INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA - IBRATI SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA - SOBRATI MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA ODONTOLOGIA NÃO INVASIVA NA UTI UTILIZANDO LASERTERAPIA E PLACA DE CONTENÇÃO DO DANO: REVISÃO DE LITERATURA CLAUDIA MONTEIRO DOS SANTOS DE SOUSA São Paulo 2014 INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA - IBRATI SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA - SOBRATI MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA ODONTOLOGIA NÃO INVASIVA NA UTI UTILIZANDO LASERTERAPIA E PLACA DE CONTENÇÃO DO DANO: REVISÃO DE LITERATURA CLAUDIA MONTEIRO DOS SANTOS DE SOUSA Tese apresentada ao Mestrado Profissionalizante em Terapia Intensiva SOBRATI, como requisito para obtenção do Título de Mestre em Terapia Intensiva. Área de Concentração: Terapia Intensiva Orientador: Prof. João Baptista dos Santos Júnior São Paulo 2014 FICHA CATALOGRÁFICA Preparada pela Biblioteca do Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo Sousa, Cláudia Monteiro dos Santos de Odontologia não invasiva na UTI utilizando laserterapia e placa de contenção do dano: revisão de literatura / Cláudia Monteiro dos Santos de Sousa. São Paulo, 2013. 17p. : il. Tese apresentada ao Mestrado Profissionalizante em Terapia Intensiva - SOBRATI, como requisito para obtenção do Titulo de Mestre em Terapia Intensiva. Área de concentração: Terapia Intensiva. Orientador: Prof. João Baptista dos Santos Júnior. 1. Mucosite 2. Força de mordida 3. Terapia a laser de baixa intensidade 4. Unidades de Terapia Intensiva I. Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva - IBRATI. II. Sociedade Brasileira de Tera pia Intensiva - SOBRATI. III. Título. CDU 616.314 ODONTOLOGIA NÃO INVASIVA NA UTI UTILIZANDO LASERTERAPIA E PLACA DE CONTENÇÃO DO DANO: REVISÃO DE LITERATURA RESUMO Resumo : Em busca de alternativas inovadoras para melhorar a assistência ao paciente crítico, no contexto da humanização da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a laserterapia de baixa intensidade (LBI) é empregada como coadjuvante ao tratamento com placa de mordida para contenção do dano, proporcionando uma melhora na severidade do quadro das lesões ulcerativas da cavidade bucal. A LBI possui efeitos anti-inflamatório, analgésico e biomodulador dos tecidos lesados. Objetivos : Interesse em realizar uma revisão de literatura para adquirir novos conhecimentos na Odontologia, com o intuito de tratar a mucosite oral (oncológica ou não) e a mordedura (apertamento mandibular), melhorando a qualidade de vida dos pacientes internados na UTI e de seus familiares dentro da equipe intensivista. Conclusão : A LBI empregada como coadjuvante ao tratamento com placa de mordida para contenção do dano, muda o quadro clínico da cavidade bucal através dos seus efeitos benéficos, tanto das mordeduras quanto das mucosites, trazendo mais conforto, amenizando a dor e o sofrimento do paciente na UTI. Palavras-Chave: Mucosite; Força de Mordida; Terapia a Laser de Baixa Intensidade; Unidades de Terapia Intensiva. NON-INVASIVE DENTISTRY IN ICU USING LASER THERAPY AND SPLINT AVOIDING DAMAGE CONTAINMENT: LITERATURE REVIEW. ABSTRACT Abstract: In the search of innovative ways to improve a critical patient care in the context of humanization of the Intensive Care Unit (ICU), the low level laser therapy (LLLT) is used as an adjunct to treatment with occlusal splint for avoiding damage, providing an improvement in the severity of the ulcerative lesions of the oral cavity. The LLLT has anti-inflammatory and analgesic effects and biomodulator of injured tissues. Objectives: Interest in performing a literature review to acquire new knowledge in dentistry, in order to treat oral mucositis (cancer or not) and bite (jaw clenching), improving the quality of life of ICU patients and their families within the team intensivist. Conclusion: The LLLT used as an adjunct to treatment with occlusal splint to avoid damage, changes the clinical picture in the oral cavity through it's beneficial effects both the bites and the mucositis, bringing more comfort, alleviating the pain and suffering of the patient in the ICU. Keywords: Mucositis; Bite Force; Laser Therapy Low-Level; Intensive Care Unit. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS UTI - Unidade de Terapia Intensiva ICU - Intensive Care Unit LBI - Laserterapia de Baixa Intensidade LLLT - Laser Therapy Low-Level Laser - Amplificação da luz por emissão estimulada de radiação LED - Diodo Emissor de Luz DTM - Disfunção Temporomandibular CD - Cirurgião-Dentista COX - Cicloxigenase ATP - Trifosfato de Adenosina SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................... 6 OBJETIVOS .......................................................................................................................................................... 8 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................................................. 9 REVISÃO DA LITERATURA E DISCUSSÃO ............................................................................................... 10 Laserterapia de baixa intensidade (lbi).............................................................................................................. 10 Placa de contenção do dano .............................................................................................................................. 13 CONCLUSÃO ..................................................................................................................................................... 15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................................... 16 6 INTRODUÇÃO Em busca de alternativas inovadoras para melhorar a assistência ao paciente crítico, numa visão voltada para o ser humano, a laserterapia é empregada como coadjuvante ao tratamento com placa de mordida para contenção do dano, proporcionando uma melhora na severidade do quadro das lesões ulcerativas da cavidade bucal. A mucosite oral e a mordedura, representam uma inflamação da mucosa oral que evolui para ulceração, sangramento, exudato fibrinoso de coloração esbranquiçada ou opalescente e é extremamente dolorosa, servindo como porta de entrada para infecções bacterianas, fúngicas e virais1,2,3,4. As ulcerações são lesões que ocorre solução de continuidade com exposição do tecido conjuntivo subjacente. Muitas são provocadas por traumas sobre a mucosa bucal, com caráter agudo ou crônico. As mais comuns na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), originam-se da auto injúria pela atividade miotônica descontrolada de alguns músculos mastigatórios e língua, as iatrogênicas são produzidas por movimentos intempestivos do laringoscópio, tubo orotraqueal, guedel, sondas de alimentação, cânulas de sucção e até por higiene bucal, e as ulcerações medicamentosas podem ser por reação alérgica à medicamentos, ou efeito colateral oral mais comum do tratamento do câncer 3,5 . O paciente da UTI com frequência permanece com a boca aberta, devido a intubação orotraqueal, respiração bucal ou ronco e determinados medicamentos, que, permitem a diminuição do fluxo salivar 6,7 . Essa hipossalivação favorece a desidratação da mucosa oral, possibilitando o aparecimento de fissuras sangrantes nos lábios, comissuras labiais, acúmulo de crostas ressecadas de saburra na língua e aumento da prevalência de candidíase bucal, sendo reforçada pelo estresse e ansiedade, que geralmente acompanham, a doença grave4,6,7,8 . Essas alterações orais podem gerar disfagia interferindo na nutrição e na higiene bucal, podem aumentar o risco de infecção oral e sistêmica e, muitas vezes aumentando o tempo de hospitalização e os custos do tratamento 1,3. A laserterapia de baixa intensidade (LBI) tem sido utilizada com sucesso em diversos campos da medicina e da odontologia no tratamento de injúrias dos tecidos mole e duro. A LBI possui efeitos anti-inflamatório, analgésico e biomodulador com proliferação celular, reparação tecidual e regeneração óssea 1,2,3,9 . Devido à esses efeitos o laser de baixa intensidade ou diodos emissores de luz (LEDs) no vermelho visível ou infravermelho, são 7 ferramentas eficazes em intervenções profiláticas e terapêuticas para mucosites ou mordeduras da cavidade bucal10 . Vários autores destacam que o laser vermelho deve ser empregado na