IMPLANTAÇÃO DE MEDIDAS CONTRA O DESPERDICIO ALIMENTAR EM UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO Camila Pinto (Acadêmica – UNICENTRO), Nívian Ross (Acadêmica – UNICENTRO), Larissa Danguy (Acadêmica – UNICENTRO), Priscilla Negrão de Moura (Orientadora – Dep. de Nutrição/UNICENTRO),Cristiane Kopf (Professora – Dep. de Engenharia de Alimentos/UNICENTRO), e-mail: [email protected] Palavras–chave: nutrição, aproveitamento, aceitabilidade. Resumo: A alimentação é a base para o ser humano e pode ser enriquecida através do aproveitamento integral dos alimentos reduzindo custos e o desperdício alimentar em Unidades de Alimentação e Nutrição, UAN’s. Realizou-se teste de aceitabilidade para comprovar a possibilidade de implantar preparações, além de outras medidas significativas que apresentem resultados satisfatórios no combate ao desperdício. O presente estudo demonstrou a possibilidade de redução de desperdício alimentar através da implantação de receitas de aproveitamento integral em unidades de alimentação e nutrição, comprovada através do índice de aceitabilidade considerado satisfatório. Introdução O desconhecimento das propriedades nutritivas do alimento, bem como o seu não aproveitamento, ocasiona o desperdício de toneladas de recursos alimentares. Em unidades de alimentação e nutrição (UAN’s) são preparadas grandes quantidades de alimentos e geralmente há um alto desperdício, como cascas e talos de frutas, vegetais e legumes que poderiam ser utilizados para enriquecer as preparações alimentares, já que muitas das vitaminas e minerais essenciais ao ser humano são encontradas em maior quantidade nos rejeitos alimentares. Adquirir produtos da época, conservar bem os alimentos e preparar visando o aproveitamento integral consiste nos três princípios básicos para evitar o desperdício. O presente estudo tem como objetivo comprovar a aceitação de uma receita elaborada com chuchu na sua forma integral através de uma análise sensorial, demonstrando que tais preparações podem ser implantadas em Unidades de Alimentação e Nutrição diminuindo o índice de desperdício dos rejeitos. Materiais e Métodos Aplicou-se o teste de aceitabilidade com intuito de verificar a aceitação da preparação de uma torta de legumes elaborada com casca de chuchu. Os provadores foram selecionados de forma aleatória e realizaram a pesquisa dentro das normas exigidas. O teste foi realizado em laboratório de análise sensorial de uma instituição de ensino superior. O laboratório possui cabines individuais para proporcionar um local tranqüilo aos provadores, sem presença de odores e barulhos a fim de evitar alterações no resultado do trabalho proposto. O teste foi aplicado às dez horas da manhã da maneira indicada, ou seja, duas horas antes ou após as refeições principais. Ofertou-se aos provadores água mineral em copos descartáveis durante a degustação do alimento. Cada provador recebeu 20 gramas da preparação em embalagens descartáveis, lápis, borracha e uma ficha para o preenchimento com nome, data, horário, nome da preparação a ser provada e campo para possíveis comentários. As alternativas propostas para a avaliação do provador foram optar por não aceito, pouco aceito e muito aceito. Os ingredientes utilizados foram ovos, leite integral, óleo vegetal, farinha de trigo, fermento, sal, tomate, cebola, cenoura, chuchu, milho verde em conserva, orégano e 10% dos ingredientes utilizados foi equivalente a casca do chuchu. Para o cálculo dos resultados foi utilizado o índice de aceitabilidade que é determinado através do cálculo do peso ou volume da preparação consumida, dividido pelo valor do peso ou volume da preparação distribuída, multiplicado por 100. O valor mínimo aceitável para validação do teste é de 70%. Resultados e discussões O número de provadores que realizou o teste foi de sessenta pessoas. Destes, 98,33% indicaram a preparação como muito aceita equivalente a cinqüenta e nove provadores, e apenas 1,66% não aceitaram a preparação o que equivale a um provador. O índice de aceitabilidade (I. A.) da preparação é considerado satisfatório, pois o valor obtido superou o valor mínimo aceitável de 70%. O I. A. foi de 98,75% demonstrando que a preparação pode ser introduzida em unidades de alimentação e nutrição como forma de diminuir o desperdício dos rejeitos alimentares e conseqüentemente elevar o valor nutricional de determinadas refeições. Um único provador rejeitou a amostra devido a um dos ingredientes contido na receita, totalizando 15 gramas de resto. O índice de aceitabilidade foi obtido através do cálculo do peso da preparação consumida sendo o total de 1,185Kg dividido pelo peso da preparação ofertada sendo de 1,200Kg multiplicado por 100 obtendo-se o valor de 98,75% considerado satisfatório. Conclusão O presente estudo demonstrou a possibilidade de redução de desperdício alimentar através da implantação de receitas de aproveitamento integral em unidades de alimentação e nutrição, comprovada através do índice de aceitabilidade considerado satisfatório. Além da implantação do trabalho de aproveitamento dos alimentos, outras medidas podem ser realizadas contra o desperdício incluindo treinamento de fornecedores de hortifrutti, orientando quanto à maneira adequada de limpeza, armazenamento e transporte do produto e conscientização dos clientes através de campanhas incentivando a devolução de pratos sem restos, considerando que o mínimo aceitável em UAN’s é de 12 gramas por pessoa. Com a diminuição do desperdício alimentar pode-se alcançar a redução de custos através do melhor aproveitamento de partes não convencionais dos alimentos tornando a alimentação muito mais nutritiva. Referências DUTCOSKY, S. D. Análise Sensorial de Alimentos. Curitiba: Champagnat, 1996. 123 p. TEIXEIRA, G. F. S., et al. Administração Aplicada ás Unidades de Alimentação e Nutrição. São Paulo: Atheneu, 2000. 218 p. SANTOS, S. G. F. Treinando manipuladores de alimentos. São Paulo: Varela, 1999. 134 p. TRIGO, V. C. Manual Prático de Higiene nas Unidades de Alimentação e Nutrição. São Paulo: Varela, 1999. 188 p. SCHILLING, M. Qualidade em Nutrição. 2. ed. São Paulo: Varela, 1998. 151 p. GERMANO, P. M. L.; GERMANO, M. I. S. Higiene e Vigilância Sanitária de Alimentos. 2. ed. São Paulo: Varela, 2001. 655 p. SILVA JR, E. A. Manual de Controle Higiênico – Sanitário em serviços de alimentação. 6. ed. São Paulo: Varela, 1995. 623 p.