DOENÇAS RESPIRATÓRIAS E AS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS NO

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DOENÇAS RESPIRATÓRIAS E AS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS NO INVERNO
EM JATAÍ-GO
Zilda de F. Mariano1, José Ricardo Rodrigues Rocha2, Júnio Ferreira da Silva3,
Clarissa Cardoso Pereira4
1234-
Coordenadora do projeto- Campus Jataí-UFG- e-mail: [email protected]
Bolsista PIBIC, Dept. Geografia, Campus Jataí-UFG, e-mail: [email protected].
Bolsista PIVIC, Dept. Geografia, Campus Jataí-UFG, e-mail: .
Licenciada e Bacharel em Geografia, Geografia, Campus Jataí-UFG, e-mail: [email protected]
INTRODUÇÃO
Os parâmetros climáticos (temperatura do ar, umidade relativa do ar, precipitação,
pressão atmosférica e ventos) influenciam diretamente e indiretamente na saúde humana, pois
o ser humano está permanente em contato com o meio ambiente atmosférico pelo intermédio
de trocas térmicas, hídricas e gasosas. Na forma direta o clima age na sensação de conforto,
mortalidade e morbidade por doenças sistêmicas, e de maneira indireta através de doenças
infecciosas transportadas por vetores ar, água, solo e alimento (PITTON e DOMINGOS,
2004 e SILVA, 2007).
O município de Jataí, localizado na Microrregião Sudoeste de Goiás é marcado por
diversas formas de exploração dos seus recursos naturais sem respeito ao meio ambiente,
tanto na pecuária como na agricultura mecanizada. Portanto, torna-se importante analisar os
fenômenos climáticos do município, como a temperatura do ar e a umidade para observar as
influencias, principalmente na população urbana, que são os mais atingidos com as alterações
climáticas, através do conforto térmico e de doenças respiratórias.
OBJETIVOS
O objetivo foi analisar a incidência de amigdalites, gripe e pneumonia, em crianças
menores de dois anos de idade na estação do inverno em Jataí (GO), correlacionando
umidade relativa como o número de ocorrência das doenças respiratórias.
METODOLOGIA
A cidade de Jataí está situada na microrregião do sudoeste de Goiás, no estado de
Goiás, mapeado nas folhas SE – 22 – V – D (IBGE, 1982) e SE – 22 – Y – B (IBGE, 1978)
foi emancipada em 1888, hoje apresenta uma população total de 81.972 habitantes, onde
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91% do total de habitantes do município residem na área urbana, (IBGE, 2007).
Para tanto, procurou-se fazer a correlação com dados climáticos na estação do
Inverno visto que são os meses com valores de temperaturas mínimas e umidade relativa
propícios para o aparecimento de doenças respiratórias. Pois, no que se refere à
caracterização climática da cidade, no inverno, devido à continentalidade, apresenta baixa
umidade do ar e atuação freqüente do Anticiclone Polar, são comuns dias muitos frios (abaixo
de 10,0ºC), sobretudo em junho e julho, podendo ocorrer até geadas. Mas, quando as
massas polares não chegam, as temperaturas se elevam, ocasionando médias de temperatura
altas no inverno, intensificando os problemas de saúde principalmente em crianças e idosos
(MARIANO, 2005).
Foram utilizadas mini-estações do modelo WS 44 compostas por dois aparelhos, um
externo e outro interno, com dois tipos de sensores: temperatura e umidade do ar.
Os dados das doenças respiratórias foram cedidos pela Secretaria Municipal de
Saúde através dos postos de saúdes PSF, Programa Saúde da Família, distribuída pela área
urbana da cidade (Tabela 1 e Figura 1).
Tabela 1- Localização dos Postos de Saúde (PSF), os bairros e os postos de coleta de
dados climáticos
PS F
PSF Vila Fátima
PSF São Pedro
PSF Santo Antônio
PSF Conjunto Rio Claro I
PSF Conjunto Rio Claro II
PSF Conjunto Rio III
PSF Colméia Park
PSF Caic
BAIRROS
Sodré, Polular, Jardim Rio Claro, Vila
Paraíso e Vila Fátima.
São Pedro, Alto das Rosas, Vila
Brasília, Jacutinga, Colinas e Palmeiras.
Bela Vista, Santo Antônio e Santa
Lúcia.
José Bento, Conjunto Rio Claro I e
Conjunto Rio Claro III.
