RAÍSSA ARAÚJO PRADO EXODONTIA DE TERCEIROS MOLARES INCLUSOS ASSINTOMÁTICOS:O QUE A LITERATURA NOS DIZ? LONDRINA 2016 2016 RAÍSSA ARAÚJO PRADO EXODONTIA DE TERCEIROS MOLARES INCLUSOS ASSINTOMÁTICOS: O QUE A LITERATURA NOS DIZ? Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Medicina Oral e Odontologia Infantil da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Cirurgiã-Dentista. Orientadora: Profa. Ms. Ligia Pozzobon Martins Londrina 2016 RAÍSSA ARAÚJO PRADO EXODONTIA DE TERCEIROS MOLARES INCLUSOS ASSINTOMÁTICOS: O QUE A LITERATURA NOS DIZ? Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Medicina Oral e Odontologia Infantil da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Cirurgiã–Dentista. BANCA EXAMINADORA ____________________________________ Orientadora: Profa. Ms.Ligia Pozzobon Martins Universidade Estadual de Londrina - UEL ____________________________________ Prof. Dr. Ricardo Alves Matheus Universidade Estadual de Londrina – UEL Londrina, _____de ___________de _____. Dedico este trabalho a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a conclusão deste trabalho, especialmente à minha mãe e aos meus avós que sempre me apoiaram no decorrer do curso. AGRADECIMENTOS Agradeço à Deus por ter me dado sabedoria e força para a conclusão deste trabalho; À minha orientadora não só pela disposição em me orientar neste trabalho, mas sobretudo pela sua amizade e por todo o conhecimento compartilhado. À minha família, que apesar de ter que lidar com a minha ausência durante todo o curso sempre me apoiou, me deu força e acreditou na minha vitória. À todos aqueles que amo, que fazem a diferença na minha vida pelos simples fato de existirem e por me desejarem o bem. PRADO, R.A.; MARTINS, L.P.; STABILE, C.L.P.Exodontia de terceiros molares inclusos: O que a literatura nos diz? - Revisão de literatura simples. 2016. 34 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2016. RESUMO A exodontia dos terceiros molares impactados é um dos procedimentos cirúrgicos realizados rotineiramente na Odontologia, por diferentes indicações, tais como dor, pericoronarite, cárie dental no elemento ou em dentes adjacentes, reabsorção dental, cistos e tumores associados ao elemento incluso, dentre outras. Além disso, frequentemente esses dentes são removidos com a justificativa de prevenir alterações futuras em um paciente assintomático e sem sinais de patologia associada no momento. No entanto, existem complicações e riscos associados ao procedimento cirúrgico de remoção dos terceiros molares inclusos, tais como infecção pós-operatória, alveolite, alterações neuro-sensoriais, dor e edema exacerbado ou mesmo fraturas mandibulares. A decisão entre a remoção profilática ou a proservação em pacientes assintomáticos varia significativamente de acordo com os profissionais, seus pacientes, fatores econômicos e governamentais, observando-se diferenças significativas entre os países. O presente trabalho tem como objetivo, através de uma revisão simples da literatura, discutir as indicações para remoção dos terceiros molares assintomáticos, confrontando-as com os riscos relacionados à cirurgia e com a alternativa da proservação desses elementos, apresentando as vantagens e desvantagens de ambas as opções de tratamento. Baseado na literatura consultada, conclui-se que tanto a remoção profilática como a proservação são indicadas mas é preciso avaliar cada caso individualmente. Palavras-chave:Terceiro Molar. Cirurgia Bucal. Dente Impactado. PRADO, R.A.; MARTINS, L.P.; STABILE, C.L.P. Asymptomatic impacted third molars extraction: What does the literature tells us? A simple literature revision.2016. 34 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2016. ABSTRACT The extraction of impacted third molars is one the surgical procedures performed routinely in Dentistry, for different indications, as pain, pericoronite, carious lesion on the tooth or adjacent teeth, tooth reabsorption, cysts and tumours associated with the tooth, among others. Besides that, these teeth are frequently removed with the justification of avoiding future alterations in an asymptomatic patient without pathological signs associated at the time. However, there are complications and risks associated with the surgical procedure of removing the included third molars, as post-operatory infection, alveolitis, neuro-sensory alterations, pain and exacerbated swelling or even mandibular fractures. The decision between prophylactic removal or preservation in asymptomatic patients varies significantly according to the professionals, their patients, economic and governmental factors, noticing significant differences between the countries. The present paper’s objective is, through a simple literature review, to discuss the indications for removal of asymptomatic third molars, confronting them with the risks associated to the surgery and with the alternative of preservation of these teeth, presenting the advantages and disadvantages of both treatment options. Based on consulted literature, it was concluded that both prophylactic removal and preservation are indicated, but it is necessary to evaluate each case individually. Key words: Molar, Third; Oral Surgery; Tooth, Impacted LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS Et al. E outros SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................10 2 REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................12 2.1 INDICAÇÕES PARA REMOÇÃO......................................................................... 17 2.1.1 Acidentes e Complicações relacionados à exodontia ...............................22 2.1.1.1 Proservação ..............................................................................................27 3 CONCLUSÃO ...........................................................................................30 REFERÊNCIAS .........................................................................................32 10 1. INTRODUÇÃO Os terceiros molares são os últimos dentes a erupcionarem na dentição permanente e os mais propensos à impactação. Durante a evolução humana a mandíbula tornou-se menor mas não houve alteração em relação ao número e ao tamanho dos dentes. Isto está relacionado à desarmonia entre os dentes e a mandíbula, o que contribui para alta incidência de dentes impactados (ZHANG et al., 2012). Os terceiros molares inferiores são os dentes que mais apresentam-se impactados. A prevalência de impactação dos terceiros molares é alta e tem sido relatada entre 18% a 68% ( ANJRINI et al., 2015). A exodontia de terceiros molares impactados é o procedimento cirúrgico mais comum realizado na Odontologia, nos Estados Unidos representa 95% de todas as extrações em pacientes entre 16 a 21 anos de idade (Cunha-Cruz et al., 2014). Isso porque estes dentes podem apresentar pericoronarite, cárie associada ao próprio dente ou ao dente