HIDROXICLOROQUINA SULFATO Peso molecular: 434 Fórmula molecular: C18H26CIN3O, H2SO4 CAS: 747-36-4 Ação Terapêutica: antimalárico Nome químico: 2-[[4-[(7-Chloro-4-quionolinyl)amino]pentyl]ethylamino]ethanol. 1. Propriedades: causando menos efeitos colaterais que o Difosfato de Cloroquina, o Sulfato de Hidroxicloroquina é um derivado 4-aminoquinolínico; com ação e utilização primária antimalárica (similar a da cloroquina), tem indicação principal ao tratamento de várias formas de patologias como lupus eritematoso (discoide ou sistêmico), artrite reumatóide aguda ou crônica, luscites, eritema polimorfo à luz solar, granuloma sarcoídico cutâneo e à fotoproteção sistêmica. Seu mecanismo de ação está baseado na habilidade de ligar-se e alterar as propriedades do DNA; atua nos vacúolos digestivos ácidos do parasita, dentro do eritrócito, aumentando o pH das vesículas ácidas e interferindo com a função vesicular e inibindo o metabolismo fosfolipídico. No tratamento repressivo, a hidroxicloroquina inibe a fase eritrocística do plasmódio. No ataque agudo da malária, a cloroquina interrompe a esquizogonia eritricítica do parasita. Como anti-reumático, a hidroxicloroquina atua como imunosupressor leve, inibindo a produção do fator reumatóide e reações agudas. Acumula-se nos glóbulos brancos, estabilizando a membrana lisossômica e inibindo a atividade de várias enzimas, incluindo a colagenase e protease, responsável pela quebra da cartilagem. 2. Indicações: malária (Plasmodium vivax; P. ovale, P. malariae, P. falciparum), tanto como profilaxia e tratamento. Artrite reumatóide, aguda ou crônica (em pacientes não-responsivos a outros medicamentos anti-reumáticos menos tóxicos); artrite juvenil; lupo eritematoso discóide ou sistêmico, crônicos; erupção polimórfica à luz, porfiria cutânea tardia; urticária solar; vasculite cutânea crônica e hipercalcemia associada ao sarcóide. 3. Posologia: 9 Adultos: - Malária - tratamento repressivo: V.O., 400mg/semana. - tratamento terapêutico: V.O., 800mg, dose única; ou 800mg, V.O., seguido de 400mg após 6 a 8 horas e 400mg/dia, V.O., no 2º e no 3º dias. -1IT_Hidroxicloroquina_08/04/09 - Anti-reumático e lupo eritematoso: V.O., 6,5mg/kg/dia. - Erupção solar polimorfa: V.O., 200mg, 2 a 3 vezes por dia. 9 Crianças: - Malária - Tratamento repressivo: V.O., 6,4mg/kg/semana (não ultrapassar a dose de adulto). - tratamento terapêutico: V.O., 32mg/kg, durante 3 dias, de acordo com o seguinte esquema: 12,9mg/kg, V.O., (não ultrapassar a dose total de 800mg), 6,4mg/kg (não ultrapassar a dose total de 400 mg), 6. 24, 48 horas após a 1ª dose. 4. Reações adversas: disfunção do músculo ciliar (dificuldade de leitura), distúrbios gastrintestinais, cefaléia, prurido ( mais comum na raça negra). Há algumas reações ocasionais, como: toxicidade ocular (opacidade da córnea, queratopatia ou retinopatia, causando visão turva), clareamento dos cabelos ou alopecia, coloração azul-escura das unhas e da mucosa bucal, exantema. Reações raras: discrasias sanguíneas (agranulocitose, anemia aplástica, neutropenia, trombocitopenia), alterações emocionais ou psicose, neuromiopatia, atotoxicidade, convulsões. 