Onde está a atividade do transporte ativo? Citoplasma

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O nd e está a ativ id ade do tr an sp orte ativ o? 1
Na aula anterior, pudemos discutir tanto sobre as condições que devem ser satisfeitas quanto às características do transporte ativo,
comparando-o com a difusão simples, difusão facilitada e osmose. Foi uma aula para pensarmos bastante e construirmos esse
conceito do que é o transporte ativo. Na aula de hoje, nosso objetivo é outro: mostrar e explicar alguns exemplos do transporte
ativo, importante processo que acontece a nível celular. Para começar, um exemplo clássico: a bomba de sódio-potássio.
Confira os esquemas abaixo que mostram o mecanismo de funcionamento da bomba de sódio-potássio.
Meio Extracelular
3 Na+
PTN
transportadora
ADP
Citoplasma
3 Na+
Meio Intracelular
Fig.1 – Mecanismo detalhado da bomba de sódio-potássio
1) Três íons sódio (3 Na+ ) se ligam à proteína transportadora nos sítios de ligação presentes no meio intracelular. Isso permite que
o ATP se ligue à proteína.
2) O ATP é quebrado em ADP e Pi, liberando energia para que o sódio seja transportado pela proteína para o meio extracelular.
Isso permite que dois íons potássio (2 K+ ) se liguem à proteína transportadora.
3) Os íons sódio são liberados no meio extracelular.
4) Os íons potássio são liberados no meio intracelular.
5) Potássio( K+ ) retorna ao meio extracelular, sódio (Na+ ) ao meio intracelular e o processo se reinicia.
1
Material didático produzido por Leonardo Kaplan, aluno do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UFRJ, durante suas atividades de
Prática de Ensino em 2006, sob a supervisão das professoras Carla Maciel (Colégio de Aplicação da UFRJ) e Marcia Serra Ferreira (Faculdade
de Educação da UFRJ). Ilustrações feitas por Itajaci Rogério Araújo Amaral, aluno do curso de Licenciatura em Educação Artística da UFRJ.
Disponível no sítio eletrônico www.projetofundao.ufrj.br/biologia
Sítio de ligação do
K+ na proteína
Gradiente de
concentração
de Na +
Gradiente de
concentração de K+
Citoplasma
ATP
Sítio de ligação do
Na+ na proteína
ADP + P
2
Qual é o tipo de transporte que permite o retorno do
potássio (K +) para o meio extracelular e do sódio (Na +)
para o meio intracelular. Justifique sua resposta.
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Fig.2 – Mecanismo simplificado da bomba de Na+/K+
2) Por que altas concentrações de Na+ no meio intracelular são problemáticas? Pense nas aulas anteriores para responder. Que
processo celular pode evitar esse problema?
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3) A bomba de sódio e potássio é um importante processo de transporte ativo para a célula, pois permite que uma série de outros
processos ocorra. Um deles é a transmissão do impulso nervoso (um estímulo elétrico) que ocorre em células nervosas e
musculares. Considerando que para que o impulso nervoso se propagar, é importante que haja uma diferença de cargas entre o
meio extracelular e meio intracelular, como a bomba pode contribuir neste processo?
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Depois de tantas explicações, acho que conseguimos perceber o quanto e como a bomba Na+ -K + é importante para o
metabolismo celular. Através desse mecanismo, a célula consegue manter seu volume constante, não tendo grandes riscos de
explodir ou murchar facilmente. Além disso, a diferença de cargas gerada é propícia para a condução do impulso nervoso em
células nervosas e musculares. Mas, será que também terá importância a alta concentração de íons potássio (K+) no meio
intracelular?! Quem pensou que sim, nesse caso, mandou bem! Altas concentrações de potássio no meio intracelular são
importantes, pois o potássio participa dos processos de respiração celular (é responsável pela ativação de algumas enzimas) e de
síntese de proteínas.
Exemplos de uso do transporte ativo na natureza
Como pudemos ver com o exemplo do mecanismo da bomba de sódio e potássio, o transporte ativo é bastante freqüente e
importante para os seres vivos. Agora veremos mais alguns exemplos práticos do transporte ativo na natureza: um exemplo nas
plantas e outro no corpo humano.
1) Plantas de manguezal
O manguezal é um ecossistema costeiro, de regiões tropicais e subtropicais. Eles são ecossistemas terrestres e estão localizados
no encontro das águas dos rios com o mar. Portanto, recebem influências tanto da água do mar quanto do rio. Por estarem
próximos ao ambiente marinho, sofrem influências das marés, que são a principal forma de entrada das águas salinas nos
manguezais. Quando as marés sobem, ocorrem inundações que provocam a variação da concentração de sal na água. Como
conseqüência, a água dos manguezais não é nem doce nem salgada, ela é chamada de salobra.
