Pepinos do mar já podem ser produzidos em aquacultura

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Atlântico Expresso
ID: 56561905
10-11-2014
Tiragem: 6650
Pág: 16
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 25,00 x 20,87 cm²
Âmbito: Regional
Corte: 1 de 1
Pepinos do mar já podem ser produzidos
em aquacultura
lothuria arguinensis, H. mammata e Parastichopus regalis..
Mercedes Wanguemert, investigadora
do Centro, e responsável pelo projecto,
explica que em simultâneo com a avaliação das capturas ele pretende estudar
a multiplicação em cativeiro da espécie
Holothuria arguinensis e a reprodução da
Holothuria mammata, algo que foi agora conseguido com sucesso nas instalações do CCMAR, como parte da tese de
Doutoramento do estudante Jorge Dominguez.
Juvenis criados em cativeiro com três meses
Este trabalho foi parte da tese de
doutoramento do estudante Jorge
Dominguez
Têm três meses os primeiros juvenis
criados em cativeiro pela equipa do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) – Universidade do Algarve. O ciclo completo de
reprodução desta espécie está encerrado
com êxito e abre novas perspectivas na
gestão deste recurso.
Os resultados agora conseguidos pela
equipa de investigadores do CCMAR são
fruto de um projecto que iniciou em 2012.
O CUMFISH tem como objectivo avaliar o impacto da captura de holotúrias,
centrando-se mais nas três que ocorrem
com maior frequência em Portugal: a Ho-
Mercedes Wanguemert é a
responsável pelo CUMFISH
Ambas as espécies apresentam um alto
valor comercial, especialmente a H. arguinensis, a qual está a ser exportada para
para vários países por valores superiores a
150 Euros/kg de peso seco.
A procura comercial crescente dos
pepinos do mar para exportação, principalmente pelos países orientais, associada
à sua sobre-exploração e à gestão inadequada das capturas, tem levado à redução
drástica das suas populações, nomeadamente em países banhados pelos Oceanos
Índico e Pacífico.
Os atributos singulares do ciclo de vida
das holotúrias tornam estas espécies particularmente vulneráveis à sobre-exploração, pois apresentam um recrutamento
baixo ou infrequente, e a sua longevidade
e sucesso reprodutivo dependem directamente da densidade populacional.
Como resultado desta situação, a captura de novas espécies de holotúrias no Mar
Mediterrâneo e Oceano Atlântico Nordeste encontra-se agora em desenvolvimento,
sendo já muito importante nas costas da
Turquia e Nordeste da Espanha.
A aquacultura da espécie Holothuria
arguinensis desenvolvida no CCMAR,
pode ser a solução para evitar a sobre-exploração dos recursos, e também, conclui a
investigadora: “de acordo com as nossas
experiências, pode ser uma boa espécie
candidata para minimizar os impactos
no sedimento das jaulas de cultivos de
peixes off-shore (policultivos), as quais
estão a ser incrementadas no Algarve
nos últimos tempos”.
Ciência Hoje
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