Conjunto Rio Claro III, Conjunto Rio
Claro II, Granjeiro e Planalto.
Aeroporto, Epaminondas, Bela Vista e
Setor Antena.
M auro Bento, Colméia Park, Filostro
M achado e Dom Abel.
Epaminondas II, Coachol, Jardim Goiás
e Jardim Paraíso.
PONTO DE COLETA DE
DADOS CLIMÁTICOS
Comercial Dudu
Centro/Sucan
Centro/Sucan
Centro Tecnológico
Centro Tecnológico
Centro Tecnológico
Centro/Sucan
Centro Tecnológico
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Figura 1-Mapa de localização do PFS e do ponto de coleta de dados climáticos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Às oito horas durante os meses de junho, julho e agosto de 2006, no ponto
Comercial Dudu, a temperatura mínima oscilou de 16,5 a 16,8 C°, (Figura 2). Em junho a
temperatura apresentou 16,5 C°, com ocorrência de 2 casos de doença respiratória. O mês
de julho não houve caso de doença respiratória mais teve a menor temperatura de 16,1°C. Já
para o mês de agosto ocorreu um (1) caso de doença respiratória e a temperatura foi de
16,8°C. A umidade relativa ar às 16h oscilou de 20 a 32% (Figura 3).
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No PSF Santo Antônio, a incidência de doenças respiratórias foi entre 4 a 8 casos, o
mês de junho obteve 8 ocorrências e os meses de julho e agosto 4 casos. No mês de junho,
o qual apresentou a maior ocorrência de doenças respiratórias à temperatura a umidade
relativa foi, respectivamente, 16,7ºC e 19%. No mês julho a temperatura apresentou 17,9ºC
e a umidade relativa de 30%. Para o mês de agosto a umidade relativa foi à mesma de julho,
em contrapartida a temperatura foi mais baixa de 17,5ºC (Figura. 4 e 5).
Figura 2-Índice das doenças respiratórias e temperatura, no PSF Vila Fátima, às 8h em 2006.
Figura 3-Índice das doenças respiratórias e umidade relativa, no PSF Vila Fátima, às 16h em
2006.
A temperatura oscilou entre 16,7 a 17,9ºC, durante o inverno em 2006 no
Centro/Sucan (Figura 6). Sendo, que o mês de junho apresentou a temperatura mais alta de
17,9ºC e a umidade relativa do ar de 19%, o índice mais baixo em relação os três meses. Em
julho, o número de doenças respiratórias foi de 11 casos, no PSF São Pedro, a umidade
relativa apresentou o valor de 41% e a temperatura mais alta de 17,9ºC. O mês que
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apresentou a maior porcentagem de umidade relativa foi agosto, o que refletiu na ocorrência
de 8 casos de doenças respiratórias, (Figura 7).
As doenças respiratórias no PSF Colméia Park, no inverno, apresentou os valores de
4 a 10 casos onde o mês de junho, mês de maior caso de doenças respiratórias, a
temperatura e umidade apresentaram os valores de 16,7ºC e 19%, respectivamente. Em
julho a umidade relativa do ar foi de 41% e a temperatura de 17,9ºC, sendo a maior
temperatura durante o período. O mês de agosto apresentou maior umidade, de 55% ,(Figura
8 e 9).
Figura 4-Índice das doenças respiratórias e temperatura, no PSF Santo Antônio, às 8h em 2006.
Figura 5-Índice das doenças respiratórias e umidade relativa, no PSF Santo Antônio, às 16h em
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2006
Figura 6-Índice das doenças respiratórias e temperatura, no PSF São Pedro, às 8h em 2006.
Figura 7-Índice das doenças respiratórias e umidade relativa, no PSF São Pedro às 16 h em
2006
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Figura 8-Índice das doenças respiratórias e temperatura, no PSF Colméia Park às 8h em 2006
Figura 9-Índice das doenças respiratórias e umidade relativa, no PSF Colméia Park, às 16 h em
2006
A umidade relativa do ar no ponto Centro Técnico Sucan, se comportou com valores
de 30 a 51%. No mês de junho a temperatura foi de 18,4 ºC com 8 casos de doenças
respiratórias. Apresentando o maior valor de umidade relativa, o mês de julho teve a
temperatura de 17,5 ºC e 5 casos de doenças respiratórias. Já o mês de agosto apresentou
14,7 ºC de temperatura e 7 casos de doenças respiratórias, sendo o mês de umidade relativa
de menor valor, (Figuras 10 e 11).
