FILOSOFIA 1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA A filosofia se constituiu como pensamento racional e sistemático há mais de 2600 anos. A história desse pensamento traz consigo o problema de seu ensino, de modo que a questão pedagógica do conhecimento filosófico é uma temática tão antiga quanto a filosofia. O problema já estava presente no embate entre o pensamento de Platão e as teses dos sofistas. Naquele momento, tratava-se de saber a relação ente o conhecimento e o papel da retórica no ensino. Platão admitia que, sem uma noção básica das técnicas de persuasão, a prática do ensino da filosofia teria um efeito nulo sobre os jovens. Por outro lado, ele também pensava que se o ensino de filosofia se limitasse à transmissão de técnicas de sedução do ouvinte por meio de discursos, o perigo seria outro: a filosofia favoreceria posturas nada elegantes, como o relativismo moral ou o uso pernicioso do conhecimento. É por isso que a delimitação de uma boa estratégia para o ensino de filosofia é um tema bastante debatido na história da filosofia. A preocupação maior é garantir que as metodologias de ensino não deturpem o conteúdo da filosofia. A idéia de que em áreas como, por exemplo, moral e política, praticamente não existem verdades absolutas é uma tese freqüentemente defendida pelos filósofos. Daí a importância que o ensino desses temas dá ao exercício de analisar conceitos morais antigos e modernos, medir perspectivas epistemológicas, identificar fontes de idéias, etc. Ocorre que, ao levar para a sala de aula a discussão sobre esses temas, será inevitável o estranhamento que a ausência de conclusões definitivas provocará nos estudantes. Essa é uma característica da filosofia que deve, antes de tudo, ser muito bem compreendida e, de preferência, como lição preliminar a qualquer conteúdo filosófico. Se perguntarmos a um matemático, a um mineralogista, a um historiador ou a qualquer outro homem de saber, que corpo exato de verdades a sua ciência descobriu, a sua resposta durará o tempo que estivermos dispostos a escutá-Ia. Mas se colocarmos a mesma questão a um filósofo, se for sincero terá de confessar que o seu estudo não chegou a resultados positivos como aqueles a que chegaram outras ciências. É verdade que isto se explica em parte pelo fato de que assim que se torna possível um conhecimento exato acerca de qualquer assunto, este assunto deixa de se chamar filosofia e passa a ser uma ciência separada. 1 Isso não significa que a filosofia seja uma área do saber cujo trabalho termina tão logo a ciência encontre uma resposta eficaz para um problema. Embora trabalhe com os mesmos problemas, a abordagem filosófica é diferente. A filosofia é uma atividade que se ocupa de questões cujas respostas estão longe de serem obtidas pela ciência. Russell diz que problemas como a estrutura do universo, a origem das noções de bem e mal, os efeitos que a consciência humana projeta sobre o mundo, etc., são temas discutidos mais propriamente pela 1 Bertrand Russell, The Problems of Philosophy. Oxford: Oxford University Press, 2001, trecho citado a partir da tradução das pp. 89-94 de Alvaro Nunes in: http://www.filedu.com/brussellvalordafilosofia.html filosofia, porque eles ainda são desafiantes e carecem de respostas. O ensino de filosofia terá neste estabelecimento de ensino o caráter de desenvolver o pensamento crítico do educando e para isso usará de diversas metodologias e buscará conhecimento em diferentes fontes e autores, com vistas a alcançar os objetivos propostos por esta disciplina. Já que no Brasil, a filosofia, enquanto disciplina escolar, figura nos currículos escolares desde o ensino jesuítico, ainda nos tempos coloniais. Podemos delimitar quatro grandes períodos do ensino de filosofia no Brasil: 1500- 1889: predominância do ensino jesuítico, sob as leis do Ratio Studiorum. Nessa perspectiva, a filosofia era entendida como instrumento de formação moral e intelectual, sob os cânones da Igreja Católica e do poder cartorial local. 1889-1961: durante este período, a filosofia fez parte dos currículos oficiais inclusive figurando como disciplina obrigatória. Esta presença não significou, porém, um movimento de crítica à configuração social e política brasileira que, nesse período, oscilou entre a democracia formal, o populismo e a ditadura. 1961-1985: Com a lei 4024/61, a filosofia deixa de ser obrigatória e, sobretudo, com a lei 5692 /1971, em pleno regime militar, o currículo escolar não dá espaço para o ensino e estudo da filosofia. A filosofia desaparece totalmente dos currículos escolares do Ensino Médio durante a ditadura militar, principalmente por não servir aos interesses econômicos e técnicos do momento, que visavam formar um cidadão produtivo, porém não crítico. O pensamento critico deveria ser reprimido, bem como as possíveis ações dele decorrentes. 