adjacente, pulpite irreversível, podem promover trauma na mucosa bucal, podem ocasionar periodontite no dente adjacente, reabsorção radicular do segundo molar, podem estar associados com cistos, tumores odontogênicos ou lesões periapicais, além disso, considerações ortodônticas podem levar à indicação de remoção destes dentes. A presença de dor, edema, dor e trismo combinados, desconforto devido à impactação alimentar, garganta inflamada e linfadenopatia podem estar relacionados com os terceiros molares impactados podendo indicar a exodontia destes (DOĞAN et al., 2007). Baseando-se no que foi apresentado anteriormente, alguns dentistas optam pela remoção profilática enquanto outros preferem proservar. Segundo Liedholm et al. (2009), a proporção dos terceiros molares que são removidos hígidos está entre 18% a 40%. De acordo com Almendros et al. (2008) os cirurgiões-dentistas que são a favor da remoção profilática argumentam que essa conduta reduz a incidência de complicações secundárias à impactação e 11 também a morbidade relacionada à exodontia em pacientes com idade mais avançada. O custo benefício para os pacientes relacionado a exodontia de terceiros molares impactados assintomáticos, o impacto econômico e governamental associados a exodontias profiláticas abordados em alguns artigos são fatores que também influenciam a decisão entre a remoção profilática e a proservação e devem ser considerados antes de definir a conduta. Considerando o que foi citado anteriormente, a exodontia dos terceiros molares impactados é uma prática controversa e as indicações são muito variáveis entre os cirurgiões de diferentes países. Segundo Krishnan et al. (2009), os cirurgiões dentistas devem avaliar os riscos e benefícios associados com a exodontia dos terceiros molares impactados e estarem cientes das indicações específicas que justificam a remoção. De acordo com Yildirim et al. (2008), os dados referentes à incidência e a progressão das condições patológicas são importantes para a tomada de decisão tanto para manter como remover os terceiros molares impactados, particularmente aqueles que são assintomáticos e ausentes de patologias. O presente trabalho tem como objetivo, através de uma revisão simples da literatura, discutir as indicações para remoção dos terceiros molares assintomáticos, confrontando-as com os riscos relacionados à cirurgia e com a alternativa da proservação desses elementos, apresentando as vantagens e desvantagens de ambas as opções de tratamento. 12 2. REVISÃO DE LITERATURA Almendros et al (2008) cita que não há consenso entre os cirurgiões dentistas em relação à exodontia dos terceiros molares impactados pois alguns são a favor de uma abordagem mais conservadora enquanto outros optam por estratégias mais intervencionistas. Estes argumentam que a remoção profilática reduz a incidência de complicações secundárias à impactação e a morbidade em pacientes com idade mais avançada como foi citado anteriormente, já os cirurgiões que defendem uma prática mais conservadora consideram que é melhor esperar o surgimento de alguma alteração patológica para então indicar a exodontia. Além disso, os autores também mencionam que devido à disponibilidade limitada de estudos longitudinais que forneçam uma visão específica sobre a evolução patológica em dentes impactados, a decisão de tratamento tem se tornado um processo intuitivo e um tanto arbitrário sujeito ao critério individual de cada profissional e tais critérios, portanto, são baseados nas informações dos pacientes, nas características da impactação dental e nas informações baseadas em evidências clínicas e científicas. Hupp et al (2009) cita que como regra geral todos os dentes impactados devem ser indicados para exodontia tão logo seja realizado o diagnóstico. Krishnanet al (2009), apresentou que os cirurgiões dentistas devem avaliar os riscos e benefícios associados com a exodontia dos terceiros molares e estarem cientes das indicações específicas para qual a remoção é justificada. Segundo Torres et al (2008) a decisão para a remoção desses dentes deve basear-se na avaliação de que os mesmos possam desenvolver uma patologia ao longo do tempo. De acordo com Liedholm et al (1999) a cirurgia de terceiros molares ausentes de patologia como medida profilática é baseada no conceito de minimizar futuros riscos de patologia e morbidade cirúrgica em pacientes mais velhos. Al-Khateeb et al. (2006) defendem que os cirurgiões devem considerar primeiramente os interesses dos pacientes durante a avaliação dos riscos e benefícios da remoção e por isso é necessário conhecer quais as condições patológicas associadas com os terceiros molares impactados. 13 A recomendação da Associação Americana de Cirurgiões Bucomaxilofacial para a exodontia de terceiros molares é que esta prática seja realizada nos quatros terceiros molares de preferência na adolescência antes que as raízes estejam totalmente formadas, mas não há estudos randomizados controlados para comparar resultados a longo prazo em relação a remoção precoce dos terceiros molares impactados e a retenção desses dentes livres de patologia (KHAWAJA et al., 2015). Segundo Yildirim et al (2008) alguns profissionais preferem o acompanhamento periódico dos terceiros molares impactados ao invés de realizar a exodontia imediatamente destes dentes se não houver sinais e sintomas associados. Mas de acordo com os dados obtidos em seus estudos Yildirim et al. apoiam a remoção dos terceiros molares impactados sob indicação profilática tanto quanto possível numa idade mais jovem mesmo que os dentes sejam assintomáticos por causa dos riscos futuros estimados para desenvolvimento de condições patológicas, além da redução da morbidade cirúrgica em pacientes mais jovens quando comparada com pacientes em idade mais avançada. Esses autores também abordam que os dados sobre a incidência e a progressão das condições patológicas nos dentes impactados e ao redor deles são fatores importantes a serem considerados na tomada de decisão tanto para manter ou remover um terceiro molar impactado, particularmente aqueles que são assintomáticos e não apresentam sinais de patologia. Ali Shahid et al (2014) cita que a recomendação universal é analisar cada caso individualmente para balancear os riscos e benefícios da exodontia versus retenção dos terceiros molares, e quando a escolha é manter estes dentes na cavidade bucal o acompanhamento clínico e radiográfico a longo prazo devem ser mantidos para que então a intervenção cirúrgica possa ser realizada caso alguma patologia comece a desenvolver. Stathopoulos et al (2001) também defende que cada caso requer uma reflexão cuidadosa e a avaliação de cada paciente individualmente. Sendo assim a decisão para remoção profilática deve basear-se na probabilidade dos terceiros molares retidos causarem problemas no futuro e os riscos e as vantagens da cirurgia ser realizada o quanto antes. 