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Figura 10-Índice das doenças respiratórias e temperatura, no PSF Conjunto Rio Claro I, às 8h
em 2006
Figura 11-Índice das doenças respiratórias e umidade relativa, no PSF Conjunto Rio Claro I, às
16 h em 2006
Às oito horas durante os meses de junho, julho e agosto de 2006 para o PSF
Conjunto Rio Claro II, à temperatura mínima oscilaram de 14,7 a 18,4ºC, (Figura 12). O mês
junho a temperatura apresentou 18,4 ºC sem casos de doença respiratória. O mês de julho
houve 1 caso de doença respiratória e a temperatura de 17,5°C. Já para o mês de agosto a
temperatura foi de casos 16,8°C sem caso de doença respiratória. A umidade relativa ar às
16h a umidade oscilou de 30 a 51% (Figura 13).
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Figura 12-Índice das doenças respiratórias e temperatura, no PSF Conjunto Rio Claro II, às 8h
em 2006.
Figura 13-Índice das doenças respiratórias e umidade relativa, no PSF Conjunto Rio Claro II, às
16 h em 2006
A temperatura apresentou os valores de 14,7 a 18,4ºC, no Centro Técnico Sucan
(Figura 14 e 15). O mês de junho apresentou a temperatura mais alta de 18,4ºC e a umidade
relativa de 34%, o índice mais baixo em relação os três meses. Em julho teve 5 casos de
doenças respiratórias, no PSF Conjunto Rio Claro III, a umidade relativa apresentou o valor
de 51% e a temperatura de 17,5ºC.
Figura 14-Índice das doenças respiratórias e temperatura, no PSF Conjunto Rio Claro III, às 8h
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em 2006.
Figura 15-Índice das doenças respiratórias e umidade relativa, no PSF Conjunto Rio Claro III, as
16 h em 2006
No posto PSF Caic, ocorreu os valores de 1 a 10 casos. No mês de junho, mês de
maior caso de doenças respiratórias (10 casos), a temperatura e umidade apresentaram os
valores de 18,4 ºC e 34%, respectivamente. Em julho a umidade relativa do ar foi de 51% e
a temperatura de 17,5 C° e agosto teve 30% de umidade e temperatura de 14,7ºC, sendo a
menor temperatura durante o período, (Figura 16 e 17).
Figura 16-Índice das doenças respiratórias e temperatura, no PSF Caic, às 8h em 2006.
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Figura 17-Índice das doenças respiratórias e umidade relativa, no PSF Caic as 16 h em 2006.
CONCLUSÕES
- O PSF Conjunto Rio Claro III apresentou o mais baixo de número de casos de doenças
respiratórias de 0 durante todo o inverno, qual é local que apresentou os dados climáticos
mais favoráveis que não ocorram as doenças respiratórias;
-O PSF Conjunto São Pedro apresentou o mais alto de número de casos de doenças
respiratórias de 19 em junho;
- Os PFSs que estão correlacionados com o ponto de coleta de dados climáticos, Centro
Técnico Sucan, foram os locais que apresentaram as temperaturas mais baixas, torno de entre
13 e 17ºC,
- As umidades iguais ou inferiores a 15%, que são mais propiciam a proliferação das doenças
respiratórias foram os PFS Santo Antônio e São Pedro;
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍTICA. Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/cidadesat/default.php. Acesso em: 26 mai. 2008.
MARIANO, Z. de F. A importância da variável climática na produtividade da soja no
sudoeste de Goiás. 2005. 251 f. Tese (Doutorado em geografia) – UNESP - Campus de
Rio Claro, Rio Claro: 2005.
PITTON, S. E. C; DOMINGOS, A. E. Tempo e Doenças: efeitos dos parâmetros
climáticos nas Crises Hipertensivas nos Moradores de Santa Gertudres-SP, Revista
Estudos Geográficos, 2(1)., Rio Claro: IGCE/UNESP 2004. p. 75-86. Disponível em
<http://www.rc.unesp.br/igce/grad/geografia/revista.htm> Acesso em: 10 dez. 2007.
SOUZA, C. G. et al. Análise comparativa da influência do ritmo climático sobre a
morbidade respiratória: Um estudo de caso de Presidente Prudente /SP e Ourinhos
/SP. In: VII Simpósio brasileiro de climatologia geográfica, 7, 2006. Rondonópolis-MT.
Anais. Rondonópolis-MT: UFMT, 2006, p. 1-10.
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