Seguros não vida valem 3850 milhões

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ID: 65293466
15-07-2016
Tiragem: 12950
Pág: 4
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 25,70 x 31,41 cm²
Âmbito: Economia, Negócios e.
Corte: 1 de 3
PRODUÇÃO ESTÁ AO NÍVEL DE 2003
Seguros não vida valem 3850
A produção da
atividade seguradora
não vida está estagnada
após um período
de contração com a
crise da economia. As
seguradoras que operam
no mercado português
tiveram uma produção
de 3858 milhões de
euros em 2015 que está
ao nível do mercado há
13 anos atrás.
JOÃO LUIS DE SOUSA
[email protected]
A produção da atividade seguradora obteve o valor mais elevado em 2007 com a produção a
atingir 4267 milhões de euros. A
Fidelidade, que foi vendida pela
CGD aos chineses da Fosun, teve
a maior perda de quota de mercado, baixando de 39,2% para
27,1% do mercado português.
Pelo contrário, a Liberty Seguros
foi a seguradora que mais cresceu, passando de 2,8% para os
atuais 6,5% do mercado. Além
de crescer de forma sustentada,
esta seguradora tem apresentado
resultados positivos ano após ano
desde que passou a ser gerida pela
Liberty, após a compra da Europeia/Winterthur ao grupo Crédit
Suisse.
Para a diminuição global da
produção contribuiu a descida de
preços praticados no mercado. O
ramo de Acidentes de Trabalho é
o mais deficitário, tendo gerado
perdas de 87,7 milhões de euros
ao conjunto das seguradoras. Nos
Acidentes de Trabalho o custo
com os sinistros tem estado bastante acima dos valores dos prémios. Tendo em conta os custos
de funcionamento das seguradoras a perda média efetiva com as
apólices de acidentes de trabalho
ultrapassa 35% dos prémios cobrados.
A pressão concorrencial no
mercado explica os preços abaixo dos custos médios efetivos,
embora tudo indique que o benefício proporcionado aos segurados não se possa manter até
porque os resultados das aplicações financeiras das seguradoras
têm vindo a diminuir e já não
permitem equilibrar resultados
negativos elevados na exploração
técnica.
Ramo automóvel
com custos
de sinistralidade a aumentar
No seguro automóvel, onde a
pressão da concorrência também é
forte e os preços das apólices têm
descido ao longo do tempo, as seguradoras estão a ter custos acrescidos com os sinistros. Entre 2013
e 2015, os custos da sinistralidade subiram de 68% para 75,3%,
gerando resultados operacionais
negativos para o conjunto das seguradoras que representam 4,9%
dos prémios cobrados. Com as
aplicações financeiras, as seguradoras conseguiram em termos médios
resultados ligeiramente positivos,
Lusitânia e CA
Seguros são as
únicas seguradoras
portuguesas
Seguros de saúde estão
a crescer
mas tudo indica que os preços dos
seguros tenderão a inverter a desci-
da para fazer face ao aumento dos
custos com os sinistros.
Os seguros não obrigatórios
são os que proporcionam melhores resultados às seguradoras.
É o caso do ramo Incêndio onde
as seguradoras conseguiram obter em 2015 resultados líquidos
operacionais de 81,2 milhões de
euros. Neste ramo há uma maior
variação da sinistralidade porque
a ocorrência de incêndios é menos frequente.
O ano de 2015 foi favorável
às seguradoras porque os custos
com os sinistros resultantes de incêndios foram de apenas 48,4%,
ou seja, menos de metade do valor dos prémios.
Encargos com sinistros
conduzem a resultados
negativos
O conjunto das seguradoras
não Vida apresenta um resultado
global positivo, mas algumas delas registam perdas significativas
que têm uma relação direta com
custos com sinistros acima da média. O pior resultado de 2015 foi
apresentado pela Açoreana com
perdas superiores a 150 milhões
de euros. Em 2014 os custos com
sinistros ultrapassaram 90% dos
prémios. A Lusitânia perdeu 43,2
milhões de euros em 2015 que
se devem em grande parte aos
encargos com sinistros próximos
Seguros de saúde têm exploração equilibrada
As seguradoras estão a conseguir resultados
positivos com os seguros de saúde, apesar de
se tratar de um ramo com pouca tradição em
Portugal. Os dois maiores operadores deste
ramo, Multicare (grupo Fosun) e Médis (grupo
Ageas) apresentam nos seguros de saúde
indicadores de exploração que são claramente
melhores, em comparação com os outros ramos
onde têm atividade.
