Desimpedir a circulação

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varizes
Desimpedir
a circulação
Exercício físico, controlo do peso
e meias de compressão são bons aliados
no combate às varizes
Se passa muito tempo de pé, faz
pouco exercício físico e tem familiares diretos com varizes, é um
forte candidato a desenvolver este
problema, que afeta mais de metade da população adulta portuguesa. As mulheres são as principais
vítimas. A maioria apresenta
apenas imperfeições estéticas, conhecidas por varicoses ou derrames, passíveis
de resolução por laser
ou escleroterapia (injeção de um líquido
na veia). Exercitar as pernas, usar
meias de compressão e controlar o
peso podem evitar males maiores.
Uma veia sinuosa, muito longa e
com grande dilatação deve ser eliminada.
Avaria no sistema
■ As varizes podem surgir em
qualquer zona do corpo, embora
sejam mais comuns nas pernas.
De início, manifestam-se por uma
cor vermelho-azulada na pele.
Com o evoluir do processo, a veia
Casos graves
Sob vigilância
Consulte o médico se:
sentir dor, irritação ou
outro desconforto;
tiver feridas ou a pele irritada sobre as veias;
o problema se mantiver
ou piorar quando toma medidas como elevar as pernas;
surgirem complicações,
como feridas abertas ou inflamação das veias.
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Reserve os saltos altos para
ocasiões especiais e massaje
as pernas de baixo para cima
torna-se visível à superfície da
pele. É comum a pessoa sentir dores, inchaço, sensação de peso nas
pernas e formigueiro ou cãibras,
em particular durante a noite.
■ A dilatação surge, na maioria
dos casos, devido à acumulação
de sangue, que faz pressão nas
paredes das veias. A função destas componentes do sistema circulatório é transportar o sangue
pobre em oxigénio até ao coração
e pulmões, a fim de ser renovado.
Para que o sangue suba das pernas
para o coração, é necessário um
sistema de bombagem, que inclui
músculos das pernas e da planta do pé, e válvulas antirretorno.
Como nasce uma variz
Veias sem problemas
Veias varicosas
O sangue sobe para o coração impulsionado
pelos músculos das pernas. Quando estes
relaxam, as válvulas impedem o refluxo
As válvulas não impedem o refluxo do sangue,
que se acumula nas pernas. As veias dilatam
e tornam-se visíveis
■ Ao ficar de pé durante muito
tempo, reduz a eficácia da bombagem muscular e exige um esforço
contínuo às válvulas. Estas podem
“perder a força” e ter maior dificuldade em “empurrar” o sangue
e impedir o seu refluxo, contrariando a gravidade. Os membros
inferiores acumulam sangue, que
pressiona a parede das veias. Estas aumentam de volume, perdem
flexibilidade e endurecem. Conse-
quências idênticas ocorrem com a
idade, pelo que o risco de desenvolver varizes é maior a partir dos
30 anos. O perigo é mais elevado
para quem fuma.
■ As hormonas presentes na pílula
contracetiva e na terapia hormonal de substituição, usada para
melhorar os sintomas da menopausa, têm a sua quota-parte de
Permanecer
muito tempo
de pé é a
principal
causa das
varizes
Derrames e microvarizes
Imperfeições estéticas sem gravidade
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Os derrames são pequenos vasos sanguíneos dilatados. Apresentam-se à superfície da pele, avermelhados ou azulados e da grossura de um cabelo.
As microvarizes são maiores, azuladas, e também
se encontram à superfície da pele.
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Nenhuma destas imperfeições estéticas é grave e
não há risco de evoluírem para situações mais sérias. Se forem muito incómodas aos olhos de quem
as apresenta, podem ser eliminadas com laser ou
através da injeção de um líquido (escleroterapia).
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Em geral, estes tratamentos são feitos ao nível privado (o Serviço Nacional de Saúde não comparticipa) e custam entre 75 e 150 euros por sessão.
O número de tratamentos depende das zonas a tratar.
Os derrames podem ser
eliminados por escleroterapia
responsabilidade na dilatação das
veias, embora não esteja provado
que causem varizes.
■ A gravidez é também um período sensível: o desenvolvimento
do útero, as alterações hormonais
e o aumento do volume sanguíneo
levam, muitas vezes, ao agravamento de varizes existentes ou ao
aparecimento de novas.
■ As cirurgias e a imobilização prolongadas, por exemplo, favorecem
a formação de coágulos de sangue
nas veias profundas (trombose),
que dificultam a passagem do
sangue. Este, por sua vez, faz pressão sobre as válvulas das veias das
pernas e pode danificá-las.