14 O estudo de Torres et al. (2008) realizado na Universidade de Barcelona que avaliou a indicação para exodontia de terceiros molares estabelecida por dentistas de cuidados primários (PCD) e cirurgiões aponta que a identificação dos terceiros molares que apresentam um maior risco de induzir patologias facilitaria a decisão quanto às medidas prioritárias preventivas. Sendo assim ao priorizar a exodontia dos terceiros molares o dentista de cuidados primários (PCD) deve diagnosticar a impactação e decidir se é recomendável encaminhar o paciente para um cirurgião. Em seguida, o cirurgião deve avaliar individualmente a indicação para a remoção profilática e por fim é necessário considerar a opinião do paciente em relação à cirurgia e sua influência em termos de sua saúde bucal e geral. Em um artigo intitulado “Comparison of decisions regarding prophylactic removal of mandibular third molars in Sweden and Wales”, Knutsson et al. (2001) compararam as decisões de clínicos gerais e cirurgiões da Suécia e do País de Gales em relação à remoção profilática dos terceiros molares impactados. Ao contrário do que foi abordado nos artigos anteriores em relação aos fatores que podem levar os cirurgiões dentistas optarem pela remoção profilática dos terceiros molares impactados, o presente artigo cita que o sistema de reembolso, as preferências dos pacientes, os recursos disponíveis, a existência e aplicação de diretrizes clínicas além de outras necessidades de saúde bucal podem influenciar na tomada de decisão. Por exemplo, no Reino Unido a grande maioria das exodontias dos terceiros molares são realizadas em hospitais sob anestesia geral e menos de um quarto são realizadas sob anestesia local, enquanto na Suécia quase 100% das exodontias destes dentes são realizadas sob anestesia local. Como foi citado no artigo o fato de a anestesia geral ser mais invasiva, apresentar maiores riscos e consumir maiores recursos pode levar os dentistas suecos planejarem mais remoções profiláticas de terceiros molares do que os dentistas no Reino Unido. Marciani (2007) apresenta que a remoção assintomática desses dentes não deixa de ser controversa por conta de que críticos relacionados à essa prática argumentam que na ausência de alguma patologia, sintomatologia ou considerações ortodônticas os pacientes são expostos à dor, risco cirúrgico e consequências econômicas adversas desnecessárias, sendo assim evidências determinantes são 15 necessárias para que os terceiros molares impactados assintomáticos sejam removidos. De acordo com Marciani a remoção dos terceiros molares impactados deve ser contemplada quando esses dentes apresentarem dor considerável, quando estiverem infectados ou associados à alguma patologia que causa perda óssea, quando estiverem cariados ou quando provocarem algum efeito prejudicial ao dente adjacente. Além dessas indicações o autor cita a prevenção e tratamento da pericoronarite, a prevenção de cáries, de cistos e tumores associados aos terceiros molares, bem como da doença periodontal. A remoção precoce para evitar a morbidade cirúrgica quando o paciente apresenta idade mais avançada e as considerações ortodônticas como interferência no movimento ortodôntico e previamente à cirurgias ortognáticas são também citadas pelo autor como indicações para a exodontia dos terceiros molares impactados. Patil et al. (2014) cita a associação de terceiros molares impactados com patologias tais como pericoronarite, cáries, lesões císticas, tumores benignos e malignos, doença periodontal, reabsorção radicular patológica juntamente com efeitos deletérios ao dente adjacente. Até então uma indicação geral para a necessidade de remoção de terceiros molares impactados assintomáticos não tem sido estabelecida, a exodontia de tais dentes tem sido realizada por alguns adeptos da prática para prevenir o desenvolvimento de algumas complicações futuras e condições patológicas. Zadic et al. (2007) menciona a prevenção de patologias relacionadas aos terceiros molares impactados, cicatrização tardia quando a remoção destes dentes são realizadas em pacientes com idades mais avançadas, complicações pósoperatórias, aumento na profundidade de sondagem e alterações intra-ósseas na superfície distal do segundo molar como razões para remoção profilática dos terceiros molares impactados e cita que nos anos 90 as comunidades médicas e odontológicas questionaram a necessidade desses procedimentos cirúrgicos e que novos critérios foram sugeridos baseados no baixo custo eficácia do procedimento devido às complicações pós-operatórias juntamente com a frequência reduzida de alterações patológicas relacionadas com os terceiros molares inferiores. Nos Estados Unidos, segundo o que foi publicado no American Journal of Public Health em 2007, a remoção profilática de terceiros molares é um risco à saúde pública. É uma prática defendida por quase todos os cirurgiões 16 bucomaxilofaciais e clínicos gerais, o que gera a extração de 10 milhões de terceiros molares por ano principalmente de jovens saudáveis, contabilizando um custo anual de 3 bilhões de dólares. De acordo com o que foi publicado não há evidência de uma infecção generalizada por conta de um terceiro molar, alguma patologia ou necessidade médica que justifique tantas extrações. Há uma baixa incidência de patologias associadas aos terceiros molares, tais como cistos e tumores. O desconforto associado a esses dentes é inerte à erupção, como processo inflamatório associado a gengiva, e podem ser tratados tomando medidas mais conservadoras. A exodontia profilática dos terceiros molares é vista, segundo o American Journal of Public Health , como uma indústria multibilionária que gera recursos para a profissão odontológica, particularmente para os cirurgiões bucomaxilofaciais, além do que mais de 11 milhões de pacientes apresentam dias de “padrão de desconforto ou deficiência”, que consiste em dor, edema, mal estar e hematomas no pós operatório e mais de 11 mil pessoas sofrem de parestesia permanente, como consequência de uma injúria no nervo durante a cirurgia. Deve-se levar em conta também que as complicações por conta de exodontias desnecessárias afastam os pacientes de suas atividades diárias. Alguns mitos são contrariados, como por exemplo, o fato da remoção precoce ser menos traumática. De acordo com a publicação a remoção precoce dos terceiros molares é mais dolorosa do que deixar um dente assintomático in situ. Segundo a American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons, condições patológicas de terceiros molares impactados são geralmente mais comuns com o aumento da idade porém o American Journal of Public Health cita um estudo realizado com 1756 pacientes os quais mantiveram mais de 2000 terceiros molares mandibulares impactados por 27 anos e destes dentes somente 0,81% apresentaram formação cística durante esse período. Cunha Cruz et al. (2014), cita que os dentistas recomendam a remoção profilática precoce dos terceiros molares impactados assintomáticos como meio de prevenir futuros riscos de patologias e minimizar riscos operatórios e pósoperatórios, porém muitos terceiros molares irão erupcionar sem sintomas. A remoção dos terceiros molares é associada com dor, edema, hemorragia, infecção e parestesia, porém a taxa global dessas complicações varia de 4,6% a 21%. Sendo assim, as recomendações para reter e monitorar os terceiros molares assintomáticos pode ser uma estratégia adequada. 