CARACTERÍSTICAS FOLIARES ASSOCIADAS À TOLERÂNCIA HÍDRICA EM UM GRADIENTE DE PERTURBAÇÃO ANTRÓPICA DA MATA ATLÂNTICA-SP Vítor Hugo Melo de Almeida¹, Fábio Carvalho Fernandes¹, Mauro Alexandre Marabesi¹, Marcos Pereira Marinho Aidar¹ 1 Instituto de Botânica- IBt, Núcleo de pesquisa em Fisiologia e Bioquímica, São Paulo, SP, Brasil. [email protected] As florestas tropicais modificadas pelo homem são marcadas por alterações na composição e estrutura de comunidades e perda de diversidade funcional. A Mata Atlântica (MA) é um dos maiores hotspots de biodiversidade do mundo e pelo expressivo histórico de uso da terra, sua formação é um mosaico de plantios de monoculturas exóticas, florestas secundárias, florestas primárias e muitos pequenos fragmentos, tornando-se uma das florestas mais ameaçadas pelo homem do mundo. Por isso, esforços são necessários para entender o funcionamento desse ecossistema modificado, tanto para guiar políticas de conservação e manejo, como aprimorar modelos de dinâmica de vegetação global. Nesse contexto, a medida de características funcionais em gradientes ambientais tem sido descrita como uma abordagem com alto poder de predição e orientadoras de padrões gerais na ecologia de comunidades e funcionamento do ecosssitema, uma vez que os processos que modulam o grau de resposta de uma planta em escala foliar podem ser extrapolados para níveis ecológicos mais elevados. No entanto, características funcionais associadas à tolerância hídrica ainda são pouco estudadas, sobretudo para a MA. Dessa forma, o trabalho estabelece uma relação entre parâmetros de curvas Pressão-Volume - ponto de perda de turgor (ppt) e seu conteúdo relativo de água, módulo de elasticidade (ε) e potencial osmótico na hidratação máxima (p0) - importantes indicadores de tolerância à seca, e características estruturais da folha (massa foliar específica, densidade e espessura foliar), em um gradiente de perturbação antrópica da Mata Atlântica no nordeste de SP. Para isso, foram usadas espécies que compõem 70% da área basal de parcelas permanentes que representam áreas de floresta secundária (1 ha) e fragmentos florestais (2 ha). Análises preliminares mostram diferenças significativas no ponto de perda de turgor e potencial osmótico na hidratação máxima entre as médias da floresta secundária e os fragmentos, sugerindo maior tolerância hídrica do último. A Análise de Componentes Variados sugere uma separação entre as espécies da floresta secundária e de parte dos fragmentos, sendo a região mais distante do último ocupada por Piptadenia gonoacantha (Mart.) JFMacbr. e Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan. As diferenças são dirigidas principalmente pelo ppt, p0, ε e espessura foliar, enfatizando a importância de se melhorar e quantificar o entendimento sobre função hidráulica nas florestas tropicais. (FAPESP) Palavras chaves: Características funcionais, uso da água, ponto de perda de turgor.