■ O problema pode evoluir e tornar-se crónico. As pernas incham,
devido à deficiente circulação do
sangue, ficam vermelhas ou acastanhadas e a pele que cobre as varizes torna-se muito fina. Por isso,
qualquer toque ou arranhão pode
abrir feridas e causar hemorragias
ou úlceras. Dado que a cicatrização é mais lenta, os ferimentos demoram a curar e, nalgumas casos,
tornam-se crónicos.
■ As paredes das veias podem inflamar (flebite) e causar dor. Nos
casos mais complicados, formam-se coágulos que “entopem” as
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Mulheres em risco
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varizes
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TESTE SAÚDE ENTREVISTA
Angélica Damião, especialista em cirurgia vascular
“A esclerose de derrames
é um ato médico”
A eliminação dos derrames
é uma opção estética.
As varizes devem ser
retiradas, para prevenir
complicações
teste saúde 102 abril/maio 2013
Em que situações as varizes têm indicação
para cirurgia?
Quando são mesmo varizes. Este termo é
aplicado incorretamente a pequenos vasos
dilatados, que não têm gravidade. As verdadeiras varizes, veias tortuosas que se salientam na pele, são a manifestação de uma
doença vascular que pode ter complicações,
pelo que devem ser eliminadas. A mais grave
é a formação de um coágulo, que pode causar a morte por embolia pulmonar, se não for
tratado. Mas há também o risco de hemorragias: por vezes, basta o paciente roçar inadvertidamente em qualquer coisa, mesmo a
dormir, para perder uma grande quantidade de sangue. As úlceras crónicas são outra
complicação comum e uma grande despesa
para o erário público.
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O Serviço Nacional de Saúde dá resposta a
estes pacientes?
Sim. A cirurgia pode ser feita através do Serviço Nacional de Saúde, embora o paciente
tenha de se sujeitar às listas de espera. Julgo
que, neste momento, a espera será de cerca
de seis meses.
Por vezes, os institutos de beleza têm
anúncios sobre tratamentos de varizes.
Também as eliminam?
Não. A intervenção às varizes implica um bloco operatório esterilizado e uma equipa mé-
dica. Se me falar em esclerose de varicoses, os
chamados derrames, infelizmente, os institutos de beleza fazem-na. Mas não deveriam,
porque é um ato médico que implica riscos.
Por exemplo, uma injeção intra-arterial do
líquido esclerosante pode causar uma isquemia grave no membro [suspensão da circulação sanguínea]. Se as concentrações deste
líquido forem muito elevadas, podem surgir
manchas e pigmentações na pele. Se houver
extravasamento da injeção, os tecidos afetados podem morrer, formando-se uma ferida.
Tem conhecimento de acidentes ocorridos
nestes institutos?
Ultimamente, não. Mas também é difícil obter essa informação, porque a pessoas não
se queixam. Se um médico errar, e isso pode
acontecer, o paciente pode responsabilizá-lo,
por exemplo, através da Ordem dos Médicos.
Se for um profissional não médico, a quem
recorremos? No passado, assisti doentes com
pigmentações e ulcerações resultantes dessas
intervenções.
veias e dificultam ainda mais a
circulação do sangue. Há ainda
o risco de estes coágulos serem
transportados para os pulmões,
podendo causar a morte.
Aperto libertador
■ O diagnóstico das varizes é feito
através da observação e eventual
palpação das pernas. O médico
também pode pedir exames imagiológicos (ecodoppler) para avaliar a circulação e o funcionamento das veias.
■ O problema não tem uma solução definitiva. Os tratamentos
existentes visam melhorar os sintomas, retardar o aparecimento de
novas varizes e prevenir complicações de saúde.
■ Para ter todas as armas do seu
lado, convém manter o peso em
níveis ideais e praticar exercício físico regularmente. Descansar com
as pernas elevadas, ao nível do coração, permite que o sangue suba
mais facilmente.
■ Se passa muito tempo de pé e/ou
já tem varizes, é aconselhável usar
meias de compressão. Estas não
tratam o problema, mas aliviam
o incómodo causado pela dor e
pelo inchaço. Existem três níveis
de compressão. O primeiro destina-se a sintomas ligeiros e usa-se
como prevenção. A compressão
média (classe 2) é útil para pessoas
que já apresentem varizes, dores e
inchaço nas pernas. A compressão
forte (classe 3) aplica-se quando
já existe uma insuficiência venosa
grave. Fale com o seu médico para
saber qual a mais adequada.