5. Precauções: recomenda-se ingerir logo após as refeições para amenizar as irritações gastrintestinais. O tratamento prolongado ou com doses altas pode causar lesões irreversíveis da retina e surdez neurosensorial. Na ocorrência de anormalidades da acuidade visual, campo visual ou alterações maculares da retina, fraqueza muscular ou distúrbios sanguíneos graves, a terapia deve ser suspensa. A terapia repressiva pode ser iniciada 1 a 2 semanas antes de entrar em áreas endêmicas ou geográficas da malária e mantê-la por 4 a 6 semanas após a saída da mesma área. Esta terapia, além de profilática, permite determinar a tolerância do paciente à medicação e, se for o caso de hipersensibilidade ou outro efeito adverso, pode-se substituir por outros medicamentos antimaláricos a tempo. Pode haver hipersensibilidade cruzada entre os derivados 4-aminoquinólicos (cloroquina e hidroxicloroquina). A criança, principalmente, é sensível à hidroxicloroquina e não se recomenda terapia prolongada. Na terapia da artrite reumatóide, pode-se associar à hidroxicloroquina os adrenocorticóides ou antiinflamatórios não-esteróides, inclusive os salicilatos; esta associação pode ser gradualmente reduzida nas suas doses ou mesmo suspende-la após a administração da hidroxicloroquina por várias semanas. O uso da hidroxicloroquina no tratamento da artrite reumatóide requer vários meses para que se atinja a eficácia máxima; se os sintomas, como redução do inchaço nas articulações e aumento da mobilidade, não ocorrerem nos primeiros 6 meses, recomenda-se suspender a administração. Recomenda-se seguir à risca o esquema posológico na artrite e no lupo eritematoso. -2IT_Hidroxicloroquina_08/04/09 Recomenda-se não usar durante a gravidez, com exceção do tratamento repressivo da malária: a hidroxicloroquina possui alto potencial de causar danos à mãe e ao feto. Administrada semanalmente, não causa efeitos adversos ao feto, mas, existe o risco, em doses terapêuticas, de causar ototoxicidade auditiva e vestibular, surdez congênita, hemorragias na retina e pigmentação anormal da retina. Recomenda-se evitar amamentar devido ao risco de causar efeitos adversos ao lactente. O risco / benefício deve ser avaliado em situações clínicas como: discrasias sanguíneas graves, distúrbios gastrintestinais, deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase, comprometimento da função hepática, hipersensibilidade, distúrbios neurológicos, porfiria, psoríase, alterações oculares de retina e de campo visual, gravidez e período de amamentação. Devido a hidroxicloroquina ser metabolizada no fígado, a disfunção hepática pode causar o aumento da concentração sanguínea de hidroxicloroquina, aumentando o risco de reações adversas. Recomenda-se a monitoração periódica quanto ao hemograma completo, reflexos neuromusculares e exames oftálmicos. 6. Contra-indicações: maculopatias (retinopatias) preexistentes. Pacientes com hipersensibilidade aos derivados da 4-aminoquinolina e em terapia de longo prazo em crianças. 7. Sugestões de fórmulas 9 Antimalárico Sulfato de hidroxicloroquina ...................... 400mg Excipiente qsp.................................................. 1 cap Posologia: profilaxia em adultos, 1 cápsula por semana. Profilaxia em crianças, 6,5mg/kg por semana. Tratamento em adultos, dose inicial de 800mg, seguida por 400mg após 6 a 8 horas e 400mg ao dia nos próximos 2 dias; tratamento em crianças, dose inicial de 13mg/kg, seguida por 6,5mg/kg após 6 a 8 horas e 6,5mg/kg ao dia nos próximos 2 dias. 9 Anti-reumático Sulfato de hidroxicloroquina ...................... 200mg Excipiente qsp.................................................. 1 cap Posologia: artrite reumatóide, lupus eritematoso. Dose inicial, 1 cápsula 2 a 3 vezes ao dia; manutenção, 1 a 2 cápsulas ao dia. -3IT_Hidroxicloroquina_08/04/09 8. Referências bibliográficas: P.R. Vade-mécum. São Paulo DEF 2007-2008, Dicionário de Especialidades Farmacêuticas. São Paulo. MARTINDALE – The Complete Drug reference. 33th Edition. London: Pharamceutical Press, 2002. BATISTUZZO, J.A.O.; ITAYA, M.; ETO, Yukiko. Formulário Médico Farmacêutico, 2ª edição, São Paulo, Tecnopress, 2002. -4IT_Hidroxicloroquina_08/04/09