1985 aos dias atuais: nas últimas décadas, o ensino de filosofia no nível médio tem sido amplamente discutido, embora a tendência das políticas curriculares oficiais (Resolução CEB/CNE n. 3/98 e PCNEM de 1999) seja mantê-Io em posição de saber transversal às disciplinas do currículo. A LDB de 1996, no art. 36, determina que, ao final do Ensino Médio, o estudante deverá "dominar os conhecimentos de Filosofia e de Sociologia necessários ao exercício da cidadania". O caráter transversal dos conteúdos filosóficos, que aparece com bastante clareza na resolução 03/98 DCENEM, não cumpre a exigência da LDB quanto à necessidade de domínio dos conhecimentos filosóficos, uma vez que joga a Filosofia para a transversalidade., Esta disciplina, a partir de 2007, tornou-se obrigatória em âmbito nacional e está em processo de consolidação, já que é no espaço escolar que a filosofia pode exercer aquilo que lhe é próprio: o exercício do pensamento crítico, da resistência, da criação e reelaboração do conhecimento. A Filosofia torna vivo esse um espaço escolar, povoando-o de sujeitos que exercitam sua inteligência buscando, no diálogo e no embate entre as diferenças, a sua convivência e a construção da sua história. Esta disciplina, a partir de 2012, será obrigatória em todas as séries do Ensino Médio, e em função disso, iniciou-se o processo de implantação gradativa em mais de uma série a partir de 2010. No entanto, esta escola por ter aderido ao projeto do Ensino por blocos do governo do Estado, já implantou a disciplina em todas as séries do Ensino Médio com 3 aulas semanais, sendo que as demais disciplinas são contempladas com no mínimo 4 aulas semanais, exceto Sociologia, que tem a mesma carga horária de Filosofia. 1.1 OBJETIVOS GERAIS O tratamento disciplinar da Filosofia - e sua inserção no Ensino Médio responde a uma demanda social que requer, dos sujeitos, a tomada de posições, que tenham autonomia nos julgamentos, que confrontem argumentos e respeitem a palavra do outro. A Filosofia, entendida como um conjunto de conhecimentos que recebem um tratamento disciplinar, tem seu lugar na formação do jovem estudante do Ensino Médio. A presença dessa disciplina no currículo do Ensino Médio justifica-se, também, pela sua inegável capacidade de dialogar com outras disciplinas e contribuir para reafirmá-Ias enquanto momento de um processo de formação orgânico, cumulativo, criativo e crítico que chamamos de educação. Assim, a disciplina de Filosofia irá contribuir, em especial, para a ressignificação da experiência do aluno, para afirmar sua singularidade e problematizar seus valores, formando-o para uma leitura e olhar mais críticos sobre a realidade. Contribuir na formação de sujeitos livres, porque, além da abertura para a reflexão sobre temas relacionados à política, à ética, à estética, à ciência e ao conhecimento e à existência, irá possibilitar aos educandos o acesso às produções teóricas e culturais da Filosofia elaboradas pela humanidade Para que estes objetivos sejam alcançados serão estudados diferentes textos filosóficos, fazendo-se discussões e debates para que os educandos consigam analisar criticamente textos escritos e saibam argumentar sobre os mesmos e tenham condições de compreender sua realidade a partir de estudo teórico e possam agir sobre a mesma. Assim, podemos afirmar que o aprendizado dos conteúdos, como mediadores da reflexão filosófica, deve recorrer, necessariamente, à tradição filosófica, confrontando diferentes pontos de vistas e concepções, de modo que o estudante perceba a diversidade de problemas e de abordagens. Num ambiente de diálogo investigativo, de re-descobertas e recriações, pode-se garantir aos educandos a possibilidade de elaborarem, de forma problematizadora, suas próprias questões e tentativas de respostas. 2. CONTEÚDOS Os conteúdos propostos estão baseados no documento “Orientações Curriculares” da Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Os conteúdos estruturantes serão: Do Mito à Filosofia; Teoria do Conhecimento; Ética; Filosofia Política; Estética; Filosofia da Ciência. Sendo que: Do mito à Filosofia será o conteúdo de introdução à Filosofia, seguido pela Teoria do Conhecimento, Ética, Filosofia Política, Estética e Filosofia da Ciência. 2.1 DO MITO À FILOSOFIA O homem pode ser identificado e caracterizado como um ser que pensa e cria explicações. Criando explicações, cria pensamentos. Na criação do pensamento estão presentes tanto o mito como a racionalidade, ou seja, a base mitológica, enquanto pensamento por figuras, e a base racional, enquanto pensamento por conceitos, são constituintes do processo de formação do conhecimento filosófico. Este fato não pode deixar de ser considerado, pois é a partir dele que o homem desenvolve suas idéias, cria sistemas, inventa e elabora leis, códigos, práticas. Compreender historicamente que o surgimento do pensamento racional, conceitual, entre os gregos, foi decisivo no desenvolvimento da cultura da civilização ocidental é condição para que se entenda a conquista da autonomia da racional idade (Logos) diante do mito marcando o advento de uma etapa fundamental na história do pensamento e do desenvolvimento de todas as concepções científicas produzidas ao longo da história humana. O conhecimento de como isso se deu e quais foram as condições que permitiram a passagem Do mito à Filosofia elucidam uma das questões fundamentais para a compreensão das grandes linhas de força que dominam todas as nossas tradições culturais. Deste modo, é de fundamental importância que o estudante do Ensino Médio conheça o contexto histórico e político do surgimento da filosofia e o que ela significou para a cultura helênica. Esta passagem Do mito à Filosofia no contexto grego é importante para que o estudante do Ensino Médio perceba que os mesmos conflitos entre mito e razão, vividos pelos gregos, são problemas presentes, ainda hoje, em nossa sociedade onde, por exemplo, a própria ciência, depara-se com o elemento da crença mitológica ao apresentar-se como neutra, escondendo interesses políticos ou econômicos em sua roupagem sistemática. 