R. Periodontia - Junho 2009 - Volume 19 - Número 02 A PARTICIPAÇÃO DAS CÉLULAS T HELPER NA PERIODONTITE CRÔNICA T helper cells participation on chronic periodontitis? Fabricio Batistin Zanatta1, Raquel Pippi Antoniazzi2, Cassiano Kuchenbecker Rösing3, Letícia Algarves Miranda4 RESUMO As células T auxiliares ou helper (Th) são classificadas, baseadas no padrão de citocinas que produzem, em Th1 (IFN-γ), Th2 (IL-4, IL-10 e IL-13) e, mais recentemente, um novo grupo foi identificado, as células Th17 (IL-1β, IL17,TNF-α). A resposta imune pode exibir uma característica Th1, que consiste principalmente de uma resposta imune celular pró-inflamatória, uma característica Th2, com aspecto antiinflamatório e de resposta imune humoral, ou ainda polarização Th17, com ação efetora da imunidade inata. Têm-se sugerido que a destruição dos tecidos na periodontite pode ser resultante de um desequilíbrio na regulação da resposta imune sob controle dos linfócitos Th. Alguns estudos encontraram uma polarização Th1, outros uma polarização Th2. Entretanto, há estudos que não mostraram polarização de resposta Th1 ou Th2. Ainda, evidências recentes têm colocado uma possível polarização de resposta Th17 nas lesões periodontais. Permance incerto se há uma polarização de resposta T helper na periodontite crônica, sendo necessária a elaboração de mais estudos para que se obtenha respostas claras sobre esta questão. UNITERMOS: Th1; Th2; Th17; periodontite; citocina. R Periodontia 2009;19:7-13. 1 Professor da Faculdade de Odontologia, Centro Universitário Franciscano, Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil Mestre em Periodontia (Universidade Luterana do Brasil, Canoas, Brasil) 2 Mestre em Periodontia (Universidade Luterana do Brasil, Canoas, Brasil) 3 Professor de Periodontia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da Universidade Luterana do Brasil, Canos, Rio Grande do Sul, Brasil Doutor em Periodontia (UNESP – Faculdade de Odontologia de Araraquara 4 Doutora em Periodontia (Universidade Estadual do Rio de Janeiro e Karolinska Institutet) Professora Adjunta, Faculdade de Biociências, Laboratório de Biologia Tecidual, Pontifícia Universidade Católica do RS, Porto Alegre, Brasil Recebimento: 07/11/08 - Correção: 29/04/09 - Aceite: 19/06/09 INTRODUÇÃO As doenças periodontais são causadas pela ação de microrganismos, e podem ser classificadas genericamente em gengivites e periodontites (Armitage, 1999). A gengivite compreende a inflamação das estruturas periodontais de proteção enquanto que a periodontite é um processo inflamatório que se estende às estruturas periodontais de suporte, provocando perda de tecido conjuntivo e reabsorção irreversível do tecido ósseo alveolar (Armitage, 1999). Tanto a gengivite quanto o processo de destruição das estruturas de suporte envolvem a agressão por microrganismos dos biofilmes bacterianos supra e subgengival e mecanismos de defesa do hospedeiro. Os mecanismos de defesa do hospedeiro modulam a gravidade do processo inflamatório (Offenbacher et al, 1993). Ensaios histológicos através da análise de linfócitos encontrados em biópsias do tecido gengival e no fluido crevicular gengival suportam o conceito de que o sistema imunológico responde aos microrganismos presentes no biofilme (Aliis et al, 1998). O infiltrado leucocitário presente num sítio com periodontite consiste predominantemente de linfócitos B e T, macrófagos e neutrófilos (Kinane & Lappin, 2002). Nas gengivites, há predomínio de 7 periojun2009 08-06-10.pmd 7 6/8/2010, 10:38 AM R. Periodontia - 19(2):7-13 linfócitos T e a proporção de células B e plasmócitos aumenta na medida em que a lesão passa para um estágio mais avançado (Seymour, 1987; 1991). Neste contexto, as citocinas tanto da imunidade inata quanto da imunidade adquirida exercem uma importante função. Estas são produzidas em resposta aos fatores de virulência microbianos ou a outros antígenos, e exercem uma função regulatória em diversas reações imunológicas (Gemmell & Seymour, 1998; Genco & Slots, 1994). Na fase de ativação