CIRCUITOS ELÉTRICOS EM CORRENTE ALTERNADA NÚMEROS COMPLEXOS Um número complexo Z é um número da forma x jy , onde x e y são reais e j 1 . (A raiz quadrada de um número real negativo é chamada um número imaginário puro). No número complexo x jy , o primeiro termo x é chamado parte real e o segundo, jy, a parte imaginária. Exemplo: Representação de 6 números complexos (z1, z2, z3, z4, z5, z6). Z1 = 6 Z2 = 2 – j3 Z3 = j4 Z4 = - 3 + j2 Z5 = - 4 – j4 Z6 = 3 + j3 z3 z4 j (eixo dos j) j5 j4 j3 z6 j2 j1 z1 (eixo dos n° reais) -5 -4 -3 -2 -1 -j1 1 2 3 4 5 6 -j2 -j3 z2 z5 -j4 -j5 1 Representação polar de um número complexo Z J (eixo imaginário) jy z r (eixo real) 0 x z pode ser representado na forma: Retangular: z x jy Polar: z r Existem quatros meios de representar um número complexo: Forma retangular Forma polar ou de Steinmetz Forma exponencial (Euler) Forma trigonométrica z x jy z r z r e j z r (cos j sen ) O emprego de um ou outro depende da operação a ser efetuada. SOMA E DIFERENÇA DE NÚMEROS COMPLEXOS Só podem ser efetuados, quando ambos estão na forma retangular. Dados z1 5 j 2 e z 2 3 j8 z1 z 2 (5 3) j (2 8) 2 j10 z 2 z1 (3 5) j (8 2) 8 j 6 2 MULTIPLICAÇÃO DE NÚMEROS COMPLEXOS Forma exponencial: z1 z 2 (r1e j1 )(r2 e j 2 ) r1r2 e j (1 2 ) Forma polar: z1 z 2 (r1 1 )( r2 2 ) r1r2 1 2 Forma retangular: z1 z 2 ( x1 jy1 )( x2 jy2 ) x1 x2 jx1 y 2 jy1 x2 j 2 y1 y 2 ( x1 x2 y1 y 2 ) j ( x1 y 2 y1 x2 ) sendo j2 = -1 DIVISÃO DE NÚMEROS COMPLEXOS Forma exponencial: z1 r1e j1 r 1 e j (1 2 ) j 2 z 2 r2 e r2 Forma polar: r1 1 r z1 1 1 2 z 2 r2 2 r2 Forma retangular: Faz multiplicando-se numerador e denominador pelo conjugado do denominador. z1 x jy1 x2 jy2 ( x1 x2 y1 y 2 ) j ( y1 x2 y 2 x1 ) 1 z 2 x2 jy2 x2 jy2 x22 y 22 3 CONJUGADO DE UM NÚMERO COMPLEXO (Z*) Forma retangular: z x jy z * x jy seu conjugado é Forma polar: z r z* r seu conjugado é CONVERSÃO FORMA RETANGULAR x z cos FORMA POLAR z x2 y2 y z sen arc tg y x Fórmulas de Euler: e j cos j sen cos e j e j 2 e j cos j sen sen e j e j 2 Forma polar e exponencial: z z e j z z em radiano em radiano ou grau (mais usual ) fase ou ângulo módulo Obs.: Fica claro então, que é mais fácil efetuar a soma e a subtração de número complexos na forma retangular e a multiplicação e a divisão na forma polar. 4 PRINCÍPIO DA CORRENTE ALTERNADA Forma de onda de tensão CA Tensão Onda alternada Eixo zero + 0 + _ _ Como é produzida a tensão CA Linhas de força N Espira condutora em rotação Terminais S Gerador Chamado de alternador 5 Ciclos de tensão alternada gerada pela rotação de uma espira Posição 1 0 0 V N S Posição 2 0 90° 90° V N S Posição 3 0 90° 180° V N S 180° Posição 4 0 90° 180° 270° V 270° N S Posição 5 0 90° 180° 270° 360° 360° V N S 6 Parâmetros básicos de um sinal alternado (tensão ou corrente) Rms = 0,707 do valor de pico Média = 0,637 do valor de pico Amplitude v ou i Valor médio 0 90° 180° 270° Valor rms Valor de Valor de pico pico-a-pico 360° Obs.: V P VM IP IM Onde: VP Tensão de pico VM Tensão máxima I P Corrente de pico I M Corrente máxima 7 Valor médio = 0,637 x Valor de pico Vmédio 0,637 .VM I médio 