2.1.1 CONTEÚDOS BÁSICOS E ESPECÍFICOS • Filosofia: origens - etimologia do termo “filosofia”; - contexto histórico-social do surgimento da filosofia; - condições para o surgimento da filosofia. • Saber mítico - características do mito; - funções do mito; - mitos e rituais gregos; - mitos e rituais de outros povos. • Saber filosófico - características da filosofia inicial; - condições históricas, políticas e culturais para o surgimento da Filosofia; - filósofos pré-socráticos (possibilidade de trabalho com fragmentos de textos). • Relação Mito e Filosofia - Mito e Filosofia: formas de conhecimento do real; - surgimento da filosofia: ruptura abrupta do conhecimento mítico ou formulação progressiva de uma nova forma de conhecimento?; - as implicações político-sociais do surgimento da filosofia (conservação de privilégios x novas reivindicações das classes emergentes). • Atualidade do mito - os possíveis significados/necessidades do pensamento mítico (imaginação, fabulação, interpretação do real, expressão de desejos humanos...); - mitos e rituais contemporâneos. • O que é Filosofia? - características da atitude filosófica (reflexão, questionamento, criticidade, radicalidade, sistematicidade...); - principais períodos da história da filosofia e suas características essenciais essenciais; − campos de investigação da filosofia (antes e a partir da modernidade). 2.2 TEORIA DO CONHECIMENTO A teoria do conhecimento constitui-se como campo do conhecimento filosófico de forma autônoma apenas no início da Idade Moderna, ocupando-se de forma sistemática com as questões sobre a origem, essência e certeza do conhecimento humano. A teoria do conhecimento aborda, basicamente, as seguintes questões: quanto ao critério da verdade: o que permite reconhecer o verdadeiro? Quanto à possibilidade do conhecimento: pode o sujeito apreender o objeto? Quanto ao âmbito do conhecimento: abrange a totalidade do real, ou se restringe ao sujeito que conhece? Quanto à origem do conhecimento: qual é a fonte do conhecimento? O estudante, em contato com as questões descritas acima, e deparando-se com a realidade que o cerca, pode exercer a atividade reflexiva, tentando encontrar caminhos e respostas diferentes para as mesmas questões. Além evidenciar os limites do conhecimento, a teoria do conhecimento possibilita perceber suas elaborações como históricas e temporais, o que permite retomar as problemáticas já pensadas na perspectiva de novas soluções relativas ao seu tempo. 2.2.1 CONTEÚDOS BÁSICOS E ESPECÍFICOS • O que é conhecimento? - conhecimento enquanto compreensão e explicação do real, enquanto crença justificada; - sujeito e objeto: elementos do processo de conhecer. • O problema da verdade - distinção entre realidade (coisa) e verdade (juízo sobre a coisa); - concepções de verdade (aletheia – verdade como evidência das coisas; veritas – verdade como correspondência, como enunciado correto acerca de coisas; emunah – verdade como confiança nas coisas que virão, convenção e consenso); - critérios de verdade (evidência, coerência, consenso, comunicabilidade...); • As formas de conhecimento - conhecimento de senso comum; - conhecimento científico; - conhecimento filosófico; - conhecimento intuitivo; - conhecimento religioso. • Origens do conhecimento - conhecimento inato; - conhecimento empírico ou sensorial; - conhecimento racional; - conhecimento a priori e a posteriori. • Possibilidade do conhecimento - Dogmatismo: a certeza do conhecimento verdadeiro; - Ceticismo absoluto: impossibilidade do conhecimento verdadeiro; - Ceticismo relativo: suspensão do juízo – conhecimento apenas no domínio do provável; -Criticismo: as condições de possibilidade do conhecimento. - reflexão sobre possíveis conseqüências de cada postura na vida prática (moral, política, ciência, religião...). • A questão do método - o que é método, importância do método; - método indutivo; - método dedutivo; - formulação de hipóteses; - ciências, métodos e suas implicações. • Conhecimento e lógica - o problema de Parmênides e Heráclito e o surgimento da lógica; - lógica: princípios e critérios para o pensar racional; - lógica tradicional/aristotélica (termos, proposições, princípios lógicos, relações entre proposições, silogismo); - lógica matemática/simbólica (noções: símbolos, tabelas de verdade). 