DIÁLOGO SUSTENTÁVEL ENTRE INICIATIVA PRIVADA, PODER PÚBLICO E TERCEIRO SETOR. Antonio Adriano de Almeida Boaretto (Faculdade Modelo) [email protected] Antonio Marcos Ribas Pontes (Faculdade Modelo) [email protected] Eliézer Ribeiro Machado (Faculdade Modelo) [email protected] Josiane dos Santos Pereira Souza (Faculdade Modelo) [email protected] Luciane de Mattos (Faculdade Modelo) [email protected] Rafael Kendi Takei (Faculdade Modelo) [email protected] Samuel Andrade Taufmann (Faculdade Modelo) [email protected] RESUMO O tema “Diálogo sobre Sustentabilidade no Poder Privado, Público e Terceiro Setor” que brevemente será discutido tem como caráter se tratar do período da Semana Acadêmica da Faculdade Modelo do Paraná, nos dias 21 a 26 de maio de 2012. Na promoção da saúde humana, com desenvolvimento sustentável, responsabilidade social ou e o conhecido politicamente correto. A sustentabilidade nos dias atuais mostra ser um desafio ao setor público, uma parceira ao setor privado, e uma incógnita ao terceiro setor, mais conhecida como ONG´s. Palavras-chave: Sustentabilidade, setor público, setor privado, terceiro setor. ABSTRACT The theme "Dialogue on Sustainability in Private Power, Public and Third Sector" which will be discussed briefly as a character has to deal with the period of the Week Modelo Academic School of Paraná, in May 21st to 26th, 2012. In promoting human health, sustainable development, social responsibility and the knowledge or politically correct. Sustainability today proves to be a challenge to the public sector, a partner with the private sector, and unknown to the third sector, better Keywords: Sustainability, public sector, private sector, third sector. known as NGOs. 1. INTRODUÇÃO A fonte de grandes exigências nos dias atuais são produtos ecologicamente corretos, desenvolvimento sustentável e responsabilidade social. Gostaria de destacar alguns aspectos importantes nesse texto, onde a sustentabilidade mostra ser um desafio ao setor público, uma parceira ao setor privado, e uma incógnita ao terceiro setor. Logo se entende que a sustentabilidade nas organizações privadas, públicas ou de terceiro setor, não se trata de uma transformação isolada, mas sim de uma sociedade que passa cada dia mais a pensar nos problemas sociais, culturais e ambientais. Não existe uma receita certa para se aplicar a cada habitante dentro desse ser vivo chamado planeta Terra, mas existem formas melhores para se amenizar as causas da pobreza, sejam elas, econômicas ou sociais, a sustentabilidade consiste como uma ferramenta para adequar a consciência humana a uma transformação em massa, para um mundo melhor. 2. AFINAL DE CONTAS, O QUE É SUSTENTABILIDADE? Sustentabilidade é um conceito relacionado a aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais, onde a capacidade do ser humano nesse ambiente interage de forma a preservar o meio ambiente para as gerações futuras. A sustentabilidade está diretamente ligada ao desenvolvimento sustentável. De acordo com Silva, (2006, p. 18) "... um processo de transformação que ocorre de forma harmoniosa nas dimensões espacial, social, ambiental, cultural e econômica a partir do individual para o global”. É o processo político, participativo que integra a sustentabilidade econômica, ambiental, espacial, social e cultural, sejam elas coletivas ou individuais, tendo em vista o alcance e a manutenção da qualidade de vida, seja nos momentos de disponibilização de recursos, seja nos períodos de escassez, tendo como perspectivas a cooperação e a solidariedade entre os povos e as gerações (SILVA, 2006, p. 132). Para que um empreendimento realizado por mãos humanas seja considerado sustentável é necessário que seja ecologicamente correto, econômico e justo. A Conferência Internacional de “Diálogos da Terra no Planeta Água” realizada em Belo Horizonte, Minas Gerais, nos dias 26 e 28 de Novembro de 2008, deixa bem claro os beneficios a população em busca da sustentabilidade da vida e desenvolvimento sustentável, ressalta uma queixa entre a falta de conduta entre nações que não tem cumprido com acordos determinados na Rio 92, que visou garantir a estabilidade e integridade do planeta Terra. 3. SETOR PRIVADO Escóssia (2010), afirma que o setor privado são as empresas que não são controlados pelo Estado, ou seja, as sociedades anônimas, sociedades de responsabilidade limitada, corporações, trabalhadores autônomos e fundações. 