0,637 . I M Valor médio corresponde à média aritmética sobre todos os valores numa onda senoidal para um meio ciclo. Ciclo completo: O valor médio é zero. Valor eficaz = Valor rms = Valor médio quadrático rms = “root-mean-square” Valor rms = 0,707 x Valor de pico Vrms 0,707 .VM I rms 0,707 . I M Vef VP I ef IP ou 2 2 8 Freqüência e Período 1 ciclo f = 1 Hz v ou i Tempo (s) 0 ¼ ½ ¾ 1 1 Período f = 2 Hz v ou i 0 ¼ ½ ¾ 1 Tempo (s) 2 ciclos Obs.: Quanto mais alta a freqüência, menor o período. f 1 T Onde: f = Hertz (Hz) T = segundos (s) 9 Velocidade angular (w) w 2. . f 2 T Deslocamento angular (θ) w.t (radiano ou graus) Sinal senoidal em forma de função dependente: Do tempo V (t ) 2.Vef .sen(2f .t ) Do deslocamento angular V ( wt ) 2.Vef .sen( wt ) 10 Resistência em circuitos CA As variações na corrente ocorrem em fase com a tensão aplicada; O circuito CA pode ser analisado pelos mesmos métodos usados para os circuitos CC. (Lei de Ohm para apenas resistências); Os cálculos nos circuitos CA são geralmente em valores rms. Amplitude I V= 110V + I 0 10Ω _ RL I V tempo V 110 11A R 10 Prms R.I 2 10.(11) 2 1210W Diagrama de fasores (I em fase com V) I V Exemplo: Fasor V V I R1 V1 R2 V2 V1 V2 V V1 V2 Fasores V, I. I V 11 Indutor em circuitos CA A corrente que passa pela indutância, IL, estará atrasada com relação à tensão da indutância, VL, de 90°. Amplitude + + VL IL V L IL tempo VL 0 90° 180° 270° 360° _ Diagrama de fasores V, VL Anti-horário 90° IL (referência) RL em série VR VL I R VT L VL 90° VR I Diagrama de fasores VR I .R VL I . X L VT VL Triângulo de fasores de tensão VT VR2 VL2 Θ I, (referência) VR 12 Capacitor em circuitos CA A corrente que passa pela capacitância, IC, estará adiantada com relação à tensão VC, de 90°. Amplitude + VC IC IC tempo 00 V C 90° 180° 360° VC _ Diagrama de fasores V como referência IC 270° Diagrama de fasores IC como referência sentido do avanço 90° IC - 90° V, VC V, VC RC em série VR VR I VT R XC I, (referência) - 90° VC VC VC I . X C VR I .R Diagrama de fasores VR VT θ VC VT VR2 VC2 tg VC VR Triângulo de fasores de tensão 13 ELEMENTOS DOS CIRCUITOS Na análise de um circuito de corrente alternada: - Os fasores da tensão e da corrente são usados com resistências e reatâncias; - A resistência e a reatância têm a mesma unidade (Ohm); - As tensões e correntes são usadas com resistências na análise de um circuito de corrente contínua. Circuito no domínio do tempo Correntes e tensões senoidais Indutância e capacitância Circuito no domínio da freqüência Fasores Reatâncias Obs.: As resistências permanecem inalteradas. V Vm e j ( t ) I m e j ( t ) Domínio do tempo I Domínio da freqüência 14 RESISTÊNCIA i Pela lei de Ohm: v R Fasores da tensão e da corrente: i I m sen( t ) v RI m sen( t ) V I m m Amplitude da corrente em [A] R = Ângulo de fase Os fasores correspondentes são: I Im 2 [ A] i V RI m 2 + v _ [V ] I R + V_ R A expressão da corrente no resistor informa que um resistor não introduz nenhuma diferença de fase entre a corrente e a tensão. Dizemos então, que num resistor a tensão e a corrente estão em fase. v i 0 2 t O