2.3 ÉTICA A ética é o estudo dos fundamentos da ação humana. Um dos grandes problemas enfrentados pela ética é o da relação entre o sujeito e a norma. Essa relação é eminentemente tensa e conflituosa, uma vez que todo estabelecimento de uma norma implica no cerceamento da liberdade "e, que compete à tessitura da forças sociais convencionar entre ambos alguma forma de equilíbrio; ou então, por vezes, reconhecer que o equilíbrio se faz difícil e mesmo impossível".(BORNHEIM, 1997, p. 247) A ética possibilita a análise crítica para a atribuição de valores. Nesse sentido, ela pode ser, ao mesmo tempo, especulativa e normativa, crítica da heteronomia e da anomia e propositiva da busca da autonomia. Por isso, a ética defende a existência dos valores morais e do sujeito que age a partir de valores, com consciência, responsabilidade e liberdade, no sentido da luta contra toda e qualquer forma de violência. A ética pode ser também o espaço da transgressão, quando valores impostos pela sociedade se configuram como instrumentos de repressão, violência e injustiça. A reflexão ética, no espaço escolar, examina a ação individual ou coletiva na perspectiva da filosofia. Não se trata tanto de ensinar valores específicos, mas de mostrar que o agir fundamentado propicia conseqüências melhores e mais racionais que o agir sem razões ou justificativas. No Ensino Médio, importa chamar atenção sobre os novos desafios da reflexão ética na vida moderna, quando enfrentamos a contradição do projeto de construção de sociedades livres e democráticas, confrontadas com o crescimento dos fundamentalismos religiosos e do pragmatismo que visa a reordenação dos espaços privados e públicos. 2.3.1 CONTEÚDOS BÁSICOS E ESPECÍFICOS • Ética e moral - diferentes valores/ valores morais; - o que é moral?; - o que é ética? - a construção dos valores morais no tempo e no espaço; - a finalidade da moral; • Liberdade: autonomia do sujeito e necessidade das normas - liberdade e determinismo; - o caráter histórico e social da moral: - o caráter pessoal da moral; - a formação do sujeito moral; - responsabilidade, dever e liberdade; - características do sujeito moral. • Razão, desejo e vontade - desejo/paixões e vida moral; - vontade/decisão e vida moral; - razão (conhecimento/ignorância) e vida moral; - a heteronomia e a autonomia do sujeito. • Ética e violência - as diferentes formas de violência; - diferentes conceitos de violência em culturas diversas; - violência e ideologias implícitas em formulações éticas; - ética e controle da violência. • Pluralidade ética - algumas elaborações éticas no curso da história ocidental (ética racional, ética dos desejos, ética da vontade, ética do dever, ética das possibilidades...); - implicações éticas na condução da política, da ciência, das religiões, etc. 2.4 Filosofia Política Os regimes democráticos são exceção no espaço e no tempo. Temos que reconhecer que a modernidade trouxe conquistas fundamentais como a valorização da subjetividade e da liberdade individual. Se, por um lado, o modelo da representação política foi a única forma encontrada para viabilizar o retorno da democracia nas sociedades modernas, por outro lado, é preciso admitir que vivemos, hoje, uma crise da representação política, que coloca em questão o atual modelo das chamadas repúblicas democráticas liberais. Vivemos uma era onde os direitos humanos e políticos, conquistados a partir do século XVIII, não garantem os direitos sociais mais elementares para a maioria das pessoas. No plano das relações internacionais, os recentes acontecimentos, como as guerras de invasão; as ações terroristas, estatais ou não; o desrespeito aos direitos humanos, nos demandam uma série de questões sobre o sentido do poder, da soberania, da democracia, da liberdade e da tolerância. A Filosofia Política busca discutir as relações de poder e compreender os mecanismos que estruturam e legitimam os diversos sistemas políticos. No Ensino Médio, a Filosofia Política tem por objetivo problematizar conceitos como o de cidadania, democracia, soberania, justiça, dentre outros, de modo que se atenda o dispositivo da LDB, preparando o estudante para uma ação política efetiva. 2.4.1 CONTEÚDOS BÁSICOS E ESPECÍFICOS • Relações entre comunidade e poder - o que é Filosofia Política?; - o que é poder; o que é poder político?; - o que é o Estado; - finalidade do Estado; - Estado, poder e violência; - comunidade e exercício da política. • Esfera pública e privada - características e delimitações da esfera pública e da esfera privada; - interesse particular e interesse comum; - individualismo, consciência de si e consciência social; - interferências e limites da esfera pública na esfera privada e vice-versa. • Origens do poder político - poder despótico ou patriarcal; - a “invenção” da política; - o poder teológico-político; - as teorias contratualistas; - as teorias revolucionárias. • Liberdade e igualdade política - o conflito entre liberdade e igualdade política; - proposta liberal x proposta socialista; - regimes totalitários e regimes democráticos. • Cidadania formal e/ou participativa - cidadania de direito e cidadania de fato; - cidadania participativa; - democracia e representatividade