Vamos nos ater aqui à questão da salinidade. Devido a essa característica do ecossistema, a maioria das espécies de plantas não
consegue se desenvolver neste ambiente devido à grande quantidade de sal que é trazido pela água do mar. Isto representa um
grande estresse osmótico que só consegue ser resolvido por algumas espécies de plantas. Estas espécies de plantas que
desenvolveram mecanismos para controlar a alta concentração de sal foram selecionadas e conseguiram se estabelecer neste
ambiente.
Em algumas das plantas características de manguezal (Rhizophora sp. e Laguncularia sp.) o sal não consegue entrar nas células pois há
um tipo de barreira que acaba sendo formado pelas suas raízes. Já na outra planta, a Avicennia sp., o sal entra e é excretado através
de glândulas de sal que a planta apresenta em suas folhas. Por esta razão, aliás, suas folhas são bastante salgadas (o sal é excretado
na superfície foliar).
4) Por qual razão esta alta salinidade dos manguezais pode ser considerada um fator que limita que muitas espécies de plantas e
animais consigam se estabelecer neste ecossistema?
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5) Com base nas discussões sobre transporte, que mecanismo seria capaz de resolver esse problema? O que seria necessário?
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2) Reabsorção tubular no sistema urinário
Nos túbulos renais, é produzida a urina. Nestes locais, o sangue é filtrado na cápsula de Bowman, que funciona como uma
espécie de “peneira” que retém moléculas muito grandes, como as proteínas. Conseqüentemente, esse “filtrado” tem a mesma
composição do plasma (parte líquida do sangue), porém sem as proteínas. Dessa forma, junto com os resíduos tóxicos das
células, que devem ser eliminados, substâncias como água, glicose, vitaminas, e sais minerais (íons) também conseguem passar
para dentro dos túbulos renais de modo a serem incorporados à urina. Próximos aos túbulos renais, podemos encontrar uma
rede de capilares sanguíneos.
6) Relembrando das aulas do começo do ano, vimos como os sais minerais e a água são importantes para o metabolismo celular.
Considerando essa questão, pense nos mecanismos de transporte que possam ocorrer nas porções A e B dos túbulos renais que
evitem a perdida de sais minerais (íons) e água na urina? Explique. Olhe para a figura e considere que existem trocas entre os
trechos do túbulo renal e os capilares.
Cápsula de Bowman
(o sangue é “filtrado”)
Aqui o filtrado é isotônico em
relação aos capilares
Parte do túbulo renal
TRANSPORTE EM A?
Capilares
Aqui a urina contém
predominantemente
uréia (resíduo tóxico),
ou seja, a água e sais
minerais JÁ FORAM
reabsorvidos pelos
capilares.
TRANSPORTE EM B?
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7) O que poderíamos pensar que houve, caso encontrássemos sal na urina?
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Um caso cu rioso : a plan ta se n sitiv a
A espécie Mimosa pudica é conhecida popularmente como “sensitiva” ou “dormideira”, pois ao tocarmos em seus folíolos
(folhinhas que reunidas constituem a folha) eles se fecham.
Por que será que isto acontece? Você consegue imaginar?
Na base dos folíolos, existem células com vacúolos grandes
(estruturas comuns em células vegetais), repletos de água, o
que torna essas células túrgidas (inchadas). Nessa condição,
as folhas e os folíolos encontram-se eretos (imagem à
esquerda – folhas abertas). Ao tocarmos nessas folhas, as
células bombeiam ativamente íons para o meio extracelular,
reduzindo assim a concentração dentro da célula. Quando
o meio extracelular se torna mais concentrado, as células
perdem água por osmose e murcham. Assim, as folhas e os
folíolos se fecham. E como será que os folíolos e folhas se
abrem? Nenhuma idéia?! Lembre-se dos outros exemplos já
citados. É isso mesmo! Por meio de difusão facilitada, os
íons voltam a entrar no meio intracelular, tornando o meio
mais concentrado (hipertônico) e com isso há entrada de
água, que deixa as células inchadas.
Trab alho em d up la: osm orre gu lação e m p ei xes d e ág ua d oc e e marin h os
Agora que já vimos alguns exemplos de mecanismos de transporte ativo, chegou a vez de vocês nos mostrarem que também
conseguem pensar num problema de estresse osmótico que foi resolvido na natureza.
Como os peixes de água doce (rios) que possuem os fluidos corporais hipertônicos em relação à água (ou seja, entraria água em
suas células osmose) conseguem manter o volume de suas células normal (ou seja, não inchar)?
Além disso, como os peixes marinhos (água salgada) que possuem seus fluidos corporais hipotônicos em relação à água
conseguem que a água não saia de suas células por osmose (provocando morte por desidratação).
Fontes que podem ser consultadas para responder: livros didáticos, livros universitários, revistas cientificas, artigos, Internet (não
vale copia idêntica dos sites; isto será verificado!).
A bibliografia utilizada pela dupla deverá ser indicada no final do trabalho.
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