3.1. SUSTENTABILIDADE COMO PARTE ESTRATÉGICA NAS ORGANIZAÇÕES DO SETOR PRIVADO Sustentabilidade nos dias de hoje, está diretamente ligado ao pensamento de responsabilidade social ou e o conhecido politicamente correto, o que garante vantagem competitiva sobre as demais organizações, pois “empresas sustentáveis” em sua gestão buscam valorizar e recuperar formas de capital, humano, natural e financeiro. Percebendo esse conceito Philippi (2001) levanta dois pontos chaves: o conceito das necessidades faz com que as necessidades dos pobres recebam maior prioridade, e a noção dos limites que existem da tecnologia e da organização social imposta ao meio ambiente, impedindo-o de atender às necessidades presentes e futuras. Satisfazer as necessidades e as aspirações humanas é o principal objetivo do desenvolvimento. Nos países em desenvolvimento, as necessidades básicas de grande número de pessoas – alimento, roupas, habitação, emprego – não estão sendo atendidas. Além dessas necessidades básicas, as pessoas também aspiram legitimamente a uma melhor qualidade de vida. Para que haja um desenvolvimento sustentável, é preciso que todos tenham atendido as suas necessidades básicas e lhes sejam proporcionadas oportunidades de concretizar suas aspirações a uma vida melhor (PHILIPPI, 2001, p. 304) Mas aos olhos dos clientes saber quais empresas são realmente sustentáveis, se seus produtos realmente não agridem ao meio ambiente, ainda é uma tarefa difícil. Saber quais os processos utilizados para fabricação de um produto, ou quais procedimentos foram adotados para efetivar a sustentabilidade continua a ser uma incógnita. Como exemplo de sustentabilidade a empresa Natura, conhecida pela eficiência socioambiental iniciou um projeto inovador que visa estender as práticas do GRI (Global Reporting Iniciative) a todos os fornecedores da cadeia. Um dos principais vetores da Natura é o uso sustentável da biodiversidade. A empresa traduz esse conceito com a criação e o desenvolvimento de novos produtos utilizando espécies nativas e exóticas, com o uso de modelos ecológicos de produção vegetal, com o programa de certificação de insumos e em parcerias com comunidades fornecedoras. A empresa desenvolve ainda adoção da tabela ambiental, onde todos os produtos trazem informações sobre o impacto que cada item causa ao meio ambiente, também adota outras medidas que colocam a organização em situação confortável em relação a suas responsabilidades com o meio ambiente. Alguns pontos chaves do trabalho na Natura: Não se realizam testes em animais; Vegetalização de produtos – é a substituição de matérias-primas animais e minerais por vegetais; Utilização em seus compostos de álcool organiza; Programa Carbono Neutro - que é uma ferramenta que calcula e procura diminuir os riscos de emissão de gases em sua cadeia produtiva desde a extração a entrega final ao cliente. “O sonho de consumo do brasileiro não é só o básico, é o luxo; a base da pirâmide não sonha em ser a base, mas sonha para cima”. (Manhã de Carnaval, Folha de S.Paulo, 21/2/2012, caderno B Mercado, p. B4.). Cobra, em seu artigo faz uma pergunta ardilosa, na tentativa de consumir produtos sustentáveis vocês estariam dispostos em pagar por produtos 20% mais caros? Pode ser que sim ou pode ser que não? Pesquisas desenvolvidas pela Akatu mostram que clientes estão dispostos a pagar até 25% mais caro por produtos sustentáveis, em uma tentativa frustrada de garantir a promoção da saúde e limpeza do meio ambiente. A sustentabilidade deve ser uma busca sucessiva dentro da empresa. Mas “se uma empresa buscar ser 100% na sustentabilidade de imediato ela quebra”, afirma Albélio Dias, da Academia Mineira de Marketing. 4. SETOR PÚBLICO O setor público é uma parte do Estado que trabalha com a produção, entrega e distribuição de bens e serviços para o governo e seus cidadãos, suas atividades basicamente são promover a segurança da sociedade, administrar o planejamento urbano, controle e planejamento financeiro, premeditação do valor tributário, subcontratação de empresas para a realização de empreendimentos e organizar a defesa nacional. (SILVA, 2009). 