política. • Política e Ideologia - o que é ideologia? - conhecimento, política e ideologia; - ideologia e totalitarismos; - implicações políticas na ciência, na ética, na arte, na religião, etc. 2.5 ESTÉTICA As atitudes problematizadora e investigativa, características da filosofia, também se voltam para a realidade sensível. Compreender a sensibilidade, a representação criativa, a apreensão intuitiva do mundo concreto e como elas determinam as relações do homem com o mundo e consigo mesmo, são objetos do conteúdo estruturante de Estética. Preocupada principalmente com a beleza e com a arte, a Estética está intimamente ligada com a realidade e as pretensões humanas de dominar, moldar, representar, reproduzir completar, alterar, apropriar-se do mundo, enquanto realidade humanizada. Na contemporaneidade a Estética nos conduz, para além do império da técnica, das máquinas e da arte como um produto comercial, ou do belo restrito aos ideais de uma única época ou enquanto um conceito acessível para poucos, na busca de um espaço de reflexão, de pensamento, de representação e de contemplação do mundo. No Ensino Médio, a Estética possibilita que os estudantes compreendam a apreensão da realidade pela via da sensibilidade, percebendo que o conhecimento não é apenas resultado da atividade intelectual, mas fruto também da imaginação, da intuição e da fruição. Essa apreensão do sensível ocorre por diversas vias. Uma vez que os sentidos humanos não são apenas determinados naturalmente, mas educados social e culturalmente, o ser humano possui diversas formas de elaborar e representar o seu espaço. As mídias, os espaços públicos, o corpo, a própria natureza e a arte são exemplos dessas vias. A Estética visa discutir essas formas de apreensão, representação e expressão do mundo. 2.5.1 CONTEÚDOS BÁSICOS E ESPECÍFICOS • Natureza da arte - o que é arte?; - arte e conhecimento intuitivo, sensibilidade, imaginação, sentimento, expressão, criação; - finalidades/funções da arte (função utilitarista: finalidade pedagógica, social, religiosa, política; função naturalista: foco no conteúdo com finalidade representativa; função formalista: foco nos elementos composicionais com finalidade contemplativa); • Filosofia e arte - o que é a Estética?; - etimologia do termo “estética”; - a experiência estética e a produção artística como questão determinada histórico-socialmente - a questão do gosto. • Categorias estéticas - o feio, o belo, o sublime, o trágico, o cômico e o grotesco. • Estética e sociedade - culturas / contextos histórico-sociais e conceitos diversos de arte; - arte erudita, arte popular, arte de massa; - indústria cultural; - a educação estética. 2.6 FILOSOFIA DA CIÊNCIA A filosofia da ciência é o estudo critico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das diversas ciências. Sua tarefa é refletir criticamente o conhecimento cientifico, conhecer, analisar todo o processo de construção da ciência do ponto de vista lógico, lingüístico, sociológico, interdisciplinar, político, filosófico e histórico. A ciência e a tecnologia são frutos da cultura do nosso tempo e envolvem o universo empirista e pragmatista da pesquisa aplicada. Daí surge a importância de entendê-Ias e é exatamente aqui que está a importância do conteúdo estruturante Filosofia da Ciência. Ela nos mostra que o conhecimento cientifico é provisório, jamais acabado ou definitivo, sempre tributário de um pano de fundo ideológico, religioso econômico, político e histórico. Vivemos um momento de triunfo da ciência - genoma, transgênicos, clonagem ... etc.- que fazem parte do nosso cotidiano, apresentados de forma cristalizada, definitiva. Tudo indica que fazemos parte de uma civilização que elabora, sob medida, as condições ideais de nossa existência, numa perspectiva tecno-científica. A Filosofia da Ciência serve como uma ferramenta capaz de questionar tal visão. No contexto da educação média, portanto, importa trabalhar a Filosofia da Ciência na perspectiva da produção do conhecimento científico, problematizando o método de modo a evidenciar que a ciência é movida pela curiosidade e pelo desejo. O contato mais direto com o modo como os cientistas trabalham e pensam, indica que essa metodologia e essa produção são passíveis de críticas. 2.6.1 CONTEÚDOS BÁSICOS E ESPECÍFICOS • Concepções de ciência - o que é Filosofia da Ciência?; - a etimologia do termo “ciência”; - características da atitude científica; - ciência x tecnologia; -.concepções de ciência: racionalista/dedutiva, empirista/indutiva e construtivista. • A questão do método científico - a separação entre filosofia e ciência; - método científico tradicional (positivista/verificacionista) e o critério de verdade; - etapas do método indutivo tradicional; - as críticas ao método tradicional (falseacionismo, revoluções científicas, anarquismo epistemológico...). • Contribuições e limites da ciência - o estabelecimento da ciência como instituição social; - o desenvolvimento científico: cumulativo ou por ruptura?; - provisoriedade do conhecimento científico. • Ciência e ideologia - cientificismo; - ilusão da neutralidade científica; - razão instrumental. • Ciência e ética - o problema do uso das ciências; - possibilidades e limites para as ciências da natureza e para as ciências humanas; - direcionamento dos benefícios da ciência; - ciência e poder. 