PROBLEMAS RESOLVIDOS DE FÍSICA Prof. Anderson Coser Gaudio Departamento de Física – Centro de Ciências Exatas – Universidade Federal do Espírito Santo http://www.cce.ufes.br/anderson [email protected] Última atualização: 28/11/2006 15:20 H 8 - Gravitação Fundamentos de Física 2 Halliday, Resnick, Walker 4ª Edição, LTC, 1996 Cap. 15 - Gravitação Física 2 Resnick, Halliday, Krane 4ª Edição, LTC, 1996 Cap. 16 - Gravitação Física 2 Resnick, Halliday, Krane 5ª Edição, LTC, 2003 Cap. 14 - Gravitação Prof. Anderson (Itacaré, BA - Fev/2006) Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES HALLIDAY, RESNICK, WALKER, FÍSICA, 4.ED., LTC, RIO DE JANEIRO, 1996. FUNDAMENTOS DE FÍSICA 2 CAPÍTULO 15 - GRAVITAÇÃO 01 11 21 31 41 51 61 71 81 91 02 12 22 32 42 52 62 72 82 03 13 23 33 43 53 63 73 83 04 14 24 34 44 54 64 74 84 05 15 25 35 45 55 65 75 85 06 16 26 36 46 56 66 76 86 07 17 27 37 47 57 67 77 87 08 18 28 38 48 58 68 78 88 09 19 29 39 49 59 69 79 89 10 20 30 40 50 60 70 80 90 [Início documento] 05. Um corpo de massa M é dividido em duas partes, de massas m e M - m, que são depois distanciadas uma da outra. Qual a razão m/M que torna máxima a força gravitacional entre as duas partes? (Pág. 70) Solução. [Início seção] [Início documento] 08. Qual a variação percentual na aceleração da Terra em direção ao Sol, quando o alinhamento da Terra, do Sol e da Lua passar de uma situação de eclipse do Sol (Lua entre a Terra e o Sol) para uma de eclipse da Lua (Terra entre a Lua e o Sol)? (Pág. 70) Solução. [Início seção] [Início documento] 11. Na Fig. 15-29, duas esferas de massa m e uma terceira de massa M estão nos vértices de um triângulo eqüilátero, e uma quarta esfera de massa m4 está no baricentro do triângulo. Se a força gravitacional resultante sobre a quarta esfera é nula, exprima a massa M em termos da massa m. ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 15 – Gravitação Halliday, Resnick, Walker - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 2 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES (Pág. 70) Solução. [Início seção] [Início documento] 14. Uma barra fina de massa M é deformada até adquirir a forma de um semicírculo de raio R, como na Fig. 15-30. (a) Qual é a força gravitacional (em módulo e direção) sobre uma partícula de massa m colocada em P, centro de curvatura da barra? (b) Qual seria a força gravitacional sobre m, se a barra tivesse a forma de um círculo completo? (Pág. 70) Solução. [Início seção] [Início documento] 22. (a) Qual será o peso de um objeto, que pesa 100 N na superfície da Terra, na superfície da Lua? (b) A que distância do centro da Terra, medida em raios terrestres, deve estar este mesmo objeto, para pesar o mesmo que na superfície da Lua? (Pág. 71) Solução. [Início seção] [Início documento] 23. O fato de g variar de acordo com a localização sobre a superfície da Terra, despertou a atenção quando Jean Richer transportou um relógio de pêndulo de Paris até Caiena, na Guiana Francesa, em 1672, e notou que ele atrasava 2,5 min por dia. Se g = 9,81 m/s2 em Paris, qual o seu valor em Caiena? (Pág. 71) Solução. ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 15 – Gravitação Halliday, Resnick, Walker - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 3 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES [Início seção] [Início documento] 24. (a) Queremos medir g deixando um objeto cair exatamente 10 m. Que erro percentual, na medida do tempo da queda, resultaria num erro de 0,1% no valor de g? (b) Com que precisão você teria de medir (em segundos) o tempo que um pêndulo de 10 m de comprimento leva para efetuar 100 oscilações, para que o erro percentual em g fosse o mesmo do item (a)? (Pág. 71) Solução. [Início seção] [Início documento] 36. Para diminuir o congestionamento de tráfego entre duas cidades, Boston e Washington, por exemplo, alguns engenheiros propuseram a construção de um túnel ferroviário ao longo da corda (no sentido geométrico) que une as duas cidades (Fig. 15-37). Um trem, que não precisaria de locomotiva e nem de motores, partindo do repouso, cairia através da primeira metade do túnel e, então, subiria até a outra extremidade. Supondo que a Terra é uma esfera uniforme e ignorando o atrito e a resistência do ar, (a) mostre que a viagem entre as duas cidades é equivalente ao percurso da metade de um ciclo de um movimento harmônico simples, e (b) ache o tempo de viagem. (Pág. 73) Solução. [Início seção] [Início documento] 43. Mostre que, para uma nave em repouso e a uma distância do Sol igual à distância média TerraSol, a velocidade inicial necessária para escapar da atração gravitacional do Sol é 21/2 vezes a velocidade da Terra na sua órbita, suposta circular. (Este é um caso particular de um resultado geral, válido para órbitas circulares, ou seja, vesc = 21/2 vorbital.) (Pág. 73) Solução. [Início seção] [Início documento] 46. As três esferas na Fig. 15-38, com massas m1 = 800 g, m2 = 100 g e m3 = 200 g, estão com seus centros alinhados, sendo L = 12 cm e d = 4,0 cm. Você movimenta a esfera do meio até que a sua distância centro a centro de m3 seja d = 4,0 cm. Qual o trabalho realizado sobre m2 (a) por você e (b) pela força gravitacional resultante sobre m2, devido às outras esferas? ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 15 – Gravitação Halliday, Resnick, Walker - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 4 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES (Pág. 73) Solução. [Início seção] [Início documento] 54. A força gravitacional entre duas partículas de massas m e M, inicialmente em repouso e muito distantes uma da outra, faz com que elas se juntem. Mostre que, em qualquer instante, a velocidade relativa de qualquer uma das partículas em relação à outra é [2G(M+m)/d]1/2, onde d é a distância entre elas nesse instante. (Sugestão: Use as leis de conservação da energia e do momento linear.) (Pág. 74) Solução. [Início seção] [Início documento] 65. Um satélite é colocado numa órbita equatorial de tal maneira que permanece estacionário para um observador terrestre. (Estamos levando em conta a rotação terrestre.) Qual deve ser a altitude desta órbita (comumente chamada de órbita geoestacionária)? (Pág. 74) Solução. [Início seção] [Início documento] 73. (a) Para escapar do Sol, que velocidade deve ter um objeto que está a uma distância R do seu centro, sendo R o raio da órbita da Terra (não considere a influência dos planetas sobre o objeto)? (b) Se o objeto já tem uma velocidade igual à orbital da Terra, de quanto deve aumentar sua velocidade para que ele escape, como no item (a)? (c) Imagine um objeto sendo lançado da Terra na direção do seu movimento orbital. Qual a velocidade de lançamento para que ele atinja a velocidade de escape calculada, quando estiver bem longe da Terra, mas ainda a uma distância R, aproximadamente, do Sol? (Pág. 75) Solução. [Início seção] [Início documento] 75. Um satélite é colocado em uma órbita circular para ficar estacionário sobre um certo ponto da superfície da Terra. No entanto, por um erro de manobra, é colocado numa órbita cujo raio é 1 km maior que o da correta. Com que velocidade e em que direção se move o ponto da superfície ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 15 – Gravitação Halliday, Resnick, Walker - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 5 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES da Terra, diretamente abaixo do satélite? (Pág. 75) Solução. [Início seção] [Início documento] 86. Um projétil é lançado da superfície de um planeta de massa M e raio R; a velocidade de lançamento é (GM/R)1/2. Usando a conservação da energia, determine a distância máxima do centro do planeta alcançada pelo projétil. Expresse o resultado em termos de R. (Pág. 76) Solução. [Início seção] [Início documento] ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 15 – Gravitação Halliday, Resnick, Walker - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 6 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES RESNICK, HALLIDAY, KRANE, FÍSICA, 4.ED., LTC, RIO DE JANEIRO, 1996. FÍSICA 2 CAPÍTULO 16 - GRAVITAÇÃO 01 11 21 31 41 51 61 71 02 12 22 32 42 52 62 72 03 13 23 33 43 53 63 73 04 14 24 34 44 54 64 74 05 15 25 35 45 55 65 75 06 16 26 36 46 56 66 76 07 17 27 37 47 57 67 08 18 28 38 48 58 68 09 19 29 39 49 59 69 10 20 30 40 50 60 70 [Início documento] 17. A maior velocidade de rotação possível para um planeta é aquela em que a força gravitacional sobre corpos no equador mal fornece força centrípeta necessária para rotação. (Por quê?) (a) Mostre, então, que o período de rotação mais curto correspondente é dado por 3π T= Gρ onde ρ é a densidade do planeta, supostamente homogêneo. (b) Calcule o período de rotação supondo uma densidade de 3,0 g/cm3, típica de muitos planetas, satélites e asteróides. Nunca foi encontrado um desses objetos com um período menor do que o encontrado nesta análise. (Pág. 52) Solução. Para que a matéria presente no equador possa acompanhar o movimento de rotação do planeta, é necessário que a força de atração gravitacional (F) seja igual à força centrípeta (FC) correspondente. F = FC GMm 4π 2 2 = m ω R = m R R2 T2 4π 2 R 3 4π R 3 3π V 3π = = GM 3 GM M G Na expressão acima, V é o volume do planeta, supostamente esférico. Identificando V/M como a densidade do planeta, temos: T2 = T= 3π Gρ (b) T ≈ 1, 9 h [Início seção] [Início documento] ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 16 – Gravitação Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 7 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES 18. Aparelhos sensíveis, que medem a aceleração da gravidade local, g, podem ser usados para detectar a presença de depósitos de rochas próximos à superfície com densidade significantemente maior ou menor do que a das suas vizinhanças. Cavidades tais como cavernas e poços de minas abandonados podem também ser localizadas. (a) Mostre que a componente vertical de g à distância x de um ponto situado diretamente acima do centro de uma caverna esférica (veja a Fig. 38) é menor do que o esperado, supondo uma distribuição de rocha uniforme, de densidade ρ, sendo esta diferença igual a 4π 3 d , R gρ Δg = 2 2 3/ 2 3 d x + ( ) onde R é o raio da caverna e d é a profundidade do seu centro. (b) Estes valores de Δg, denominados anomalias, são geralmente muito pequenos e expressos em miligal, sendo 1 gal = 1 cm/s2. Durante uma prospecção de petróleo, num levantamento gravimétrico, verifica-se