■ Existem meias de várias cores,
em collants, até à coxa ou abaixo do joelho. As últimas não são
aconselhadas, já que dificultam a
circulação.
■ Os cremes e géis dão uma sensação de frescura e ajudam a aliviar
o ardor e o mal-estar, mas nada
mais. Existem ainda fármacos em
comprimidos e suplementos alimentares, por exemplo, à base de
flavonoides. Alguns estudos sugerem que podem melhorar as quei-
Quanto custa aliviar o incómodo causado pelas veias dilatadas?
Meias de compressão
Comprimidos
Cremes ou géis
Com o nível de compressão adequado, ajudam
a aliviar os sintomas, como a dor e o inchaço .
Não atuam sobre as varizes, mas podem
reduzir as queixas associadas ao inchaço.
Não atuam sobre as varizes. Refrescam e
hidratam a pele, aliviando o ardor.
Preço € 10 (compressão ligeira)
€ 10 a € 25 (compressão média)
€ 19 a € 33 (compressão forte)
Preço € 8 a € 21 por 30 a 60 unidades de
medicamento ou suplemento alimentar
Preço € 6 a € 15 por embalagem de 100 a 200
mililitros
Bisturi, luz e calor
■ As veias longas, sinuosas e dilatadas devem ser eliminadas, se o
paciente não apresentar contraindicações, como trombose, doença
nas artérias ou problemas articulares que limitem a mobilidade.
■ Se feita através do Serviço Nacional de Saúde, a cirurgia não tem
custos para o utente.
■ A cirurgia tradicional, também
conhecida por stripping , é ainda a
técnica mais utilizada na ablação
da veia. Dependendo da localização, o médico faz um pequeno
corte na virilha ou atrás do joelho
e retira a veia afetada e todos os
vasos a ela ligados. Esta operação
não garante a ausência de varizes
a longo prazo: 19 a 32 por cento
dos pacientes desenvolvem-nas
novamente. Após a cirurgia, há
risco de hematoma e cicatrizes.
Em clínicas privadas, a intervenção custa até 5 mil ou 8 mil euros,
consoante se opere uma ou duas
pernas. Inclui um dia de internamento.
■ Se a variz não for muito grossa,
a escleroterapia pode ser uma
opção. Consiste na injeção de um
líquido esclerosante, que seca a
veia. Podem ser necessárias várias
sessões de tratamento, que custam
entre 75 e 150 euros cada. É rápido, não exige anestesia, mas pode
matar os tecidos envolventes e
provocar pigmentação da pele.
Na maioria dos casos, o problema volta num período de 10 anos.
Se a injeção do líquido for guiada
por ecografia, o sucesso aumenta.
■ Nos últimos anos, desenvolveu-se ablação por laser e radiofrequência. A primeira implica a introdução de uma fibra com o laser
na variz e a segunda, de um cateter
com energia de radiofrequência.
Em ambos os casos, o calor produzido queima a parede da veia
e cria coágulos que a obstruem.
O paciente pode sentir dor, sofrer
hematomas e pequenas queimaduras. Ainda não são conhecidos
os resultados a longo prazo da terapia. Três anos após a operação,
94% dos que foram sujeitos a intervenção com laser continuavam
sem varizes, o mesmo sucedendo
com 84% dos tratados com radiofrequência.
mais vale prevenir
Pernas em movimento
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Pratique exercíco físico regularmente.
Por exemplo, andar a pé, de bicicleta ou nadar
ajudam a manter os mecanismos de bombagem
do sangue em bom estado.
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Repouse com as pernas elevadas, ao nível
do coração, e massaje-as de baixo para cima.
Se estiver acamado, procure fazer movimentos
circulares com os pés e pedale com as pernas.
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Se permanece muito tempo de pé ou vai
fazer uma viagem superior a três horas, calce
meias de compressão. Se não tem varizes, basta
uma meia com compressão ligeira.
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Não use sapatos, calças e meias apertados,
sobretudo, se tiverem "efeito garrote" abaixo do
joelho.
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Evite apanhar calor direto nas pernas. Este
favorece a dilatação das veias.
Siga uma dieta rica em fibras (por exemplo,
vegetais e fruta) e beba muita água.
teste saúde 102 abril/maio 2013
xas associadas ao inchaço, mas a
sua eficácia não está provada.
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