das respostas imunes, estimulam o crescimento e a diferenciação dos linfócitos; na fase efetora da imunidade inata e da adquirida, ativam diferentes células fagocíticas para eliminar microrganismos e outros antígenos. As células T e os macrófagos são as maiores fontes de citocinas, contudo estas também são produzidas por outros tipos celulares, como células epiteliais e fibroblastos, entre outros. Estes mediadores estão envolvidos em estágios iniciais e efetores da inflamação e imunidade, regulando a amplitude e duração da resposta imune, inata e específica (Balkwill & Burke, 1989). Têm-se sugerido que a destruição dos tecidos periodontais pode ser resultante de um desequilíbrio na regulação da resposta imune. Esta disfunção pode envolver e afetar de modo diferente os linfócitos T e B. Como a resposta imune é regulada principalmente pelos linfócitos T helper (Th) ou auxiliares, estes podem estar envolvidos diretamente na patogênese das doenças periodontais (Marthur & Michalowicz, 1997). Estas duas subpopulações distintas têm mecanismos antagônicos. Assim, uma resposta predominantemente Th1 implicaria principalmente de uma resposta imune celular pró-inflamatória, enquanto uma resposta Th2, uma resposta imune humoral antiinflamatória. Portanto, parece que um desequilíbrio na sua produção com conseqüente polarização de resposta Th1, Th2 ou Th17 pode estar intimamente ligada ao estabelecimento de lesões periodontais estáveis ou progressivas. Assim, o objetivo desta revisão não sistemática de literatura foi analisar os aspectos imunológicos dos linfócitos Th, bem como a participação destas células na etiopatogenia da periodontite crônica. REVISÃO DE LITERATURA Desenvolvimento e funções efetoras das subpopulações dos linfócitos T helper (Th) As células T CD4+ participam da resposta imune específica, sendo comumente classificadas de acordo com o padrão de citocinas que secretam em Th1 (IL-2 e IFN-γ) e Th2 (IL-4, IL-5, IL-6, IL-10 e IL-13) e Th17 (IL-1β, IL-6, IL17, IL-22 e TNF-α) (Mosmann et al, 1986; Mosmann et al, 1996; Abbas et al, 1996; Gemmell et al, 2002; Takahashi et al 2005, Lester et al, 2007; Beklen et al, 2007). Estas citocinas são produzidas em resposta aos antígenos bacterianos (Genco & Slots, 1994), principalmente pelas células T com a função de regular a amplitude e duração das respostas imune inata e adquirida, participando, dessa forma, nos estágios iniciais e efetores da imunidade e da inflamação (Balkwill & Burke, 1989). A resposta imune celular mediada por linfócitos T ocorre após os antígenos bacterianos entrarem em contato com o hospedeiro e serem endocitados pelas células apresentadoras de antígenos, processados e expressos em sua superfície, sendo posteriormente reconhecidos pelos linfócitos T helper. Estes, por sua vez, são ativados, proliferam-se e se diferenciam em células efetoras que sintetizam citocinas. A natureza, a quantidade de antígenos e os mediadores inflamatórios presentes no meio extracelular determinarão qual a subpopulação de linfócitos T helper que será gerada (Seymour et al, 1993; Dong & Flavell, 2000; Gemmell et al, 2001). As diferenças na população celular podem estar associadas a diversos fatores como alterações genéticas individuais, presença de patógenos específicos e a quantidade de antígenos liberados pelos microrganismos, gravidade da agressão inicial e duração da doença. Na fase de combate aos antígenos, as células T efetoras deixam o órgão linfóide secundário, caem na circulação sanguínea e migram para o local inflamado, geralmente onde os antígenos foram introduzidos (Mosmann, 1994). A diferenciação das células T CD4+ em linfócitos Th1 é dependente da IL-12 e se dá em resposta às bactérias intracelulares, vesiculares ou não, alguns parasitas e vírus (Abbas et al, 2002). Estas bactérias podem infectar macrófagos e ativá-los, ou ativar diretamente as células natural killer. A diferenciação das células T CD4+ em Th2 ocorre em resposta a helmintos, alérgenos e bactérias extracelulares, e é dependente da IL-4 (Dong & Flavell, 