3. METODOLOGIA DA DISCIPLINA No cenário, mundial e brasileiro, onde se questionam os sentidos dos valores éticos, políticos, estéticos e epistemológicos, a Filosofia tem um espaço a ocupar e uma contribuição relevante: enquanto investigação de problemas que têm recorrência histórica e criação de conceitos que são ressignificados também historicamente, gera, em seus processos, discussões promissoras e criativas que podem desencadear ações transformadoras, individuais e coletivas, nos sujeitos do fazer filosófico. É por essa razão que os conhecimentos, os processos filosóficos permanecem válidos e atuais e que o trabalho com estes processos, na disciplina de Filosofia, adquire relevância no contexto do Ensino Médio. A filosofia, como disciplina na matriz curricular do Ensino Médio, pode viabilizar interfaces com as outras disciplinas para que o aluno possa compreender o rico mundo da linguagem, da literatura, da história, das ciências e da arte, como defende Ribeiro (2005). Quando se trata do ensino de filosofia é comum a retomada da clássica questão a respeito da cisão entre filosofia e filosofar. O que se ensina é Filosofia ou se ensina a filosofar? Muitos citam Kant, para lembrar que não é possível ensinar Filosofia e sim a filosofar. Ocorre que, para ele, não é possível separar a filosofia do filosofar. Kant quer afirmar a autonomia da razão filosofante diante da própria filosofia. Do mesmo modo para Hegel, não é possível conhecer o conteúdo da filosofia sem filosofar. A filosofia constitui seu conteúdo na medida em que reflete sobre ele. Esse é o sentido da frase de Kant "a própria prática da filosofia leva consigo o seu produto e não é possível fazer filosofia sem filosofar, nem filosofar sem filosofia, porque a filosofia não é um sistema acabado nem o filosofar apenas a investigação dos princípios universais propostos pelos filósofos (GALLO & KOHAN, 2000, p.184). E é nesta perspectiva que as aulas de filosofia,serão desenvolvidas, ou seja, elas serão um dos espaços de estudo da filosofia e do filosofar. A Filosofia apresenta-se como conteúdo filosófico e também como uma ferramenta que possibilita ao estudante o desenvolvimento de um estilo próprio de pensamento. Trata -se de priorizar a capacidade de criar, de elaborar e ressignificar conceitos. O que o ensino de Filosofia tem de próprio é ser um espaço para criação de conceitos, unindo a filosofia e o filosofar como atividades indissociáveis, que dão vida à aula de filosofia e ao próprio espaço escolar. Existem formas diversificadas de se trabalharem os conhecimentos filosóficos, nos currículos escolares. Aqui, a opção é pelo ensino de filosofia a partir de conteúdos estruturantes. Estes conteúdos organizam o trabalho pedagógico com os conhecimentos filosóficos, porém não esgotam esse conhecimento. São um recorte curricular, a partir da tradição filosófica. Estas Orientações Curriculares propõem que os temas devem ser trabalhados na perspectiva de se pensarem os problemas da vida com significado histórico e social para os estudantes, e que podem ser adequadamente tratados no Ensino Médio. Esses problemas, que são também problemas inseridos e decorrentes da história da Filosofia, foram tratados por seus autores e obras clássicas. Portanto, deve existir relação entre os conteúdos estruturantes e os problemas a serem trabalhados com os estudantes. Os problemas devem ser estudados e analisados à luz da história da filosofia, com o auxílio de textos filosóficos, de modo que a leitura do texto deve dar subsídios para que estudante possa pensar o problema, pesquisar, fazer relações e criar conceitos. E importante notar que não estamos propondo uma leitura apenas histórica dos textos filosóficos, que nada mais é do que uma atualização de fórmulas antigas. Este tipo de leitura põe em risco a atividade filosófica, pois segundo este viés, bastaria um método de leitura para garantir a atividade filosófica. Ir ao texto filosófico ou à história da filosofia não significa trabalhar numa perspectiva em que esses conteúdos passem a ser a única preocupação da aula de filosofia. Eles são importantes na medida em que revelam o problema filosófico a ser tratado com os estudantes, revelam sua atualidade e que são filosóficos porque foram estudados filosoficamente. A leitura filosófica tem uma especificidade, pois dissolve as interpretações já cristalizadas, mantendo a possibilidade de novas representações a partir das forças e intensidades a novas interpretações, e novas soluções para o problema podem surgir. Nesse sentido, é consensual o fato de que a atividade filosófica deve estar centrada, sobretudo no trabalho com o texto, com o intuito de buscar entender as estruturas argumentativas que o mesmo apresenta. No entanto, é preciso que o professor tome o devido cuidado para não cair no textualismo (texto como fim em si mesmo). O domínio técnico não só é