mucosite oral1,3,10 separado ou concomitantemente com o infravermelho que penetra e difunde mais que o vermelho.11 A ação da LBI não se limita a área que recebe o feixe de luz, surtem efeitos na área circundante e também sistêmico, como a vasodilatação e a drenagem linfática.12 A placa de mordida para contenção das mordeduras evita o trauma recorrente auxiliando na cicatrização dos tecidos moles. Normalmente é usada para tratar pacientes com disfunção temporomandibular (DTM) ou dor nos músculos mastigatórios13. Nos pacientes internados na UTI existem múltiplos fatores atuando no apertamento mandibular como por exemplo: Tensão, ansiedade, medicamentos, desconforto físico e emocional, alterações oclusais, neuromusculares, cabeçeira de leito abaixada, entre outros, que podem influenciar na postura da mandíbula e consequentemente na posição da cabeça, mas ainda esses fatores não estão completamente esclarecidos 14, 15,16. Além da definição científica de UTI como sendo a unidade do hospital que concentra em suas instalações recursos humanos e técnicos mais capacitados para o atendimento aos pacientes em estado crítico, em todas as especialidades, a equipe de terapia intensiva enfoca a assistência prestada como sistematizada, capacitada e individualizada ao paciente17, 18. A participação do cirurgião-dentista (CD) foi percebida como apoio à essa equipe para otimizar o trabalho interdisciplinar, da promoção da saúde ao tratamento mais especializado dos agravos do sistema estomatognático19. A presença do CD junto dos profissionais da saúde da UTI, contribui para uma atenção integral e humanizada do paciente internado e familiares. Saúde bucal e conforto físico na UTI, são palavras de sentido comum: Todos entendem do que se está falando. A importância de um procedimento odontológico não invasivo vem ao encontro da prestação de cuidados que visam amenizar a dor e o sofrimento, influenciando na cura e reabilitação do paciente, enquanto se completa o período de internação20. 8 OBJETIVOS Interessou-nos realizar uma revisão de literatura para adquirir novos conhecimentos na odontologia, com o intuito de tratar a mucosite oral (oncológica ou não) e a mordedura (apertamento mandibular) utilizando laserterapia e placa de contenção do dano, melhorando a qualidade de vida dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva e de seus familiares dentro da equipe intensivista. 9 MATERIAIS E MÉTODOS Foi realizado um levantamento bibliográfico em 21 publicações científicas nacionais e internacionais no período de 2001 à 2013, nas seguintes bases de dados: UNIFESP-Biblioteca Central (BIREME), Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA (PubMed), Serviço Cooperativo de Acesso a Documentos (SCAD) BIREME-OPAS/OMS, Suplemento Especial 2012 da Revista IMPLANT NEWS, Scientific Eletronic Library Online (SIELO), Elsevier Base de Dados (EMBASE), Biblioteca Brasileira de Odontologia (BBO) e Google em julho de 2012, abril e maio de 2013. Usou-se como descritores as palavras-chave: Mucosite (Mucositis), Força de Mordida (Bite Force), Terapia a Laser de Baixa Intensidade (Laser Therapy Low-Level), Unidades de Terapia Intensiva (Intensive Care Unit). É importante ressaltar, que não foi encontrado nenhum artigo que relacionasse as mordeduras, mucosites orais e laserterapia com placa para contenção desses danos em UTI. Desta forma as variáveis foram estudadas separadamente e correlacionadas. 10 REVISÃO DA LITERATURA E DISCUSSÃO Laserterapia de Baixa Intensidade (LBI) A LBI é uma nova alternativa terapêutica eficaz, simples, atraumática, não invasiva, sem toxicidade e que deve ser usada na profilaxia e no tratamento dos pacientes internados na UTI apresentando mucosite oral ou mordedura1,3,10,12 (Figuras 1,2,3,4,5,6,7 e 8). Estudos demonstram que a LBI possuem efeitos básicos como: analgésico, anti-inflamatório e de biomodulação1,2,3,9,11,12. Com relação à analgesia, a laserterapia pode induzir ao alívio da dor através da modulação da nocicepção, modificação dos impulsos nervosos, bem como a liberação de endorfinas, encefalinas, serotoninas, histaminas e citocinas 1,2,3,9,12 . Isso levaria à uma redução da resposta inflamatória contribuindo na