2000; Zhang et al, 2000). Recentemente, uma nova subclasse de células T helper - as células Th17- foi associada a lesões inflamatórias de natureza crônica (Bi et al, 2007; Kramer & Graffen, 2007). Esta subpopulação diferencia-se a partir de estímulos da IL-23 e uma vez formada produzirá uma variedade de citocinas como a IL-17 e TNF-α que estarão implicadas numa deflagração da resposta imune inata com o recrutamento de neutrófilos e macrófagos. A IL-17 é uma citocina inflamatória produzida por células T, cuja atividade biológica pleiotrópica se dá em diferentes tipos celulares como fibroblastos, células endoteliais 8 periojun2009 08-06-10.pmd 8 6/8/2010, 10:38 AM R. Periodontia - 19(2):7-13 Tabela 1 CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DAS CITOCINAS ASSOCIADAS ÀS CÉLULAS T HELPER Perfil T h Citocina Principais fontes Principais atividades Th1 IL-1 (α e β) Macrófagos ativados, Células B, Fibroblastos, Neutrófilos, Células epiteliais, Ativação das células T helper, promoção da maturação das células B, Quimiotaxia de neutrófilos e macrófagos; Estimula reabsorção óssea e degranulação neutrofílica; Estimula fibroblastos a liberarem prostaglandinas e outras citocinas. IL- 2 Células T helper e NK Estimula a atividade macrofáfica IFN-γ Linfócitos T, Leucócitos, Fibroblastos e células NK Aumenta a atividade dos macrófagos, atua na reabsorção óssea, atividade antiviral IL-12 Células B, macrófagos, células dendítricas, queratinócitos, células de Langerhans e neutrófilos. Induz a proliferação de células Th1, Estimula o crescimento e a atividade citotóxica das células NK e T, Estimula a produção de IFN-γ pelos linfócitos T TNF Células T helper, macrófagos ativados, células NK Aumenta a fagocitose e quimiotaxia, ativação de osteoclastos; O IFN-γ produzido pelas células T e NK aumenta a síntese de TNF pelos macrófagos estimulados por LPS. IL-17 Fibroblastos, células epiteliais, células endoteliais Regula a migração de neutrófilos e macrófagos para sítios de infecção, diferenciação de osteoclastos IL-4 Células T helper, mastócitos e basófilos Fator de crescimento para células Th2, promove reações por IgE, Inibe a proliferação e a atividade da IL-12, Inibe a ativação do macrófago IL-5 Células T helper Estimula a ação de células B e eosinófilos, Juntamente com a IL-4 promove a produção da IgE IL-6 Células T helper, macrófagos, células endoteliais Fator de crescimento para as células B, estimula proliferação clonas de imunoglobulinas IL-10 Células T helper, macrófagos Inibe a ação dos macrófagos, inibe a produção de IL-12 e TNF pelos macrófagos ativados Th2 e epiteliais. Além disso, a IL-17 é um importante regulador da migração de neutrófilos e macrófagos e subseqüente eliminação de patógenos; age sobre osteoblastos aumentando a expressão de Rankl, induzindo diretamente a diferenciação de progenitores de osteoclastos em osteoclastos maduros; é capaz de estimular a produção de proteína C-reativa. A IL-17 tem sido considerada uma forma de o sistema adaptativo se comunicar com o inato, pois é secretada pelo adaptativo e medeia atividades típicas de efetores do inato, como TNF-α e IL-1β (Bi et al 2007, Kramer & Gaffen 2007). Estas células antagonizam as células T regulatórias (Treg), amplificando respostas pró-inflamatórias e promovendo reações de auto-imunidade. Perfil dos linfócitos T helper na periodontite crônica A progressão da doença periodontal parece ser devido a uma combinação de fatores, incluindo a presença de bactérias periodontopatogênicas, altos níveis de citocinas pró-inflamatórias, metaloproteinases da matriz e prostaglandinas E2, baixos níveis de citocinas inibidoras da inflamação, incluindo a IL-10, fator de crescimento transformador (TGF-β) e inibidores tissulares da metaloproteinase (Ishikawa et al, 1997; 9 periojun2009 08-06-10.pmd 9 6/8/2010, 10:38 AM R. Periodontia - 19(2):7-13 Kinane et al, 2002; Kinane et al, 2007). A resposta imune polarizada pode exibir uma característica Th1, que consiste principalmente de uma resposta imune celular pró-inflamatória, ou