17 2.1 INDICAÇÕES PARA A REMOÇÃO Dogån e colaboradores (2007) realizaram um estudo retrospectivo a partir dos registros clínicos de 832 pacientes encaminhados para Gülhane Military Medical Academy Dentistry Center, na Turquia, para avaliação dos terceiros molares inferiores impactados através do exame intrabucal e os exames radiográficos. O estudo teve como objetivo analisar a ocorrência dos sinais e sintomas relacionados com os terceiros molares inferiores impactados, investigar as patologias associadas e determinar as indicações para a remoção de terceiros molares impactados na população turca. De acordo com este estudo, dor foi o sintoma mais frequente relacionado com os terceiros molares impactados e envolveu 318 dentes (38,2%). Seguido por edema que estava relacionado com 143 dentes (17,1%). Além de dor e edema, garganta inflamada e linfadenopatia foram os sintomas que estavam incluídos no grupo “outros” e envolveram 41 pacientes (4,9%). Dor e trismo combinados estavam relacionados com 57 dentes (6,8%). Em relação às patologias, pericoronarite e cárie foram as mais frequentes e estavam presentes em 142 dentes (17,1%) e 96 dentes (11,5%), respectivamente. A periodontite acometeu 29 dentes (3,5%), seguida por abscesso ou cisto que atingiram 12 dentes (1,4%). Apenas 16 dentes segundo molar apresentavam cáries (2,0%) e a reabsorção radicular no segundo molar adjacente só foi diagnosticada em dois dentes (0,2%). É importante ressaltar que de acordo com o artigo, dentre os 832 dentes incluídos no estudo, 535 dentes (64,3%) não estavam associados com alguma patologia. Quanto às indicações, este estudo determinou a remoção profilática como a indicação mais frequente para 347 dentes (41,7%). Seguida pela exodontia por considerações ortodônticas, indicada para 159 dentes (19,1%). A pericoronarite foi a indicação para a remoção de 142 dentes (17,1%) e 96 dentes (11,5%) foram indicados para a exodontia devido a presença de cárie. Periodontite, abscesso/cisto, dor facial inespecífica, má oclusão, cárie no segundo molar e reabsorção radicular do dente adjacente contabilizaram menos de 4% das indicações. Krishnan et al. (2009) realizaram um estudo com o objetivo de investigar as indicações para a remoção de terceiros molares impactados inferiores no 18 Departamento de Cirurgia Bucomaxilofacial da Al Arab Medical Sciences University na Líbia. Este estudo constituiu uma análise dos prontuários de 439 pacientes que foram submetidos à exodontia dos terceiros molares impactados inferiores durante um período de três anos. Dentre os terceiros molares removidos, uma indicação estava associada com 361 dentes e 2 indicações estavam relacionadas com 78 dentes. De acordo com o estudo a pericoronarite recorrente foi a indicação mais frequente contabilizando 54% das indicações, seguida por cáries e pulpite nos terceiros molares que representaram 22% das indicações. Cárie no segundo molar correspondeu a 9% das indicações. Cistos, tumores, periodontite e considerações ortodônticas representaram menos de 6% das indicações. As indicações devido a considerações protéticas, reabsorção radicular, dor inespecífica foram menos de 1%. Yildirim et al. (2008) analisaram a necessidade da remoção rotineira dos terceiros molares impactados detectados clinicamente e radiograficamente assintomáticos, através da incidência de patologias no tecido pericoronal e avaliaram a frequência e o tipo de condições patológicas associados com os terceiros molares impactados. O estudo foi realizado com 115 pacientes encaminhados ao Departamento de Cirurgia Bucomaxilofacial da Universidade de Selçuk, na Turquia que apresentavam terceiros molares impactados. Os folículos de 120 terceiros molares impactados foram incluídos no estudo e submetidos ao exame histopatológico. Dos 120 espécimes, 92 (77%) apresentavam folículos com características histopatológicas dentro da normalidade e 28 (23%) apresentaram alguma alteração patológica. Dentre as patologias, 14,1% foram diagnosticadas como cisto dentígero, 6,6% como cisto odontogênico calcificante e 2,5% como queratocisto odontogênico. De acordo com o estudo de Yildirim et al., 89% dos pacientes dos quais os folículos dentários apresentavam alguma patologia tinham 20 anos ou mais. Sendo assim, Yildirim et al. apoiam a remoção dos terceiros molares impactados como indicação profilática tanto quanto possível numa idade precoce mesmo se esses dentes apresentarem-se assintomáticos. Torres et al. (2008) com o objetivo de avaliar a indicação para a exodontia de terceiros molares por dentistas de cuidados primários (PCD) e cirurgiões, realizou um estudo descritivo com 319 pacientes submetidos à exodontia dos terceiros 19 molares na Faculdade de Odontologia da Universidade de Barcelona entre Julho de 2004 e Março de 2005. Dos 319 terceiros molares removidos, 84 (26,3%) estavam localizados na maxila e 235 (73,7%) estavam localizados na mandíbula. A exodontia dos terceiros molares foi fundamentalmente indicada como uma medida profilática tanto pelos dentistas de cuidados primários (51,0%) como por cirurgiões (46,08%), seguida pela indicação por considerações ortodônticas. Nos pacientes com idade entre 14 e 20 anos o principal critério para a remoção dentre os clínicos gerais foi o tratamento ortodôntico ou protético (66,1%). Dentre os cirurgiões essa indicação foi tão frequente (43,6%) quanto à exodontia profilática. Entre os pacientes com 21 a 30 anos de idade a exodontia profilática foi a indicação mais frequente (61,5% dentre os PCD’s e 52,1% dos cirurgiões). Dentre os pacientes acima de 30 anos de idade, os PCD’s indicaram a exodontia como medida profilática em mais da metade dos casos (54,3%), enquanto os cirurgiões justificaram a exodontia devido à presença de sintomas clínicos. Liedholm et al. avaliaram (1999) as indicações dos cirurgiões para a exodontia dos terceiros molares. O estudo foi realizado com os dados de 666 pacientes encaminhados para a exodontia dos terceiros molares impactados em sete clínicas de cirurgia bucomaxilofacial do Serviço de Saúde Nacional da região sul da Suécia. Os pacientes selecionados foram aqueles que apresentavam apenas um terceiro molar para remoção cirúrgica e os dados para o estudo foram coletados através de questionários respondidos antes das exodontias, os quais abordavam sobre a posição angular dos dentes