4.1. SUSTENTABILIDADE DESAFIO PARA O SETOR PÚBLICO O assunto abordado na gestão sustentável no setor público tem se destacado bastante nos últimos tempos, dando o caráter da mudança como palavra de ordem. A dinâmica das instituições inseridas na realidade tecnológica e no mundo globalizado está redefinindo as regras para o setor público que tem se adaptado à nova realidade, movimentando os Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo, em todas as esferas. (CANTARELI). A capacidade dos setores públicos a se adequarem a essa nova realidade sustentável se deu em três etapas: Autonomia: em relação aos recursos orçamentários e seu gerenciamento, a contratação e seleção dos recursos humanos e a interlocução com outras secretarias e órgãos governamentais. Qualificação profissional: expressa pelo nível de escolaridade e especialização dos profissionais envolvidos na coordenação. Estabilidade da equipe: expressa pelo tempo no cargo dos profissionais envolvidos na coordenação. O setor público percebeu que não existe mais uma verdade absoluta, e que se faz necessário se adequar a nova realidade do milênio, se ajustar aos meios e práticas sustentáveis, o que representou ser uma ferramenta melhor para a qualificação de pessoas com estabilidade. 5. TERCEIRO SETOR Montaño (2002) ressalta que o terceiro setor está ligado a iniciativas de empresas privadas de utilidade pública sem fins lucrativos. Estas por sua vez são formalmente constituídas, com normas e procedimentos, não são ligadas institucionalmente ao Estado e possuem gestão própria. O mesmo autor entende que o terceiro setor não é público e nem privado, mas sim a junção destes dois conceitos as estatais e privadas, que visão contribuir de forma voluntária as falhas do Estado, seus ideais visam à qualidade de vida, atendimento médico, eventos culturais, campanhas educacionais, e muitas outras ideias. 5.1. SUSTENTABILIDADE NO TERCEIRO SETOR COMO CONCEITUA-LO “Sob o impacto de um Estado que vem diminuindo sua ação social e de uma sociedade com necessidades cada vez maiores, cresce a consciência nas pessoas – tanto físicas quanto jurídicas – de que é necessário posicionar-se proativamente no espaço público, se o que se deseja é um desenvolvimento social sustentado”. Evelyn Berg Ioschpe. A sustentabilidade nas ONG´s mostra ser um desafio continuo, pois suas atividades são os projetos sociais que sensibilizam terceiro setor, que trabalham nas áreas de educação, saúde, cultura, conscientização política, minorias étnicas, construção civil, entre outras. As principais atividades desse setor, de acordo com as observações de Rebeiro, se dão em: Ofertas produtos e serviços; Comunicação com a sociedade; Infraestrutura física e técnica; Projetos institucionais; Recursos humanos; Visão estratégica; Capacidade de busca; Significação social; Nobreza da causa. As atividades no terceiro setor devem ser em ação continua entre a sociedade e seus voluntários. A parceria entre a sociedade e seus voluntários se torna uma peça chave para a sustentabilidade. 6. REFERENCIAS CANTARELI, A. K. S. Sustentabilidade: Desafio Público. Instituto Kage de Desenvolvimento. Disponível em: <http://www.ikage.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=139:sustent abilidade-desafio-publico&catid=45:artigos&Itemid=75>. Acessado em: 19/05/2012. COBRA, M. A sustentabilidade é um produto eu dá boa visibilidade. Disponível em: http://envolverde.com.br/economia/empresas/a-sustentabilidade-e-umproduto-que-da-boa-visibilidade/>. Acessado em 19/05/2012. DIAS, A. Se uma empresa entrar 100% na sustentabilidade ela quebra. Disponível em <http://www.administradores.com.br/informe- se/entrevistas/marketing/se-uma-empresa-entrar-100-na-sustentabilidade-ela-quebradiz-especialista-em-marketing/65/>. Acessado em 19/05/2012. ESCÓSSIA, C. O que é setor privado? São Paulo. 2010. Disponível em: <http://www.carlosescossia.com/2010/02/o-que-e-setor-privado.html>. Acessado em 19/05/2012. MONTAÑO, C. Terceiro Setor e Questão Social: Crítica ao padrão emergente de intervenção social. São Paulo. Cortez. 2002. NATURA. Reciclagem e Sustentabilidade. Disponível em: <http://naturavendas.wordpress.com/2009/01/.../reciclagem-sustentabilidade/>. Acessado em 19/05/2012. PHILIPPI, L. S. A Construção do Desenvolvimento Sustentável. In.: LEITE, Ana Lúcia Tostes de Aquino; MININNI-MEDINA, Naná. Educação Ambiental (Curso básico à distância) Questões Ambientais – Conceitos, História, Problemas e Alternativa. 2. ed, v. 5. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2001. SILVA, C. L. D. Desenvolvimento sustentável – Um modelo analítico, integrado e adaptativo. Vozes. Petrópolis. 2006. SILVA, D. P. Vocabulário Jurídico. Rio de Janeiro: Forense, 27ª ed. Forense. 2009. REBEIRO, A. D. A. A auto sustentabilidade no terceiro setor. Arquivo em pdf. 2004. TRILHAS DO SABER. Diálogo da Terra – Carta de Minas Gerais. 28/11/2008. Disponível em: <http://www.semad.mg.gov.br/noticias/1/713-dialagos-daterra-carta-de-minas-gerais>. Acessado em: 19/05/2012.