característica Th2, com aspecto antiinflamatório e de resposta imune humoral (Kelso,1995) Alguns autores verificaram que o padrão de citocinas detectadas em tecidos periodontais acometidos por periodontite crônica apresentavam um sutil predomínio Th1, apresentando níveis mais elevados das citocinas IFN-γ e IL-2 (Fujihashi et al, 1996; Takeichi et al, 2000; Kobayashi et al. 2000). Níveis elevados de citocinas Th1 também já foram encontrados no fluido crevicular gengival de pacientes periodontais (Lee et al, 1995; Salvi et al, 1998). Outros grupos constataram um predomínio de citocinas derivadas de células Th2, como IL-4 e IL-10 em tecidos periodontais doentes (Tokoro et al,1997; Eliis et al, 1998; Fokkema et al,2002; Gemmel et al, 1998; Lappin et al, 2001). Ainda, há autores que não encontraram predomínio de uma polarização de resposta em Th1 ou Th2 em pacientes com periodontite (Kawai et al; 2000; Petit et al, 2001). O fato de algumas vezes não ter sido encontrada polarização de resposta Th1 ou Th2 em indivíduos com periodontite estimulou alguns pesquisadores a investigarem a participação de outro tipo celular na etiopatogenia da periodontite. Assim, o papel da IL-17 e das células Th17 na imunopatogênese da periodontite foi recentemente levantado, apesar de ainda existir pouco esclarecimento sobre sua participação no processo etiopatogênico (Kramer & Gaffen, 2007). A presença da IL-17 tem sido descrita no fluido crevicular gengival (Vernal et al, 2005) e tecido gengival acometido por periodontite crônica (Takahashi et al, 2005, Lester et al, 2007, Beklen et al, 2007). Ainda, os lifócitos Th17 foram expressos quando células T CD4+ e monócitos do sangue periférico de pacientes portadores de periodontite foram estimulados com P. gingivalis. (ITO et al, 2005). Dentro desta perspectiva, não há consenso de que a periodontite seja caracterizada por um padrão de citocinas compatíveis somente com o perfil Th1 ou Th2 e o entendimento do papel das células Th17 na patogênese da periodontite crônica, e principalmente na periodontita agressiva, faz-se necessário. DISCUSSÃO A hipótese de que a polarização da resposta imune local pelos linfócitos T helper pode determinar a estabilização ou a progressão da doença é sustentada por evidências associativas que encontraram ora uma polarização Th1 alta e Th2 baixa, ora uma polarização Th2 alta e Th1 baixa. En- tretanto, há relatos de não haver polarização de resposta Th1 ou Th2. Ainda, evidências têm colocado uma possível polarização de resposta Th17 nas lesões periodontais. O mecanismo explicativo de como uma polarização de resposta T helper poderia contribuir para a progressão da periodontite justifica-se, no caso de uma polarização Th1, pela principal citocina secretada por estas células, o IFN-γ. Este estimula os macrófagos a secretarem IL-1, depois de um segundo contato com o LPS. A IL-1 promove diferenciação de pré-osteoclastos em osteoclastos e depois os ativa para realizarem a reabsorção óssea contribuindo para a progressão da doença (Taubman et al, 2001). Por outro lado, o mecanismo que justificaria a suscetibilidade à periodontite implicada numa polarização Th2 seria que uma resposta Th2 gera uma resposta rica em células B/plasmócitos e citocinas que irão ativar as células B a produzirem anticorpos não-protetores. Somando-se a isto, as células Th2 produzem citocinas como a IL-4, IL-6, IL-10 e IL-13. O aumento de IL-4, IL-10 e IL-13 nos tecidos gengivais pode suprimir as funções das células fagocíticas contra bactérias periodontopatogênicas antagonizando o IFN-γ (Mangan et al, 1992; 1993; Moore et al, 1993; Laichalk et al, 1996;). Ainda, a IL-6 pode impedir a apoptose de neutrófilos, resultando em um aumento de sua população e conseqüente aumento da produção de espécies reativas de oxigênio (Eliis et al, 1998), podendo também desempenhar um importante papel no turnover ósseo (Horowitz, 1993) e na ativação de osteoclastos (Ohasaki et al, 1992). Ainda, uma polarização de resposta Th17 implicaria numa amplificação da resposta imune