que Δg varia de 10,0 miligals até um máximo de 14,0 miligals, numa distância de 150 m. Supondose que a maior anomalia foi detectada diretamente acima do centro de uma caverna esférica que se sabe existir na região, determine o seu raio e a profundidade até o teto da caverna, naquele ponto. As rochas próximas têm densidade de 2,80 g/cm3. (c) Suponha que a caverna, ao invés de estar vazia, esteja completamente cheia d’água. Quais são, agora, os valores que as leituras da gravidade em (b) fornecem para o seu raio e sua profundidade? (Pág. 52) Solução. (a) Suponha que no local do observador o valor da aceleração da gravidade sem a presença da caverna esférica seja g0 e na presença da caverna seja g. A diferença g0 − g = Δg corresponde ao módulo da componente vertical do campo gravitacional gerado unicamente pela caverna preenchida com material de densidade igual à das rochas circundantes. Veja o esquema a seguir, onde gc é o campo gravitacional gerado pela esfera de raio R e massa m com material de densidade ρ: gc d θ Δg r x R m, ρ O módulo de Δg vale: ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 16 – Gravitação Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 8 Problemas Resolvidos de Física Δg = g c cos θ = Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES Gm d × 1/ 2 2 r ( d 2 + x2 ) A massa m da esfera pode ser expressa em termos de sua densidade e de seu volume V: 4 m = ρV = ρ π R 3 3 Logo: G 4 d Δg = 2 πρ R 3 1/ 2 2 (d + x ) 3 ( d 2 + x2 ) 4 d Δg = π G ρ R 3 3/ 2 3 ( d 2 + x2 ) [Início seção] [Início documento] 20. Duas camadas esféricas concêntricas, de densidade uniforme, tendo massas M1 e M2, estão dispostas conforme mostra a Fig. 39. Determine a força que atua sobre uma partícula de massa m quando esta está localizada em (a) r = a, (b) r = b e (c) r = c. A distância r é medida a partir do centro das camadas. (Pág. 52) Solução. A força de atração gravitacional entre uma partícula de massa m, localizada no exterior de uma casca esférica de massa M é a mesma que ocorre entre duas partículas de massas m e M. Se a partícula estiver localizada no interior da casca, a força gravitacional sobre ela será nula (teorema da casca esférica de Newton). (a) A partícula de massa m na posição a está sujeita às forças gravitacionais devidas às duas cascas esféricas: GM 1m GM 2 m Fa = F1 + F2 = + a2 a2 Gm Fa = 2 ( M 1 + M 2 ) a (b) Na posição b, a partícula sofre atração gravitacional apenas da casca M1: GmM 1 Fb = b2 (c) Na posição c, a partícula não sofre qualquer atração gravitacional: ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 16 – Gravitação Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 9 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES Fc = 0 [Início seção] [Início documento] 22. Mostre que, no fundo de um poço de mina vertical de profundidade é D, o valor de g será ⎛ D⎞ g = g s ⎜1 − ⎟ , R⎠ ⎝ onde gs é o valor na superfície. Suponha que a Terra seja uma esfera uniforme de raio R. (Pág. 52) Solução. Considere o seguinte esquema da situação: g0 D g RT - D RT A aceleração da gravidade na superfície da Terra (g0) vale: GM T g0 = RT2 Na Eq. (1), MT e RT são a massa e o raio da Terra, respectivamente. No fundo de um poço de profundidade D, a aceleração da gravidade (g) vale: GM g= 2 ( RT − D ) (1) (2) Na Eq. (2), M é a massa da esfera de raio RT − D. Agora vamos aplicar a definição da densidade para a Terra e para a esfera de raio RT − D: MT M ρ= = 4 4 3 π RT3 π ( RT − D ) 3 3 M ( R − D) M = T T3 RT 3 (3) Substituindo-se (3) em (2): g= ( RT − D ) M T ( RT − D ) GM T ( RT − D ) GM T ⎛ D⎞ = = 1 − ⎜ ⎟ RT3 RT2 RT RT2 ⎝ RT ⎠ 3 G 2 (4) Substituindo-se (1) em (4): ⎛ D⎞ g = g0 ⎜1 − ⎟ ⎝ RT ⎠ ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 16 – Gravitação Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 10 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES [Início seção] [Início documento] 23. O problema seguinte foi apresentado na “Olimpíada” da Universidade Pública de Moscou, em 1946 (veja a Fig. 40): Numa esfera de chumbo de raio R, faz-se uma cavidade esférica de tal modo que a sua superfície toca a superfície externa da esfera de chumbo e passa pelo centro desta. A massa da esfera antes que a cavidade fosse feita era M. Com que força, de acordo com a lei da gravitação universal, a esfera de chumbo irá atrair uma pequena esfera de massa m, que está à distância d do centro da esfera de chumbo, sobre uma linha reta que une os centros das esferas e da cavidade? (Pág. 52) Solução. Considere o seguinte esquema da situação: d - R/2 R m F R/2 A simetria esférica e o alinhamento dos corpos permitem a solução do problema por diferença. Ou seja, podemos calcular a força gravitacional exercida pela esfera sem a cavidade (F1) e a força gravitacional (F2) que a cavidade exerceria caso fosse uma esfera de raio R/2, localizada a uma distância d − R/2 da massa m. Logo: F = F1 − F2 (1) O módulo de F1 vale: GMm F1 = d2 Agora vamos calcular o módulo de F2. A massa M da esfera grande vale: 4 M = ρV = ρ π R 3 3 A massa M’ da esfera pequena vale: (2) 3 4 ⎛R⎞ 4 1 M = ρ π ⎜ ⎟ = ρ π R3 3 ⎝2⎠ 3 8 ' ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 16 – Gravitação Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 