importante como necessário. O problema está no formalismo ou no refugiar-se na tecnicidade estrutural do texto desconsiderando, quando não eliminando ou descartando a necessidade do diálogo entre o conhecimento que o texto transmite, o contexto histórico social ao qual está imerso e as condições de subjetividade de quem busca sua apropriação, seja o aluno, seja o professor. A leitura do texto filosófico tem início com a contextualização, a fim de compreender a problemática do texto no seu tempo. Essa leitura visa explicitar conceitos e suas relações, buscando o aprofundamento da compreensão, possibilitando mostrar a atualidade dos problemas identificados e retomar os conceitos, a fim de criar novas significações. A criação de conceitos se dá a partir da sensibilização, em que o professor de filosofia lança mão dos mais diversos recursos didático pedagógicos para problematizar filosoficamente situações da vida atual, que de alguma forma são problemas também da filosofia, desenvolvidos pelos clássicos e que se fazem ainda atuais por não terem sido plenamente resolvidos ou por se apresentarem com uma atualidade incontestável. A aula de filosofia é um espaço para o exercício do pensamento filosófico, experiência cujos passos incluem a sensibilização e a problematização, onde professor e estudantes identificam problemas e refletem na busca de possíveis soluções. Isto se dá por meio do diálogo investigativo, isto é, na interlocução com o texto filosófico, no sentido de compreender seu conteúdo e seu significado para o nosso tempo, primeiro passo para possibilitar a experiência filosófica em sala de aula. Desta forma, a aula de filosofia configurase como um espaço real de experiência filosófica, ou seja, da provocação do pensamento, da busca, da compreensão, da imaginação, da investigação e da criação de conceitos. Esse diálogo é tomado em sua acepção dialética, como elemento metodológico constitutivo e inerente ao processo de produção do conhecimento filosófico. Quer dizer, o conhecimento filosófico, assim como os demais, não se constitui espontânea ou mecanicamente: depende de um conjunto de mediações que permitem reconstruir os conceitos, ressignificando-os. Pela sensibilização, o professor provoca, problematiza e convida o estudante a buscar, na História da Filosofia e nos clássicos, as diferentes maneiras de ver o problema, com as possíveis soluções que já foram elaboradas e, a partir disso, elaborar novos conceitos, que darão repostas aos problemas, possibilitando, assim, aos alunos, o exercício da argumentação filosófica, por meio de raciocínios lógicos, num pensar coerente e crítico, tornando-se capaz de perceber o que está por trás das idéias e de como elas se tornam ideologias. Este fazer filosófico é importante na construção da autonomia de pensamento. A aula de filosofia deve estar na perspectiva de quem dialoga com a vida, por isso, é importante que a busca de resoluções dos problemas se preocupe, também, com uma análise atual, fazendo uma abordagem contemporânea, que remeta o estudante à sua própria realidade. Deste modo, partindo de problemas atuais, estudados a partir da história da filosofia, do estudo dos textos clássicos, da abordagem realizada pelas ciências, e de sua abordagem contemporânea, o estudante do Ensino Médio pode formular seus conceitos, construir seu discurso filosófico. O texto filosófico, então, que ajudou os filósofos do passado a entenderem e analisarem filosoficamente o problema em questão deve ser trazido para o presente, o contemporâneo, no sentido de fazer entender o que ocorre hoje e como se pode, a partir da história da filosofia, entender os problemas atuais de nossa sociedade. Esta perspectiva do ensino de filosofia, pressupõe atividades de leitura, debates, produção de textos, entre outras estratégias, a fim de que o diálogo investigativo seja de fato a diretriz da aula. Ao se propor trabalhar determinado conteúdo a partir de problemas significativos para os estudantes do Ensino Médio, é importante que haja a preocupação em não ser superficial: é preciso que aconteçam, no tempo necessário, todas as etapas do processo - desde a sensibilização com o problema, passando pelo estudo dos textos filosóficos até a elaboração de conceitos, para que possibilite, realmente, o pensamento filosófico dos estudantes. Nesta perspectiva, a dinâmica do processo pode surpreender com as possibilidades criadas. É preciso, portanto, saber de onde se parte para que se evite a permanência do senso comum e os prováveis desastres do espontaneísmo. O trato com os problemas atuais nas aulas de Filosofia requer um planejamento cuidadoso, onde as eventuais situações de improviso revelem o preparo do professor e venham a enriquecer o processo vivenciado pelos estudantes. Para isso, o professor de filosofia precisa ser ou se tornar filósofo, para, acima de tudo, conseguir construir espaços de problematização, compartilhados com os estudantes, articulando os problemas da vida atual com as respostas e formulações da história de filosofia e a elaboração de conceitos. O trabalho realizado pelo professor em sala de aula deve