de acordo com os critérios estabelecidos por Winter, a extensão da erupção, idade e gênero dos pacientes e a presença ou não de patologias também foi registrada. Conforme o estudo, 118 dentes (18%) foram removidos sob indicação profilática e 548 dentes (82%) foram indicados para a exodontia devido à alguma patologia. Marqués et al. (2008) com o objetivo de analisar os fatores que determinam a indicação da exodontia profilática dos terceiros molares impactados realizaram um estudo descritivo observacional de 40 terceiros molares impactados assintomáticos dos quais as radiografias foram apresentadas a quatro profissionais com diferentes níveis de experiência em cirurgia. O presente estudo foi realizado na Faculdade de Odontologia da Universidade de Barcelona e cada profissional recebeu informações relacionadas à idade e gênero dos pacientes, inclinação e grau de impactação dos 20 dentes, e ausência de sintomatologia. Para cada dente os profissionais completaram um questionário abordando a decisão para realizar a exodontia, o grau de confiança para indicar a remoção profilática e o risco estimado para o desenvolvimento de patologias gerais e específicas, tais como cistos, pericoronarite, lesões periodontais, cárie na superfície distal do segundo molar e reabsorção radicular do segundo molar caso a exodontia não fosse realizada. Após o estudo concluiu-se que a exodontia profilática foi indicada pelos profissionais para 95% dos terceiros molares impactados com uma confiança de 87%, e a probabilidade de complicações futuras foi 84%. No entanto, a probabilidade de desenvolver manifestações clínicas específicas foi de 71% para pericoronarite, 61% para lesões periodontais na superfície distal do segundo molar, 47% para complicações císticas e 26% para reabsorção radicular do segundo molar. O grau de influência das variáveis do estudo sob a decisão para extrair os terceiros molares impactados assintomáticos foram em ordem decrescente, o risco estimado de complicações, a inclinação do dente, a idade do paciente, o nível de impactação de acordo com a classificação de Pell& Gregory e o gênero do paciente. Abdulai et al. (2014) com o objetivo de investigar as indicações para a exodontia dos terceiros molares impactados dos pacientes encaminhados entre 2007 e 2009 para uma clínica privada e para um Hospital Universitário, ambos em Gana, realizou um estudo retrospectivo através dos prontuários e das radiografias destes pacientes. Os prontuários de 402 pacientes foram utilizados para o estudo e segundo os resultados as indicações mais comuns para exodontia foram pericoronarite recorrente (49,25% - 198 pacientes), seguida por cárie no terceiro molar (26,12% - 105 pacientes). Tanto a exodontia profilática como a remoção devido à presença de cárie no segundo molar contabilizaram, respectivamente, 6,72% das indicações (27 pacientes em ambos os casos). A presença de cisto ou tumor foi responsável por 3,72% das indicações (15 pacientes) e a exodontia devido à presença de patologias periapicais foi indicada em 2,99% dos casos (12 pacientes). Tanto a presença de dor sem um diagnóstico definido como a presença da doença periodontal nos terceiros molares contabilizaram 2,24% das indicações para a exodontia (9 pacientes em cada caso). Cunha-Cruz et al. (2014) com intuito de investigar as razões pelas quais os cirurgiões dentistas recomendam a remoção ou retenção dos terceiros molares e os fatores associados com essas decisões tais como, sintomas presentes, fatores 21 socioeconômicos e as preferências dos pacientes, realizaram um estudo com pacientes entre 16 e 22 anos de idade. Os dados para o estudo foram coletados através de questionários preenchidos pelos pacientes e pelos exames físico e radiográfico realizados por dentistas colaboradores. A presença de dor ou desconforto nos terceiros molares, sinais e sintomas de desordens temporomandibulares e parestesia de língua e lábio inferior, bem como a presença de cárie, pericoronarite, perda de inserção clínica, estavam dentre as informações coletadas. Os cirurgiões dentistas foram questionados sobre as razões para recomendar a retenção ou a remoção dos terceiros molares além da filosofia adotada por eles para o manejo destes dentes. As opções de resposta para a decisão dos cirurgiões dentistas eram: geralmente recomendam a remoção profilática para a maioria dos terceiros molares; recomendam a remoção dos terceiros molares se o trajeto de erupção for desfavorável ou o espaço para a erupção for insuficiente; só recomendam a remoção se os sintomas ou patologias associadas com os terceiros molares forem detectados. Dentre os 801 pacientes, os cirurgiões dentistas recomendaram a remoção de 1683 terceiros molares de 469 pacientes (59%). A principal razão para a recomendação foi a prevenção de problemas futuros, contabilizando 79% das justificativas. As razões menos comuns para recomendar a remoção dos terceiros molares foram pericoronarite (4%), considerações periodontais (4%), cárie dental (4%), outras patologias (1%) e da disponibilidade da cobertura do seguro (2%). Os cirurgiões dentistas recomendaram a retenção e a proservação de 1244 terceiros molares em 366 pacientes (46%). Em 73% dos casos os cirurgiões dentistas recomendaram a retenção justificando que era muito cedo para decidir a remoção; em 39% dos casos os cirurgiões dentistas alegaram que os terceiros molares apresentavam um trajeto de erupção favorável e em 16% dos casos os cirurgiões optaram por essa decisão porque os terceiros molares estavam totalmente erupcionados. Em relação à filosofia adotada pelos cirurgiões dentistas para o manejo dos terceiros molares assintomáticos, 61% recomendam a remoção da maioria dos terceiros molares por prevenção. 22 2.1.1 ACIDENTES E COMPLICAÇÕES RELACIONADOS À EXODONTIA A exodontia dos terceiros molares impactados frequentemente é realizada com a justificativa de prevenir alterações futuras em pacientes assintomáticos e sem sinais de patologias, porém há complicações associadas com essa prática que podem contribuir para a morbidade do paciente. O risco e a incidência de ocorrer complicações pós operatórias devem ser considerados e esclarecidos aos pacientes durante o processo de tomada de decisão e caso a conduta escolhida for a exodontia, em consideração aos aspectos legais, o paciente deve assinar um termo de consentimento antes da realização do procedimento para assegurar o reconhecimento dos riscos inertes ao procedimento. Blondeauet al. (2007) através de um estudo retrospectivo na América do Norte avaliou a incidência de alveolite, infecções pós operatórias e parestesia após a exodontia de terceiros molares impactados como também os fatores de risco associados com estas complicações tais como idade, gênero, condições sistêmicas, uso de anticoncepcional e aposição dos dentes de acordo com a classificação de Pell & Gregory e Winter. De acordo com o estudo