módulo da impedância é R. Diagrama fasorial: 0 i v ref. 15 INDUTOR Equação do indutor: V L di dt Fasores da tensão e corrente: i I m sen( wt ) v wLI m cos( wt ) wLI m sen( wt 90) Vm LI m Tensão de pico Os fasores correspondentes são: I Im 2 i A V LI m 2 + v _ 90 V I + V_ j L L Dividindo-se a equação da tensão pela equação da corrente, o resultado numa relação fasorial é: Z ( j ) V L 90 I L xL onde: xL reatância indutiva () A equação da impedância do indutor mostra que a corrente está 90° atrasada da tensão. v i 0 2 2 t O módulo da impedância é L. Diagrama fasorial: 0 v ref. i 16 CAPACITOR iC Equação do capacitor: dV dt Fasores da tensão e corrente: v Vm sen( t ) i CVm sen( t 90) Os fasores correspondentes são: V Vm 2 i I e V CVm 2 + v _ I 90 A + V_ j1 C C Dividindo-se a equação da tensão pela corrente, o resultado numa relação fasorial é: Z ( j ) 1 1 j 90 C C onde: 1 Xc C Xc reatância capacitiva () A equação da impedância do capacitor mostra que a corrente está 90° adiantada da tensão. v i 0 2 t 2 O módulo da impedância é 1 C i Diagrama fasorial: 0 v ref. 17 ADMITÂNCIA Definição: Admitância é o inverso da impedância. Símbolo: ( Y ). Unidade: Siemens ( S ). Admitância de um resistor: Y 1 G R Admitância de um indutor: Y 1 j L Admitância de um capacitor: Y j1 L 1 j1 C j C Combinação de admitâncias Série: 1 1 1 ... Yeq Y1 Y2 Paralelo: Yeq Y1 Y2 ... Admitância na forma polar Y G jB G 2 B 2 tg 1 ( B / G) ângulo de admitância Z Y é o módulo (parte imaginária) é a suscetância ou susceptância (parte real) é a condutância 18 Divisor de corrente e tensão no domínio da freqüência Impedâncias em série: Vx Z x VT Z eq Vx Zx .VT Z eq Impedâncias em paralelo: I x Z eq Yx IT Z x Yeq ou Ix Z eq Zx .I T Yx .I T Yeq Onde: Vx = tensão no elemento “x”, ( V ); VT = tensão total aplicada ao circuito série ( V ); Zx = impedância do elemento “x”, ( ); Zeq = impedância equivalente do circuito, ( ). Ix = corrente no elemento “x”, ( A ); IT = corrente total aplicada no circuito paralelo ( A ). 19 QUADRO SINTÉTICO CIRCUITO NO DOMÍNIO DA FREQÜÊNCIA RESISTOR RESISTOR i R IMPEDÂNCIA _ R Z + v Z R j 0 Z R 0 ADMITÂNCIA Y GS Y G j 0 S Y G 0 S Diagrama fasorial: V I ref. INDUTOR INDUTOR i + L _ +v IMPEDÂNCIA Z j L Z 0 j L Z L 90 ADMITÂNCIA Y 0 j Y jBL Y 1 S L 1 90 S L Diagrama fasorial: V ref. I 20 CAPACITOR CAPACITOR i C _ IMPEDÂNCIA Z 0 j Z + v JXc Z ADMITÂNCIA 1 C 1 90 C Y jBc Y 0 j C S Y C 90 S Diagrama fasorial: I v ref. RESISTOR E INDUTOR EM SÉRIE R. L. i IMPEDÂNCIA ADMITÂNCIA + R Z R j L _ vR + Z jxL Z R jxL vL GS Y G j Y 1 S L jBL Y G jBL S _ Z R 2 x L2 arctg xL R Y G 2 BL2 arctg BL G Diagrama fasorial: v ref. I I se atrasa de V ( 0 90 ) 21 RESISTOR E CAPACITOR EM SÉRIE R. C. i IMPEDÂNCIA ADMITÂNCIA + R Z R j _ vR + GS Y G j CS 1 C Z Y 1 j C Z R jxC vC j C Y G jBC S _ Z R 2 xC2 arctg xC R Y G 2 BC2 arctg BC G Diagrama fasorial: I ref. V I se adianta de V ( 90 0 ). O ângulo de impedância é o ângulo do qual a tensão de entrada avança com relação à corrente de entrada, contanto que esse ângulo seja positivo. Se ele for negativo, então a corrente avança com relação à tensão. 22