11 Problemas Resolvidos de Física M' = Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES M 8 Portanto: ⎛M ⎞ G⎜ ⎟m 1 GMm 8 F2 = ⎝ ⎠ 2 = 2 8⎛ R⎞ R⎞ ⎛ ⎜d − ⎟ ⎜d − ⎟ 2⎠ 2⎠ ⎝ ⎝ Substituindo-se (2) e (3) em (1): (3) ⎡ ⎤ ⎢ ⎥ GMm 1 GMm 1 ⎢1 − ⎥ F= GMm − = 2 2 2 ⎢ d2 d 8⎛ R⎞ R⎞ ⎥ ⎛ 8⎜ d − ⎟ ⎥ ⎢ ⎜d − ⎟ 2⎠ 2⎠ ⎦ ⎝ ⎝ ⎣ ⎡ ⎤ ⎢ ⎥ GMm ⎢ 1 ⎥ F= 1− 2 d2 ⎢ R ⎞ ⎥ ⎛ ⎢ 8 ⎜1 − ⎟ ⎥ ⎝ 2d ⎠ ⎦ ⎣ [Início seção] [Início documento] 29. Considere uma partícula num ponto P em algum lugar no interior de uma camada esférica material. Suponha que a camada tenha espessura e densidade uniformes. Construa um cone duplo estreito com vértice em P, interceptando as áreas dA1 e dA2, sobre a camada (Fig. 43). (a) Mostre que a força gravitacional resultante exercida sobre a partícula em P pelos elementos de massa interceptados é nula. (b) Mostre, então, que a força gravitacional resultante que a camada inteira exerce sobre uma partícula no seu interior é nula. (Este método foi imaginado por Newton.) (Pág. 53) Solução. Considere o seguinte esquema da situação: ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 16 – Gravitação Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 12 Problemas Resolvidos de Física dA1 dA1n r1 Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES dA1 α dA1n α r1 dΩ dΩ (a) Para um cone definido pelo ângulo sólido dΩ e cuja altura é r1, a área da base (dA1n) é dada por: dA1n = r12 d Ω (1) Para um segundo cone que partilha do mesmo ângulo sólido com o primeiro cone temos: dA2 n = r22 d Ω (2) O elemento de área dA1 (superfície da camada esférica) faz um ângulo α com o elemento de área dA1n (o ângulo entre dA2 e dA2n também é α). Logo: dA1n = dA1 cos α (3) dA2 n = dA2 cos α (4) Igualando-se (1) e (3): r12 d Ω cos α Igualando-se (2) e (4): dA1 = r22 d Ω dA2 = cos α Seja σ a densidade superficial da camada esférica: dm1 = σ dA1 dm2 = σ dA2 (5) (6) (7) (8) Substituindo-se (5) em (7): σ r12 d Ω dm1 = cos α (9) Substituindo-se (6) em (8): dm2 = σ r22 d Ω cos α (10) A razão entre as forças gravitacionais exercidas pelas camadas superficiais dA1 e dA2 sobre uma partícula de massa m localizada em P vale: Gmdm1 dF1 r12 (11) = dF2 Gmdm2 r22 ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 16 – Gravitação Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 13 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES Substituindo-se (9) e (10) em (11): dF1 Gmσ r12 d Ω cos α r22 = =1 dF2 cos α r12 Gmσ r22 d Ω Logo: dF1 = dF2 [Início seção] [Início documento] 33. Um foguete é acelerado até a velocidade v = 2[gRT]1/2, perto da superfície da Terra e, então, segue para cima. (a) Mostre que ele escapará da Terra. (b) Mostre que, muito longe da Terra, sua velocidade é V = [2gRT]1/2. (Pág. 54) Solução. (a) Nas proximidades da superfície da Terra a aceleração da gravidade vale (ver Problema 22): GM T (1) g= RT2 Substituindo-se este valor na expressão da velocidade inicial do foguete fornecida no enunciado: ⎡⎛ GM ⎞ ⎤ v = 2 ⎢⎜ 2 T ⎟ RT ⎥ ⎣⎝ RT ⎠ ⎦ 1/ 2 1/ 2 ⎛ GM T ⎞ v = 2⎜ ⎟ ⎝ RT ⎠ A velocidade mínima de escape (vesc)da Terra vale: (2) 1/ 2 vesc ⎛ GM T ⎞ =⎜ ⎟ ⎝ RT ⎠ Logo: v = 2vesc Portanto o foguete não mais retornará à Terra. (b) Aplicando-se o princípio da conservação da energia mecânica à superfície da Terra e ao infinito, teremos: ET = E∞ KT + U T = K ∞ + U ∞ 1 2 GM T m 1 mv − = mV 2 + 0 2 2 RT V 2 = v2 − 2GM T RT Substituindo-se (2) em (3): 4GM T 2GM T 2GM T 2GM T RT V2 = − = = RT RT RT RT2 (3) (4) Substituindo-se (1) em (4): ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 16 – Gravitação Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 14 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES V = ( 2 gRT ) 1/ 2 [Início seção] [Início documento] 36. Um projétil é atirado verticalmente da superfície da Terra, com uma velocidade inicial de 9,42 km/s. Desprezando o atrito com o ar, a que altura acima da superfície terrestre ele chegará? (Pág. 54) Solução. Considere o seguinte esquema da situação: h mT mP v=0 v0 RT Pode-se resolver este problema por meio da aplicação do princípio da conservação da energia mecânica, onde os índices P e T referem-se ao projétil e à Terra, respectivamente: E0 = E K P 0 + KT 0 + U TP 0 = K P + KT + U TP 1 GmT mP GmT mP = 0+0− mP v02 + 0 − 2 RT RT + h GmT GmT v02 = − 2 RT + h RT v2 1 1 = − 0 RT + h RT 2GmT h= h= 1 ⎛ 1 v02 ⎞ − ⎜ ⎟ ⎝ RT 2GmT ⎠ − RT 1 ⎡ ⎤ ( 9, 42 ×10 m/s ) 1 ⎢ ⎥ − ⎢ ( 6,37 ×106 m ) 2 ( 6, 67 ×10−11 N.m 2 /kg 2 )( 5,98 × 1024 kg ) ⎥ ⎣ ⎦ 3 2 − ( 6,37 × 106 m ) h = 1,54879" ×107 m h ≈ 15.500 km [Início seção] [Início documento] 41. Duas estrelas de nêutrons estão separadas pela distância centro-a-centro de 93,4 km. Cada uma tem massa de 1,56 × 1030 kg e raio de 12,6 km. Elas estão inicialmente em repouso, uma em relação à outra. (a) A que velocidade elas estarão se movendo quando a separação entre elas houver diminuído até a metade do seu valor inicial? (b) A que velocidade elas estarão se ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 16 – Gravitação Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 15 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES movendo pouco antes de colidirem? Ignore efeitos relativísticos. (Pág. 54) Solução. Considere o seguinte esquema da situação: M v0 = 0 R