a alveolite foi definida como a presença de dor requerendo tratamento de 2 a 5 dias após a cirurgia. A presença de infecção foi identificada por secreção purulenta no local da extração e/ou endurecimento doloroso. A parestesia foi definida como uma alteração pós-operatória na sensibilidade dos tecidos inervados pelo nervo trigêmeo. Foi realizada a exodontia de 550 terceiros molares impactados de 327 pacientes dentre 12 e 55 anos. Destes, 191 eram mulheres e 136 eram homens. O índice de complicações foi de 6,9%, sendo que 2,2% dos homens foram acometidos e 10,2% da mulheres apresentaram complicações. No que diz respeito o índice de complicações específicas que acometeram cada gênero o estudo demonstra que 1,8% dos homens e 4,9% das mulheres apresentaram alveolite; 0,4% dos homens e 3,4% das mulheres foram acometidos por infecção pós operatória; 0% dos homens e 1,8% das mulheres foram diagnosticados com parestesia do nervo alveolar inferior. A incidência total de parestesia do nervo alveolar inferior foi 1,1% (6 casos). Os pacientes com parestesia apresentavam entre 21 e 36 anos de idade e cinco destes pacientes apresentavam mais que 24 anos. Dos 6 casos, 3 eram de parestesia temporária que dentre 12 meses após a exodontia foi revertida, e 3 casos 23 envolveram pacientes com 24 anos, 27 anos e 36 anos, respectivamente, com parestesia permanente. O estudo revelou que a posição dos terceiros molares impactados e o grau de impactação influenciam na incidência de complicações pós-operatórias. O índice de complicações foi mais elevado após a exodontia de dentes classificados como impactação IC, IIC, e IIIC do que os dentes classificados com impactação B ou A. Em relação à posição dos dentes, o estudo demonstrou uma maior taxa de complicações após a exodontia de dentes em posição mesioangular e distoangular. Houve 24 casos de complicações após a exodontia de 258 dentes na posição mesioangular (9%) e 2 casos de complicações após a exodontia de 25 dentes na posição distoangular (8%). Vinte e seis casos de complicações foram contabilizados após a exodontia de dentes na posição mesioangular e distoangular enquanto que 12 casos de complicações estavam associados após a exodontia de dentes em outras posições. Dentre os 20 casos de alveolite, 12 foram após a exodontia de dentes na posição mesioangular; assim como dentre os 6 casos de parestesia, 5 casos ocorreram após a exodontia de dentes na posição mesioangular, e ainda, dentre os 12 casos de infecção pós operatória, 7 casos foram registados após a exodontia dos dentes em posição mesioangular. Dentre as 191 mulheres incluídas no estudo, 111 (58%) faziam uso de contraceptivos orais, mas não houve uma relação aparente entre a incidência de alveolite e o uso de contraceptivos orais. Dez (9%) das 111 mulheres que usavam contraceptivos orais apresentaram alveolite e 6 (8%) das 80 que não faziam uso apresentaram essa complicação. De acordo com o estudo, uma paciente com 36 anos de idade apresentou 3 complicações associadas com a exodontia de dois terceiros molares mandibulares impactados: parestesia revelada como permanente e infecção nos locais onde estavam localizados os dentes. Lata et al. (2011), realizou um estudo clínico retrospectivo no Departamento de Cirurgia Bucal do Hospital e Faculdade de Odontologia de Punjab, Índia, com o objetivo de determinar a incidência de injúria no nervo lingual seguida da exodontia dos terceiros molares inferiores. Noventa pacientes submetidos à exodontia dos terceiros molares inferiores entre Janeiro e Dezembro de 2009 foram selecionados aleatoriamente para o estudo e os fatores como grau de impactação, posição do dente e envolvimento ósseo foram considerados. 24 Dentre os 90 pacientes, 6 foram diagnosticados com parestesia do nervo lingual entre o primeiro e sétimo dia de pós operatório e a incidência de parestesia foi de 6,6% . Segundo o estudo a parestesia geralmente estava associada com a exodontia de dentes impactados na posição distoangular e horizontal, dentes impactados dos quais a coroa estava localizada próxima à junção cemento-esmalte do segundo molar, dentes que apresentavam inclinados para a lingual, estado de erupção e duração da cirurgia. Malkawi et al. (2011) em seu estudo clínico prospectivo realizado com 327 pacientes encaminhados ao Hospital Universitário da Jordânia para a exodontia dos terceiros molares inferiores, teve como objetivo avaliar a incidência de complicações pós operatórias e os fatores de risco associados, tais como idade, gênero, angulação dos terceiros molares, duração da cirurgia, tipo de retalho cirúrgico, a necessidade de odontosecção e ostectomia. Dentre os pacientes, 128 eram homens e 199 eram mulheres. Em relação às complicações, aquelas que surgiram durante os três primeiros dias após a exodontia foram classificadas como imediatas e as complicações classificadas como tardias foram aquelas identificadas entre sete a quatorze dias nas consultas pós operatórias. As complicações avaliadas incluíram dor, edema, trismo, parestesia, hemorragia, alveolite, infecção e fratura. Em relação aos resultados, o presente estudo revelou que, dentre as complicações imediatas, a presença de dor leve, edema e trismo corresponderam a 50,5% das complicações; dor moderada, edema e trismo foram responsáveis por 26,6% das complicações; somente dor leve correspondeu 7,3% das complicações; dor leve e edema apresentaram uma incidência de 6,7%; dor severa, edema e trismo corresponderam 5,5% das complicações, por fim, 3,4% dos casos foram referentes à dor leve e trismo. Quanto às complicações tardias, em 57,2% dos casos nenhuma complicação tardia foi registrada. Nos demais pacientes, 14,1% corresponderam aos casos de dor leve e trismo; trismo leve e alveolite foram encontrados em 9,8% dos casos; a presença de somente trismo leve correspondeu a 7,3% dos casos; em 3,4% dos casos dor leve, edema e trismo estavam presentes; somente dor leve foi registrada em 2,1% dos casos; os casos em que somente alveolite foi registrada também contabilizaram 2,1%; leve edema e trismo foram responsáveis por 1,5% dos casos; dor leve e edema corresponderam a 0,9%; tanto os casos que apresentaram 25 somente edema ou somente infecção no alvéolo contabilizaram 0,6%; casos de leve edema, trismo e parestesia corresponderam a 0,3% dos casos. Segundo o estudo, as complicações imediatas estavam presentes com maior frequência em pacientes do gênero feminino e as complicações tardias apresentaram maior frequência em pacientes com idade mais avançada e do gênero feminino. Quando as complicações imediatas foram analisadas individualmente, as seguintes relações foram identificadas: exodontia de dois terceiros molares estava mais associada com mais casos de trismo; relação entre remoção óssea com mais casos de edema e trismo. Quando as complicações tardias foram analisadas individualmente o estudo demonstrou que pacientes