SEGURANÇA ALIMENTAR – O RISCO DA CONTAMINAÇÃO DOS ALIMENTOS PRODUZIDOS NA REGIÃO DE FUKUSHIMA NO JAPÃO 22/03/2011 A presença de elementos,radioativos em espinafre e kakina (vegetal verde) produzidos nas cidades de Fukushima, Ibaraki, Tochigi e Gunma e leite produzido em Fukushima, foi confirmada pelo governo japonês. A comercialização destes produtos produzidos nestas cidades está proibida no momento, porque as análises demonstraram que eles apresentam quantidades acima dos níveis aceitáveis para o consumo, segundo o órgão regulador nuclear do Japão. O iodo‐131 tem uma meia‐vida de oito dias, isto significa que sua presença no meio ambiente, diminui rapidamente. Entretanto, o césio‐137 tem uma meia‐vida de 30 anos e, por este motivo, pode ser considerado como risco em longo prazo para a agricultura. COMO O ALIMENTO SE TORNA CONTAMINADO? A superfície de alimentos tais como frutas, legumes e animais pode se tornar contaminada se a poeira radioativa trazida pelo ar, ou, pela água da chuva durante a passagem da nuvem radioativa, atingir os alimentos. Com o passar do tempo, se o solo estiver contaminado com materiais radioativos ou houver irrigação com água contaminada, o interior dos alimentos pode absorver os elementos radioativos. Os animais, por sua vez, podem se contaminar internamente se ingerirem água ou alimento contaminado. A contaminação por material radioativo não ocorre se o alimento estiver embalado. Os alimentos enlatados ou ensacados antes da contaminação estarão protegidos enquanto a embalagem estiver bem fechada, sem a passagem de ar. COMO SE DETECTA OU SE MEDE A CONTAMINAÇÃO? A aparência do alimento com contaminação radioativa é idêntica como se não estivesse contaminado. De modo a verificar se alimento suspeito está seguro para ingestão, é necessário fazer exames com detectores de radiação ultrassensíveis, normalmente em laboratório. A simples medida com monitores portáteis de radiação na superfície externa dos alimentos não é suficiente para decidir sobre a sua liberação para consumo. Os resultados da análise do alimento irão indicar uma concentração de contaminação dada em quantidade de becqueréis por quilograma do alimento (Bq/kg). Este valor deve ser comparado com os níveis de ação estabelecidos para liberação do alimento para comercialização. Por exemplo, no caso de acidentes nucleares, a Agência Internacional de Energia Atômica sugere restringir o consumo de alimentos contaminados com mais de 1000 Bq/kg de iodo‐131 e 200 Bq/kg de césio‐137. Entretanto, no caso de leite e água, os níveis são respectivamente 100 Bq/kg e 300 Bq/kg. O órgão regulador de cada país pode estabelecer níveis diferentes, de acordo com a quantidade anual estimada de ingestão de cada alimento pela população. QUAL É O EFEITO À SAÚDE? Pelos níveis de contaminação reportados até o momento no Japão, não se espera qualquer efeito à saúde. As autoridades japonesas estão atentas e controlam os alimentos, banindo o consumo de alimentos impróprios. Os efeitos à saúde decorrentes do consumo de alimentos contaminados com material radioativo dependem de vários fatores como, por exemplo, o tipo e mistura de elementos radioativos presentes, a quantidade da contaminação existente, a quantidade do alimento ingerido, e a idade da pessoa que o ingere. Os níveis de ação para restrição de alimentos são determinados considerando o consumo regular durante um ano e não por ingestão única. Se o iodo for inalado ou ingerido, ele se concentrará na tireóide. A medida preventiva profilática sob risco eminente de exposição a altas doses de iodo radioativo é a ingestão de tabletes de iodeto de potássio. Assim, a tireóide ficará saturada com iodo estável e não irá absorver o iodo radioativo. Isso deve ser feito somente quando as autoridades japonesas recomendarem e sob supervisão médica. QUE ORIENTAÇÕES DEVEM SER DADAS AOS CONSUMIDORES E PRODUTORES NO CASO DE UMA EMERGÊNCIA NUCLEAR? O tratamento dado a uma emergência envolvendo material radioativo deverá ser o mesmo dado a qualquer emergência envolvendo alimento contaminado por qualquer outro material nocivo à saúde. Nos estágios iniciais da emergência, deve‐se, sempre que possível e de modo imediato, prevenir ou minimizar a contaminação dos alimentos, conforme a seguir: · Proteja os legumes, vegetais e a ração de animais; · Mantenha os rebanhos dentro dos celeiros; · Colha os frutos maduros, lave‐os e cubra‐os; Outras ações a curto, médio e longo prazo precisam ser adotadas em áreas confirmadas como tendo sido seriamente contaminadas, a saber: · Evite o consumo de alimentos, como o leite e legumes, produzidos/cultivados na região afetada; · Evite caçar e consumir os animais e pescados da região; · Evite pescar, caçar e colher cogumelos ou outros frutos da região. Indivíduos que suspeitarem de ter consumido alimento contaminado deverão procurar as autoridades japonesas e informar o tipo de alimento ingerido e a sua procedência.