A M v0 = 0 R d v1 -v1 B d/2 v2 -v2 C 2R (a) Aplicando-se o princípio da conservação da energia mecânica aos estados A e B: E A = EB U A + K A = UB + KB GM 2 GM 2 ⎛1 ⎞ − +0= − + 2 ⎜ Mv12 ⎟ d d ⎝2 ⎠ 2 2GM GM v12 = − d d GM v1 = = d ( 6, 67 ×10 −11 N.m 2 /kg 2 )(1,56 × 1030 kg ) ( 93, 4 ×10 m ) 3 = 3,3377 " × 107 m/s v1 ≈ 33, 4 × 103 km/s ≈ 0,11 c (b) Aplicando-se o princípio da conservação da energia mecânica aos estados A e C: E A = EB − GM 2 GM 2 ⎛1 ⎞ +0= − + 2 ⎜ Mv22 ⎟ d 2R ⎝2 ⎠ ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 16 – Gravitação Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 16 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ⎛ 1 1⎞ v2 = GM ⎜ − ⎟ ⎝ 2R d ⎠ ⎡ ⎤ 1 1 −11 2 2 30 ⎢ 6, 67 10 N.m /kg 1,56 10 kg × × − ( )( ) 2 12, 6 ×103 m 93, 4 ×103 m ⎥ ⎢⎣ ( ) ( ) ⎥⎦ v2 = 5, 4909" × 107 m/s v2 = v2 ≈ 54, 9 × 103 km/s ≈ 0,18 c [Início seção] [Início documento] 42. Diversos planetas (os gigantes gasosos Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) possuem anéis aproximadamente circulares em torno de si, provavelmente constituídos de material que não conseguiu formar um satélite. Além disso, muitas galáxias contém estruturas semelhantes a anéis. Considere um anel homogêneo de massa M e raio R. (a) Encontre uma expressão para a força gravitacional exercida pelo anel sobre uma partícula de massa m localizada à distância x do centro do anel, ao longo do seu eixo? Veja a Fig. 45. (b) Suponha que a partícula caia a partir do repouso, como resultado da atração do anel. Encontre uma expressão para a velocidade com que ela passa através do centro do anel. (Pág. 54) Solução. (a) Considere o seguinte esquema da situação: Rdθ dM dθ R dF α dF x x dF y dF z y x z O elemento de massa dM exerce uma força dF sobre a massa m. Esta força vale: dF = dFx i + dFy j + dFz k A força total F que o anel exerce sobre m é a integral de dF: F = ∫ dF = ∫ dFx i + ∫ dFy j + ∫ dFz k ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 16 – Gravitação Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 17 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES A simetria envolvida na situação indica que as integrais em j e k serão nulas devido à distribuição simétrica de pares de elementos dM nas coordenadas positiva e negativa dos eixos y e z. Logo: F = ∫ dFx i = ∫ dF cos α i Como estamos interessados apenas no módulo da força: F = ∫ dF cos α x Gmx ⎛ GmdM ⎞ dM F = ∫⎜ 2 =∫ 1/ 2 3/ 2 2 ⎟ ⎝ R + x ⎠ ( R2 + x2 ) ( R2 + x2 ) (1) A expressão do elemento dM pode ser extraída da definição da densidade linear de massa do anel: M dM ρ= = 2π R Rdθ Mdθ (2) dM = 2π Substituindo-se (2) em (1): 2π Gmx Mdθ GMmx F =∫ = dθ 3/ 2 3/ 2 ∫ ( R 2 + x 2 ) 2π 2π ( R 2 + x 2 ) 0 F= GMmx (R 2 + x2 ) 3/ 2 Para pontos onde x >> R, esta expressão se reduz a: GMmx GMmx GMm F≈ = = 3/ 2 x3 x2 ( x2 ) Que corresponde à força gravitacional entre duas massas pontuais m e M. Para x = 0 (centro do anel), a força é zero devido à simetria da distribuição de massa em torno de m (o numerador da expressão de F é nulo). (b) A energia potencial da massa m à distância ortogonal x ao centro do anel (Ux) vale: GmdM (3) U x = ∫ dU x = − ∫ 1/ 2 ( R2 + x2 ) Substituindo-se (2) em (3): Gm Mdθ GMm U x = −∫ =− 1/ 2 1/ 2 2π ( R 2 + x 2 ) ( R 2 + x 2 ) 2π ∫ 2θ 0 dθ = − (R GMm 2 + x2 ) 1/ 2 (4) Aplicando-se o princípio da conservação da energia mecânica aos pontos localizados em x (Ex) e no centro do anel (Ec): Ex = Ec K x + U x = Kc + U c 0− (R (R GMm 2 +x 2GM 2 +x ) ) 2 1/ 2 2 1/ 2 = 1 2 GMm mvc − 2 R = vc2 − 2GM R ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 16 – Gravitação Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 18 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ⎡ ⎤ 1 1 ⎥ vc = 2GM ⎢ − ⎢ R ( R 2 + x 2 )1/ 2 ⎥ ⎣ ⎦ [Início seção] [Início documento] 43. Duas partículas de massas m e M estão inicialmente em repouso a uma distância infinita uma da outra. Mostre que, em cada instante, a sua velocidade de aproximação relativa, devido à atração gravitacional, é [2G(M + m)/d]1/2, onde d é a separação entre elas em cada instante. (Pág. 54) Solução. Considere o seguinte esquema da situação: m v V M x d A velocidade relativa das partículas (vrel) quando separadas pela distância d é dada pela diferença de suas velocidades nessas posições: vrel = v1 − v2 = v − ( −V ) vrel = v +V (1) Precisamos calcular v e V para determinar a velocidade relativa à distância d. Seja E0 a energia mecânica inicial do sistema e E(d) a energia mecânica em função da distância de separação d dos corpos. Admitindo-se que o sistema é conservativo, a energia mecânica do sistema não varia: E0 = E(d ) U 0 + K0 = U (d ) + K(d ) GMm 1 1 + MV 2 + mv 2 2 2 d 2GMm MV 2 + mv 2 = d Aplicando-se a conservação do momento linear: P0 = P(d ) 0+0 = − (2) p M 0 + pm 0 = p M ( d ) + pm ( d ) 0 + 0 = mv + MV m V =− v M M v=− V m Substituindo-se (3) em (2): ⎛ m M ⎜− ⎝ M (3) (4) 2 2GMm ⎞ v ⎟ + mv 2 = d ⎠ ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 16 – Gravitação Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 19 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES m 2 2 2GM v +v = M d v2 = 2GM 2 (m + M ) d (5) Substituindo-se (4) em (2), obtemos: V2 = 2Gm 2 (m + M ) d (6) Substituindo-se (5) e (6) em (1): vrel = 2GM 2 + (m + M ) d vrel = 2G ( M + m) (m + M ) d vrel = 2Gm 2 = (m + M ) d 2G (m + M ) d ( M 2 + m2 ) 2G ( m + M ) d [Início seção] [Início documento] 50. Considere dois satélites A e B, ambos de massa m, movendo-se na mesma órbita circular de raio r, em torno da Terra T, mas em sentidos de revolução opostos, e, portanto, em rota de colisão (veja a Fig. 47). (a) Em termos de G, MT, m e r, determine a energia mecânica total do sistema constituído pelos dois satélites mais a Terra, antes da colisão. (b) Se a colisão for completamente inelástica, de modo que os destroços permaneçam como uma única peça de material retorcido, determine a energia mecânica total imediatamente após a colisão. (c) Descreva o movimento subseqüente dos destroços. (Pág. 55) Solução. (a) Considere o seguinte esquema da situação: vA vB d θ r r Terra ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 16 – Gravitação Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 20 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES A energia mecânica total é a soma das energias mecânicas dos satélites A e B: ET = E A + EB = K A + U AT + K B + U BT + U AB ET = GmM T GmM T GmM T GmM T Gmm − + − − r r d (θ ) 2r 2r O termo UAB é desprezível, pois Gmm << GmMT. Logo: GmM T ET = − r (b) A colisão entre os satélites é completamente inelástica. Aplicando-se o princípio da conservação do momento linear aos instantes imediatamente antes (Pi) e imediatamente após o impacto (Pf), teremos: Pi = Pf mvAi + mvBi = mvAf + mvBf = ( m + m ) v f = 2mv f No instante imediatamente anterior à colisão temos vA = −vB. Logo: vf = 0 B Portanto, o corpo resultante da colisão, cuja massa é 2m, somente possuirá energia potencial gravitacional: 2GmM T ET = − r (c) Como os destroços não possuem velocidade tangencial (orbital), cairão verticalmente para o solo. [Início seção] [Início documento] 51. O centro do Sol está em um dos focos da órbita da Terra. A que distância ele se encontra do outro foco? Expresse sua resposta em termos do raio do Sol RS = 6,96 × 108 m. A excentricidade da órbita da Terra é 0,0167 e o semi-eixo maior mede 1,50 × 1011 m. (Pág. 55) Solução. Considere o seguinte esquema da situação: ea Sol d a De acordo com o esquema acima, a distância procurada vale: d = 2ea = 2 ( 0, 0167 ) (1,50 × 1011 m ) = 5, 01× 109 m Em termos de raios solares (RS), a distância entre os focos da órbita elíptica da Terra vale: ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 16 – Gravitação Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 21 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES 5, 01×109 m ) ( d = = 7,198" RS (1,50 ×1011 m ) d ≈ 7, 2 RS [Início seção] [Início documento] 52. Use a conservação da energia e a Eq. 27 para a energia total e demonstre que a velocidade v de um objeto numa órbita elíptica satisfaz a relação ⎛2 1⎞ v 2 = GM ⎜ − ⎟ . ⎝r a⎠ (Pág. 55) Solução. A Eq. 27 citada no enunciado é a energia mecânica total de um objeto de massa m em órbita circular em torno da Terra (massa M), em que r é o raio da órbita: GMm (27) E=− 2r No caso de órbitas elípticas, vale a relação em que a é o comprimento do semi-eixo maior da trajetória elíptica: GMm E=− 2a A energia mecânica do sistema é dada por: E = K +U GMm 1 2 GMm − = mv − 2a 2 r GM 2GM − = v2 − a r 2GM GM v2 = − r a ⎛2 1⎞ v = GM ⎜ − ⎟ ⎝r a⎠ [Início seção] [Início documento] 53. Um cometa move-se em uma órbita de excentricidade igual a 0,880 e tem velocidade de 3,72 km/s quando está o mais distante possível do Sol. Determine a sua velocidade quando estiver no ponto mais próximo do Sol. (Pág. 55) Solução. Considere o seguinte esquema da situação: ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 16 – Gravitação Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 22 Problemas Resolvidos de Física RP Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES RA ea vA vP Sol y z x a a Sejam RP o vetor posição do cometa no periélio e RA no afélio, em relação ao Sol, e pP e pA os momentos lineares do cometa no periélio e afélio, respectivamente. Vamos aplicar a conservação do momento angular do cometa no periélio (lP) e no afélio (lA), considerando-se o Sol em repouso: lP = lA R P × pP = R A × pA Na coordenada z: RP MvP = RA MvA vP = RA vA RP (1) Observando-se o esquema, podemos perceber as seguintes relações, onde a é o raio maior da órbita elíptica do cometa e e a excentricidade da órbita: RA = a + ea = a (1 + e ) (2) RP = a − ea = a (1 − e ) (3) Substituindo-se (2) e (3) em (1): vP = (1 + e ) v = (1 + 0,880 ) 3, 72 km/s = 58, 28 km/s ( ) (1 − e ) A (1 − 0,880 ) vP ≈ 58,3 km/s [Início seção] [Início documento] 61. Um determinado sistema triplo de estrelas consiste em duas estrelas, cada uma de massa m, que giram em torno de uma estrela central de massa M, na mesma órbita circular. As duas estrelas situam-se nos extremos opostos de um diâmetro da órbita circular; veja a Fig. 49. Deduza uma expressão para o período de revolução das estrelas; o raio da órbita é r. ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 16 – Gravitação Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 23 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES (Pág. 55) Solução. Considere o seguinte esquema da situação: -v m M r Fmm Fmm m v A força centrípeta do movimento orbital de cada massa m é igual à resultante das forças gravitacionais que agem sobre cada uma: ∑F = F C Na coordenada radial: FMm + Fmm = mv 2 r GMm Gmm mω 2 r 2 + = r2 4r 2 r G⎛ m ⎞ 4π 2 + M r ⎜ ⎟= 4 ⎠ T2 r2 ⎝ T= 4π r 3/ 2 G ( 4M + m ) Pode-se notar que se fizermos m = 0, a expressão final igualar-se-á à terceira lei de Kepler: T2 = 4π 2 r 3 GM [Início seção] [Início documento] 64. Um sistema de estrelas binárias consiste em duas estrelas, cada uma com massa igual à do Sol, que giram em torno do seu centro de massa. A distância entre elas é igual à distância entre a ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 16 – Gravitação Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 24 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES Terra e o Sol. Qual é o seu período de revolução, em anos? (Pág. 56) Solução. Considere o seguinte esquema da situação: -v M -Fg CM d M Fg v A força centrípeta (Fc) do movimento orbital das estrelas em torno do centro de massa do sistema é a força gravitacional (Fg) que uma estrela exerce sobre a outra: Fc = Fg GM 2 Mω R = 2 d 2 4π 2 d GM = 2 T2 2 d 2π 2 d 3 = T= GM ( 6, 67 ×10 2π 2 (150 × 109 m ) −11 2 N.m /kg 2 3 )(1,99 ×10 30 kg ) = 2, 24033" ×107 s T ≈ 259 dias [Início seção] [Início documento] 68. A órbita da Terra em torno do Sol é quase circular. As distâncias maior e menor são 1,47 × 108 km e 1,52 × 108 km, respectivamente. Determine as variações máximas (a) na energia potencial, (b) na energia cinética, (c) na energia total, e (d) na velocidade orbital resultantes da variação na distância Terra-Sol, no curso de um ano. (Sugestão: Aplique a conservação da energia e do momento angular.) (Pág. 56) Solução. Considere o seguinte esquema da situação: ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 16 – Gravitação Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 25 Problemas Resolvidos de Física vp Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES rp ra rp ra va Sol a (a) Seja Up a energia potencial do sistema Terra-Sol no periélio (ponto de maior proximidade entre Sol e Terra) e Ua a energia potencial no afélio (ponto de maior afastamento). A variação da energia potencial entre o periélio e o afélio (ΔU) vale: ΔU = U a − U p = − GM T M S ⎛ GM T M S −⎜− ⎜ ra rp ⎝ ⎞ ⎟⎟ ⎠ ⎛1 1⎞ ΔU = GM T M S ⎜ − ⎟ ⎜r r ⎟ ⎝ p a⎠ ΔU = ( 6, 67 × 10−11 N.m 2 /kg 2 )( 5,98 × 1024 kg )(1,99 × 1030 kg ) × ⎡ ⎤ 1 1 ⎥ = 1, 776" × 1032 J ×⎢ − 11 11 ⎢⎣ (1, 47 ×10 m ) (1,52 ×10 m ) ⎥⎦ ΔU ≈ 1, 78 ×1032 J (b) Num sistema conservativo, como o sistema Terra-Sol, vale a seguinte relação: ΔK + ΔU = 0 ΔK = −ΔU ΔK ≈ −1, 78 ×1032 J (c) A energia mecânica do sistema Terra-Sol vale: GM S M T E=− 2a Nesta expressão, a é o comprimento do semi-eixo maior da trajetória elíptica. Como o sistema Terra-Sol é conservativo, não há variação em sua energia mecânica. ΔE = 0 (d) No periélio, a Terra apresenta sua maior velocidade orbital devido à proximidade máxima do Sol. No afélio ocorre o inverso, com a Terra em sua menor velocidade orbital. A variação na velocidade orbital entre o periélio e o afélio vale: (1) Δ v = va − v p Para determinar va e vp vamos utilizar a variação da energia cinética: 1 1 ΔK = K a − K p = M T va2 − M T v 2p 2 2 ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 16 – Gravitação Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 26 Problemas Resolvidos de Física va2 − v 2p = Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES 2 ΔK MT (2) Agora vamos aplicar o princípio da conservação do momento angular: La = L p ra × p a = rp × p p ra pa sen π = rp p p sen 2 ra M T va = rp M T v p va = π 2 rp v p (3) ra Substituindo-se (3) em (2): 2 ⎛ rp v p ⎞ 2ΔK 2 ⎜ ⎟ − vp = MT ⎝ ra ⎠ ⎛ rp2 ⎞ 2 2ΔK ⎜⎜ 2 − 1⎟⎟ v p = MT ⎝ ra ⎠ ⎛ ra2 ⎞ 2ΔK vp = ⎜ 2 2 ⎟ ⎜r −r ⎟ M ⎝ p a ⎠ T 2 ⎡ ⎤ 2 ( −1, 776" × 1032 J ) 1,52 × 1011 m ) ( ⎥ = 30.299, 25" m/s vp = ⎢ ⎢ (1, 47 × 1011 m )2 − (1,52 × 1011 m )2 ⎥ ( 5,98 × 10 24 kg ) ⎣ ⎦ Substituindo-se o valor de vp em (3): (1, 47 ×10 = 11 va m ) ( 30.299, 25" m/s ) (1,52 ×10 11 m) = 29.302,571" m/s Agora podemos resolver (1): Δv = ( 29.302,571" m/s ) − ( 30.299, 25" m/s ) = −996, 6861" m/s Δv ≈ −996 m/s [Início seção] [Início documento] 69. Suponha que um satélite de comunicações geossíncrono esteja em órbita na longitude de Chicago. Você está em Chicago e deseja captar os seus sinais. Em que direção você deveria apontar o eixo da sua antena parabólica? A latitude de Chicago é 47,5o. (Pág. 56) Solução. Considere o seguinte esquema da situação: ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 16 – Gravitação Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 27 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES Terra Chicago MT RT θ x φ R0 Equador m α Fg Eixo de rotação Neste esquema, φ é o ângulo de visada, acima do horizonte, que deve ser utilizado para direcionar a antena. Em primeiro lugar vamos determinar o raio orbital do satélite (RO) por meio da força centrípeta (força gravitacional) que age sobre o satélite: F= mv 2 RO GM T m mω 2 RO2 = RO2 RO GM T 4π 2 = 2 RO3 T 1/ 3 ⎛ GM T T 2 ⎞ RO = ⎜ ⎟ 2 ⎝ 4π ⎠ = 42.250.474,31" m Análise do ângulo α: ⎛π ⎞ α = π −θ − ⎜ + φ ⎟ ⎝2 ⎠ π α = −θ −φ 2 Observando-se o esquema, podemos notar que: ⎛π ⎞ sen ⎜ + φ ⎟ sen α ⎝2 ⎠ = RT RO (1) (2) Substituindo-se (1) em (2): ⎛π ⎞ ⎛π ⎞ sen ⎜ − θ − φ ⎟ sen ⎜ + φ ⎟ ⎝2 ⎠= ⎝2 ⎠ RT RO cos (θ + φ ) cos φ = RT RO cos θ cos φ − sen θ sen φ RT = cos φ RO ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 16 – Gravitação Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 28 Problemas Resolvidos de Física RT RO cos θ − sen θ tan φ = ⎛ φ = tan −1 ⎜ cot θ − ⎝ Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES RT ⎞ ⎟ RO sen θ ⎠ ⎡ φ = tan −1 ⎢cot ( 47,5o ) − ⎢⎣ ( 6,37 ×10 m ) ⎤ ⎥ = 35, 444"D o ( 42.250.474,31" m ) sen ( 47,5 ) ⎥⎦ 6 φ ≈ 35, 4D A antena deverá ser apontada para 35,4o acima do horizonte, na direção sul. [Início seção] [Início documento] 72. Um satélite meteorológico está em órbita geossíncrona, pairando sobre Nairobi, que está situada bem perto do equador. Se o raio da sua órbita for aumentado em 1,00 km, a que velocidade e em que direção o seu ponto de referência, que estava inicialmente estacionário, irá se mover sobre a superfície da Terra? (Pág. 56) Solução. [Início seção] [Início documento] 73. Três estrelas idênticas, de massa M, estão localizadas nos vértices de um triângulo eqüilátero de lado L. A que velocidade elas devem se mover, preservando o triângulo eqüilátero, sabendo-se que todas elas giram sob a influência gravitacional umas das outras, numa órbita circular circunscrita? (Pág. 56) Solução. Considere o seguinte esquema da situação: v3 M L F31 L FC CM v1 M F21 L M v2 Como o triângulo formado pelas estrelas 1, 2 e 3 é eqüilátero, o ângulo θ que aparece no esquema é π/6. Considerando-se a simetria envolvida no problema temos v1 = v2 = v3. Vamos calcular a força centrípeta do movimento orbital da estrela 1: FC = F13 + F12 ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 16 – Gravitação Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 29 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES Na direção radial: FC = F13 cos θ + F12 cos θ Mv12 GM 2 3 GM 2 3 = 2 + 2 2 2 R L L Mas: R= 3 L 3 Logo: 3Mv12 GM 2 3 = L2 L 3 GM v12 = L v1 = v2 = v3 = GM L [Início seção] [Início documento] 74. Quanto tempo levará um cometa, que se move numa trajetória parabólica, para mover-se desde o seu ponto de maior aproximação do Sol, em A (veja a Fig. 50), até completar um ângulo de 90o, medido em relação ao Sol, alcançando B? Suponha que a distância de maior aproximação ao Sol é igual ao raio da órbita da Terra, suposta circular. (Pág. 56) Solução. Considere o seguinte esquema da situação: Órbita da Terra Sol rB B r θ rA y z x A ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 16 – Gravitação Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 30 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES A componente z do momento angular do cometa, de massa m, quando este passa pelo ponto A (LA,z) é igual à componente z do seu momento angular em outro ponto qualquer da trajetória parabólica, como no ponto descrito pelo ângulo θ (Lz). Lz = LA, z ⎛π ⎞ I ω = rA × p A = rA ⋅ mv A sen ⎜ ⎟ ⎝2⎠ Na equação acima, I é o momento de inércia do cometa, ω dθ mr 2 ⋅ = rA mv A dt r 2 dθ = rAv A dt (1) Para resolver (1), precisamos de uma função de r em termos de θ e da velocidade do cometa no ponto A (vA). A velocidade vA pode ser calculada a partir da principal característica da órbita circular, que é possuir energia mecânica nula. Ou seja: E = K +U = 0 1 2 GM S m mv − =0 r 2 2GM S r Portanto, no ponto A, a velocidade do cometa vale: v= vA = 2GM S rA (2) A função de r em termos de θ que precisamos corresponde à equação da parábola, descrita em coordenadas polares: r (1 + cos θ ) = l Na equação acima, l é a distância do foco à parábola, medida através de uma linha perpendicular ao eixo. No presente caso, l = rB. Podemos determinar o valor de rB sabendo que quando θ = 0, termos r = rA: B B rA (1 + cos 0 ) = rB rB = 2rA Logo a função procurada é: 2rA r(θ ) = (1 + cos θ ) (3) Substituindo-se (2) e (3) em (1): 4rA2 (1 + cos θ ) π /2 2 dθ = 2rAGM S dt dθ ∫ (1 + cos θ ) 0 2 = GM S 8rA3 t ∫ dt 0 ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 16 – Gravitação Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 31 Problemas Resolvidos de Física ( 2 + cos θ ) sen θ 2 3 (1 + cos θ ) Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES π /2 = 0 GM S t 8rA3 GM S 2 = t 3 8rA3 32 (1,50 ×1011 m ) 32rA3 t= = = 9,5082"× 106 s 2 2 30 −11 9GM S 9 ( 6, 67 ×10 N.m /kg )(1,99 ×10 kg ) 3 t ≈ 110 dias [Início seção] [Início documento] ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 16 – Gravitação Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 Ed. - LTC - 1996. 32 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES RESNICK, HALLIDAY, KRANE, FÍSICA, 5.ED., LTC, RIO DE JANEIRO, 2003. FÍSICA 2 CAPÍTULO 14 - GRAVITAÇÃO EXERCÍCIOS 01 11 21 31 02 12 22 32 03 13 23 33 04 14 24 34 05 15 25 35 06 16 26 36 07 17 27 37 08 18 28 38 09 19 29 39 10 20 30 07 17 27 08 18 28 09 19 29 10 20 30 PROBLEMAS 01 11 21 31 02 12 22 32 03 13 23 33 04 14 24 05 15 25 06 16 26 [Início documento] [Início seção] [Início documento] ________________________________________________________________________________________________________ a Cap. 14 – Gravitação Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 5 Ed. - LTC - 2003. 33