com idade mais avançada apresentavam mais trismo e alveolite e pacientes do gênero feminino apresentavam menos trismo e alveolite; exodontia de dois terceiros molares estava mais relacionada com edema e alveolite. Al-Asfour (2009) em seu estudo na clínica ambulatorial de cirurgia bucomaxilofacial da Universidade de Odontologia do Kuwait teve como objetivo avaliar a frequência de infecções após exodontias de terceiros molares impactados assintomáticos. O estudo foi realizado a partir da análise e revisão dos prontuários de 110 pacientes. Dentre as 110 exodontias realizadas, houve seis casos de infecção pós operatória ( 5,5%), nas quais dor, edema e secreção purulenta estavam presentes. Destes casos, quatro foram registrados uma semana após a cirurgia enquanto dois ocorreram, respectivamente, um mês e três meses após a cirurgia. Houve uma tendência para o aumento de infecção em pacientes acima dos 30 anos de idade e em pacientes do gênero feminino. Dentre os seis casos de infecção, cinco foram registrados em mulheres. Dentre outras complicações avaliadas no estudo, osteíte alveolar correspondeu a 8,2% dos casos (9 casos), dor persistente por mais de uma semana contabilizou 4,5% dos casos (5 casos) e parestesia ocorreu em 0,8% dos casos (2 casos). Os casos de osteíte alveolar e dor pós operatória foram tratados dentro de duas semanas e os dois casos de parestesia foram revertidos quatro semanas após a exodontia. Benediktsdóttir et al. (2012) no estudo realizado na Faculdade de Odontologia da Universidade de Aarhus na Dinamarca, teve como objetivo identificar as complicações pós operatórias relacionadas a exodontia de terceiros molares 26 inferiores impactados. O estudo foi realizado com 355 pacientes, com idades entre 18 a 45 anos que foram submetidos a exodontia de apenas um terceiro molar ou dois terceiros molares ( 282 pacientes foram submetidos a exodontia de um terceiro molar e em 53 pacientes foi realizada a exodontia de dois terceiros molares). Dentre os resultados, em 59 casos (15,2%) os pacientes apresentaram uma dor mais severa do que eles esperavam durante a semana de pós-operatório. De acordo com o estudo a prevalência de dor pós-operatória severa foi maior em pacientes do gênero feminino do que em pacientes do gênero masculino. Infecções estavam presentes em 11 casos (2,8%). Alveolite foi diagnosticada em 23 casos (5,9%) e dentre estes 9% estavam associados com pacientes do gênero feminino enquanto 1,8% estavam relacionados com pacientes do gênero masculino. Os casos de parestesia acometeram 5 pacientes (1,5%), dentre eles dois apresentaram parestesia temporária do nervo lingual, 1 paciente apresentou parestesia temporária do nervo bucal e em 2 pacientes ocorreu parestesia permanente envolvendo o nervo alveolar inferior. Todos os casos de parestesia acometeram os pacientes do gênero feminino, dois casos acometeram pacientes entre 18 e 23 anos e dois casos acometeram pacientes acima de 26 anos. Libersa et al. (2002) num estudo retrospectivo realizado durante 10 anos no norte da França teve como objetivo determinar a incidência de fraturas mandibulares associadas com a exodontia dos terceiros molares nos períodos transoperatório e pós-operatório. Dentre 750 000 exodontias realizadas de terceiros molares impactados houve 37 casos de fratura unilateral (0.0049%), 10 casos foram excluídos do estudo devido a ausência de informações específicas. Os pacientes incluídos no estudo apresentavam entre 19 e 75 anos de idade. Em relação aos resultados, 17 casos de fratura ocorreram no período transoperatório e 10 casos no período pós operatório. Quatro pacientes com idade até 25 anos apresentaram fratura no período transoperatório e nenhum caso de fratura no período pós operatório foi registrado em pacientes nesta faixa etária. Dez pacientes entre 26 e 45 anos apresentaram fratura no período transoperatório e seis pacientes nesta faixa etária apresentaram fratura no período pós operatório. Três pacientes com idade acima dos 45 anos apresentaram fratura no período transoperatório e quatro pacientes com a mesma faixa etária apresentaram fratura no período pós operatório. 27 Sebastiani et al. (2014) através de um estudo prospectivo realizado na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Paraná entre 2010 e 2011, teve como objetivo avaliar a prevalência de acidentes ocorridos em pacientes durante a exodontia de terceiros molares. O estudo foi baseado na exodontia de 323 terceiros molares (164 localizados na maxila e 159 na mandíbula) e nos dados de 150 pacientes submetidos à exodontia. Em relação ao procedimento foi realizada osteotomia na exodontia de 26 terceiros molares localizados na maxila e na exodontia de 113 terceiros molares localizados na mandíbula. A odontosecção foi realizada para a exodontia de 84 terceiros molares localizados na mandíbula. Segundo o estudo houve uma correlação significante entre a idade do paciente e a ocorrência de acidentes. De acordo com os dados apresentados no estudo, os acidentes ocorreram durante a exodontia de 20 terceiros molares (6,19%) e dentre os acidentes a fratura da tuberosidade da maxila foi o mais frequente e correspondeu a 2,48%, tal acidente acometeu os pacientes com uma média de idade de 24,3 anos. O segundo acidente com maior prevalência foi hemorragia que correspondeu a 0,92% e acometeu pacientes com a idade média de 29 anos. 2.1.1.1 PROSERVAÇÃO A decisão entre a exodontia profilática ou a proservação em pacientes assintomáticos varia significativamente entre os profissionais e os pacientes, como também pode ser influenciada por aspectos governamentais e econômicos em diferentes países. De acordo com Knutsson (2001), aproximadamente 70% das exodontias tem sido realizadas sob anestesia geral e menos de um quarto sob anestesia local nos hospitais do Reino Unido, já na Suécia 98% das exodontias de terceiros molares são realizadas sob anestesia local. Como no Reino Unido os procedimentos na área de cirurgiabucomaxilofacial são realizados em grande parte sob anestesia geral comparados com os procedimentos realizados na Suécia, a intervenção como medida profilática é menos realizada no Reino Unido devido a anestesia geral ser mais invasiva, apresentar maiores riscos e consumir mais recursos. De acordo com Kruger et al. (2015), na Austrália os procedimentos de exodontia dos terceiros molares impactados são realizados em pacientes jovens e 28 sob anestesia geral. Estima-se que aproximadamente 85% das exodontias dos terceiros molares são realizadas como medida profilática. Os índices de hospitalização para exodontia dos terceiros molares impactados têm sido relatados como um dos mais altos no mundo. No oeste da Austrália, os índices de hospitalização foram quase sete vezes os índices correspondentes às hospitalizações na Inglaterra, onde as exodontias são realizadas em pacientes sintomáticos. Em seu estudo Kruger et al (2015) demonstrou