diminuição da transformação da prostaglandina, tornando menor os níveis de cicloxigenase (COX-2), manifestando também efeitos no metabolismo linfocitário (linfócitos T) 1,3 . Por essas razões há uma melhora dos parâmetros clínicos da inflamação podendo-se observar a redução de edema, a diminuição da área ulcerada inclusive de tecido ósseo exposto/necrótico, pus e fístula 3,9. FIGURA 1 FIGURA 2 Paciente A - Pouca abertura de boca, mordedura em lateral de língua Instalação da placa dura inferior e superior de contenção da mordedura Fonte: Acervo da autora Fonte: Acervo da autora 11 FIGURA 3 FIGURA 4 Aplicação de laser de baixa intensidade Redução do edema, sangramento e iniciando processo de cicatrização Fonte: Acervo da autora Fonte: Acervo da autora FIGURA 5 FIGURA 6 Paciente B - Mordedura em ventre de língua Úlcera traumática em ventre de língua apresentando exudato fibrinoso Fonte: Acervo da autora Fonte: Acervo da autora FIGURA 7 Instalação da placa suave inferior de contenção da mordedura FIGURA 8 Aplicação de laser de baixa intensidade Fonte: Acervo da autora Fonte: Acervo da autora 12 Foi destacado também que existe um aumento de temperatura (não superior a 1ºC) no local da aplicação, e esse efeito térmico promove a vasodilatação e aumento da circulação sanguínea através da formação de novos vasos sanguíneos e linfáticos 9,12 favorecendo a drenagem linfática 12. A biomodulação tem uma relação direta nas reações bioquímicas sobre a mitocôndria, estimulando ou inibindo as reações químicas e enzimáticas que regulam o metabolismo energético celular1,3,12. Alguns trabalhos são unânimes em afirmar que a produção de energia ATP (trifosfato de adenosina) é aumentada e consequentemente o aumento do ritmo de divisão celular, a produção de macromoléculas como o colágeno e o aumento de fibroblastos que promoverão a reepitelização 1,3. Alguns autores vão mais longe e afirmam que a LBI tem sido utilizada em combinação com o tratamento farmacológico e/ou cirúrgico dos pacientes portadores de osteonecrose. Para os quadros de exposição óssea a laserterapia produz matriz óssea pela proliferação de osteoblastos, mineralização, regeneração óssea e até integração osso/implante 9. Outra vantagem é a capacidade de induzir a inativação celular, como o controle da Candida albicans e outras espécies de Candida resistentes ao uso de medicamentos, prevenindo a candidíase bucal e orofaríngea e proporcionando melhores resultados terapêuticos 11,21 . É também muito vantajoso como redutor de microorganismos localmente, utilizado como sistema de clareamento dental e para ampliação do poder visual e de diagnóstico para o dentista. A descontaminação bucal é importante para pacientes imunodeprimidos, de UTI ou para procedimentos pré ou pós- operatórios 11. Enquanto os emissores de luz laser (amplificação da luz por emissão estimulada de radiação) de alta potência são usados como instrumento de corte, coagulação, evaporação de tecidos e produzem calor, os de baixa intensidade e os LEDs (diodos emissores de luz) são utilizados para laserterapia11,12. A radiação visível (vermelho) e invisível (infravermelho) penetra nos tecidos e são absorvidos pelos cromóforos celulares presentes na mitocôndria, tendo capacidade para o tratamento de lesões superficiais (vermelho) e profundas (infravermelho) 1,11,12. A luz vermelha age na mitocôndria, estimulando a produção de ATP, em lesões pequenas é aplicada de forma pontual e em lesões grandes na forma de varredura, diariamente, enquanto persistir a sintomatologia da doença 1,3,12. O laser infravermelho age na 13 membrana da mitocôndria e também tem seu uso sobre a superfície cutânea da face, mucosa bucal, vestíbulo e superfície epitelial dos lábios1,10,12. Existem diversos protocolos na literatura para a LBI, tanto para prevenção como para tratamento, geralmente todos conduzem à uma redução na severidade da mucosite, mordedura e alívio da dor 1,2,3,4,9,10,12 . A promoção de saúde bucal feita pela LBI em ambiente de UTI contribui para a prevenção e/ou melhora da condição sistêmica do paciente, diminuindo o risco de infecções provenientes da flora microbiana adquirida na UTI e da microbiota bucal 6,8,19 nas ulcerações