inata, principalmente mediada por macrófagos e neutrófilos e pela reabsorção óssea através de uma maior estimulação de osteoclastos. (Kramer et al, 2007). Infelizmente, ainda existem muitas diferenças metodológicas entre os autores que estudam o perfil de linfócitos T helper na doença periodontal. As discordâncias aqui colocadas podem ser decorrentes de metodologias diferenciadas aplicadas nos trabalhos como, por exemplo, diferentes definições de gengivite e periodontite, presença de indivíduos com fatores de risco em alguns estudos e em outros não, análise da expressão dos linfócitos T helper coletando-os ora do tecido gengival, ora do sangue periférico, utilização de diferentes técnicas laboratoriais para a análise do perfil do linfócitos T helper e diferentes estágios de atividade/quiescência do processo de destruição periodontal. Também é importante ressaltar que estes estudos são de natureza transversal, com observações em diferentes indivíduos, os quais possuem diferentes padrões de respostas inflamatórias. Ainda, alguns estudos não incluem como crité- 10 periojun2009 08-06-10.pmd 10 6/8/2010, 10:38 AM R. Periodontia - 19(2):7-13 rio de exclusão aspectos relacionados a doenças sistêmicas e medicamentos usados pelos participantes das amostras, pois alguma exposição a algum antígeno viral, como, por exemplo, um resfriado, bem como o uso de medicamentos como glicocorticóides podem alterar os resultados obtidos, constituindo assim, um possível viés de confusão e podendo interferir nos resultados obtidos. Portanto, estudos com metodologias semelhantes, em diferentes populações devem ser realizados para que se possam comparar os resultados e que conclusões mais precisas sobre o tema possam ser efetivadas. Apesar disso, é extremamente intrigante e interessante que se possa vislumbrar, no perfil de resposta dos linfócitos T auxiliares uma explicação etiopatogênica mais clara para as diferenças clínicas encontradas no padrão de destruição periodontal em indivíduos que, aparentemente, apresentam características e hábitos semelhantes. Ademais, o entendimento etiopatogênico mais aprofundado poderá ser mais uma peça para que estratégias preventivas e de abordagem clínica possam ser produzidas para indivíduos suscetíveis às doenças periodontais destrutivas. CONCLUSÃO A infecção periodontal suscita uma resposta imune inata e específica do hospedeiro. Entretanto, as evidências que buscam verificar o perfil de linfócitos T helper em indivíduos portadores de periodontite crônica são contraditórias. Portanto, com base nesta revisão, não há evidências sufici- entes para que se possa atestar uma polarização de linfócitos T helper na periodontite crônica. Ainda, estudos com metodologias semelhantes são necessários para uma conclusão mais precisa sobre o tema. ABSTRACT T helper cells are classified based on the pattern of cytokine production in Th1-type (IL-2, IFN-γ) or Th2-type (IL4, IL-10 and IL-13) and, more recently a new group has been identified, the Th17 cell type (IL-1β, IL17, TNF-α). The immune response can exhibits a Th1 profile, consisting mainly in a pro-inflammatory immune cellular response, a Th2-type, with anti-inflammatory and humoral immune response aspects, or still a Th17-type polarization, with innate immunity effectors action. It has been speculated that periodontal destruction on periodontitis might be the result of an imbalance in immune regulation under Th lymphocytes control. Some studies found a Th1 polarization in periodontitis lesions, others encountered a Th2 polarization. However, there are studies that have observed neither a Th1 nor a Th2 polarization. Moreover, recent evidence has speculated a possible Th17 dominance on periodontal tissues. It remains uncertain if there is any T helper polarization response on chronic periodontitis, reinforcing the need of more studies to reach a clearer answer about this issue. UNITERMS: Th1; Th2; Th17; periodontitis; cytokines 11 periojun2009 08-06-10.pmd 11 6/8/2010, 10:38 AM R. 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