Hipertensão portal em paciente com câncer colorretal metastático para fígado após quimioterapia baseada em oxaliplatina Rezende Fernanda¹; Souza Flávia¹; Cordeiro Polyana¹; Guedes Anderlúcia¹; Rocha Sávio²; Irmandade de São João Batista de Macaé ¹ médico residente de clínica médica; ² oncologista, coordenador do Serviço de Clínica Médica INTRODUÇÃO: A hipertensão portal é definida como pressão anormalmente aumentada na veia porta, veia esta que é formada pela confluência das veias mesentérica superior e esplênica. Esse aumento da pressão no sistema portal é o resultado da interação entre o fluxo sanguíneo e a resistência vascular que se opõe a esse fluxo. Assim, a pressão portal pode aumentar, se houver aumento do fluxo sanguíneo portal ou aumento da resistência vascular ou ambos. OBJETIVO: A Relatar o caso de um paciente com câncer colorretal metastático que desenvolveu hipertensão portal durante tratamento quimioterápico com oxiliplatina. DELINEAMENTO E MÉTODOS: Relato de caso. RESULTADOS: Paciente, masculino, branco, 53 anos, pintor de automóvel, portador de adenocarcinoma moderadamente diferenciado e ulcerado do reto superior, acerca de 12cm da borda anal, com extensão de 6cm em direção proximal, associado a implantes hepáticos secundários. Foi submetido a tratamento paliativo com quimioterapia baseada em oxiliplatina (mFLOX) durante 13 meses, apresentando resposta radiológica parcial e diminuição dos marcadores tumorais séricos. Em junho de 2015, encontrava-se em planejamento de retossigmoidectomia paliativa, visto o controle sistêmico da progressão tumoral, apresentou melena/hematoquezia e anemia assintomática com necessidade transfusional. EDA mostrou varizes de esôfago no terço médio inferior de fino calibre e gastropatia hipertensiva, com sinais de sangramento recente. TC de Abdôme (figuras 1, 2, 3) mostraram aumento da esplenomegalia sem evidência de progressão neoplásica. Evoluiu com ascite moderada e circulação colateral, sendo necessário manejo da hipertensão portal para recuperação da qualidade de vida. TC de abdôme 26/03/2014: implantes secundários no fígado TC de abdôme 04/03/2015: esplenomegalia moderada, resposta radiológica CONCLUSÃO: O aumento da sobrevida dos pacientes com câncer de cólon, inclusive com doença metastática, está permitindo a avaliação de complicações tardias relacionadas ao uso dos quimioterápicos e ao resultado dos tratamentos devido ao acesso aos protocolos atuais de quimioterapia, associado a estratégias cirúrgicas e intervencionistas. A prevalência de hipertensão portal não cirrótica associada à quimioterapia está provavelmente subestimada. Deve-se melhorar a monitorização dos pacientes em uso de oxiliplatina. Mudanças radiológicas, como a esplenomegalia, podem identificar precocemente o diagnóstico; e o uso intermitente da oxiliplatina pode minimizar os riscos e a gravidade da apresentação. TC de abdôme 26/08/2015: esplenomegalia volumosa e calcificações hepáticas REFERÊNCIA: ¹Giacchetti S. et al.. Phase III multicenter randomized trial of oxaliplatin added to chronomodulated fluorouracil-leucovorin as first-line treatment of metastatic colorectal cancer. J. Clin. Oncol, Jan 2000, 18 (1), 136-147. ². De Gramont A. et al. Leucovorin and fluorouracil with or without oxaliplatin as first-line treatment in advanced colorectal cancer. J. Clin. Oncol. , Aug 2000, 18 (16), 2938-2947. ³Vecchi et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. PORTAL HYPERTENSION - A REVIEW OF LITERATURE. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research – BJSCR, Vol.7,n.1,pp.45-49 (Jun-Ago 2014) EDA 31/07/2015: varizes esofagianas e gastropatia hipertensiva, respectivamente