traumáticas (mordeduras) e não traumáticas (mucosites) dos tecidos da mucosa oral. Placa de Contenção do Dano Entendemos que a mordedura, além de ser uma úlcera inflamatória traumática3,5, é consequência do apertamento mandibular considerado uma atividade parafuncional do sistema mastigatório. A contração involuntária da musculatura mastigatória altera a dinâmica da mordida normal, provoca DTM, desgaste, mobilidade dental e traumas do tecido mole, podendo agravar em uma situação de estresse emocional 5,13,16 . A oclusão dos pacientes críticos que tem dificuldade na abertura de boca (estresse), mastigação unilateral e/ou dificuldade para mastigar determinados alimentos, ainda que anormal antes da internação na UTI, deve retornar à um estado mais confortável eliminando temporariamente a mordedura. De acordo com alguns estudiosos, há uma íntima relação funcional dos músculos da mastigação com os músculos do pescoço. Forças de mordidas geradas durante o apertamento mandibular, quando feitas em decúbito dorsal, podem afetar a atividade muscular do pescoço em diferentes direções de força,ou seja, pela posição da cabeça 5,13,14,15. As relações maxilomandibulares mantêm-se em equilíbrio por meio de um tríplice sistema articular, constituído pela articulação temporomandibular, articulação alvéolodentária, a oclusão dentária e da ação coordenada dos músculos da mastigação 5. O rearranjo entre esse sistema tríplice e a posição postural da cabeça devolve uma condição fisiológica ideal para o organismo como um todo 14. 14 Quanto a comparação dos efeitos do apertamento de mandíbula usando placas de mordida suave (silicone) às placas duras (resina) ou com dentição natural é possível dizer que as placas suaves diminuem a força de mordida através do aumento da fadiga dos músculos da mastigação e com redução da ativação desses músculos no córtex cerebral, enquanto que o apertamento com dentes naturais ou com placas duras não oferecem mudanças significativas na força de mordida13,16. Atualmente, o tratamento odontológico para o apertamento mandibular é o das placas de mordida como protetor dos dentes ao desgaste16. E neste trabalho ela tem a finalidade de produzir uma alteração indireta, transitória, interceptiva, não invasiva e reversível na oclusão. Reduz o apertamento mandibular, ajuda na estabilização da mandíbula na perda dos dentes das zonas de suporte, normaliza a atividade dos músculos mastigadores e compensa a inclinação da cabeça no leito permitindo o alívio da dor nesses músculos5,13,14, além de proteger os tecidos moles de traumas recorrentes como contenção do dano (Figuras 9 e 10). FIGURA 9 FIGURA 10 Placa de mordida de silicone (suave) inferior para contenção do dano Placa de mordida em resina acrílica composta (dura) superior e inferior para contenção do dano Fonte: Acervo da autora Fonte: Acervo da autora 15 CONCLUSÃO O estudo permitiu concluir que a importância de um procedimento odontológico não invasivo vem ao encontro da prestação de cuidados que visam amenizar a dor e o sofrimento na UTI, influenciando na cura e reabilitação do paciente, enquanto se completa o período de internação. A LBI empregada como coadjuvante ao tratamento com placa de mordida para contenção do dano, muda o quadro clínico da cavidade bucal através dos seus efeitos benéficos, tanto das mordeduras quanto das mucosites, melhora a qualidade de vida trazendo mais conforto à esse paciente e ao mesmo tempo contribui para diminuir o impacto da imagem dos seus entes queridos pelos familiares na visita da UTI. Não foi encontrado nenhum tipo de efeito colateral ou contra-indicação pelo uso da laserterapia e da placa de contenção nessas úlceras traumáticas e não traumáticas. Novos trabalhos são necessários para estudar melhor o tema, principalmente no ambiente da UTI. 16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Freitas AN, Campos L, Simões A. A fototerapia com laser em baixa intensidade prevenção e no tratamento da mucosite oral. ImplantNews 2012;9(1a):36-9. 2. Migliorati C, Massumoto C, Eduardo FP, Muller KP, Carrieri T, Haypek P, Eduardo CP. Low-Energy Laser Therapy in Oral Mucositis. 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