assegurar, para o estudante, a experiência do específico da atividade filosófica. "O professor deve ensinar a pensar filosoficamente, a organizar perguntas num problema filosófico, ler e escrever filosoficamente, a investigar e dialogar filosoficamente, avaliar filosoficamente, criar saídas filosóficas para o problema investigado. E vai ensinar tudo isso na prática, sem fórmulas a serem reproduzidas" (ASPIS, 2004 p. 310). Assim, o exercício filosófico deverá se manifestar em cada aula, na relação educador - educando, por meio da qual ambos possam refazer o percurso filosófico. O professor organiza a aula, propondo problemas, questionamentos, leituras e análises filosóficas de textos, organiza debates, propõe pesquisas, análise de filmes, charges, sistematizações e elaborações de conceitos, entre outros. O estudante pensa filosoficamente os problemas, lê os textos, participa do debate, faz pesquisa, expõe oralmente o texto e sua compreensão, sistematiza e elabora conceitos que por sua vez darão origem a novos problemas. 5. AVALIAÇÃO O professor de filosofia deve ter clara a peculiaridade do processo de ensino aprendizagem em filosofia, que singulariza esta disciplina: se o aprender e o ensinar só se concretizam na experiência que acontece em cada aula e na relação do professor e do estudante com os problemas suscitados e com a busca de soluções, na disciplina de Filosofia o texto filosófico e a elaboração de novos conceitos são essenciais. Esta especificidade deve ser levada em conta no processo de avaliação, A filosofia como prática, como discussão com o outro, como construção de conceitos, encontra, então, seu sentido na experiência de pensamento filosófico. Entende-se por experiência esse acontecimento inusitado que o educador pode propiciar, preparar, porém não determinar ou medir. A avaliação deve ser concebida na sua função diagnóstica, isto é, ela não possui uma finalidade em si mesma, mas tem por função subsidiar e mesmo redirecionar o curso da ação do processo ensino-aprendizagem, tendo em vista garantir a qualidade do processo educacional que professores, estudantes e a própria instituição de ensino estão construindo coletivamente. No ensino de Filosofia, a avaliação não trata meramente de perceber o quanto o estudante assimilou o conteúdo presente na história de Filosofia, o problema dos filósofos, nem tampouco sua capacidade de tratar deste ou daquele tema. Ao avaliar, o professor deve ter um profundo respeito pela pessoa e pelas posições dos estudantes, mesmo não concordando com elas. O que está em jogo, no exercício com os processos filosóficos, é a capacidade de argumentar e de identificar os limites da própria posição a que deve ser levado em consideração é a atividade com conceitos, a capacidade de construir e avaliar posições, de detectar os princípios subjacentes aos temas e discursos. Nesse sentido, a avaliação, em Filosofia, deve considerar a capacidade do estudante do Ensino Médio em criar conceitos; analisar que conceitos foram elaborados, preconceitos foram quebrados; estabelecer comparações entre o discurso que se tinha antes e qual o discurso se tem após o estudo, após a aula de filosofia. Assim, a avaliação de filosofia tem início já com a sensibilização, discutindo o que o estudante pensa e conhece sobre o conteúdo e após este ter acesso ao conteúdo filosófico, deve-se levar o educando a rever suas próprias posições, criando inclusive novos conceitos. Nesta perspectiva é possível entender a avaliação como um processo que se dá no interior da própria aula de filosofia, nas discussões coletivas e na produção individual, especialmente a escrita, a qual pode ser realizada a qualquer tempo. Assim a avaliação será contínua, diagnóstica e processual possibilitando ao aluno diferentes instrumentos (avaliações escritas, trabalhos, relatórios, exposição oral...). Estes momentos avaliativos são extremamente importantes para que tanto o professor quanto o próprio aluno perceba seu desenvolvimento e crescimento intelectual. Além disso, a avaliação será um instrumento para a aprendizagem e a retomada do conteúdo, para que ocorra a recuperação de estudos/conteúdos não assimilados. 6. REFERÊNCIAS ADORNO, T. e HORKHEIMER, M. Dialética do Esclarecimento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985. ARENDT, Hannah. A Condição Humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001. ___. Da Revolução. Brasília: UnB, 1988. ASPIS, R. O professor de Filosofia: o ensino da filosofia no Ensino Médio como experiência filosófica. In: Cadernos CEDES, n.o 64. A Filosofia e seu ensino. São Paulo: Cortez; Campinas, CEDES, 2004) BORNHEIM, G. O sujeito e a norma. In. NOVAES, Adauto. Ética. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. CÍCERO. Dos Deveres. São Paulo: Martin Claret, 2004. CHAUI, M. O retorno do teológico-político. In: Retorno ao republicanismo. Sérgio Cardoso (org.). Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004. DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é a filosofia? Tradução de Bento Prado Jr. e Alberto Alonso Munoz. 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