O Muticare teve em 2015 resultados líquidos
operacionais de 8,4 milhões de euros. A
melhoria significativa dos resultados líquidos
é conseguida com a diminuição dos custos
através da redução dos custos com os sinistros e
também dos custos de funcionamento.
Por seu turno, a Médis teve em 2014 resultados
líquidos de 10,3 milhões e os custos com os
sinistros não foram além de 72,3% do valor dos
prémios.
Em Portugal, os serviços privados de saúde
“concorrem” com o Serviço Nacional de Saúde
que é universal e gratuito. No entanto, apesar de
os serviços prestados pelo SNS serem gratuitos
os seguros de saúde têm vindo a crescer em
número de utilizadores.
Os seguros de saúde privados têm um princípio
de funcionamento semelhante a subsistemas
como a ADSE ou os SAMS, dando aos
utilizadores liberdade de escolha nos cuidados
de saúde e comparticipações elevadas.
No caso dos seguros de saúde geridos pelas
seguradoras, os prémios pagos pelos clientes
financiam integralmente as comparticipações e
os encargos com a gestão.
No caso da ADSE e dos SAMS não há prémios
pagos pelos segurados, sendo o financiamento
garantido pelos descontos sobre os salários
sendo o encargo repartido pelos próprios utentes
e pelas entidades empregadoras. Quer a ADSE
quer os SAMS são autossustentáveis cobrindo
a totalidade dos encargos através das receitas
obtidas.
Além da gestão do risco, as seguradoras estão
a ser eficientes na negociação de preços com
os prestadores de cuidados de saúde. Como
compram volumes elevados conseguem obter
condições mais favoráveis do que os clientes a
nível individual o que representa uma vantagem
significativa para os segurados.
ID: 65293466
15-07-2016
Tiragem: 12950
Pág: 5
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 16,65 x 30,26 cm²
Âmbito: Economia, Negócios e.
Corte: 2 de 3
milhões
Seguradoras pertencem a estrangeiros
(valores em percentagem)
CA Seguros: 2,3
Outras: 11,2
Fosun (Fidelidade): 27,4
Lusitânia 5,5
Liberty Seguros: 6,5
Apollo
(Tranquilidade e
Açoreana): 16,5
Zurich: 6,8
Ageas: 7,1%
Grupo AXA: 8,5
Allianz Portugal: 8,2
Quota de mercado em 2015
dos 90%. A Axa Seguros atingiu
em 2014 custos com sinistros de
90,2% que provocaram perdas de
41,2 milhões de euros e que terão
determinado a sua saída do mercado português.
Pelo contrário, há seguradoras
onde o peso dos sinistros sobre
os prémios é inferior o que tem
reflexos diretos sobre a rentabilidade. É o caso da Liberty Seguros onde os sinistros representam
68% dos prémios.
Entre as seguradoras não
Vida a CA Seguros tem o me-
Perdas com os
acidentes de trabalho
representam 35% do
valor dos prémios
lhor indicador de sinistralidade com apenas 55,9% do valor
dos prémios e resultados líquidos de 9,9 milhões de euros em
2015.
Na vertente dos seguros de crédito, o nível de sinistralidade é
inferior. Como exemplo temos a
Cosec com 55,2% do valor dos
prémios. Nesta seguradora, a
soma dos sinistros com todas as
despesas de funcionamento é de
apenas 58,2% dos prémios o que
proporcionou resultados líquidos
de oito milhões de euros.
Produção quebrou 400 milhões desde 2008
4.287
4.256
4.219
4.208
4.064
4.057
4.03
4.023
3.882
2003
3.872
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Produção total das seguradoras não Vida em milhões de euros
2011
2012
3.858
3.739
3.728
2013
2014
2015
ID: 65293466
15-07-2016
Tiragem: 12950
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País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 20,63 x 14,40 cm²
Âmbito: Economia, Negócios e.
Corte: 3 de 3
Produção está ao nível de 2003
Seguros não vida
valem 3850 milhões
• Seguradoras perdem
87,7 milhões com
acidentes de trabalho
Estrangeiros dominam mercado português
(valores em percentagem)
2.3
11.2
27.4
5.5
6.5
6.8
16.5
7.1
8.2
8.5
Fosun (Fidelidade)
Apollo (Tranquilidade e Açoreana)
Grupo AXA
Allianz Portugal
Ageas
Zurich
Liberty Seguros
Lusitânia
CA Seguros
Outras
Quota de mercado em 2015
Págs. 4 e 5
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