração do tratamento é de cinco dias.
Uma pessoa pode ter influenza mais de uma vez, mas não causada pelo mesmo subtipo de vírus
e nem em um curto espaço de tempo. Isso porque a pessoa fica imunizada pelo subtipo de vírus
depois de ter a doença e também porque o vírus circula mais em um determinado período do ano
(por isso, é chamado de sazonal), especialmente no inverno, estação que varia de acordo com o
hemisfério do planeta.
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