Evolução histórica da álgebra A história da Matemática afirma que os árabes deram início a uma Ciência chamada álgebra e começaram a resolver problemas matemáticos por meio de equações. Equação é uma maneira de resolver situações nas quais surgem valores desconhecidos quando se tem uma igualdade. Por serem desconhecidos, esses valores são representados por letras. Por isso na Língua Portuguesa existe uma expressão muito usada: “o x da questão”. Ela é utilizada quando temos um problema dentro de uma determinada situação. Matematicamente, dizemos que esse x é o valor que não se conhece. Os árabes chamavam o valor desconhecido em uma situação matemática de “coisa”. Em árabe, a palavra “coisa” era pronunciada como xay. Daí surge o x como tradução simplificada de palavra ‘coisa” em árabe. Mas podem ser utilizadas outras letras. Hoje, chama-se o termo desconhecido de incógnita, que é uma palavra originária do latim incognitu, que também que dizer “coisa desconhecida”. A incógnita é um símbolo que está ocupando o lugar de um elemento desconhecido em uma equação. Uma equação estabelece uma relação de igualdade utilizando números conhecidos e incógnitas. A palavra “equação” vem do latim equatione, equacionar, que quer dizer igualar, pesar, igualar em peso. E a origem primeira da palavra “equação” vem do árabe adala, que significa “ser igual a“, de novo a idéia de igualdade. Uma equação é uma sentença matemática aberta expressa por uma igualdade, ou seja, sentenças matemáticas abertas são aquelas que apresentam valores desconhecidos e, por isso, não podemos dizer se são verdadeiras ou falsas. Sendo assim ao longo do tempo a matemática evoluiu, com os homens pensando sobre possibilidades, fazendo tentativas, encontrando soluções e procurando formas de representar seu pensamento numa linguagem específica. Utiliza-se para resolver equações princípios matemáticos importantes, como o princípio aditivo das igualdades, que adicionando ou subtraindo um mesmo número nos dois membros de uma igualdade, mantemos essa igualdade: se a = b, então a + c = b + c, ou seja, quando somamos ou subtraímos alguma quantidade dos dois pratos de uma balança em equilíbrio, ela continua em equilíbrio. Sendo assim dois números que tem o mesmo valor absoluto e sinais diferentes são chamados opostos, por isso, a soma de dois números opostos é zero, e verifica-se então a validade do princípio aditivo (RAMOS, 2004, P.34). Outro princípio matemático é o multiplicativo das igualdades, que multiplicando ou dividindo por um mesmo número (diferente de zero) os dois membros de uma igualdade, mantemos essa igualdade: se a = b , então a . c = b . c, ou seja, quando multiplicamos ou dividimos, por um mesmo valor, a quantidade de dois pratos de uma balança em equilíbrio, ela continua em equilíbrio. Utilizando o elemento inverso, sendo Q* o conjunto dos números racionais, excluindo o zero, podemos afirmar que dois números são chamados inversos quando seu produto é o elemento neutro da multiplicação, ou seja 1, então se a/b Є Q*, então seu inverso é b/a (RAMOS, 2004, P.35). Toda equação tem dois membros separados pelo sinal de igual (=), as expressões no 1º membro e no 2º membro são chamadas termos. Os termos em que não aparecem incógnitas são chamados termos independentes. O número que multiplica a incógnita é o seu coeficiente. Quando a incógnita aparece sozinha, convencionamos que seu coeficiente é 1. A contribuição significativa de vários povos, desde o período de 3000 a.C. até o presente, como os Egípcios, Babilônicos, Gregos, Chineses, Hindus e Árabes, foram fundamentais ao aprimoramento e entendimento à Matemática. Os Hindus foram hábeis aritméticos e deram contribuições significativas à álgebra. Muitos dos problemas aritméticos eram resolvidos por falsa posição. Outro método de resolução preferido era o de inversão no qual se trabalha para trás, a partir dos dados. Um exemplo é o problema que faz parte do texto Lilávatti de Bháskara: “Linda donzela de olhos resplandecentes, uma vez que entendeis o método de inversão correto, dizei-me qual é o número que multiplicado por 3, depois acrescido de ¾ do produto, depois dividido por 7, diminuído de 1/3 do quociente, multiplicado por si mesmo, diminuído de 52, pela extração da raiz quadrada, adição de 8 e divisão por 10 resulta no número 2?” Pelo método de inversão começamos com o número 2 e operamos para trás. Assim, 210 82 52 196, 3 4 196 14, 14 7 3 28 , 2 7 que é a resposta. Observe-se que onde a instrução do problema manda que se divida por 10, multiplicamos por 10; onde a instrução é somar 8, subtraímos 8; onde manda que se extraia a raiz quadrada, elevamos ao quadrado, e assim por diante. É a substituição de cada operação por sua inversa que responde pelo nome inversão. Os Hindus somavam progressões aritméticas e geométricas e resolviam problemas comerciais envolvendo juros simples e compostos e regras de sociedade. Resolviam também problemas de misturas e de cisternas, como os que se encontram nos textos modernos. Aceitavam números negativos e irracionais e sabiam que uma equação quadrática tem duas raízes formais (EVES, 2002, p.255-6). Os Hindus revelaram notável habilidade em análise indeterminada, sendo talvez os primeiros a descobrir métodos gerais neste ramo da Matemática. Contudo, o trabalho hindu sobre equações indeterminadas chegou à Europa Ocidental tarde demais para que pudesse exercer alguma influência benéfica.