que, no contexto australiano, os custos relacionados à exodontia dos terceiros molares no hospital são mais elevados do que os custos associados a proservação. De acordo com o estudo, o número estimado de hospitalizações devido à exodontia de terceiros molares na Austrália entre 2008 e 2009 dos pacientes com idades entre 15 e 34 anos (os quais representaram 80% das hospitalizações) contabilizaram 97.949 hospiatlizações. Destas, 78.307 (80%) eram de pacientes que apresentavam plano de saúde e 19.642 (20%) eram de pacientes que não apresentavam plano de saúde. O custo total, em média, com hospitalizações foi entre $317 a 415 milhões de dólares. O custo individual durante 20 anos de proservação incluindo a realização de dez exames clínicos e radiografias panorâmicas seria de $60,3 dólares e $47,4 dólares, respectivamente, totalizando $1077 dólares. O custo anual estimado, considerando que os exames seriam realizados a cada dois anos, seria de $53,8 dólares o que equivale a aproximadamente 1% do custo total estimado para uma única sessão de exodontia. Logo, no contexto australiano, o estudo demonstra que a proservação é uma alternativa que apresenta maior custo benefício com o mínimo de custo anual. Nos Estados Unidos quase todos os cirurgiões bucomaxilofaciais e muitos clínicos gerais preconizam a remoção profilática dos terceiros molares impactados. De acordo com o que foi publicado por Friedman (2007) no American Journal of Public Health, nos Estados Unidos 10 milhões de terceiros molares impactados são removidos por ano de aproximadamente 5 milhões de pessoas em sua maioria jovens e saudáveis, o que gera um custo anual superior a $3 bilhões de dólares para o governo. Além disso, 11 milhões de pacientes experimentam durante o período pós operatório dias de desconforto e incapacidade pela presença de dor, edema, 29 hematomas e indisposição e mais de 11 mil pessoas apresentam parestesia permanente. Friedman (2007) aborda que não há evidência de necessidades médicas ou de patologias e infecções generalizadas associadas com terceiros molares que justifiquem a grande quantidade de cirurgias mesmo porque há uma baixa incidência de patologias associadas com os terceiros molares como pericoronarite, doença periodontal, reabsorção interna, cistos, doença periodontal e reabsorção no dente adjacente devido a presença de um terceiro molar impactado. Segundo o autor medidas menos invasivas devem ser consideradas primeiramente antes de optar pela exodontia, no caso de pericoronarite por exemplo, um único episódio não justifica a exodontia imediata, essa conduta deve ser adotada só quando a terapia conservadora com antibióticos não for bem sucedida e a patologia recidivar. O autor aborda que 50% dos terceiros molares superiores classificados como impactados apresentam-se em seu desenvolvimento normal e irão erupcionar com o mínimo de desconforto se não forem removidos precocemente pois segundo o autor a remoção precoce dos terceiros molares é mais traumática e dolorosa do que deixar um terceiro molar assintomático in situ. Ainda sobre o impacto socioeconômico que a exodontia profilática dos terceiros molares pode gerar o autor apresenta que os 10 milhões de terceiros molares que são removidos anualmente de 5 milhões de pessoas, resultam uma média de 11,36 milhões de dias nos quais os pacientes não realizam suas atividades. Se apenas 20% dos terceiros molares que apresentam alguma patologia fossem removidos, 4milhões de pacientes não iriam apresentar dor, hematomas, edema e desconforto decorrentes do pós operatório e consequentemente não precisariam se ausentar do trabalho ou dos estudos em média três dias. Contudo, o autor apresenta que no mínimo dois terços das exodontias estão associadas a custos e injúrias desnecessárias que afetam milhões de pessoas podendo causar morbidades, além disso considera que as cirurgias de terceiros molares constituem uma indústria multibilionária que gera um faturamento significante para a profissão odontológica, principalmente para os cirurgiões bucomaxilofaciais. Considerando o impacto econômico que a exodontia de terceiros molares impactados assintomáticos causa para a saúde pública no contexto americano, o autor considera que evitar a exodontia profilática é a conduta mais apropriada. 30 3. CONCLUSÃO Conforme abordado nesta revisão de literatura tanto a exodontia profilática quanto a proservação são indicadas para os terceiros molares impactados assintomáticos. Os autores que são favoráveis à remoção profilática argumentam que essa prática visa reduzir a incidência de patologias associadas aos terceiros molares impactados como também a morbidade em pacientes com idade mais avançada. A morbidade reduzida e a cicatrização mais favorável quando a exodontia é realizada em pacientes mais jovens são algumas vantagens de realizar a remoção profilática, assim como um menor risco de complicações transoperatórias e pós operatórias. Os autores mais conservadores os quais defendem a proservação, através do acompanhamento clínico e radiográfico a longo prazo, argumentam que não há uma alta incidência de patologias que justifique a exodontia imediatamente e optar pela exodontia dos terceiros molares impactados ausentes de patologias ou sintomatologia acaba expondo o paciente à riscos, estresse cirúrgico e desconforto desnecessários, além de afastá-lo de suas atividades diárias devido ao pós operatório. Apesar disso, há algumas desvantagens quando a conduta escolhida é proservar uma vez que conforme a idade o risco de complicações aumenta, há alterações na cicatrização e uma maior dificuldade cirúrgica. Os pacientes podem apresentar algumas alterações relacionadas à sua saúde geral o que pode contribuir com uma maior morbidade, além disso a proservação exige a necessidade de colaboração do paciente para as consultas e radiografias periódicas. Por fim, cada caso deve ser analisado individualmente e de maneira criteriosa tanto para indicar a exodontia profilática como para a proservação. Os cirurgiões dentistas devem considerar os interesses de cada paciente, devem ter conhecimento das indicações específicas para a exodontia e avaliar os riscos e benefícios associados ao procedimento. É importante considerar os dados sobre a incidência e a progressão de patologias associadas com os dentes impactados tanto quando a decisão for remover ou proservar, particularmente aqueles assintomáticos. A probabilidade da ocorrência de futuras alterações, riscos 31 e complicações associadas à exodontia, bem como as vantagens e desvantagens de cada conduta devem ser analisadas cuidadosamente. 32 REFERÊNCIAS ABDULAI, A.E. et al. Indications for surgical extraction of third molars: a hospitalbase study in Accra, Ghana. International Journal of Medicine and Biomedical Research, Gana, v. 3, n.3, p.155-160, Ago. 2014. Al-ASFOUR, A. 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