ISSN 1808-4532 e-ISSN: 2179-443X Rev Ciên Farm Básica Apl., Araraquara, v. 37 Supl. 1, Agosto 2016 CB. Envolvimento de prostaglandina E2 na plasticidade de células Th1/Th17 Júlia Miranda Ribeiro Bazzano1, Naiara Dejani1,2, Victoria Eugenia Niño1, Alexandra Ivo de Medeiros1. 1 Departamento de Ciências Biológicas, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Campus de Araraquara UNESP – Araraquara. 2 USP – Ribeirão Preto. Introdução: As células T CD4+ “helper” são classificadas em subtipos de acordo com fatores de transcrição e citocinas produzidas: Th1, Th2, Th9, Th17 e Treg. Entretanto, recentes estudos demonstram que alguns subtipos de células T “helper” podem co-expressar IL-17A e IFN-γ, indicando uma potencial plasticidade entre células Th17 e Th1. Recentes dados obtidos por nosso grupo demonstram que a fagocitose por células dendríticas de células apoptóticas infectadas promove a síntese de diferentes mediadores lipídicos como: TGF-β, IL-6, IL-1β e PGE2. A presença deste microambiente leva a diferenciação de células produtoras de IL-17 (Th17), porém, uma pequena porcentagem destas células também é produtora de IFN-γ, sugerindo uma possível plasticidade de linfócitos T durante o processo de fagocitose de células apoptóticas. Sabe-se que a PGE2 tem função importante na diferenciação tanto de células Th17, como linfócitos Th1, no entanto ainda não se tem nada descrito a respeito de um possível envolvimento da PGE2 na plasticidade de células Th17/Th1. Objetivo: Dessa forma, o propósito desse estudo foi avaliar se a PGE2 atua na plasticidade de células Th17/Th1. Metodologia: Células T CD4+ “naïve” foram isoladas a partir do baço de camundongos C57BL/6. As células foram cultivadas na presença de anticorpos anti-CD3/CD28, e mantidas em cultura por 2 dias na presença de uma condição polarizante para Th17 (IL-6, TGF-β, IL-1β e anti-IL-4/anti-IL-2/antiIFN-γ). Após 2 dias, as células foram re-estimuladas na presença das condições polarizantes de Th17 adicionada de IL-23. Para avaliar a plasticidade destas células, no 4º dia de cultura, as células TCD4+, já polarizadas para linfócitos Th17 (95% de pureza), foram cultivadas em um meio polarizante para Th1 (IL-2, IL-12, anti-IL-4 e anti-CD3) na presença ou ausência de PGE2. Esse procedimento foi repetido a cada 3 dias, até o 19º dia. A plasticidade destas células para subpopulações Th17/Th1 foi então determinada por citometria de fluxo. Resultados e discussão: Nossos resultados demonstraram que, após 19 dias de cultura, houve uma drástica diminuição na porcentagem de células T CD4+ produtoras de IL-17 (Th17: 80,55% para 1,43%) e um aumento na porcentagem de células produtoras de IFN-γ (0,04% para 8,41%). Porém, na presença de PGE2 induz o aumento de células Th1 (0,04% para 31,80%) e o decréscimo de células Th17 (80,55% para 0,48%). Conclusão: Sendo assim, esses resultados mostram pela primeira vez que a presença de PGE2, em condições polarizantes para células Th1, promove o aumento de ~ 4 vezes na porcentagem de células que sofreram a plasticidade de células Th17 para Th1, quando comparado à condição ausente de PGE2. Entretanto, novos estudos são imprescindíveis para o entendimento do papel deste prostanóide na plasticidade entre subtipos de células T “helper” durante diferentes processos infecciosos e condições inflamatórias crônicas. Palavras-chave: Prostaglandina E2, Plasticidade, Linfócitos Th1/Th17. Apoio Financeiro: FAPESP 2011/17611-7; 2014/04961-8. 2016/01978-2.